sábado, 30 de julho de 2011

Toda nudez será reconsagrada

Notícia divulgada no Fantástico que não deveria chamar a atenção da forma como chamou:
Natália Avseenko teve coragem em dose dupla. Primeiro, de enfrentar o gelo. Segundo, de se despir diante do mundo.
"Disseram-me que as baleias belugas conseguem sentir quando alguém está vulnerável. Por isso, decidimos que eu entraria na água da maneira mais vulnerável possível: nua", contou ela, pela internet ao Fantástico.
"Eu mostraria não só meu corpo, mas minha alma. E ficaria vulnerável diante da sociedade, que eu sabia, iria me julgar de qualquer maneira", completou.
Natália é antropóloga. Foi professora da Universidade de Moscou por dez anos. Apaixonada por mergulho, largou a vida acadêmica para se dedicar profissionalmente ao esporte. Foi campeã mundial duas vezes em freediving, o mergulho livre em apneia, modalidade em que o atleta usa apenas o próprio fôlego para submergir.
Nadar com as belugas era um sonho antigo, que ela realizou em abril, em um santuário ecológico no norte da Rússia, onde as imagens foram feitas.
"As belugas são muito sensíveis, como os golfinhos, e costumam interagir com quem faz mergulho livre, porque nós não usamos equipamentos pesados e não produzimos bolhas", diz Natália.
“Tanto as belugas quanto os golfinhos fazem parte de um grupo de mamíferos que a gente chama de cetáceos. Apresentam um sistema de orientação dentro do meio aquático bem sofisticado, que é chamado de ecolocalização, que nada mais é que a orientação no ambiente através de sons, emissão de som e recepção de som através do eco que esse som produz. Então, a beluga é conhecida até por alguns pesquisadores como canário do mar, porque realmente é uma das espécies que produz maior número de tipos diferentes de sons”, explica o biólogo Paulo Henrique Ott, da Universidade Estadual do RS.
Natália diz que foi aconselhada a mergulhar nua porque nunca havia sido feita uma pesquisa sobre a reação das belugas a alguém sem roupa. "E elas realmente sentiram que eu estava mais vulnerável e tentaram me resgatar, me levar à superfície", conta.
“O fato de estar sem roupa acho que isso, na verdade, não tem relação nenhuma. Como os cetáceos são mamíferos que precisam subir para superfície para respirar, de repente, ou pelo fato dela permanecer muito tempo embaixo da água sem respirar, eles podem ter interpretado aquilo como sendo que a pessoa estaria em situação de perigo e ter ajudado a chegar à superfície. Isso eles fazem entre eles”, destaca o biólogo.
“Eu não acho que fiz algo especial. Treinei seis meses em águas geladas para suportar o frio, com o qual já estava até acostumada, por ser russa. É uma questão de motivação e dedicação. Qualquer um consegue!”, diz ela.
Fonte: Fantástico [link perdido/morto]
Nota da casa: Perturbador como, em pleno século XXI, a nudez [em especial a feminina] causa tanto assombro ou escândalo. Tudo que é belo é sagrado e divino. A foto da reportagem foi omitida por precaução. O mundo está ficando muito sensível à nudez, em especial a feminina.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Justiça poética

Na Grécia, uma equipa de arqueólogos, a do Projecto de Pesquisa de Amycles, obteve finalmente autorização do Conselho Central de Arqueologia para tirar partes de edifícios de igrejas para as colocar de volta no seu devido lugar, o original - o templo de Apolo em Amyclae, localidade perto do sítio da antiga Esparta.
O templo de Apolo em Amyclae é considerado como uma das mais enigmáticas edificações religiosas da Antiguidade. Trata-se de um templo de alguma dimensão erigido no século sexto a.c.. Inclui um grande trono no seu centro, destinado ao Deus. A estátua de Apolo seria eventualmente mais alta do que o próprio templo, alcançando os catorze metros e meio. O templo foi inteiramente feito em mármore e elaboradamente decorado pelo famoso escultor e arquitecto Vathycles, de Magnésia, cidade grega sita na Ásia Menor.
Durante quarenta anos, os arqueólogos, começando com Angelos Delivorrias, que trabalhou nas ruínas de Esparta entre 1966 e 1968, e é actualmente director do Projecto de Pesquisa, começou a registar fragmentos do templo espalhados pela região. Foram identificados vários elementos arquitectónicos, maioritariamente do trono acima referido, entre os quais se encontram duas bases na forma de pés de leão, de noventa centímetros de comprimento cada. O arqueólogo Manolis Korres, por seu turno, apresentou ao Conselho Central de Arqueologia um plano, delineado desde 2005, de escavação e restauração para dignificar o monumento, que está de momento desfigurado e irreconhecível. Sabe-se que as partes perdidas deste templo estão actualmente integrados na igreja cristã de Agia Kyriaki, construída entre 1907 e 1920. Significa isto que quem fez esta igreja, fê-la parcialmente com peças tiradas ao antigo templo de Apolo, portanto, do templo de um Deus pagão, prática habitual dos cristãos da época em que o Cristianismo começou a ser imposto no Ocidente pela intimidação e pela força. Foram encontradas no pórtico desta igreja nada menos do que vinte partes arquitectónicas do altar e do trono do templo. Adicionalmente, identificaram-se vários outros pedaços do templo de Apolo incorporados em várias outras igrejas da região, tais como a do profeta Elias, em Sklavochori, a de S. Nicolau e a de S. Teodoro. Outras peças do templo estão guardadas no Museu de Esparta. O professor Delivorrias sugeriu que estas peças deveriam ser restituídas ao templo de Apolo. O arquitecto Themistocles Mpilis afirmou por sua vez, no Conselho Central de Arqueologia, que é necessária a extracção de antigas partes do templo de Apolo que hoje fazem parte do interior de igrejas, para que a equipa possa observar os outros lados das paredes em busca de mais partes do templo pagão. Um outro arquitecto afirma que as igrejas não serão afectadas, porque no lugar das peças retiradas serão colocadas réplicas das mesmas.
O caso está a suscitar grande oposição da parte de cultores da cultura bizantina (cristã greco-romana), mas a caravana segue caminho.
Um exemplo para ser seguido em todo o continente europeu e adjacências indo-europeias, dos Urais aos Açores, para que se faça Justiça não apenas histórica e até sagrada - para que, mil e setecentos anos depois do início da grande usurpação cristã, seja restaurada a verdadeira grandeza europeia, a pré-cristã, e acima de tudo, voluntariamente ou não, seja devolvido aos verdadeiros Deuses da Europa o que Lhes pertence por direito.
Contra os imperialismos religiosos totalitários,  urge tomar este e o caso de Ayodhya como modelos.
Autor: Caturo, no blog Gladius.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Resistir!

Nos EUA, um grupo cristão prepara uma grande acção de oração e exigência a nível nacional, que terá inicio em Outubro, e que visa alterar o nome do distrito de Columbia para distrito de Cristo, além de declarar publicamente que só a lei cristã é verdadeiramente vinculativa para os cristãos.
Trata-se da Reformation Prayer Network, liderada por Cindy Jacobs, e da Heartland Apostolic Prayer Network, liderada por John Benefiel, que juntaram forças para produzir um grande evento a nivel nacional denominado DC40.
Jacobs e Benefiel, apoiantes do candidato presidencial republicano James Richard Perry, pretendem com este DC40 operar o que nas suas palavras descrevem como «uma alteração eterna no capitólio da nossa nação de modo a que os nossos políticos eleitos possam governar a partir de uma nova posição de descomprometida luz e entendimento à medida que mudamos a atmosfera espiritual sobre Washington DC para sempre.» O evento DC40, também chamado Quarenta Dias de Luz Sobre D.C., e 51 Dias de Intercessão Reformadora, quer que sejam eleitos líderes tementes ao Deus cristão e, conforme dizem, «acham que o compromisso não é o caminho» uma vez que é impossível «comprometer-se com a injustiça». Isto é referência a uma declaração da Heartland Apostolic Prayer Network, que diz que a palavra de Deus deve ser a autoridade legal nos EUA e que os cristãos não devem aceitar nenhuma outra, «nenhum poder para propôr ou aceitar qualquer compromisso das promessas de Deus, e declaramos ilegal na Terra qualquer acção ou qualquer Povo, Nação ou Nações que sigam o que contradiz a Palavra de Deus.»
Como primeiro passo, o DC40 atacará Columbia, que consideram ser a Deusa padroeira dos EUA... Benefiel diz que a América está «amaldiçoada» por viver sob uma Deusa pagã, à Qual ele chama alternadamente Columbia ou Baal (que na verdade é um Deus semita da Fertilidade, enquanto Columbia é simplesmente uma personificação da Liberdade da América). Benefiel afirma que nomear o capitólio a partir do nome de Columbia, e ter uma estátua da dita sobre o capitólio, «dá-Lhe um direito legal para dar cabo das coisas na capital da nossa nação» e é a razão pela qual os legisladores «enlouquecem» quando lá chegam. O DC40 nomeia por isso o distrito de Colúmbia, onde está a capital (Washington DC), como Distrito de Cristo, com a intenção de reclamá-lo para Jesus e levar a América a repudiar Columbia.
Alguns pagãos americanos preparam a contra-ofensiva espiritual, orando a Columbia, para a honrar e impedir que a liberdade religiosa seja destruída na América.
Fonte [e tradução]: Caturo, no Gladius
Nota da casa: Os pagãos do mundo inteiro devem se unir, se quiserem que haja efetivamente essa tal de liberdade religiosa.

O fim do mito da fidelidade

Nossa sociedade cobra a exclusividade sexual, mas é possível ser feliz de outro jeito.
Anete, casada há dez anos, relata o conflito que a atormenta:
"Tenho um casamento estável e feliz, amo meu marido e sinto que ele me ama. Fui traída e perdoei. Em primeiro lugar, pela dependência financeira, em segundo, pelos meus filhos, e em terceiro, porque eu o amava muito e homem para mim só existia ele. Com o passar dos anos, fui amadurecendo, me tornado mais independente financeira e emocionalmente, e isso fez com eu me sentisse mais segura também. Conheci uma pessoa, um vizinho, que de tanto passar na minha porta acabou despertando o meu interesse. Depois de alguns meses, conversamos pelo celular e resolvemos nos conhecer pessoalmente. Estamos nesse relacionamento há três anos. Ele também é casado".
"Depois disso meu casamento melhorou. Meu marido me trata com carinho e demonstra amor como nunca tinha feito antes. A qualidade do sexo também melhorou; ele me acha mais gostosa, me curte mais e eu tenho o maior tesão por ele. Meu conflito interior é o seguinte: como posso estar num casamento tão bom e satisfatório para mim e ainda conseguir levar adiante um relacionamento extra? Até que ponto isso é bom pra mim e para meu casamento? Como devo agir diante de tal situação? O conflito se torna ainda maior, pois sou católica. Pela minha criação, o adultério sempre foi visto com um grave pecado."
Apesar de nosso tabu cultural contra a infidelidade, as relações extraconjugais são muito comuns. Todos os ensinamentos que recebemos desde que nascemos – família, escola, amigos, religião – nos estimulam a investir nossa energia sexual em uma única pessoa. Mas a prática é bem diferente. Uma porcentagem significativa de homens e mulheres casados compartilha seu tempo e seu prazer com outros parceiros.
A antropóloga americana Helen Fisher conclui que nossa tendência para as ligações extraconjugais parece ser o triunfo da natureza sobre a cultura. "Dezenas de estudos etnográficos, sem mencionar inúmeras obras de história e de ficção, são testemunhos da prevalência das atividades sexuais extraconjugais entre homens e mulheres do mundo inteiro. Embora os seres humanos flertem, apaixonem-se e se casem, eles também tendem a ser sexualmente infiéis a seus cônjuges." , diz ela.
A poligamia – o homem ter mais de uma esposa de cada vez – é permitida em 84% das sociedades. Durante muito tempo se acreditou que só os homens tinham relações múltiplas. Entretanto, houve uma mudança no comportamento feminino quando surgiram os métodos contraceptivos eficazes e as mulheres entraram no mercado de trabalho.
Um dos pressupostos mais universalmente aceito em nossa sociedade é de que o casal monogâmico é a única estrutura válida de relacionamento sexual humano, sendo tão superior que não necessitaria ser questionado. Na verdade, nossa cultura coloca tanta ênfase nisso, que uma discussão séria sobre relacionamentos alternativos é muito rara. Entretanto, as sociedades que adotam a monogamia têm dificuldades em comprovar que ela funciona. Ao contrário, parece haver grandes evidências, expressas pelas altas taxas de relações extraconjugais, de que a monogamia não funciona muito bem para os ocidentais.
É comum pessoas deixarem um bom casamento porque se apaixonaram por alguém novo – o que vem sendo chamado de "monogamia sequencial". O argumento de que o ser humano é "predestinado" à monogamia é difícil de sustentar. Portanto, uma vez que nós humanos nos damos tão mal com a monogamia, outras estruturas de relacionamento livremente escolhidas também devem ser consideradas.
A exclusividade sexual do parceiro (a) é a grande preocupação de homens e mulheres. Mas ninguém deveria ficar preocupado se o parceiro transa ou não com outra pessoa. Homens e mulheres só deveriam se preocupar em responder a duas perguntas: Sinto-me amado (a)? Sinto-me desejado (a)? Se a resposta for "sim" para as duas, o que o outro faz quando não está comigo não me diz respeito. Não tenho dúvida de que as pessoas viveriam muito mais satisfeitas.
Em 1976, o psicoterapeuta e escritor Roberto Freire tomou como base a letra da música "O Seu Amor", de Gilberto Gil, para a discussão da sua proposta de amor libertário. "O seu amor/ame-o e deixe-o livre para amar/O seu amor/ ame-o e deixe-o ir aonde quiser/ O seu amor/ame-o e deixe-o brincar/ ame-o e deixe-o correr/ ame-o e deixe-o cansar/ame-o e deixe-o dormir em paz/ O seu amor/ame-o e deixe-o ser o que ele é".
Na música de Gil é ressaltada a ideia de que o verdadeiro ato de amor é o que garante a quem amamos a liberdade de amar. Ele acredita que apesar de muita gente considerar que essa ideologia amorosa é pura utopia, quase todos sonham com essa possibilidade. "Pessoalmente é tudo o que desejo: o meu amor, tanto meu sentimento quanto a pessoa que amo, além de amá-los apenas do jeito que gosto, deixo-os livres para amar do jeito que gostam, até mesmo além e apesar de mim. Procuro pessoas que também amam assim. Tem sido difícil, mas acabo sempre por encontrá-las. É fascinante, assustador, maravilhoso, doloroso, prazeroso, novo, imprevisível, incontrolável, rico, maluco, romântico, caótico, aventureiro.", afirma Freire, que foi um dos pensadores mais libertários do país.
Fonte:
Delas Ig [link morto]
Nota da casa: Moção mais do que apoiada por este pagão.

domingo, 24 de julho de 2011

O fruto do mistério

Grécia Antiga
A romã selvagem não aparece na região do Egeu no neolítico. Ela é originária do leste do Irã e veio ao mundo Egeu pelos mesmos caminhos que trouxe a Deusa que os Anatolianos adoravam como Cibele e os Mesopotâmicos como Ishtar.
O mito de Persefone, a Deusa do Submundo, a romã aparece proficuamente. Em uma versão da mitologia grega, Persefone foi raptada por Hades e levada a viver no Submundo como sua esposa. Sua mãe, Demeter, lamentou por sua filha perdida e então toda plantação cessou de crescer. Zeus, o rei dos Deuses, não poderia deixar que a terra perecesse, então ele mandou que Hades devolvesse Persefone. Era uma lei das Moiras que todo aquele que consumisse comida ou bebida no Submundo estava condenado a viver eternamente ali. Persefone não havia comido, mas Hades a enganou fazendo-a comer seis sementes de romã enquanto ela esteve prisioneira e então, por causa disto, ela estava condenada a passar seis meses no Submundo todo ano. Durante estes seis meses, quando Persefone está sentada em seu trono no Submundo próxima a seu marido Hades, sua mãe Demeter lamenta e não traz a fertilidade à terra. Esta tornou-se uma explicação da Grécia Antiga para as estações.
A romã também evoca a presença da Deusa Tripla do Egeu que se desenvolveu na olímpica Hera, que às vezes representada ofereçendo a roma, como na imagem votiva de Policleto no Argive Heraion [templo de Hera]. De acordo com Carl A. P. Ruck e Danny Staples, a camara da romã é também um substituto da cápsula da papoula narcótica, que é comparável interiormente em forma e divisão. Em um selo de Micenas ilustrado no [livro] Mitologia Ocidental de Joseph Campbell, a Deusa do machado duplo (o labrys) oferece três papoulas em sua mão direita e sustenta seu seio com sua mão esquerda. Ela encarna ambos os aspectos de uma Deusa dual, doadora da vida e portadora da morte. O titã Orion era representado "casando" com Side, um nome que na Beócia significa "romã", consagrado o caçador primordial à Deusa. Outros dialetos chamam a romã de rhoa; uma conexão possível para o nome da Deusa da Terra Reia, sugerindo que a consonância pode derivar de uma origem pré-indoeuropéia.
No século 6 AC, Policleto esculpiu a Argive Hera sentada em seu templo. Ela segura um cetro em uma mão e oferece uma romã, como uma "orbe real", na outra. "Sobre a romã eu não devo dizer coisa alguma", sussurrou Pausânias no século 2 AC, "pois sua história é um mistério". Em verdade, na história de Orion nós ouvimos que Hera lança Side (uma cidade antiga em Antália) dentro do escuro Erebus - "por ousar rivalizar com a beleza de Hera". Hera usa, não uma guirlanda, nem uma tiara ou um diadema, mas o cálice da romã que tornou-se sua coroa serrilhada. A romã tem um cálice com a forma de uma coroa.
Nos tempos modernos a romã ainda guarda forte significado simbólico para os Gregos. Em dias importantes no calendário Grego Ortodoxo, é tradição ter "poliesporia", também conhecida pelo seu antigo nome, "panspermia", em algumas regiões da Grécia. Nos tempos antigos eram oferecidas a Demeter e a outros Deuses por terras férteis, para os espírito dos mortos e em honra do compassivo Dioniso. Quando alguém compra uma casa nova, é convencional para os visitantes da casa trazer como primeiro presente uma romã, que é deixada debaixo ou próximo do ikonostasi (altar caseiro) da casa, como um símbolo de abundância, fetilidade e boa sorte. Romãs estão presentes também em casamentos e funerais gregos. Quando os Gregos comemoram a morte, eles fazem [o prato] kollyva como oferenda, que consiste em trigo cozido, misturado com açúcar e decorado com romãs. Tmabém é uma tradição na Grécia pisar em uma romã nos casamentos e no ano novo.
Judaismo
Romãs eram comidas na Antiga Israel. Romãs eram uma das frutas que foram trazidas a Moises pelos espias para mostrar que a Terra Prometida era fértil. O LIvro do Êxodo descreve que o robe vestido pelo alto sacerdote hebreu tinha romãs adornando a borda. De acordo com o Livro dos Reis, os capitéis das duas colunas que ficavam em frente ao Templo de Salomão em Jerusalem tinham romãs engravados neles.
É tradição comer romãs no Rosh Hashana porque a romã, com suas inúmeras sementes, simboliza fertilidade.
Alguns sábios judeus acreditam que a romã era a fruta proibida do Jardim do Eden. A romã é citada muitas vezes na bíblia, icluindo esta passagem do Cantares de Salomão, 4-3: "Os teus lábios são como um fio de escarlate, e o teu falar é agradável; a tua fronte é qual um pedaço de romã entre os teus cabelos". A romã simboliza também a experiência mística na tradição judaica da cabala, com a a referência típica sendo a entrada no "jardim das romãs" ou "pardes rimonim".
Cristianismo Primitivo
Na mais antiga aparição incontroversa de Cristo em um mosaico, um mosaico do século 4 DC, o busto de Cristo e [as letras] chi e rho estão cercadas por romãs. Romãs continuam a ser um motivo muito encontrado na decoração religiosa cristã. Romãs figuram em muitas pinturas religiosas como as de Sandro Botticelli e Leonardo da Vinci, a maioria nas mãos da Virgem Maria ou do infante Jesus. A fruta, quebrada ou aberta, é um símbolo do sofrimento e ressurreição de Jesus.
Islam
De acordo com o Alcorão, as romãs crescem nos Jardins do Paraíso. As romãs são citadas duas vezes como exemplos de boas coisas criadas por Deus [Allah].
Fonte: wikipedia
Nota da casa: A versão "brasileira" não traduz este trecho. Preconceito? Medo?

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Lucária

Dia 19 de Julho é data da celebração da Lucaria, ou festa realizada num bosque sagrado (no caso de Roma, a referida floresta ficava perto da cidade). O termo «Lucaria» deriva de «Lucus», ou bosque, e tem um teor religioso. Uma variante do nome «Lucaria» é «Lucéria».
Este elemento religioso da cultura romana parece ser um dos pontos em comum entre Celtas e Latinos, pois que os primeiros também tinham os bosques em alta consideração sacral.
Na Galiza, a cidade de Lugo, ou deriva a sua designação do teónimo céltico Lugus (o maior Deus do Ocidente Céltico, amplamente adorado na Gália e na Irlanda, e, provavelmente, igualmente venerado na Ibéria céltica) ou então deve o seu nome a uma derivação do Latim «Lucus». Ora, tendo havido na Galiza uma antiga povoação de nome Nemetóbriga, em que «Nem-» é raiz céltica para expressar «sagrado» e «briga» designa povoação em lugar alto e fortificado, é provável que tal sacralização do bosque esteja ligada ao nome de Lugo.
Entre os Romanos, esta festa tinha um significado mais propriamente histórico. Assim, depois da derrota dos Romanos perante a horda invasora gaulesa, em 363 a.u.c. («ab urbe condita», isto é, «desde a fundação da cidade» - datação romana pagã), ou 390 a.c.(antes da era cristã), os romanos sobreviventes esconderam-se nos bosques (lucus), razão pela qual este dia é consagrado à Lucaria. Então, os ditos sobreviventes reuniram-se, e, num ataque surpresa, exerceram vingança sobre os Gauleses, os quais entretanto estavam já a deixar para trás o Lácio.
Ora esta história pode ser mais simbólica do que propriamente histórica e não é impossível que tenha surgido para explicar uma arcaica adoração nos bosques, elemento que, como se disse acima, os mais antigos Latinos partilhavam com os seus irmãos Celtas.
A festividade da Lucária celebrava-se num pequeno bosque entre a Via Salária e o rio Tibre e nenhum Deus era referido pelo nome, usando-se, na purificação da floresta, a invocação Si Deus Si Dea, significando «Sejas Deus ou sejas Deusa», o que traduz uma concepção de Sagrado abstracto e imanente na floresta, algo de numinoso, Potência Nua, sem personalidade, pura Divindade.
A Lucaria constitui, em termos rituais, a limpeza do chão na mata para «deixar entrar a luz» e era celebrada no bosque de Leucaria, entre a via Salária e o rio Tibre.
O académico espanhol Garcia Quintela associa a Lucária ao cerimonial céltico irlandês de Taltiu, mãe de Lugh (versão irlandesa do nome Lugus), e ao festejo, na Galiza, de santos locais no final de Julho.
Autor: Caturo
Fonte: Gladius

Os rituais da Deusa

Trecho de um texto interessante, escrito por Star Foster, divulgado no Pantheon, Patheos:
Eu tenho encontrado grande consolação na Carga da Deusa. Como pagã eu não tenho "escrituras" mas a Carga é o que há de mais próximo de uma autoridade escrita externa. O tipo de "Divina Promessa" ou segurança espiritual.
"Que a adoração a Ela esteja no coração que regozija; pois vede, todos os atos de amor e prazer são Seus rituais."[sacred texts]
Nota deste pagão/tradutor. No mesmo site, há outra passagem da Carga da Deusa: "Que minha adoração esteja no coração daquele que regozija, pois vede: todos os atos de amor e prazer são meus rituais e então que haja beleza e força, poder e compaixão, honra e humildade, júbilo e reverência em vós."[sacred texts]
Todos os atos de amor. Todos atos de amor. Não há uma condicional. Sem preferências pelo amor heterossexual, amor platônico, afeto familiar. Sem limites quanto a profundidade ou extensão ou intensidade. Todos os atos de amor. O único pré-requisito é ação.
Agindo por amor, manifestando amor e comunicando amor são todos formas de honrar a Deusa da Wicca/Bruxaria. Quando eu abraço um amigo, este é um ritual em sua honra. Quando eu defendo o direito de outra pessoa de amar, este é um ritual em sua honra. Quando eu seguro a porta aberta para um idoso ou deficiente, este é um ritual em sua honra. O amor da beleza, da honra, da justiça, do chocolate e dos girassóis são todos rituais que honram a Deusa.
Eu acho que isto é a chave a se lembrar enquanto continuamos a lutar pelos direitos. Nós faezmos isto por amor e nosso amor é um ritual, uma oferenda e uma benção. Por que a Deusa assim diz. Embora outros possam tentar colocar a moral por cima, falharão porque lhes falta amor. Allah, Jesus, Yahweh, Buddha e todos os grandes sábios nos ensinaram a amar. Pagãos não são diferentes, exceto que nos recusamos a definir qual amor é aceitável. Amor que não causa dano é uma benção. É um ritual.
Como wiccana, este é o fundamento de minha religião. Onde vive o amor eu adoro. Eu conecto com tudo que é divino. É o amor que nutre minha vontade e aquece minha minha magia. Onde não há amor, há aridez e eu me recuso caminhar no seco, árido, locais mortos de ódio, crueldade e desonra. Eu sou humana, eu cometerei erros, mas não há cotas em nosso amor. Amar é agir, agir por amor é honrar meus Deuses e honrar meus Deuses é procurar por justiça, honra e liberdade. Encontrar o balanço e a harmonia na vida.
E outro texto, de Jarred Harris, no One's Pagan Heart, que o oráculo virtual [google] indicou, coloca algumas "condições":
Para realmente entender [a Carga da Deusa - NT], nós temos que olhar esta declaração em seu contexto. "Todos os atos de amor e prazer são meus rituais" não é a citação inteira. Esta é uma cláusula em uma sentença tirada da "Carga da Deusa", um pedaço da liturgia wiccana geralmente atribuída a Doreen Valiente.
Notem que a sentença que segue depois da frase bem conhecida começa "E então que haja..." Esta frase deixa claro que esta sentença é uma continuação da mesma linha de pensamento do que o início de um novo assunto. Essencialmente, indica que as virtudes listadas na nova sentença são diretamente relacionadas com a sentença anterior. Com efeito, a carga está listando características que são essenciais para "atos de amor e prazer."
Esta é a maior falha em umitos argumentos onde a clausula "todos os atos de amor e prazer" é usada para justificar comportamentos duvidosos. Aqueles que propõem este argumento estão tentando definir "atos de amor e prazer" por suas próprias definições superficiais, utilitaristas e egoístas. O problema é que o resto da carga não permite isto, porque claramente diz que para que seja um "ato de amor e prazer", um dado ato ou comportamento deve possuir e sustentar estas virtudes. Na verdade, qualquer ato que não demonstra estas virtudes não podem por definição ser um "ato de amor e prazer." Então olhemos para cada uma dessas virtudes e suas implicações.
A primeira virtude é beleza. Significa que cada ato - e seus resultados ou consequências - devem ser algo belo de se ver. Durante e após o ato, todas as pessoas envolvidas ou afetadas por ele devem ser capazes de olhar e ter satisfação e ver beleza nele.
A virtude seguinte é força. Todos os atos devem vir de e sustentar uma posição de força. A pessoa que faz um "ato de amor e prazer" como uma forma de acobertar sua fraqueza - ou pior, enfraquecer outros - afastou-se do amor e deturpou o prazer em algo que não deveria. Neste sentido, força é contrário à necessidade. Um verdadeiro ato de amor e prazer não é feito sem necessidade, mas de uma posição de mútuo desejo.
Poder, a virtude seguinte, está relacionada à força. Neste sentido, eu diria que "poder" aqui é a escolha. Um verdadeiro "ato de amor e prazer" envolve escolha e uma pessoa que executa tal ato por seu livre-arbítrio, ao invés de coerção ou compulsão. Neste sentido, atos envolvendo mais de uma pessoa são sobre igualdade e escolha mútua. Uma pessoa que manipula emocionalmente outra em tal ato não é melhor do que a pessoa que faz o mesmo por força física.
A virtude seguinte, compaixão, é sobre mitigar o próprio poder quando lida com outro. Isto é sobre tomar as necessidades, desejos, direitos e bem-estar de outros em conta. Atos onde alguém se preocupa apenas com sua própria força, escolha, apreciação da beleza e outra virtude ainda falha em ser verdadeiro a respeito de "amor e prazer."
A virtude seguinte, honra, é igualmente importante. Por experiência própria eu aprendi que se nós não mantivermos nossa integridade intacta, então nos tornamos nada. Por causa disto, está bem claro para mim que sem integridade em nossos relacionamentos, eles se tornarão nada. Uma pessoa que não mantém seu caráter não pode amar, então como ele pode cometer um ato de amor?
Humildade, como compaixão, é sobre outra pessoa. Onde há compaixão nos lembramos em pensar na outra pessoa, humildade vai um passo além e nos lembrar que é sobre o ato em si. Um verdadeiro ato de amor e prazer é sobre um laço entre duas almas. A menos que queiremos tomar nosso devido lugar ao invés de permitir aos nossos egos arrotarem, não há amor dividido em sentido algum.
É estranho pensar em júbilo como sendo importante aspecto do amor e prazer, não obstante é importante. Júbilo é sobre ser capaz de acender nosso coração e aproveitar o amor que dividimos. Talvez se nós como sociedade aprendessemos o valor do júbilo em todos os aspectos de nossos relacionamentos, não haveriam tantas histórias sobre "ansiedade de performance" e problemas estressantes similares.
A virtude final, reverência, novamente nos leva para fora de nós. É sobre respeitar o outro e o ato em si mesmo. É uma compreensão de que se nós iremos declarar isto verdadeiramente um "ato de amor e prazer", que é realmente sagrado. Reverência nos ensina que coisas sagradas devem ser tratadas como algo especial.
Agora que olhamos para as virtudes listadas - às quais devem absolutamente existir, senão um ato falhará em ser verdadeiramente sobre amor e prazer - é tempo de olhar para o começo da primeira sentença. Antes de declarar que todos os atos de amor e prazer serem os rituais da Deusa, a carga primeiro chama pelo louvor da Deusa  estar "no coração de quem regozija." Isto é igualmente significante. Imediatamente seguindo esta cláusula e como uma guia para as cláusulas bem conhecidas, vem a frase conectiva "pois vede." Isto nos diz que um coração que regozija é também significativo para que todos os atos de amor e prazer. Em verdade, para os corações que regozijam estão o resultado final e efeito direto de um real "ato de amor e prazer." Assim sendo, aquele que realmente deseja avaliar se seus "atos de amor e prazer" devem não apenas serem considerados quão bem refletem, possuem e suportam as virtudes discutidas, mas tabém deve considerar o estado resultante nos corações daqueles envolvidos.
Neste blog há diversos outros textos e tópicos sobre o assunto. E mesmo assim estamos longe de compreender e praticar absolutamente esta doutrina aparentemente tão simples.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Antiguidades místicas paraguaias

Você quer adicionar um pouco mais de sentido e profundidade na vida? Não está mais encontrando respostas apenas em latinhas de cerveja? Se você está em busca de novas crenças, ou tem apenas curiosidade de conhecê-las, porque não se aprofundar em uma antiga e mística?
Mas tome cuidado quando você está escolhendo, porque algumas dessas "antigas" práticas são tão autênticas quanto uma nota de três reais. Confira abaixo 7 formas de crenças "antigas" que tiveram uma invenção recente:
Ioga
Se você perguntar para qualquer expert em ioga a quanto tempo existe essa atividade, ele possivelmente dirá que ela é praticada há mais ou menos 5 mil anos. Em outras palavras, centenas de anos antes dos aliens construírem as pirâmides egípcias, pessoas já se alongavam e refletiam serenamente.
A realidade: a ioga como conhecemos hoje – um conjunto de posturas combinadas com técnicas de respiração – remontam aos anos 1960. "Mas como assim? Estão me enganando!", você grita rasgando seu colchonete de ioga em dois. Bem, é que 5 mil anos de idade foi a quando foi encontrada uma imagem no Vale do Indo de um homem sentado de pernas cruzadas. Mas convenhamos, embora essa seja uma das principais posições do ioga, é também uma maneira de se sentar em uma superfície plana.
A palavra ioga também é mencionada em alguns textos religiosos hindus de 2,5 mil anos de idade, mas é provável que tenha sido usada com outro significado, relacionado com cavalos.
Apenas no século 19 um príncipe indiano chamado Krishnaraja Wodeyar III produziu algo parecido com o que chamamos de ioga hoje: um manual chamado Sritattvanidhi, que listou 122 posições inspiradas principalmente na ginástica indiana. O que realmente influenciou o ioga moderno, entretanto, foi o Império Britânico que introduziu aos índios à nova mania de exercícios que varria a Europa no momento.
Depois, um cara chamado B.K.S. Iyengar veio com a ideia de combinar essas técnicas de exercício com alguns dos ensinamentos descritos nos textos antigos hindus, como o Yoga Sutras, na década de 1960. Desde então, os fãs de ioga têm crescido aos milhões, mas poucos percebem que estão praticando uma versão de aula de ginástica do início do século 20.
Tarô
Qualquer coisa relacionada com cartas de tarô provavelmente vai ser descrita como antiga e misteriosa. De acordo com os fãs das cartas, elas têm origem no Egito antigo, e através do tempo, por algum motivo, acabaram relacionadas com cabala e com mitos do Santo Graal.
A realidade: as cartas de tarô foram originalmente concebidas não para serem observadas por pessoas enquanto elas ouvem música de harpa e fazem adivinhações, mas para servirem para um jogo de cartas semelhante a qualquer outro dos dias atuais.
As pessoas só começaram a usar o tarô para descobrir sua fortuna há cerca de 250 anos. Isso representa bons 400 anos depois que as cartas foram importadas do Oriente Médio para as outras partes do mundo. Cartões normais de jogo têm uma história mais longa na Europa do que cartas de tarô, precedendo-as por no mínimo 50 anos.
Satanismo
Se formos ter a cultura popular como base, o satanismo teria existido desde nossos primeiros antepassados. Filmes como A Nona Porta, estrelado por Christopher Lee, retratam satanistas praticamente na Idade Média.
A realidade: o satanismo como conhecemos hoje, com pentagramas, cruzes invertidas e devoção por roupas pretas desbotadas, data do ano de 1966 e foi inventado por um músico chamado Anton LaVey. Isso torna o satanismo mais jovem do que os Rolling Stones. Claro, você pode encontrar descrições de atividades satanistas de vários séculos passados. Mas esse "satanismo" deve ser uma má interpretação de uma prática religiosa obscura e não o que conhecemos hoje.
Ouija
Há quem ache que o tabuleiro Ouija é um passatempo inofensivo ou um portal para o inferno feito de papelão. Sejam amantes ou inimigos de Ouija, todos concordam com uma coisa: as placas para evocar espírito têm uma história longa e misteriosa, tendo surgido na China antiga ou até mesmo com os romanos.
A realidade: o tabuleiro Ouija é tão místico como uma boneca da Optimus Prime: na verdade, as duas criações são de propriedade da mesma pessoa. O tabuleiro foi inventado por empresários em 1890, e ainda hoje a palavra "Ouija" é uma marca registrada da companhia Parker Brothers.
Os ritos Ouija são confundidos com a prática chinesa "Fuji", que envolve um método completamente diferente de adivinhação e usa uma vara para escolher os caracteres chineses escritos em areia. Outras culturas antigas podem ter usado métodos vagamente semelhantes para obter conhecimentos ocultos sobre o futuro, através de "espíritos". Mas dizer que estes ritos eram Ouija é como dizer que as corridas de carruagem romana eram uma antiga forma de Stock Car.
Ninjitsu
A coleção secreta de sabedorias e habilidades ninjas conhecida como "ninjutsu" tem em torno de mil anos, segundo alguns praticantes. Mas você pode aprendê-la ainda hoje! Mesmo que na América atual não exista um sistema de classes rígidas com senhores feudais para lutar contra.
A realidade: ninjas nunca usaram macacões pretos e máscaras, como Hollywood nos ensinou. Mas eles existiram, certo? Sim, provavelmente, mas não antes do século 20. A escola de Stephen Hayes, que popularizou ninjutsu no Ocidente na década de 1970, não foi nem sequer levada a sério pelas tradicionais escolas de artes marciais no Japão. Suas pretensões de legitimidade histórica são baseadas em um monte de antigos pergaminhos que seu líder se recusa a mostrar para qualquer pessoa.
Fryday 13th
De acordo com Dan Brown, a má reputação da sexta-feira 13 remonta a 13 de outubro de 1307. Dezenas de cavaleiros templários foram presos pelo rei corrupto da França, enquanto ansiavam pelo fim de semana. Os cavaleiros, cuja missão era proteger os peregrinos na Terra Santa, foram presos e torturados, e seu líder foi queimado na fogueira. Antes de morrer, ele lançou uma maldição sobre os presentes, e muitos morreram dentro de um ano. Os franceses ficaram tão impressionados com isso que obedientemente decidiram não só lembrar da maldição para sempre, mas também maldizer as sextas 13.
A realidade: há abundantes referências históricas para explicar o motivo da sexta-feira 13 e do próprio número ser considerado azarado. Mas, em um exemplo da vida imitando a arte, ninguém ligava em se casar ou não às sextas ou dias 13 até o início do século 20, depois de um romance best-seller com o nome de "Friday the Thirteenth" (Sexta-Feira 13) ter sido lançado.
Esse livro de 1907 conta a história de um empresário desonesto que conspirava para derrubar o mercado de ações. Sim, sem máscaras de hóqueis, apenas negócios. Mas, inexplicavelmente, a partir daí a data ficou marcada negativamente em nosso calendário.
Asatru
Vikings são tão impressionantes quanto os mitos da Escandinávia pré-cristã que os acompanham. Há desde martelos gigantes até cavalos de oito patas nas histórias épicas. Mas para muitas pessoas – aqueles que sentem uma profunda ligação com a cultura nórdica e querem se juntar a uma gangue ou apenas estão zangadas por seus pais fazerem elas se levantarem cedo para ir à igreja – o paganismo escandinavo continua vivo. Ele é conhecido como Odinismo ou Asatru por seus seguidores modernos.
A realidade: praticamente tudo que sabemos sobre o paganismo escandinavo vem do Eddas, dois livros compilados no século 13 por um cara hilariante, conhecido como Snorri Sturluson. Mas espere, o século 13 ainda é bastante antigo, certo? Sim, mas há um problema aqui: Snorri escreveu os livros centenas de anos após a Escandinávia ter sido cristianizada. Para muitos estudiosos o Ragnarok – o conhecido fim do mundo viking – é apenas uma releitura do Apocalipse.
Fonte: Hypescience
Nota da casa: Não pensem, caros diletos e eventuais leitores, que é fácil ser um pagão moderno e estudar as Religiões Antigas, o Paganismo e a Bruxaria Modernos e a Wica.

sábado, 16 de julho de 2011

Castor e Polux

Castor e Polux [Gladius]
Dia 15 de Julho é marcado por um festejo, realizado de cinco em cinco anos, em honra dos gémeos Castor e Pollux, o qual consistia numa grande parada de cavalaria.
Os Gémeos apareceram neste dia em 585 a.u.c. (ab urbe condita, isto é, antes da formação da cidade, de Roma, fundada em 753 a.e.c.) ou 168 a.e.c. (antes da era cristã), profetizando a vitória romana sobre a Macedónia.
Junto ao lago Régilo, durante a batalha entre as forças romanas, lideradas pelo ditador Aulo Postumio, e as tropas de Octavio Mamilio, líder da cidade de Túsculo, os Gémeos Castor e Pollux foram vistos lutando, a cavalo, ao lado da Cidade da Loba (Roma).
E, neste dia, 15 de Julho, sucedeu que os Tindáridas (filhos de Tíndáreo, espartano, e de Leda) apareceram a Publio Vatinio (possivelmente, um prefeito da cidade de Reata), durante a noite, quando este se deslocava de Reata para Roma: dois jovens, montados em cavalos brancos, disseram a Publio que, nesse dia, as hostes romanas lideradas por Lucio Emílio Paulo tinham capturado Perses, rei da Macedónia. Publio Vatinio foi encarcerado por ter dito isto ao Senado, acusado de ter falado de assuntos estatais importantíssimos de um modo demasiado ligeiro; doze dias depois, chegava a missiva (tabellae ou litterae laureatae, que dava conhecimento de uma vitória militar), entregue a Gaio Licinio, que noticiava a dita vitória, motivo pelo qual Publio Vatinio foi solto e compensado, ou com isenção do serviço militar, ou com uma isenção de carácter tributário. Este evento levou os Romanos a construirem um templo dedicado a Castor ao pé do poço onde davam de beber aos cavalos. Castor representava com efeito os cavaleiros, enquanto Pollux simbolizava os pugilistas, os lutadores propriamente ditos.
A parada começava no Templo de Marte, fora da cidade, e terminava no Forum. Era a chamada Tranvectio Equitum: uma procissão de Equites ou Cavaleiros, com togas vermelhas, montados em cavalos brancos, que iam da Porta Capena até ao Capitolium, parando ao longo do caminho para sacrificar no templo de Castor e Pollux.
Os Gémeos Castor e Pollux, de origem helénica, constituem a versão meridional da figura dos Gémeos que faz parte de várias tradições indo-europeias, tais como a védica (ariana da Índia) e a germânica.
Autor: Caturo
Fonte: Gladius

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A bruxa como fato

Não queremos reviver a bruxaria, uma vez que ela nunca morreu pra nós, mas sim continuou seu legado através de nossa linhagem sanguínea e espiritual.
Não temos porque erguer a bandeira do paganismo, uma vez que vivemos na era cristã e não defendemos uma era, mas sim fazemos um egresso, seja na era que for.
A bruxaria não é pagã ou cristã, ela simplesmente é!
Ela não se veste de bandeiras nem religiões, quem a veste dessa forma são as pessoas que querem ser bruxas sem o ser de fato.
Reavivar um caminho espiritual mágico fundamentando-o numa defesa onde os argumentos são mais parecidos como se fossem um povo que nunca morreu, é balela, pois a bruxaria passou por modificações, transformações em sua longa vida, e todo mundo morre um dia, deixando descendentes que transmitiram a semente às novas gerações, assim como tudo na natureza é mutável, assim como são em todos os anos, as estações, e as estações reencarnam como nós também reencarnamos e nos dirigimos aos nossos iguais. As estações não são pagãs nem cristãs, nem mulçumanas, nem judaicas, elas são fluxos da natureza, assim como nós, e estamos todos interligados, e tradicionalmente não precisamos ditar regras de controle, apenas podemos deixar a Arte Bruxa fluir como nossos antepassados fizeram. Controle é o seguinte: "tudo que prende, não pode libertar". Quem vive na barra da saia de uma instituição é porque não cresceu o suficiente para andar sozinho e fazer suas escolhas próprias.
A Arte Bruxa vive em nós e em tudo, não precisamos gesticular igual, vestir roupa igual e pensar igualmente, cada ser humano é um ser ímpar, com pensamentos próprios, gestos próprios e gostos próprios, e isso deve ser preservado em sua individualidade. Nós não somos um povo que viveu numa única ilha do mundo, nós estamos em todos os lugares, e em nós, flui a tradição. Se você tem poder em sua voz bruxa, certamente conseguirá conjurar um espírito, um santo, um deus, uma deusa, um diabo, um encanto, etc, mas se não tiver, ficará anos e anos chamando e nunca terá uma resposta.
É comum para a verdadeira bruxa, utilizar elementos de todas as religiões, espiritualidades, folclores do mundo inteiro que se alinham consigo, e filosofias que bem entender, pois a bruxa lida com tudo que bem entender, ela não é um movimento pagão, nem mesmo é pagã de fato, pois quem já foi verdadeiramente uma bruxa pagã já está morta há muito tempo e se encontra no rol de nossos ancestrais, e de certo que ela teve um filho ou filha como herdeiros, e até mesmo seus agregados que transcenderam a carne.
O legado deixado por ela, é a semente que se encontra hoje em nós, que vivemos na era cristã numa boa e sem conflito com isso, afinal, somos hereges e abarcamos o todo, não nos limitamos à uma única religião, culto, filosofia, entidade, deidade, demônio, instituição, cultura, povo, etc, enfim, não nos limitamos, somos indomados.
A visão de mundo dos antigos ocultistas (aqui entre nós, eles foram os fodões de sua época enquanto bruxos e magos), que ensinavam aquilo que é perene, é TRADICIONAL para nós, por isso, UNO. Por isso somos bruxos tradicionais.
Podemos chegar para um Asatrú, um Wiccano, um Neo-Druída, um Thelemita, e dizer: sou bruxo tradicional, ou seja, sou bruxo a moda antiga, a filosofia que mais me agrada é a perene, sou herege, não fui feito de religião pois nunca precisei me religar a fonte da qual eu nunca estive desconectado, não fui feito pelas mãos de Gardner, nem por Tribann, nem por Crowley ou La Vey, o que carrego comigo, vem de família, e se cheguei de algum modo passar por essas artes modernas, eu já era bruxo quando cheguei nelas pra conhecê-las.
Então:
Se você recebeu uma cultura de um país, então você recebeu somente uma cultura de um país, isso não faz de você uma bruxa.
Se você nasceu bruxa e reencontrou sua família, bom pra você, é o que queremos pra nossa gente, mas ninguém lhe obriga a se filiar em alguma instituição filantrópica de magia, da qual o pseudo-imperador vive de marketing no orkut, no youtube, no facebook, etc, sempre de alguma forma se auto promovendo e ditando a moda dele usando o nome da bruxaria tradicional, só para lhe dar o diploma de bruxa, afinal, ou você nasceu bruxa ou não nasceu, e se nasceu, é bem comum e esperado que você se junte com seus iguais, isso marca seu carater ou a falta dele.
Nossa marca é visível aos olhos de nossos iguais. Quem não enxerga ela, não pode provar que ela não existe, e podemos facilmente desmascarar alguém que se passe por um de nós, principalmente por aquilo que ele escreve e pensa.
Nascer bruxa é reconhecer-se bruxa desde cedo e deixar seu dom fluir como as águas, independente do berço, da bandeira religiosa, e do sexo.
Uma vez aberta as comportas de uma represa, não tem como voltar a água para traz!
Assim é o dom da bruxa.
Cada um de nós carregamos a tradição perene (eterna, que não morre), a filosofia perene (eterna, que não morre), e cada tradição bruxa existente, é perene (eterna, que não morre), por isso não precisa ser reinventada, mas sim, egressamos nela quando reencarnamos e nos juntamos com nossa família bruxa, não precisamos e não queremos aprender a ser bruxos da forma que foram nossos antepassados, nós somos bruxos atuais, que vivemos nessa época da vida, e somos assim, carregamos a tradição e sabemos o que sabemos, os costumes são mantidos, cada um com seu perfil, e cada geração bruxa que nasce, vem mais forte, portanto, somos mais fortes que nossos antepassados, somos eles reencarnados, nós evoluímos com progresso, e não temos conflitos em sermos bruxos numa era cristã, vide o tradicional sincretismo de imagens cuja sobrevivência superou e transgrediu séculos de 'ditadura' religiosa, e hoje você não encontra um bruxo se quer, que não tenha virado santo antonio de cabeça pra baixo, dentro d'água na pia da cozinha, ameaçando-o deixá-lo ali até que ele faça o que se pediu. Da mesma forma, as Stregas sempre colocaram Diana no forno ameaçando assá-la se ela não realizar um pedido.
Não somos controlados, a não ser por nós mesmos, com ou sem nossa transformação interna.
Diga NÃO as filiações institucionais e controladoras, e DIGA SIM à sua liberdade Bruxa!
Caso contrário, daqui um tempo, nós os bruxos livres, vamos ter de pedir 'bênçãos' para essa tal instituição legalizada para que possamos nos manifestar no mundo como somos, ou seja, como bruxos que somos. E isso não é certo.
Nós não temos controle e não podemos ser controlados, e é por isso que somos temidos por gente com complexo da baratinha de Lispector, e isso não nos intimida, nem nos faz melhor nem pior. Somos o que somos, e existimos desde sempre.
Chega de preconceitos e de gente querendo controlar a gente através de instituições!
Bruxos livres, defendam seu direito de livre manifesto no mundo, e enfeiticem o controle alheio com paz generosa, para que eles também aprendam conosco, como é ser livre de fato.
Autor: Sett Ben Qayin
Fonte: Semelharte [blog invadido/link morto]
Nota da casa: A Bruxaria nunca precisou de permissão ou legalização.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Celtas e Iberos

Trabalho citado pelo Caturo, no Gladius.

Os povos célticos ocuparam uma larga faixa do interior da península Ibérica, entre o vale do Ebro e Portugal. A sociedade céltica era formada por um grande número de povos com identidade própria e uma forma de vida baseada na exploração agrícola e pecuarista.
Entre eles se destacam os Vetões, os Váceos, os Arévacos e os Pelendões, entre outros. Os Íberos viveram em um amplo território aberto para a costa mediterrânea.
A sociedade ibérica estava constituída por um grande número de povos diferenciados, como os Turdetanos, os Contestanos ou Ilergetes, que tiveram em comum uma série de traços culturais, pois haviam se originado pelo contato que tiveram com outros povos mediterrâneos.
Assim, falavam a mesma língua e tiveram uma forma de viver e crenças parecidas. Os traços culturais dos povos célticos se originaram pela influência exercida sobre as populações indígenas por povos centro-europeus que, ao final da Idade do Bronze e ao entrar nos Pirineus, avançaram até Meseta buscando novas terras. Isto fez com que as populações autóctones adotassem as línguas indo-européias, assim como a incineração dos defuntos e outros costumes.
Também pela influência dos Íberos e Púnicos adotaram técnicas como o torno de olaria; e pela dupla influência européia e mediterrânea conheceram novos materiais, como o ferro. Este, mais resistente que o bronze, foi empregado para fabricar armas, utensílios e materiais, como o rastelo do arado de Izana. Também usaram a moeda para a paga de salários e impostos.
Os povos ibéricos, abertos para o Mediterrâneo, adotaram produtos estrangeiros e assimilaram ideias, costumes e técnicas do exterior, que permitiram trabalhar materiais novos [como o ferro], melhorar a produção [como o torno de olaria], ou facilitar as transações comerciais [como a moeda]. Com ferro fabricaram ferramentas, utensílios e armas, algumas das quais decoradas com diversas técnicas, como a falcata [espécie de espada - NT] de Almedinilla.
Os povos célticos costumavam habitar em povoados fortificados, que controlavam as vias de passagem e os campos de cultivo ou pastoreio. A demarcação do território controlado era feito mediante a colocação de berrões, como o de Segovia, em lugares visíveis e estratégicos. Estas medidas de controle se baseavam na existência de uma elite dedicada a estas atividades.
A sociedade ibérica estava fortemente hierarquizada. Detinha o poder a aristocracia militar, que controlava a ideologia que a legitimava, a produção de bens e o comércio. As atividades destes aristocratas foram a guerra e a caça. A mortes destes chefes militares refletiu seu poder pela construção de grandes monumentos funerários, como o de Pozo Moro.
Os povos célticos incineravam aos defuntos, colocavam suas cinzas em urnas e as enterravam com as oferendas funerárias e patrimônio pessoal. Este rito funerário demonstra que acreditavam na passagem do espírito do morto ao além. As representações de aves se relacionam com esta viagem do espírito, tal e como se mostra no vaso de Uxama.
Os povos ibéricos renderam culto a diferentes Deuses e pediram por sua proteção oferecendo ex-votos em lugares sagrados. De todas as divindades se destacam uma Deusa-mãe à qual regressam os adoradores depois de morrerem. Ocasionalmente a apresentam sentada em um trono, como a chamada Dama de Baza.

Os Berrões são estátuas proto-históricas de pedra, esculpidas em pleno relevo com figuras zoomórficas. A temática que estas esculturas apresentam é sempre de animais terrestres, como porcos domésticos, javalis, touros, bodes, cães e raramente ursos, em tamanho natural. O material em que são esculpidas é geralmente de granito, embora também se possa encontrar estátuas esculpidas em outros materiais como mármore e talco. Estima-se que a época em que estas estátuas foram esculpidas foi entre a metade do século IV a.C. e o século I a.C.. Das cerca de 400 esculturas conhecidas, as figuras mais frequentes são as de porcos machos. O vocábulo berrão foi inspirado no termo usado para designar os porcos não castrados.

As dimensões dos berrões podem atingir mais de dois metros, no entanto existem vários outros que chegam a ter apenas 30 centímetros. A zona da cultura dos Berrões é no nordeste de Portugal, principalmente a província de Trás-os-Montes e Beira interior e estende-se até à Espanha às províncias de Cáceres, Zamora, Ávila e Salamanca.
A conhecida Porca de Murça, Berrão, Portugal.A cultura dos Berrões, em Portugal, está associada aos castros transmontanos, onde foi feito um grande número de achados, à tribo dos Draganos, um povo pré-céltico que vivia nesta região, e à tribo dos Vetões.
Acredita-se que as estátuas dos berrões eram utilizados para fins de caracter religioso. As esculturas representariam animais sagrados, ou mesmo divindades protectoras do gado, a quem se prestava culto; um outro possível uso seria o de monumento funerário, como se leva a crer pelas inscrições que algumas destas esculturas exibem. Temos por exemplo a tradução que foi feita da inscrição, em língua ibérica, do berrão de Las Cojotas que suporta esta teoria: "Deus Porco bravo protector da cidade de Adorja" [wikipédia]

Nota da casa: Como eu afirmei antes, no Editorial, Celtas e Íberos são povos distintos. Qualquer um que venha falar em manter uma pura "tradição cultural celtìbera" é um farsante, um vigarista, um mentiroso.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

A "rede" wiccana

Muitos neo-wicanos afirmam que a Wiccan Rede é o único "dogma" wicano, mas ao afirmarem isso, estão passando um atestado de que desconhecem completamente suas origens. A Wiccan Rede não é, e nem nunca foi um texto tradicional da Arte. Além disso, Wica possui dogmas, mas a Rede não está incluída neles.
Não existe nenhuma evidência direta sobre a veracidade das alegações de Lady Gwen Thompson, de que sua avó foi a criadora do poema (outra vez uma historia da avós). Infelizmente, ela, sua avó e todas as pessoas que poderiam nos dar a informação em primeira mão estão mortas agora e qualquer documento que eles pudessem ter nunca se tornou público.
Como sabemos, a curta frase de oito palavras foi ouvida pela primeira vez em uma palestra ou discurso feito por Doreen Valiente em 1964. Mais uma razão para não se chamar isso de "Wiccan" Rede. Doreen Valiente não se considerava mais uma wicana, e afirmou isso publicamente em várias ocasiões, desde 1957, quando promoveu aquela confusão no Coven de Bricket Wood. Então, como é que alguém que renegou Gardner e juntou-se com um dos seus maiores detratores (Cochrane), poderia ter chamado isso de "Wiccan" Rede ? Valiente não tinha nenhum direito nem de falar em nome da Wica, que ela renegou, quanto mais escrever uma "Wiccan" Rede.
Depois disso, dez anos depois em 1974, o texto completo do poema intitulado "The Wiccan Rede" apareceu na revista Earth Religion News, publicada por Ed Buczynski e Herman Slater. A isso seguiu-se uma outra versão ligeiramente diferente em 1975, chamada de "Rede of the Wiccae", escrita em um artigo pela própria Gwen e que apareceu na revista Green Egg, publicada por Oberon Zell. Nele, ela a atribuiu à sua avó Adriana Porter, afirmando que o primeiro texto publicado foi distorcido da sua forma original.
Este é um assunto que deveria ser revisto com muito cuidado e existe um trabalho escrito pelo Prof. Robert Mathiesen, especialista em filologia medieval e professor da Brown University, em parceria com Theitic, um Elder da New England Covens of Traditionalist Witches (N.E.C.T.W.) , uma tradição que Lady Gwen Thompson fundou em 1972. O trabalho foi publicado como um livro sob o título: The Rede of the Wiccae: Adriana Porter, Gwen Thompson and the Birth of a Tradition of Witchcraft (Olympian Press, 2005).
Para falar a verdade, eu só descobri a existência da tal "Wiccan" Rede em 1982. Em meu Coven de origem nós nunca tinhamos ouvido falar nisso, e isso também não constava dos nossos BoS. Desse modo, se o texto foi inventado por Doreen Valiente, com que autoridade ela criaria um texto "wicano", se ela nem mesmo se considerava mais uma wicana ?
Creio que vale a pena comprar o livro e se inteirar das alegações de Gwen Thompson. Mas que esse texto não é tradicional e nem tem coisa alguma a ver com Wica, não tem mesmo.
Fonte: Ishiaro [link morto]