Você sabe — os 66 livros da Bíblia Protestante. Não os 73 livros da Bíblia Católica, nem os 77 livros da Bíblia Ortodoxa, nem mesmo os 81 livros da Bíblia Ortodoxa Etíope.
Estamos falando apenas daqueles que Deus supostamente aprovou por meio de uma série de bispos, concílios e credos centenas de anos depois de Jesus ter caminhado na Terra. Os livros verdadeiramente inspirados que agora compõem o que chamamos de "A Palavra de Deus".
Aqui está meu problema com a Bíblia: acredito que a ideia de uma lista fixa, finalizada e divinamente aprovada de livros sagrados não é apenas equivocada — é espiritualmente perigosa.
O Cânone é realmente uma gaiola?
Vamos começar com o óbvio:
-Jesus nunca entregou uma Bíblia a ninguém.
-Paulo nunca leu um único Evangelho.
-Os primeiros cristãos não tinham um Novo Testamento
Por quê? Porque ainda não existia.
O que eles tiveram foi uma experiência viva do Cristo ressuscitado.
Não é um livro sagrado. Não é uma teologia sistemática.
Não havia nenhum Concílio de Nicéia à vista.
E, no entanto... eles conheciam a Deus. Eles seguiram a Cristo. Eles foram cheios do Espírito do Deus Vivo.
Então por que nossa vida espiritual deveria ser limitada ao que alguns homens (sim, todos eles eram homens ) decidiram reunir em uma antologia encadernada em couro séculos atrás?
Aqui está o problema: o cânone foi uma tomada de poder político por um imperador romano.
Não, isso não significa que os livros não tenham valor — muitos deles são lindos, poéticos, subversivos e vivificantes.
Mas no momento em que traçamos uma linha em torno de quais vozes podem falar às nossas almas e quais devem ser silenciadas, algo terrível acontece.
Paramos de crescer. Paramos de ouvir. Trocamos sabedoria por certeza e Espírito por estrutura.
Acabamos colocando Deus em uma caixa e começamos a acreditar que tudo o que Deus queria dizer à raça humana foi dito há dois mil anos.
A voz de Deus não pode ser contida.
Deixe-me ser claro: Deus nunca foi confinado a um cânone.
Místicos, sábios, poetas e profetas ouviam o Divino muito antes de existir a Bíblia — e muito depois de a termos inventado.
Estou falando de Rumi, Buda, Juliana de Norwich, Teresa de Ávila, Ram Dass, Black Elk, Alan Watts e, sim, até mesmo as vozes do seu coração e alma.
Mas se acreditarmos na mentira de que apenas certas Escrituras são divinamente inspiradas, nos fechamos para o Infinito. Paramos de ouvir a Deus em nossa vida cotidiana, nas perguntas que fazemos e nas experiências que não se encaixam na estrutura do primeiro século.
Seja seu próprio guru.
A verdade é a seguinte: você não precisa de ninguém para lhe dizer o que é "inspirado" ou não. Nem o seu pastor. Nem um Papa. Nem mesmo um autor e blogueiro como eu.
O Espírito de Deus está dentro de você. O Reino de Deus está dentro de você.
Jesus não tentou criar uma instituição religiosa ou religião. Ele veio para despertar você para a sua própria conexão com o Divino.
Ele veio para provocar sua imaginação sagrada e inspirar você a confiar na sua intuição dada por Deus.
Conclusão: precisamos parar de terceirizar nossa espiritualidade para antigos concílios, textos sagrados ou pregadores modernos.
Precisamos começar a aprender a confiar em nós mesmos novamente.
Comece a fazer perguntas mais perigosas. Comece a ouvir aquela voz mansa e suave dentro de você.
Comece a aprender a ficar quieto e a conhecer o Deus que habita em você.
Porque se o Divino realmente é Amor — e eu acredito que é — então esse Amor não está confinado a pergaminhos, pergaminhos ou couro sintético.
O amor de Deus é vivo. É comovente. É falante.
Agora mesmo. Em você.
O Cânone Não É a Conclusão
Então, e se o que chamamos de Escritura não fosse a última palavra — mas apenas o começo ?
E se a inspiração não parasse com João de Patmos, mas continuasse com São Francisco de Assis, Howard Thurman, os místicos sufis e sua própria avó?
E se um texto sagrado fosse escrito todos os dias — no seu diário, nos seus sonhos, nas suas dúvidas, no seu feed do TikTok?
No momento em que canonizamos o passado, fossilizamos o futuro. Transformamos a Palavra Viva em uma língua morta. Trocamos encontros genuínos por doutrina e trocamos misticismo por memorização.
A boa notícia é que você não precisa se contentar com nada disso.
Você tem permissão para colorir fora das linhas. Você tem permissão para se inspirar na poesia de Khalil Gibran, na sabedoria do Tao Te Ching, nos escritos de Brené Brown ou Anne Lamott e encontrar Deus ali.
Você pode até discordar do apóstolo Paulo ou fechar a Bíblia e ouvir a voz suave e tranquila de Deus dentro de você.
Porque a Bíblia não manda em você.
Você é livre.
Você está cheio da plenitude de Deus que preenche tudo em todos os sentidos.
Porque Deus é amor e todos os que vivem no amor vivem em Deus e Deus vive neles.
E isso significa que você não precisa de ninguém, nem de nenhum guru, nem de nenhum livro, para lhe dizer o que Deus tem a dizer.
Você tem ouvidos para ouvir.
Então, ouça.
E saiba.
Fonte: https://www.patheos.com/blogs/keithgiles/2025/07/heres-why-you-dont-need-a-bible/
Nota: eu também passei da quota de decepção com sacerdotes e bruxas que se dizem representantes do caminho antigo. Destaque por conta da casa.
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