segunda-feira, 29 de junho de 2020

Obama no Brasil

Texto meu publicado e divulgado em Presidente Obama no Brasil:

"Mr Obama, at your election I said that I was a witness of a historical moment. When, in Brazil, we elected the first woman as president, I said that, regarding the proportions, Dilma's election was also a historical moment.
Keep on the changes. Good trip and welcome to Brazil."

Aproveito para divulgar a notícia que o Presidente Barak Obama inaugurou o Serviço Comunitário Interreligioso.

"Since his inauguration, President Obama has emphasized interfaith cooperation and community service – “interfaith service” for short – as an important way to build understanding between different communities and contribute to the common good.
Interfaith service involves people from different religious and non-religious backgrounds tackling community challenges together – for example, Protestants, Catholics, Muslims and Jews building a Habitat for Humanity house together across religious lines. Interfaith service impacts specific community challenges, from homelessness to mentoring to the environment, while building social capital and civility.
American colleges, community colleges, and universities have often been at the forefront of solving our nation’s greatest challenges. The White House is encouraging institutions of higher education to make the vision for interfaith cooperation a reality on campuses across the country.
The White House is launching the President’s Interfaith and Community Service Campus Challenge, an initiative inviting institutions of higher education to commit to a year of interfaith cooperation and community service programming on campus. This programming might take the form of campus Christian, Jewish, Muslim and secular student organizations implementing a specific year-long community service project. It might also involve students from a campus partnering with local religious groups to tackle a specific community challenge together."[White House]
Texto resgatado com Wayback Machine.

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Crônicas universitárias

Cerca de cinqüenta jovens invadiram a capela do campus Somosaguas para protestar contra a Igreja Católica. Segundo o arcebispo responsável pela igreja, o grupo era composto em sua maioria por mulheres. “Elas cercaram o altar e leram frases que segundo elas, eram de autores cristãos falando sobre mulheres. Além disso os manifestantes leram reivindicações e ações judiciais contra a igreja e seus ensinamentos, colocaram cartazes na porta e nos bancos".
O arcebispo contou também que as moças ficaram despidas da cintura pra cima e fizeram rimas contra a igreja e a fé cristã. Uma estudante de economia nesse momento rezava no local, conta que duas das meninas gritavam que eram homossexuais.
Um relatório publicado posteriormente elevou o número de manifestantes para 70. E concluiu que o “mau gosto e a depravação tinham sido instalados na Universidade Complutense”.
A igreja diz que tais atos são absolutamente condenáveis pois atacaram a liberdade de culto e profanaram um lugar sagrado. Se os que cometeram tais atos são batizados, levarão as sanções canônicas.
O reitor da Universidade emitiu um comunicado lamentando o ocorrido.[Portal da Universidade]

Era para ter sido uma manifestação estudantil, nada mais, nada menos. Mas quando isso envolve um território da Igreja Católica, podemos ter certeza que as reações e retaliações virão.
Tudo começou quando as Associações Estudantis "Contrapoder" e "RQTR" convocou os estudantes a participarem das "Jornadas Feministas de Teoria e Prática Crítica", que ocorreram entre 7 e 11 de março na Faculdade de Políticas e Sociologia da Complutense.
No programa estava previsto para o dia 10 a pauta "Atos Corporais Subversivos", incluindo uma performance às 13 h de "crossdressing" para "desconstruir a regulação dos corpos".
Então um grupo de 50 jovens invadiu a capela da Universidade de Complutense.
Protagonizaram uma ação direta, um ato reivindicativo contra o sistema patriarcal e o poder da Igreja, de acordo com uma das participantes.
Fizeram uma procissão com uma imagem do Papa com uma cruz gamada no peito.
"Encarnamos como virgens e ascendemos como putas", disse uma das participantes.
O grupo, formado principalmente por mulheres, entrou na pequena sala dizendo palavras de ordem: "Contra o Vaticano, poder clitoriano" ou "Menos rosários e mais 'bolas chinesas' [bolas chinesas, ou ben-wa é um brinquedo erótico-NB]". Duas se despiram da cintura para cima e se beijaram no altar. Outras mostraram a barriga, onde escreveram palavras como "sobrevivente", "padeira" ou "bisexual".[El Pais]

A reação, dos poderes seculares e eclesiásticos, foram imediatas e pesadas. "Profanação", clamam os padres; "vandalismo", clamam os burgueses. Não é de agora que a nudez é vista com escândalo, escárnio e medo, especialmente por causa e devido à doutrina cristã.
Tudo que os estudantes queriam é protestar contra a Igreja Católica, a instituição que mais propaga e divulga o machismo, o patriarcado, a misoginia e o sexismo. Para que o público tenha realmente a liberdade de escolha, de opção, é necessário ouvir outras opiniões e pensamentos, o que evidentemente a elite dominante não pode permitir.
O mundo tem que ouvir estes estudantes, o ser humano tem que saber que ele é o único dono de sua vida sexual-afetiva, ele tem o poder sobre o seu corpo, seu erotismo e sua reprodução.
No que consta a este pagão, a única blasfêmia foi a desferida contra os corpos destas sacerdotisas, que se macularam por se exporem em um ambiente tão impuro, a única profanação foi contra a liberdade de expressão e opinião, o único vandalismo foi contra a verdade dita pelos estudantes.
APOSTASIA JÁ!
Texto resgatado com Wayback Machine.
Originais perdidos.

domingo, 21 de junho de 2020

Repensando os modelos de relacionamento

Direto da Nana Odara, via Blas Fêmeas:

Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o inicio deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.
O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.
A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século.
O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.
Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino.
A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei. Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma idéia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal.
A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo.
Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.
Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras. O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem.
O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou. Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo.
O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral.
A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado.
Visa a aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades.
E ela só é possível para aqueles que conseguem trabalhar sua individualidade. Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva.
A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa.
As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.
Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado.
Cada cérebro é único.
Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém.
Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.
Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal. Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro. Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.
O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável.
Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado.
Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo.
Autor: Flávio Gikovate
Nota da casa: Eu estou assistindo o seriado "The Good Wife", um seriado cuja tensão entre o personagem Alicia e Will mostra exatamente como e porque nos tornamos desfuncionais no tocante à nossa vida erótico-afetiva. Eu defendo que todos são livres para se relacionarem e amarem com quem quiser, com quantos quiser, da forma que quiser.
Texto resgatado com Wayback Machine.

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Os brimos saem do armário

Por volta da meia-noite, no segundo andar de um pequeno clube de Manhattan, a pista de dança ressoava com as batidas e os gritos do dabke, uma dança folclórica árabe vista em casamentos e outras celebrações.
Quando as luzes estroboscópicas piscaram, era possível ver um mar de mãos levantadas. Um homem na multidão tirou seu kaffiyeh, o tradicional turbante usado por alguns homens árabes e curdos, e o balançou no ar.
"Eu posso entender muitas das conversas", gritou um estudante do Instituto de Tecnologia da Moda, virando os pulsos e sacudindo os quadris ao ritmo da dança do ventre, "mas você não iria querer que eu traduzisse; é linguagem suja; é árabe pesado”.
Essa foi uma noite de sábado na Habibi, uma festa flutuante mensal para árabes lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros em Nova York.
Em uma cidade que parece oferecer atividades para todas as subculturas gays possíveis _ um guia com 700 itens lista grupos de apoio para gays vegetarianos, pilotos e entusiastas da vela, junto com 62 grupos religiosos _ Habibi talvez seja a única oportunidade em Nova York para que os gays do Oriente Médio possam interagir abertamente em um ambiente organizado.
"Em Nova York, não há nenhum lugar onde eu possa ir para chorar, por exemplo", conta Amir, 27, um enfermeiro da Arábia Saudita que vive no Brooklyn e frequenta a festa há seis anos. "Habibi é uma comunidade acolhedora", diz ele.
Em sua trajetória nômade de nove anos, a Habibi, que para apenas durante o mês sagrado do Ramadã, tem percorrido clubes gays e heterossexuais, além de bares de narguilé em toda Manhattan _ Flamingo, Boom, China Club, Club Duvet, Moomia _ e sobreviveu por mais tempo que muitos deles.
Ultimamente, a Habibi está no Club Rush, em Chelsea. Seu vizinho de baixo é um dos poucos lugares "twink" da cidade (a palavra descreve homens com aparência de menino).
Durante a noite, jovens de cabelos sedosos correm para cima para assistir a multidão de homens árabes dançando ao som pop do Oriente Médio. O DJ é o inventor da festa, um muçulmano praticante chamado Abraão.
Habibi, que em árabe quer dizer "meu amado", é uma espécie de ramificação de um grupo mais sério, chamado Sociedade Árabe de Gays e Lésbicas. Abraão, 40, um ex-contador de cabeça raspada e olhar firme é um dos fundadores. Durante os anos 90, o grupo se reunia no Centro GLBT do West Village.
"O grupo cresceu, o que nem sempre é uma coisa boa, porque há todas as nacionalidades do Oriente Médio", diz Abraão, que é descendente de sírios e palestinos, cresceu no Kuwait e agora vive em Astoria, no Queens. Assim como os outros entrevistados para este artigo, ele aceitou falar sob a condição de que seu sobrenome não seja revelado.
"Os egípcios querem sair com os egípcios, os marroquinos querem sair com os marroquinos, e assim por diante. Esse é sempre o problema dos árabes", relata ele.
Segundo Abraão, os chás com biscoitos se tornaram chatos. A primeira festa Habibi, que aconteceu em 2002, foi realizada em um restaurante italiano no sul de Manhattan para arrecadar fundos para a sociedade. "Eu pensei em fazer algo divertido, onde pudéssemos dançar e nos divertir", diz ele.
Embora a Sociedade Árabe de Gays e Lésbicas tenha partido para a balcanização, Abraão diz que "a Habibi mistura todas as raças; ela procura derrubar quantas barreiras forem possíveis e todos dançam juntos".
A sociedade, por outro lado, começou a diminuir. No final, eram poucos os que apareciam para as reuniões.
"Eu acho que foi a internet a responsável, por volta de 2004", justifica Nadeem, um cristão iraquiano que presidiu a sociedade de 2000 a 2004, quando acabaram os encontros _ mas o site permanece ativo. "Não havia mais necessidade de ir às reuniões, pois os membros passaram a se comunicar online. A Habibi faz sucesso por duas razões: porque é um negócio e Abraão realmente a trata como tal e porque a ideia de uma festa atrai mais as pessoas", diz ele.

Religião x sexualidade

Gays muçulmanos, pelo menos tanto como adeptos de outras religiões, enfrentam dificuldades para conciliar religião e sexualidade. Na maior e uma das mais progressistas mesquitas da cidade, o Centro Cultural Islâmico de Nova York, o imã Mohammad Ali Shamsi adotou a política do "não pergunte que eu não respondo".
"A homossexualidade, o adultério e a fornicação são pecados muito graves, mas você não precisa falar sobre isso", diz Ali. "Fica entre você e o Criador."
Ele disse que gays e lésbicas são bem vindos em sua mesquita, até mesmo para trazer os seus parceiros. "Mas nós não precisamos saber sobre sua vida sexual", afirma ele.
A Habibi já atraiu cerca de 300 convidados, reunindo árabes de todas as classes sociais - ao mesmo tempo uma bênção e uma fonte de sua própria marca de discriminação.
"Em Dubai, todo mundo é bissexual, mas aqui a cena é bem diferente de lá", disse em uma festa um jovem de 22 anos, que estuda contabilidade na Universidade de Columbia. Para ele, a Habibi é "um lixo comparado ao que a maioria dos árabes, ao menos em Dubai, estão acostumados. Aqui há até camelôs”.
Apontando na direção de um homem que estava próximo, o estudante falou: "é possível identificar aqueles que vendem espetinho na rua".
Na cabine do DJ, Abraão continuou tocando os hits _ principalmente do Egito e do Líbano, mas também um pouco de pop do sul da Ásia e da Índia. "Qualquer coisa com uma batida de dança do ventre. O que me deixa feliz é ver as pessoas na pista de dança".
Havia uma enorme quantidade de homens não-árabes. "Hummus queens", um funcionário de supermercado de 24 anos do Queens, cujo nome verdadeiro é Hilal, brincou: "É disso que podemos chamar de caras brancos que vão para as Arábias".
Alguns dos convidados procuram algo mais do que divertimento. "Há muito peso do 11 de setembro que as pessoas querem aliviar", diz Hilal. "Mas a única opção que eles têm é sair para um clube e dançar?"
Ainda assim, Hilal, vestindo uma camiseta com a frase "Hummus é Yummus”, algo como “Hummus é Gostoso” e apresentando um corte de cabelo moicano, resolveu partir para a pista de dança.
Por volta de 1h da manhã, três dançarinas do ventre subiram ao palco, vestindo burcas pink bordadas com lantejoulas. A multidão se aproximou e aplaudiu quando as mulheres começaram a se despir de suas burcas, peça a peça, ao som de músicas românticas.
Fonte: G1 (original perdido).
Nota da casa: Quanto mais eu observo nossa espécie, mais fico encantado com a diversidade e a capacidade de adaptação.
Texto resgatado com Wayback Machine.

sábado, 13 de junho de 2020

A favor da blasfêmia

Cidade do Vaticano, 10 jan (2011) (EFE).- Bento XVI pediu às autoridades do Paquistão nesta segunda-feira para que acabem com a lei contra a blasfêmia, ao considerá-la um pretexto para injustiças e violência contra as minorias religiosas.
Em seu encontro anual com o corpo diplomático credenciado perante a Santa Sé, o papa denunciou os ataques contra a liberdade religiosa em diversas partes do mundo e disse que entre as normas que atingem o direito das pessoas a essa liberdade "merece uma menção especial a lei contra a blasfêmia no Paquistão".
"Encorajo de novo às autoridades desse país a realizar os esforços necessários para suprimi-la, tanto quanto é evidente que serve de pretexto para cometer injustiças e violências contra as minorias religiosas", afirmou o papa.
O Pontífice acrescentou que o "trágico assassinato" do governador do Punjab "evidencia a urgência de proceder nesse sentido".
O papa assinalou que a "veneração a Deus promove a fraternidade e o amor, e não o ódio e a divisão".
Em 4 de janeiro o governador da província paquistanesa oriental de Punjab, Salmaan Taseer, foi assassinado em Islamabad. O político era criticado pelos clérigos fundamentalistas por sua oposição à lei anti-blasfêmia e seu apoio à camponesa cristã condenada a morte sob esta norma, Asia Bibi.
Bibi, mãe de cinco filhos, foi denunciada por um fundamentalista islâmico em junho de 2009, acusada de ter ofendido Maomé durante uma discussão com várias mulheres muçulmanas que tinham rejeitado beber água que tinha tocado na cristã, ao considerá-la "impura".
Bibi foi detida, depois que um grupo de muçulmanos assaltasse sua casa e agredisse seus filhos.
Fonte: G1 (original perdido).
Nota da casa: Eu reitero meu comentário feito no Blas Fêmeas (extinto), onde eu afirmo que o pedido para que se revoguem leis contra a blasfêmia é apenas aos Muçulmanos. Nem o Chico Bento XVI, nem o Vaticano, nem a Igreja pretendem seguir o conselho que dão.
Texto resgatado com Wayback Machine.

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Hipocrisia e dissimulação

A mente de Deus esteve por trás de teorias científicas complexas como a do Big Bang, e os cristãos devem rejeitar a ideia de que o Universo tenha surgido por acaso, disse o papa Bento 16 nesta quinta-feira (06/02/2011).

"O Universo não é fruto do acaso, como alguns querem que acreditemos", disse Bento 16 no dia em que os cristãos celebram a Epifania --a Bíblia diz que os três reis magos, seguindo uma estrela, chegaram ao lugar onde Jesus nasceu.
"Contemplando (o Universo), somos convidados a enxergar algo profundo nele: a sabedoria do Criador, a criatividade inesgotável de Deus", disse o papa em sermão para 10 mil fiéis na Basílica de São Pedro.

Nas ocasiões anteriores em que o papa falou sobre a evolução, ele raramente voltou atrás no tempo para discutir conceitos específicos como o do Big Bang, que cientistas acreditam tenha levado à formação do Universo, cerca de 13,7 bilhões de anos atrás.

Pesquisadores da Cern (sigla francesa de Organização Européia de Pesquisa Nuclear, em Genebra) vêm esmagando prótons em velocidade quase igual à da luz para simular as condições que, acreditam, teriam dado origem ao Universo primordial, do qual terminaram por emergir as estrelas, os planetas e a vida na Terra --e possivelmente em outros lugares também.
Alguns ateus afirmam que a ciência pode provar que Deus não existe, mas o papa disse que algumas teorias científicas são "mentalmente limitadoras" porque "chegam apenas até certo ponto (...) e não conseguem explicar a realidade última (...)".

PERGUNTAS SEM RESPOSTAS

O papa declarou que as teorias científicas sobre a origem e o desenvolvimento do Universo e dos humanos, embora não entrem em conflito com a fé, deixam muitas perguntas sem resposta.

"Na beleza do mundo, em seu mistério, sua grandeza e sua racionalidade (...), só podemos nos deixar ser guiados em direção a Deus, criador do Céu e da Terra", disse ele.
Bento 16 e seu predecessor, João Paulo 2º, procuram despir a Igreja da imagem de ser contrária à ciência --rótulo que ela ganhou quando condenou Galileu por ensinar que a Terra gira em volta do Sol, contestando as palavras da Bíblia.

Galileu foi reabilitado, e hoje a Igreja também aceita a evolução como teoria científica e não vê razão pela qual Deus não possa ter empregado um processo evolutivo natural para formar a espécie humana.
A Igreja Católica deixou de ensinar o criacionismo --a ideia de que Deus teria criado o mundo em seis dias, conforme descrito na Bíblia-- e diz que o relato bíblico do livro do Gênesis é uma alegoria para explicar como Deus criou o mundo.
Mas a Igreja é contra o uso da evolução para respaldar uma filosofia ateia que nega a existência de Deus ou qualquer participação divina na criação. Ela também é contra o uso do livro do Gênesis como texto científico.
Fonte: Folha (original perdido).
Nota da casa: O discurso da Igreja muda conforme os ventos mudam de direção. E ainda tem católico/protestante/cristão que defende a interpretação literal da bíblia e a "teoria" criacionista.
Texto resgatado com Wayback Machine.
PS: como diria o Paulo Lopes, a Igreja (e sua doutrina) nada responde 🤭😏.

sábado, 6 de junho de 2020

Mulher não é obrigada a ter filho

BRASÍLIA - "Não vejo como obrigar alguém a ter filho que ela não se sente em condições de ter. Ninguém defende o aborto, é respeitar uma decisão que, individualmente, a mulher venha a tomar."
Essa é a posição pessoal de Iriny Lopes, 54 anos, deputada federal pelo PT do Espírito Santo que, em 2011, assume como ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres.
Iriny tem histórico de militante dos direitos humanos, e sua declaração toca num dos pontos mais explorados durante a disputa eleitoral.
O tema consta em programa do PT do início do ano. Durante a campanha, porém, a futura presidente Dilma Rousseff se disse contrária a mudanças na atual legislação _que prevê o aborto apenas em caso de estupro ou risco à saúde materna.
Em 2007, durante votação de uma resolução que incluía a descriminalização do aborto no 3º Congresso do PT, Iriny defendeu a proposta.
Agora, ela afirma, em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo", que a bola está com o Congresso e a sociedade.
"O governo precisa cumprir a legislação que está em vigor", avalia. Iriny nega que a presidente eleita, Dilma Rousseff, limite o debate. "A presidente solicitou serenidade e tranquilidade para tratar de todo e qualquer tema polêmico. Não há recomendações especiais."
Fonte: Uol (original perdido).
Texto resgatado com Wayback Machine.

terça-feira, 2 de junho de 2020

Vaticano vs Wikileaks

LONDRES, 11 dez 2010 (AFP) - O Vaticano negou-se a cooperar em uma investigação irlandesa sobre abusos sexuais contra crianças por parte de sacerdotes de Dublin, porque o requerimento não foi feito pelos canais oficiais, segundo um documento diplomático americano divulgado neste sábado pelo WikiLeaks.
Quando a comissão Murphy solicitou informações em 2009, "o Vaticano se ofendeu muito... porque viu isso como uma afronta à soberania" pontifícia, segundo um documento da embaixada dos Estados Unidos em Roma divulgado pelo site.
As descobertas da comissão Murphy, publicadas em novembro de 2009, causaram sensação na Irlanda e na comunidade católica mundial, ao detalhar como as autoridades da Igreja de Dublin acobertaram sacerdotes pedófilos por três décadas.
Datado de 26 de fevereiro deste ano, o documento dos Estados Unidos - publicado pelo jornal The Guardian - registra as observações da diplomata americana em Roma, Julieta Noyes.
Fonte 1: G1

CIDADE DO VATICANO, 11 dez 2010 (AFP) -O Vaticano advertiu neste sábado contra a credibilidade das informações reveladas pelo site WikiLeaks, após o jornal inglês The Guardian publicar um documento diplomático americano questionando sua atitude em casos de pedofilia.
Segundo esta nota da embaixada americana em Roma, o Vaticano teria se recusado a cooperar em uma investigação irlandesa sobre abusos sexuais de crianças cometidos por membros do clero em Dublin, alegando que o pedido irlandês não respeitou o procedimento oficial.
Em um comunicado, o Vaticano rejeita "entrar na apreciação da extrema gravidade da publicação de uma grande quantidade de documentos reservados e confidenciais e de suas possíveis consequências".
"Naturalmente, esses relatórios refletem as percepções e opiniões das pessoas que os escreveram e não podem ser considerados nem como a expressão da Santa Sé, nem como citações específicas das palavras de seus líderes", continuou o comunicado.
"Sua credibilidade deve ser considerada com reservas e muita prudência", concluiu.
Segundo o telegrama da embaixada americana em Roma, datado em 26 de fevereiro, os pedidos de informação da comissão Murphy, responsável por investigar casos de pedofilia na Irlanda, "ofenderam muita gente no Vaticano (...) porque viam uma afronta à soberania do Vaticano".
Segundo este documento, a comissão Murphy escreveu diretamente às autoridades da Santa Sé sem passar pela via diplomática.
Este procedimento provocou a ira do Vaticano, que reprovou o governo irlandês por não exigir que a comissão respeitasse os procedimentos de pedido de informação à Santa Sé.
O embaixador irlandês no Vaticano, Noel Fahey, descreveu este período como "a crise mais difícil que conheceu", segundo a mesma fonte.
Publicado em 2009 após três anos de investigação, o informe Murphy revelou como os responsáveis da diocese de Dublin acobertaram os abusos sexuais cometidos por membros do clero contra crianças da região.
Fonte 2: G1
Originais perdidos.
Texto resgatado com Wayback Machine.