Todos os continentes desenvolveram estilos e ritmos únicos, influenciados pela geografia, espiritualidade, tecnologias e costumes locais. Mas uma pergunta ainda intriga estudiosos e curiosos: quando exatamente começou a música?
Como surgiu a música?
A origem da música remonta a tempos pré-históricos. Antes mesmo da invenção da escrita, os seres humanos já produziam sons rítmicos com as mãos, pedras, ossos ou instrumentos rudimentares como flautas feitas de ossos de animais (como as flautas paleolíticas de mais de 40 mil anos encontradas na Alemanha).
Esses sons eram usados provavelmente em rituais religiosos, para marcar eventos importantes, durante a caça ou como forma de expressão artística e emocional. Como não havia registros escritos na pré-história, a história da música antes da escrita é reconstruída com base em achados arqueológicos e interpretações antropológicas.
Com o surgimento das primeiras civilizações e sistemas de escrita, especialmente no Oriente Médio e no norte da África, surgiram também os primeiros registros musicais. As culturas da Mesopotâmia, Egito Antigo, Índia, China e posteriormente da Grécia Antiga deixaram documentos e artefatos que mostram o uso da música em contextos sociais, religiosos e militares.
A música antiga era frequentemente ligada à religião. Sacerdotes e músicos desempenhavam papéis importantes nos templos, e as canções eram compostas para deuses e cerimônias.
O Hurrian Hymn No. 6 é considerado o mais antigo registro musical de que se tem conhecimento. Foi descoberto na década de 1950 durante escavações na cidade de Ugarit, um importante centro comercial e cultural situado na atual costa da Síria, que prosperou entre 1450 e 1200 a.C.
O hino faz parte de uma coleção de 36 tabletas de argila escritas em cuneiforme, na língua hurrita. Dessas, apenas uma — o Hino nº 6 — está relativamente bem preservada. Ele contém tanto a letra quanto instruções musicais que indicam a afinação de um tipo de lira ou harpa.
O povo Hurrita e a cidade de Ugarit
Os hurritas foram um povo antigo que habitou partes da Mesopotâmia e do Levante (atualmente regiões da Síria, Turquia e norte do Iraque). Eles coexistiram e influenciaram outras grandes civilizações da época, como os hititas, acadianos, assírios e babilônios.
Ugarit, onde o hino foi encontrado, era uma cidade portuária sofisticada, com conexões comerciais com o Egito, Chipre e a Anatólia. Seu sistema de escrita cuneiforme adaptado da língua acadiana permitiu que importantes documentos fossem preservados, incluindo textos literários, tratados comerciais e religiosos — como o Hurrian Hymn.
A música no contexto religioso antigo
O Hurrian Hymn é dedicado à deusa Nikkal, deusa da fertilidade e da lua, e mostra que a música era usada em rituais religiosos. Provavelmente, o hino era entoado ou tocado em cerimônias acompanhadas por cantores e instrumentistas.
A notação musical contida na tábua não é uma partitura como conhecemos hoje, mas uma forma antiga de indicar a afinação das cordas e a sequência dos sons, o que permitiu aos estudiosos tentarem reconstruir uma versão aproximada da melodia com base em instrumentos como a lira.
Mesmo com mais de 3.400 anos de idade, o Hurrian Hymn No. 6 continua despertando fascínio entre historiadores, músicos e arqueólogos. Ele representa:
O elo mais antigo conhecido entre música escrita e espiritualidade;
Uma janela para as práticas culturais e artísticas das civilizações do antigo Oriente Médio;
A prova de que, desde os tempos mais remotos, a música já ocupava um lugar de destaque na vida humana.
Hoje, diferentes interpretações do hino podem ser ouvidas online, tocadas com réplicas de instrumentos antigos ou reinterpretadas por músicos contemporâneos, demonstrando o poder atemporal da música.
Fonte: https://revistaforum.com.br/historia/2025/8/1/essa-musica-mais-antiga-do-mundo-uma-obra-de-arte-patrimnio-da-humanidade-184508.html
Nota: nada disso existiria em um mundo dominado pelo ateísmo...😤
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