quarta-feira, 30 de junho de 2021

O mundo do Yokai

 
O eventual e caro leitor deve estar cansado de saber que eu gosto de anime. Claymore é ótimo em muitos sentidos porque mostra que, para derrotar um monstro, é preciso outro, o que deve deixar muito otaku ocidental dominado pela espiritualidade judaico-cristã confuso.
Vamos a algumas informações interessantes:

"Claymore é uma variante escocesa da espada medieval montante utilizada durante os séculos XV e XVI. Possui gume duplo e é manejada com as duas mãos, impedindo o guerreiro de utilizar um escudo. A palavra claymore vem do gaélico escocês claidheamh mòr e significa espadão. A claymore é um tipo de espada montante, porém mais leve.

O tamanho da espada claymore é variável. Geralmente, possui o tamanho aproximado da altura do guerreiro que a empunha e, por este motivo, deve ser feita sob encomenda. O guarda-mão, em forma de cruz, é ligeiramente voltado para a ponta da espada e tem as extremidades ornadas com três ou quatro pequenas argolas. Seu punho é geralmente feito de madeira e o pomo tem forma arredondada". [https://pt.wikipedia.org/wiki/Claymore]

As Claymore são uma espécie de supersoldado criado por uma organização através de manipulação genética, misturando humanos e Yomas, um tipo de Yokai.

As Claymore podem se tornar um Kakuseisha [ser despertado], pode se tornar um Asarakam [descendente do dragão] ou um Shin'en (gui ou no mono) [criatura do Abismo]. Pensando no folclore japonês e no Xintoísmo, a religião nativa do Japão, Yokai é um tipo de espírito, que pode ter sido originado da alma de um finado, por causa da condição de sua morte [ou falta de cuidado de seus parentes e familiares, como eu apontei aqui, em algum lugar]. Para o Xintoísmo, espíritos residem em tudo, inclusive em objetos inanimados [eu recomendo ver "A Viagem de Chihiro"].

Um Yokai pode se tornar um Oni, um Akuma, se declinarem mais para o lado ruim [ara-mitama]. Mas podem se tornar benévolos [nigi-mitama] e tornarem-se guardiões, fadas e deuses. Quando se fala em folclore japonês e anime, é bem comum ver o Diabo [Maou] salvando a humanidade.

Existem diversos tipos de Yokai [sem falar em diversos tipos de espíritos e demônios]. Consultando o Wikipédia, os Yokai podem ser divididos conforme sua categoria: sua "forma" verdadeira, sua "transformação", sua "aparência externa" e o local de sua manifestação.

No folclore japonês o mundo do Yokai é descrito como o Mundo Flutuante.

Voltando às Claymore e aos Kakusheisha, o curioso é que a maioria são fêmeas, o que deixa esse escritor que vos fala em uma dúvida e dilema cruéis: ao lado de quem eu lutaria?

segunda-feira, 28 de junho de 2021

Como o Deus veio ao vale

À luz do fogo, nossa chamada começa quase como um sussurro.

Deus Cornudo ... Deus Cornudo ... Deus Cornudo ...

Avivada pela bateria, aumenta, insistente.

Deus Cornudo ... Deus Cornudo ... Deus Cornudo ....

As bruxas estão chamando seu Deus. Fora de algum núcleo primitivo de desejo, cem vozes pulsam juntas como uma.

Deus Cornudo! Deus Cornudo! Deus Cornudo!

Da floresta, um berrante toca.

Ele está aqui!

Um segundo berrante soa, respondendo ao primeiro, depois a um terceiro. Um grupo de pessoas, homens e mulheres, emergem das árvores, carregando tochas. Cavalgando, inacreditavelmente, acima deles ....

À medida que Seus portadores se aproximam, o ritmo acelera. Logo eles estão correndo, correndo em nossa direção.

A mais de 30 anos de distância, lembro-me dos berrantes chamando-se de um lado para o outro, da luz oscilante da tocha, do frenesi. Eu balanço minha cabeça para os perigos. Aquele palanque de madeira nem tinha bordas para apoiar os pés. Nunca correríamos tais riscos hoje, nunca. Na verdade, era uma loucura, a loucura de um Deus.

Eu sei o que veria se olhasse os rostos ao meu redor: admiração, incredulidade, medo.

Mas eu não olho. Nenhum de nós sabe. Nossos olhos não querem nada mais do que o que já contemplam, a saudade de séculos.

No altar, Ele brilha, incrivelmente alto. Sua beleza masculina nua cativa o coração. Entre seus chifres, as constelações giram.

No silêncio maravilhado, Sua voz é gentil.

Venha a mim, meu povo.

Como um, nós avançamos.

O sabá do Big Valley foi o primeiro Sabá das Bruxas ao estilo antigo dos tempos modernos.

O ano era 1989.

Autor: Steven Posch.

Original: https://witchesandpagans.com/pagan-culture-blogs/paganistan/how-the-horned-one-came-to-big-valley.html

Traduzido [com edições] com Google Tradutor.

sexta-feira, 25 de junho de 2021

Os divinos ancestrais

O culto aos mortos, antepassados e ancestrais está presente em diversas culturas, em diversos povos, em diversas épocas.

Para os objetivos desse blogue, eu vou focar na cultura e mitologia romana.
Eu devo ter citado os Lares e Penates. Caso não tenha um artigo falando nesses espíritos, por favor, avisem-me.

Existem outros espíritos com os quais é necessário ter alguma atenção.
Esses são os Genii [gênios], os Manes, os Lemures e os Larvae.

"Na mitologia romana, cada homem tinha um gênio e cada mulher uma juno (que também era o nome da rainha dos deuses).

Originalmente, o gênio/juno eram ancestrais que zelavam por seus descendentes. Com o passar do tempo, eles se transformaram em espíritos guardiães pessoais, concedendo intelecto e grande talento. Sacrifícios eram feitos para o gênio/juno de cada pessoa, na data do aniversário dela. [https://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%AAnio_(mitologia_romana)]

"Os manes, na mitologia romana, eram as almas dos entes queridos falecidos. A sua veneração está relacionada com o culto aos antepassados. Como espíritos menores, estavam também relacionados com os lares, os gênios e com os penates. Eram honrados durante a celebração da Parentália e da Ferália, em fevereiro". [https://pt.wikipedia.org/wiki/Manes]

"A diferenciação entre manes, lêmures e larvae é bastante controversa dentro da religiosidade romana. De forma geral, os lêmures são definidos como tendo uma natureza hostil e os manes como bons espíritos. Porém, nos Fastos, Ovídio, ao transmitir a ideia da natureza hostil dos fantasmas que se buscava afastar por meio do ritual da Lemúria, utiliza o termo manes para se referir a eles em vez de lêmures. Essa utilização de manes e lêmures enquanto sinônimos pode ser explicada como licença poética do autor ou mesmo porque, em seus primórdios, a Lemúria era de fato um festival que abarcava todos os mortos e não apenas aqueles capazes de prejudicar seus descendentes. De qualquer forma, essa confusão de manes com lêmures não pode ser vista como algo particular de Ovídio já que é encontrada em diversas fontes, inclusive epigráficas, indicando talvez a dupla acepção genérica de lêmures enquanto fantasmas sem distinção de natureza pacífica ou maléfica.

Não existe uma definição específica do que seriam os lêmures e as larvae, porém há indícios de que os romanos usavam esses termos para tratar de espíritos nocivos e temidos.

A primeira evidência que se tem da utilização do termo lêmure encontra-se nas Epístolas de Horácio, datada de finais do século I a.C., onde, apesar da imprecisão do vocábulo, é evidente que se trata de um espectro que deve ser temido. Ao comentar essa obra, no século III d.C., Porfírio afirmou que os lêmures eram espíritos de pessoas que morreram prematuramente e que devido à sua infelicidade deveriam ser temidos. Acro, outro escoliasta de Horácio, interpreta os lêmures como sombras de pessoas que tiveram uma morte violenta.

Já o termo larvae foi mencionado por Sêneca, em sua obra Apocolocyntosis divi Claudii ("Apocolocintose do divino Cláudio"), e por Plínio, em História Natural, e surge como o carrasco das almas no inferno ou ao menos como figuras demoníacas e hostis, mas não pode ser facilmente definido como fantasmas para esses autores. Para Plauto, larvae parece designar maus espíritos que afetam os homens com insanidade.

Podemos distinguir, assim, os lêmures como os espíritos dos insepultos sem um ritual fúnebre apropriado, bem como os mortos prematuramente, como as crianças; e as larvae, consideradas ainda mais maléficas do que os lêmures, correspondiam àqueles que morreram violentamente, a exemplo dos suicidas e vítimas de acidentes". [https://pt.wikipedia.org/wiki/Lem%C3%BAria_(festival)]

Lembrar e celebrar devidamente o parente morto era e é essencial em diversas espiritualidades. A falta de cuidado em lembrar os finados, antepassados e ancestrais pode trazer consequências desastrosas. Não importa quem foi ou qual foi sua experiência com esse parente finado. Após seu desencarne, ele ou ela está automaticamente fazendo parte da comunidade dos espíritos. Como esses finados são mais próximos de você, eles tornam-se seu canal mais próximo aos seus antepassados, ancestrais e Deuses. Trate-os bem, lembre deles e os celebre, adequadamente.

quinta-feira, 24 de junho de 2021

Cinco Razões

Eu fiz uma enquete no Patreon que indicou que as pessoas queriam que eu fizesse alguns posts sobre como ir do Cristianismo para o Paganismo. Se você é novo no paganismo, pode não saber todas as razões pelas quais o paganismo é muito melhor do que o cristianismo. Neste post, apresento cinco razões excelentes pelas quais o paganismo é melhor que o cristianismo.

1. O pagão não tem pecados

Os pagãos não precisam se preocupar com pecados, porque não há nenhum no paganismo. Sim, nós temos as 9 Nobres Virtudes e outros enfeites, mas quando se trata de alguém nos julgando, isso simplesmente não acontece. Não significa que os pagãos não tenham regras que devem obedecer quando se trata de moralidade, mas eles estão mais interessados ​​em honra, juramentos e comportamento correto do que se preocupar se alguém vai nos julgar por não sermos tão bons como poderíamos ser com nossa família ou contamos mentiras inocentes.

Se existe algo parecido com o pecado no paganismo, é o juramento, o assassinato e o adultério. Então, os bandidos acabam tendo seus cadáveres roídos por Níðhǫggr, o dragão / serpente em Nastrond, presumivelmente quando o dragão não está roendo a raiz de Yggdrasil.

O cristianismo, por outro lado, tem pecado. Grande momento. Mentira? Esse é um pecado que pode danificar sua alma. Fale com seus pais? Pecado. Jure usando “Deus” ou “Jesus Cristo,” e você blasfema. Indo para o inferno com certeza sem algum tipo de absolvição. Os católicos são grandes no confessionário e nos sacramentos. Sem eles, você está definitivamente na lista de punição eterna.

2. O pagão tem Hel[heim], mas não é um lugar de tormento

Quando as pessoas morrem, elas vão para um lugar de descanso em Helheim . Se eles morrerem em batalha, eles irão para o Fólkvangr de Freyja   ou para o Valhalla de Odin. Freyja fica com a primeira escolha daqueles que morrem em batalha. O resto se junta a Odin em Valhalla para lutar e festejar.

Alguns dos mortos vão para os salões de seus deuses ou deusas patronos. Apenas as pessoas realmente más acabam em Nastrond para serem mordidas por Níðhǫggr. (Quebradores de juramentos, adúlteros e assassinos.) O que as pessoas em Helheim fazem? Eles fazem as mesmas coisas que faziam quando estavam na Terra, mas é mais pacífico e não tão difícil para eles.

O Cristianismo tem céu, inferno e purgatório. O paraíso para aqueles que seu deus considera dignos de conviver. Inferno para quase todos os outros. Purgatório para aqueles que pecaram um pouco ou que tiveram o azar de não serem batizados, tendo pecado original. Com exceção do purgatório, o céu e o inferno são eternos.

3. Você tem mais de uma alma

Parece incrivelmente estranho no contexto cristão, mas os pagãos acreditam que temos mais de uma alma. Já vi vários escritos diferentes que dizem respeito à alma, mas pelo que posso deduzir , nossas almas consistem em hugr (razão), mynd (memória - também vi minni), hamingja (sorte), fylgja (buscar), hamr (a pele ou corpo físico) e ørlög (ações nas quais o destino se baseia). Provavelmente há outros que ainda não descobri, mas esses parecem ser os principais. Sim, provavelmente pulei alguns. Lide com isso.

Essas almas são amarradas e se separam quando morremos. Alguns vão para nosso lugar de descanso, seja Helheim ou um dos salões dos deuses; outros permanecem nesta Terra para reencarnar em outro corpo. A hamingja e a fylgia normalmente reencarnam quando morremos. Hamingja ou sorte - boa e má - muitas vezes pode seguir famílias ou clãs. Hugr e mynd geralmente vão para a nossa vida após a morte. Outras partes de nós mesmos morrem, como o hamr e o lic (que é o corpo).

O Cristianismo acredita que você tem uma alma e o destino dessa alma depende se você acredita no deus deles e se comporta da maneira que o deus deles deseja que você se comporte. Se estrague tudo e você praticamente vai para o inferno.

4. Você não precisa fazer proselitismo

Uma das coisas boas de ser um pagão é que você não precisa converter ninguém. Na verdade, a conversão é algo que não fazemos porque imaginamos que você vai descobrir por conta própria ou não. Existem outros deuses e outras religiões para verificar se você não acredita em nossos deuses. Acreditamos no que acreditamos, e se você quiser acreditar, tudo bem. Se você não fizer isso, tudo bem também. Todos nós descobriremos no final quem está certo e quem não está. Ou se os ateus estiverem certos, não saberemos e nem nos importaremos.

Nossas vidas se concentram no aqui e agora, ao invés de obter recompensas eternas ou tortura. Preocupamo-nos com a nossa honra e com a forma como nos comportamos, não porque alguém vai nos castigar, mas porque somos os nossos feitos.

Os cristãos, por outro lado, exigem que não apenas acreditem em seu deus, mas também "espalhem as boas novas". Muitos sabores do Cristianismo exigem que seus seguidores saiam e irritem outras pessoas a fim de convertê-los.

5. Não se relaciona com um só Deus? Você tem outros

No Cristianismo, você tem a Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Não se relaciona com esse deus? Bem, se você é católico ou episcopal, você tem santos, mas além disso, se você não se relaciona com o deus deles, você está muito ferrado.

O paganismo tem vários deuses , criaturas e ancestrais com quem conversar. Não é fã de Odin e Thor? Experimente um dos outros deuses ou deusas que ressoam com você. Não está interessado nos deuses? Existem espíritos da terra e ancestrais. Você pode fazer amizade com os wights e ancestrais e usar seu conhecimento e inspiração para ajudá-lo.

Existem muitas outras razões pelas quais o paganismo é melhor do que o cristianismo, mas eu me desafiei com cinco razões. Você pode ter outros motivos que não mencionei. Conte-me sobre eles nos comentários.

Original: https://www.rationalheathen.com/2019/08/15/5-reasons-why-heathenry-is-better-than-christianity/

Traduzido com Google Tradutor.

quarta-feira, 23 de junho de 2021

Cad Goddeau

Faz muito tempo que eu li o livro "A Deusa Branca" de Robert Graves.
Faz igual tempo em que eu doei esse livro a uma pessoa muito importante.
Ali tem muito material de pesquisa, para conhecer o Ogham.
O oráculo do Ogham é uma sequência de sinais, cada qual vinculado a alguma árvore sagrada.
Essas árvores sagradas estão citadas no poema medieval Cad Goddeau.
O poema, além de citar as árvores sagradas, segue uma lista que não é aleatória, existe um mistério, que Robert Graves explora no livro "A Deusa Branca". Se quiser saber mais, adquira o seu exemplar.
Eu vou citar o artigo do Wikipédia.

Cad Goddeu (galês médio: Kat Godeu, A Batalha das Árvores) é um poema medieval galês preservado no manuscrito do século XIV conhecido como Livro de Taliesin. O poema se refere a uma história tradicional em que o lendário feiticeiro Gwydion anima as árvores da floresta para lutar como seu exército. O poema é especialmente notável por seu simbolismo marcante e enigmático e pela grande variedade de interpretações que isso ocasionou.

Com extensão de 250 linhas curtas (geralmente cinco sílabas e uma pausa), e pendendo em várias seções, o poema começa com uma reivindicação estendida de conhecimento de primeira mão de todas as coisas, de uma forma encontrada a frente no poema e também em vários outros atribuídos a Taliesin; culminando em uma alegação de ter estado em "Caer Vevenir" quando o Senhor da Grã-Bretanha lutou. Segue-se o relato de uma grande besta monstruosa, do medo dos bretões e de como, pela habilidade de Gwydion e pela graça de Deus, as árvores marcharam para a batalha: segue então uma lista de plantas, cada uma com algum atributo notável, ora apto, ora obscuro; O poema então se divide em um relato em primeira pessoa do nascimento da donzela das flores Blodeuwedd, e depois na história de outro, um grande guerreiro, outrora pastor, agora um viajante erudito, talvez Artur ou o próprio Taliesin. Depois de repetir uma referência anterior ao Dilúvio, à Crucificação e ao dia do julgamento, o poema termina com uma referência obscura à metalurgia.

Interpretações

Existem alusões contemporâneas à Batalha das Árvores em outras partes das coleções medievais de Gales: As Tríades Galesas registram-na como uma batalha "frívola", enquanto em outro poema do Livro de Taliesin o poeta afirma ter estado presente na batalha.

De acordo com um resumo de uma história semelhante preservada em Peniarth MS 98B (que data do final do século XVI), o poema descreve uma batalha entre Gwydion e Arawn, o Senhor de Annwn. A luta começou depois que o arado divino Amaethon roubou um cachorro, um abibe e um cabrito de Arawn. Gwydion finalmente triunfou ao adivinhar o nome de um dos homens de Arawn, Bran (possivelmente Brân, o Abençoado).

Na história do Mabinogi da infância de Lleu Llaw Gyffes, Gwydion faz uma floresta parecer uma força invasora.

O Cad Goddeu, que é difícil de traduzir por causa de sua alusividade lacônica e ambiguidade gramatical, foi o assunto de vários comentários especulativos do século XIX e traduções em inglês, gerando ainda discussões nos séculos XX e na academia atualmente; Pierre Le Roux chegou a chamá-lo de "um texto metafísico sobre o qual sempre há algo a ser dito, e no qual - como acontece com um versículo bíblico - todos podem sempre encontrar o que desejam".

Dentre os primeiros estudos no século XIX, a mitografia propagava diversas alegações exorbitantes sobre origens babélicas e diluvianas segundo o contexto religioso, o que influenciou a Celtomania. Thomas Stephens considerou o poema a respeito de "uma superstição helio-arquita (helio-arkite), a metempsicose de um Druida Chefe e um relato simbólico do Dilúvio". O trabalho monumental de Gerald Massey sobre as origens africanas sugeriu que o poema refletia a religião egípcia.

David William Nash acreditava que ele era um romance do século XII de baixa qualidade sobreposto a um romance ou história da era arturiana e juntado a outros fragmentos poéticos. W. F. Skene rejeitou a antiguidade do relato em prosa e pensou que o poema refletia a história do norte do país durante as incursões irlandesas. Watson seguiu Skene e Ifor Williams fez a pergunta 'E sobre a Batalha da Floresta da Caledônia?'

Robert Graves assumiu uma especulação que foi considerada e rejeitada por Nash; de que as árvores que lutaram na batalha correspondem ao alfabeto ogam, no qual cada caractere está associado a uma determinada árvore. Cada árvore teria um significado próprio e Gwydion adivinhou o nome de Bran pelo ramo de amieiro que Bran carregava, sendo o amieiro um dos principais símbolos de Bran. Graves argumentou que o poeta original ocultou segredos druídicos sobre uma religião matriarcal celta mais antiga, por medo da censura das autoridades cristãs. Ele sugeriu que Arawn e Bran eram nomes para o mesmo deus do submundo e que a batalha provavelmente não era física, mas sim uma luta de inteligência e erudição: as forças de Gwydion só poderiam ser derrotadas se o nome de sua companheira, Lady Achren ("Árvores"), fosse adivinhado, e a tropa de Arawn apenas se o nome de Bran fosse adivinhado. Estudos acadêmicos contemporâneos da literatura galesa não aprovam essas suposições de Graves.

Graves, seguindo Nash, aceitou que o poema é uma composição de várias seções diferentes, entre as quais ele nomeou uma Hanes Taliesin (História de Taliesin) e uma Hanes Blodeuwedd (História de Blodeuwedd).

Outros estudiosos apontam como provável a associação arturiana, em que o rei Artur é citado uma vez no poema, nos versos: "Druidas, sábios, profetizem a Artur!". Há argumentos que situam a batalha de árvores mitológica, aparecida também em outras fontes, na renomada Floresta Caledoniana, como sendo a batalha de Coed Celyddon ("Cat Coit Celidon") citada na Historia Brittonium.

A transmutação de formas do eu-lírico pode refletir um tema do estilo de composição poética celta, com o qual o Canto de Amergin também guarda semelhanças. Arbois de Jubainville interpretou a fórmula "eu sou" no início dos versos deste último como um panteísmo, enquanto que na Batalha das Árvores é utilizado "eu fui", denotando transmigração da alma; essa escrita talvez possa ainda se referir à versatilidade do fili sobre tudo aquilo de que já cantou e se corporificou, em disputa com outros poetas.

Uma metáfora corrente entre galeses e irlandeses era também a de armas e exércitos comparados a árvores, em que os soldados se enfileiravam. Não parece haver, entretanto, relação do agrupamento de árvores apresentado com ordenações já existentes de catálogos legais de árvores em Gales e Irlanda ou poesias sobre plantas, mas talvez o poeta tenha imitado o estilo clássico de listagem biológica em poemas com intento satírico, aludindo ao público uma distante imagem de Taliesin em sua paródia heroica. Patrick K. Ford sugere que o poema poderia guardar estratos de alguma noção de bosque sagrado.

Marged Haycock e Mary Ann Constantine rejeitam a ideia de que Cad Goddeu codifica antigas religiões pagãs como Graves acreditava, mas a veem como uma burlesca, uma grande paródia da linguagem bárdica. Francesco Bennozo argumenta que o poema representa os medos antigos da floresta e seus poderes mágicos. Trudy Carmany Last sugere que Cad Goddeu é uma variante celta da Eneida de Virgílio.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cad_Goddeu

Eu encontrei esta versão do poema [no original]:

https://sites.google.com/view/haycocktranslation/home

Tem essa versão do poema [em inglês]:

http://www.ancienttexts.org/library/celtic/ctexts/t08.html

Utilizem o Google Tradutor para ver a tradução.

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Cosmologia Budista

Eu encontrei a concepção Budista sobre a composição do Cosmos, ou melhor dizendo, da forma como o Universo se manifesta.

A descrição é extensa e complexa, então eu vou tentar resumir os termos.

Reino sem forma (Ārūpyadhātu)

O Ārūpyadhātu ou "reino sem forma" não teria lugar em uma cosmologia puramente física, já que nenhum dos seres que o habitam tem forma ou localização; e, correspondentemente, o reino também não tem localização. Este reino pertence àqueles devas que alcançaram e permaneceram nas Quatro Absorções Sem Forma dos arūpadhyānasem uma vida anterior, e agora desfruta dos frutos do bom karma dessa realização. Bodhisattvas , no entanto, nunca nascem no Ārūpyadhātu, mesmo quando alcançaram os arūpadhyānas.

Existem quatro tipos de devas Ārūpyadhātu, correspondentes aos quatro tipos de arūpadhyānas.

Arupa Bhumi (Arupachara Brahmalokas ou reinos imaterial/amorfo):

Naivasaṃjñānāsaṃjñāyatana: "Esfera de nem percepção nem não percepção". Nesta esfera, os seres sem forma foram além de uma mera negação da percepção e atingiram um estado liminar onde não se envolvem em "percepção" (reconhecimento de particulares por suas marcas), mas não estão totalmente inconscientes.

Ākiṃcanyāyatana: "Esfera do Nada" (literalmente "sem nada"). Nesta esfera, os seres sem forma habitam contemplando o pensamento de que "não há nada". Esta é considerada uma forma de percepção, embora muito sutil.

Vijñānānantyāyatana: "Esfera da Consciência Infinita". Nesta esfera, os seres sem forma habitam meditando em sua consciência como infinitamente penetrante.

Ākāśānantyāyatana: "Esfera do Espaço Infinito". Nesta esfera, os seres sem forma habitam meditando sobre o espaço ou extensão como infinitamente penetrante.

Rūpadhātu (Reino da forma):

O Rūpadhātu ou "Reino da forma" é, como o nome implica, o primeiro dos reinos físicos; todos os seus habitantes têm uma localização e corpos de uma espécie, embora esses corpos sejam compostos de uma substância sutil que por si mesma é invisível para os habitantes do Kāmadhātu.

Moradas Puras:

Os mundos Śuddhāvāsa ou " Moradas Puras ", são distintos dos outros mundos no sentido de que eles não abrigam seres que nasceram lá por mérito ordinário ou realizações meditativas, mas apenas aqueles Anāgāmins ("Não-retornados") que já estão no caminho para a condição de Arhat e que atingirão a iluminação diretamente do  mundo Śuddhāvāsa sem renascer em um plano inferior.

Akaniṣṭha: Mundo dos devas "iguais em posição" (literalmente: não tendo ninguém como o mais jovem). O mais alto de todos os mundos Rūpadhātu, é frequentemente usado para se referir ao extremo mais alto do universo.

Sudarśana: Os devas de "visão clara" vivem em um mundo semelhante e amigável com o mundo Akaniṣṭha.

Sudṛśa: Diz-se que o mundo dos devas "belos" é o lugar de renascimento para cinco tipos de anāgāmins.

Atapa: O mundo dos devas "imperturbáveis", cuja companhia os dos reinos inferiores desejam.

Avṛha: O mundo dos devas que "não caem", talvez o destino mais comum para os Anāgāmins renascidos. Muitos alcançam o estado de arhat diretamente neste mundo, mas alguns morrem e renascem em mundos sequencialmente superiores das Moradas Puras até que finalmente renasçam no mundo Akaniṣṭha.

Mundos Bṛhatphala:

O estado mental dos devas dos mundos Bṛhatphala corresponde ao quarto dhyāna e é caracterizado pela equanimidade. Os mundos Bṛhatphala formam o limite superior para a destruição do universo pelo vento no final de um mahākalpa, ou seja, eles são poupados dessa destruição.

Mundos Śubhakṛtsna:

O estado mental dos devas dos mundos Śubhakṛtsna corresponde ao terceiro dhyāna e é caracterizado por uma alegria silenciosa.

Śubhakṛtsna: O mundo dos devas de "beleza total".

Apramāṇaśubha: O mundo dos devas de "beleza ilimitada".

Parīttaśubha: O mundo dos devas de "beleza limitada".

Mundos Ābhāsvara:

O estado mental dos devas dos mundos Ābhāsvara corresponde ao segundo dhyāna e é caracterizado pelo deleite bem como alegria.

Ābhāsvara: O mundo dos devas "possuindo esplendor".

Apramāṇābha: O mundo dos devas de "luz ilimitada".

Parīttābha: O mundo dos devas de "luz limitada".

Mundos Brahma:

O estado mental dos devas dos mundos Brahmā corresponde ao primeiro dhyāna e é caracterizado por observação e reflexão, bem como deleite e alegria.

Mahābrahmā, o mundo do "Grande Brahmā", considerado por muitos como o criador do mundo, e tendo como títulos "Brahmā, Grande Brahmā, o Conquistador, o Invicto, o Que Tudo Vê, Todo -Poderoso, o Senhor, o Criador e Criador, o Governante, Indicador e Ordenador, Pai de Tudo Que Foi e Haverá".

Brahmapurohita, os "Ministros de Brahmā" são seres, também originários dos mundos Ābhāsvara, que nascem como companheiros de Mahābrahmā depois de ele ter passado algum tempo sozinho.

Brahmapāriṣadya, o "Conselho de Brahmā" ou a "assembléia de Brahmā".

Kāmadhātu (Reino do Desejo):

Os seres nascidos no Kāmadhātu diferem no grau de felicidade, mas são todos, exceto Anagamis, Arhats e Budas, sob o domínio de Mara e estão presos ao desejo sensual, o que lhes causa sofrimento.

Céus:

Parinirmita-vaśavartin: O céu dos devas "com poder sobre as criações (dos outros)".

Nirmāṇarati: Os devas deste mundo são capazes de fazer qualquer aparência para agradar a si mesmos.

Tuṣita: O mundo dos devas "alegres".

Yāma: Às vezes chamado de "céu sem luta", porque é o mais baixo dos céus para ser fisicamente separado dos tumultos do mundo terreno.

Mundo de Sumeru:

A montanha mundial de Sumeru é um pico imenso e de formato estranho que surge no centro do mundo e em torno do qual o Sol e a Lua giram. Sua base fica em um vasto oceano e é cercada por vários anéis de cadeias de montanhas menores e oceanos.

Trāyastriṃśa: O mundo "dos Trinta e três (devas)" é um amplo espaço plano no topo do Monte Sumeru, preenchido com os jardins e palácios dos devas.

Cāturmahārājikakāyika: O mundo "de os Quatro Grandes Reis "é encontrado nas encostas mais baixas do Monte Sumeru, embora alguns de seus habitantes vivam no ar ao redor da montanha.

Asura: O mundo dos Asuras é o espaço ao pé do Monte Sumeru, grande parte do qual é um oceano profundo. Não é a casa original dos Asuras, mas o lugar em que se encontraram depois de serem expulsos , bêbados, de Trāyastriṃśa, onde haviam vivido anteriormente. Os Asuras estão sempre lutando para recuperar seu reino perdido no topo do Monte Sumeru, mas são incapazes de quebrar a guarda dos Quatro Grandes Reis.

Reinos Terrestres:

Manuṣyaloka: Este é o mundo dos humanos e de seres semelhantes aos humanos que vivem na superfície da terra.

Jambudvīpa [continente] está localizado no sul e é a residência de seres humanos comuns.

Pūrvavideha [continente] está localizado no leste e tem a forma de um semicírculo com o lado plano apontando para o oeste (ou seja, em direção a Sumeru).

Aparagodānīya [continente] está localizado no oeste e tem a forma de um círculo com uma circunferência de cerca de 7.500 ystojanas.

Uttarakuru [continente] está localizado no norte e tem a forma de um quadrado.

Tiryagyoni-loka: Este mundo compreende todos os membros do reino animal que são capazes de sentir sofrimento, independentemente do tamanho.

Pretaloka: Os pretas, ou "fantasmas famintos", são principalmente habitantes da Terra, embora devido ao seu estado mental eles percebam isso muito diferente dos humanos. Eles vivem em sua maior parte em desertos e terrenos baldios.

Mundo Naraka:

Naraka é o nome dado a um dos mundos de maior sofrimento, geralmente traduzido para o inglês como "inferno" ou "purgatório". Tal como acontece com os outros reinos, um ser nasce em um desses mundos como resultado de seu carma , e reside lá por um período de tempo finito até que seu carma tenha alcançado seu resultado total, após o qual ele renascerá em um dos mundos superiores como resultado de um carma anterior que ainda não havia amadurecido. A mentalidade de um ser infernal corresponde a estados de extremo medo e angústia impotente nos humanos.

Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Buddhist_cosmology
Traduzido [resumido] com Google Tradutor.

sexta-feira, 18 de junho de 2021

Os seis professores heréticos

Eu conheço muito bem o Cristianismo e sua história. Então eu usei o Oráculo Virtual [Google] em busca de heresias e hereges que as outras religiões devem ter.

Eu encontrei na Wikipédia o artigo falando de seis professores heréticos do Budismo.

Os Seis Professores Heréticos, Seis Sramana , ou Seis Tirthakas (falsos professores), foram seis contemporâneos sectárias do Buda, cada um dos quais tinha uma visão em oposição aos seus ensinamentos.

De acordo com o sutra , o Rei Ajatashatru visitou Gautama Buda, que, na época, vivia no bosque de mangueiras de Jīvaka em Rajagaha entre 1250 bhikkhus [monge ordenado]. O rei colocou ao Buda a questão de saber se era ou não possível que a vida de um śramaṇa pudesse dar frutos da mesma forma que as vidas dos artesãos, declarando que ele havia perguntado anteriormente a seis professores ( Pūraṇa Kassapa , Makkhali Gosāla, Ajita Kesakambala , Pakudha Kaccāyana , Nigaṇṭha Nāṭaputta e Sañjaya Belaṭṭhaputta) a mesma pergunta, embora não tenha encontrado uma resposta satisfatória. A pedido do Buda, o rei Ajatashatru descreve as respostas dadas a ele pelos seis outros professores.

O primeiro professor espiritual a quem Ajatashatru fez sua pergunta foi Pūraṇa Kassapa. Kassapa postulou a teoria de akiriyāvāda (não-fazer): ações consideradas boas e más não carregam nenhuma moralidade inerente e, portanto, não existe nenhuma consequência futura de cometer ações "boas" ou "más".

Makkhali Gosāla, o segundo professor visitado por Ajatashatru, subscreveu a doutrina da não causalidade; a obtenção de qualquer condição depende da circunstância, do destino ou da natureza, e não da vontade humana e da falta de causa dos eventos. Como Kassapa, Gosāla negou a existência de karma e vipaka . Essa doutrina foi comparada ao fatalismo e ao determinismo.

Ajita Kesakambala seguiu Gosāla como o terceiro professor mencionado por Ajatashatru. Kesakambala seguiu " ucchedaditthi " (frequentemente traduzido como niilismo ou aniquilacionismo) e é frequentemente considerado um materialista . Kesakambala sustentava que tudo o que existia era meramente o processo dos fenômenos naturais e negou veementemente a existência de qualquer vida após a morte; "Um homem é constituído dos quatro elementos ', quando ele morre, a terra retorna ao agregado de terra, água para água, fogo para fogo, ar para ar e os sentidos desaparecem no espaço."

Pakudha Kaccāyana [Kakuda Kātyāyana], o quarto professor referido por Ajatashatru, era um atomista que postulava que todas as coisas eram feitas de terra, fogo, ar, água, prazer, dor e alma, que eram imutáveis ​​e eternos. Assim, objetos, como seres vivos, compostos dos elementos estão sujeitos a mudanças, enquanto os próprios elementos são absolutamente fixos em suas existências. Assim, da mesma forma que o materialismo, as ações são definidas apenas pela interação física entre essas substâncias, ao invés do valor moral atribuído a elas.

Nigaṇṭha Nāṭaputta [Nirgrantha Jñatiputra] (também conhecido como Mahavira), considerado o mais recente tirthankara dentro do jainismo , foi o quinto professor questionado por Ajatashatru. Nāṭaputta respondeu a Ajatashatru com uma descrição dos ensinamentos Jain, que, ao contrário dos professores anteriores, reconheciam a moralidade e as consequências na vida após a morte. A filosofia de Nāṭaputta, entretanto, variava daquela de Buda em sua crença de que ações involuntárias, como ações voluntárias, carregam peso cármico. O budismo afirma que apenas ações com intenção têm o potencial de gerar carma.

Sañjaya Belaṭṭhaputta [Saṃjaya Vairāṣṭrikaputra] foi o sexto e último professor referenciado por Ajatashatru. Belaṭṭhaputta não forneceu a Ajatashatru uma resposta clara à sua pergunta de uma forma ou de outra, levando alguns estudiosos a alinhá-lo com Ajñana , uma escola agnóstica de filosofia indiana que sustentava que o conhecimento metafísico era impossível de obter.

Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Six_Heretical_Teachers
Traduzido com Google Tradutor.

quarta-feira, 16 de junho de 2021

Os sete princípios fundamentais

A filosofia Jain explica que sete tattva (verdades ou princípios fundamentais) constituem a realidade.

São eles:

jīva - a alma que é caracterizada pela consciência
ajīva - a não-alma
āsrava (influxo) - influxo de matéria cármica auspiciosa e maligna para a alma.
bandha (escravidão) - mistura mútua da alma e dos karmas .
samvara (paralisação) - obstrução do influxo de matéria cármica na alma.
nirjara (dissociação gradual) - separação ou queda de parte da matéria cármica da alma.
mokṣha (liberação) - aniquilação completa de toda matéria kármica (ligada a qualquer alma em particular).

O Jainismo acredita que as almas ( jīva ) existem como uma realidade, tendo uma existência separada do corpo que a abriga. Jīva é caracterizado por chetana (consciência) e upayoga (conhecimento e percepção). Embora a alma experimente nascimento e morte, ela não é realmente destruída nem criada. Decadência e origem referem-se respectivamente ao desaparecimento de um estado de alma e aparecimento de outro estado, sendo estes apenas os modos da alma.

Ajīva são as cinco substâncias não vivas que compõem o universo junto com a jīva . Eles estão:

Pudgala ( Matéria ) - A matéria é classificada como sólida, líquida, gasosa, energética, materiais kármicos finos e matéria extrafina ou partículas finais.

Paramānu ou partículas finais são consideradas o bloco de construção básico de toda a matéria. Uma das qualidades do Paramānu e Pudgala é a permanência e indestrutibilidade. Ele combina e muda seus modos, mas suas qualidades básicas permanecem as mesmas. De acordo com o Jainismo, ele não pode ser criado nem destruído.

Dharma-tattva (Meio de Movimento ) e Adharma-tattva (Meio de repouso) - Eles também são conhecidos como Dharmāstikāya e Adharmāstikāya . Eles são exclusivos do pensamento Jain, descrevendo os princípios de movimento e repouso. Diz-se que eles permeiam todo o universo. Dharma-tattva e adharma-tattva não são, por si próprios, movimento ou repouso, mas medeiam o movimento e o repouso em outros corpos. Sem dharmāstikāya o movimento não é possível e sem adharmāstikāya o descanso não é possível no universo.

Ākāśa (Espaço) - O espaço é uma substância que acomoda as almas, a matéria, o princípio do movimento, o princípio do descanso e o tempo. É onipresente, infinito e feito de infinitos pontos do espaço.

Kāla (Tempo) - O tempo é uma entidade real de acordo com o Jainismo e todas as atividades, mudanças ou modificações podem ser alcançadas somente com o tempo. No jainismo, o tempo é comparado a uma roda com doze raios divididos em metades descendentes e ascendentes com seis estágios, cada um com uma duração imensa estimada em bilhões de sagaropama ou anos oceânicos. De acordo com os jainistas, a tristeza aumenta em cada estágio descendente progressivo e a felicidade e bem-aventurança aumentam em cada estágio ascendente progressivo.

Asrava (influxo de carma ) se refere à influência do corpo e da mente que faz com que a alma gere carma. Ocorre quando as partículas cármicas são atraídas para a alma por causa das vibrações criadas pelas atividades da mente, fala e corpo.

O āsrava , ou seja, o influxo do kármico ocorre quando as partículas kármicas são atraídas para a alma por causa das vibrações criadas pelas atividades da mente, fala e corpo. O influxo cármico por conta da ioga impulsionada por paixões e emoções causa um influxo de carma a longo prazo, prolongando o ciclo de reencarnações. Por outro lado, os influxos cármicos por conta de ações que não são movidas por paixões e emoções têm apenas um efeito cármico transitório e de curta duração.

Os karmas têm efeito apenas quando estão vinculados à consciência. Essa ligação do karma à consciência é chamada de bandha . No entanto, a ioga ou as atividades por si só não produzem escravidão. Dentre as muitas causas da escravidão, a paixão é considerada a principal causa da escravidão. Os karmas são literalmente vinculados por conta da viscosidade da alma devido à existência de várias paixões ou disposições mentais.

Saṃvara é a paralisação do karma . O primeiro passo para a emancipação ou a realização de si mesmo é ver se todos os canais através dos quais o carma está fluindo para a alma foram interrompidos, de modo que nenhum carma adicional possa se acumular. Isso é conhecido como a interrupção do influxo de karma (saṃvara). Existem dois tipos de savara : aquele que está relacionado com a vida mental (bhava-saṃvara) e aquele que se refere à remoção de partículas cármicas (dravya-saṃvara) Essa paralisação é possível por autocontrole e liberdade de apego. A prática de votos, cuidado, autocontrole, observância de dez tipos de dharma, meditação e a remoção de vários obstáculos, como fome, sede e paixão, interrompe o influxo de carma e protege a alma das impurezas do fresco carma.

Nirjarā é o derramamento ou destruição de karmas que já se acumularam. Nirjarā é de dois tipos: o aspecto psíquico da remoção do karma ( bhāva-nirjarā ) e a destruição das partículas do karma ( dravya-nirjarā ). O Karma pode se exaurir em seu curso natural quando seus frutos estiverem completamente exaustos. Para isso, nenhum esforço é necessário. O karma restante deve ser removido por meio de penitência ( avipaka-nirjarā ). A alma é como um espelho que parece turvo quando a poeira do carma é depositada em sua superfície. Quando o carma é removido pela destruição, a alma brilha em sua forma pura e transcendente. Em seguida, atinge o objetivo de mokṣa.

Mokṣha significa liberação, salvação ou emancipação da alma. De acordo com o jainismo , Mokṣha é a obtenção de um estado totalmente diferente da alma, completamente livre da escravidão cármica, livre do samsara (o ciclo de nascimento e morte). Significa a remoção de todas as impurezas da matéria cármica e do corpo, caracterizada pelas qualidades inerentes da alma, como conhecimento e bem-aventurança, livre de dor e sofrimento. A fé correta, o conhecimento correto e a conduta correta (juntos) constituem o caminho para a libertação. Diz-se que uma alma liberada atingiu sua natureza verdadeira e primitiva de felicidade infinita, conhecimento infinito e percepção infinita.

Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Tattva_(Jainism)
Traduzido com Google Tradutor.

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Entrevista com Tanya

- Senhoras e senhores, recebam com aplauso a major Tanya Degurechaff, comandante do 203º Batalhão Imperial de Magos Aéreos.

- Bom dia a todos.

- Major de um batalhão. A senhorita não é muito jovem?

- Depende. Qual a idade de referência? Afinal, eu tinha 33 anos antes de reencarnar nesse corpo.

- As pessoas podem perceber a senhorita dentro de uma faixa etária. Como a senhorita responde a isso?

- Tolice. Eu sou um personagem, não uma pessoa real. Ainda que se for considerar alguma cronologia pela referência do Mundo Humano, eu tenho mais de cem anos.

(nota: ela tinha 33 anos na encarnação anterior e ela reencarnou em 1914 perfazendo o cálculo 2021+33-1914=140)

- Você lembra de sua encarnação anterior?

-Oh, sim. Eu fui um assalariado japonês. O curioso, por uma questão de registro, é que a minha encarnação anterior deu-se entre 1980 e 2013, era vulgar. Por obra da entidade X [que eu também chamo de Seimei], eu fui reencarnada em uma outra dimensão bastante semelhante ao Mundo Humano, em 1914, era vulgar.

- Deve ser complicado. Você reencarnou, teoricamente, em uma data histórica anterior à sua encarnação e, como se não fosse o suficiente, em um corpo feminino. Como você lida com isso?

- Eu reencarnei com alguns privilégios. Eu não esqueci aquilo que aprendi como assalariado japonês. Então eu lido com tranquilidade o fato de que meu sexo anatômico é diferente de minha identidade e preferência sexual.

- Qual a sua relação com seus comandados, em especial a senhorita Viktoriya Ivanovna Serebryakov?

[virando o rosto]- Absolutamente profissional.

- Não há nem um pouquinho de atração física ou sexual?

[enrubescendo]- Eu dei ordens explícitas a todos que não façam nada sexual, já que somos companheiros de armas.

- Mas a senhorita é a única que a chama de Visha.

[vermelha]- Nós... estudamos juntas no Colégio de Cadetes. Foi uma feliz coincidência nos reencontrarmos em 1923 [data de referência dessa dimensão], no fronte oeste, quando a República Franca tentou invadir o Império [referências dessa dimensão similares às ocorridas no Mundo Humano].

- Não acha suspeito o fato dela ser originária da República Russa?

- Não. Viktoriya nasceu em Rus durante o regime czarista em Moscou e, durante a guerra civil, ela fugiu com sua família e buscou refúgio no Império. Ela esqueceu a maior parte de suas memórias de infância em sua antiga terra natal e tudo o que restou foi fugir do Exército Vermelho.

- Então a senhorita não tem qualquer atração física ou sexual por sua tenente?

[roxa]- Não. Nenhuma. Podemos ir para outra pergunta?

- O seu dossiê militar é impressionante. A senhorita se ofereceu voluntariamente para ser cobaia do Elenium 95!

- O doutor Adhelheid von Schugel pediu-me esse favor, considerando o meu talento precoce em manipular a energia mágica.

- Não acha isso contraditório?

- Explique-se.

- O seu dossiê, ao citar seus relacionamentos, diz a respeito da entidade X, que a senhorita o odeia profundamente e guarda um rancor indescritível contra ele. Por ser atéia, a senhorita se recusa a reconhecê-lo como seu Criador.

- Eu sou uma libertária, eu defendo o livre arbítrio e a busca por uma vida confortável.

- Ainda assim, não é contraditório? A senhorita reencarnou e demonstrou habilidades paranormais.

- Citando: "quando você elimina o impossível, tudo o que resta, por mais improvável que seja, deve ser a verdade".

- Uma frase atribuída a Sherlock Holmes, um personagem literário, que não tem evidência de existência.

[impaciente]- Eu sou um personagem de anime. Eu também não tenho evidência de minha existência mas, como qualquer idiota pode ver, eu estou aqui.

- Isso não faz a senhorita questionar seu ateísmo?

- Não. Eu simplesmente aceito a realidade tal qual eu a vivo.

- Não é apenas teimosia, como consta em seu dossiê?

[zangada]- Eu não sou a representante do ateísmo. O que eu acho ou penso é irrelevante. Considerando que a minha atual condição é um ato de sadismo da entidade X, eu acho que os descrentes vão entender a minha teimosia.

- Isso inclui suas técnicas?

- Sim. Demonstrou eficácia, eu mantenho. Eu sou metódica, como deve ter notado.

- Sim, como sua lealdade e tenacidade, mesmo diante de uma missão suicida.

[convencida]- Eu sou o melhor soldado do Império.

- Qual a sua expectativa, considerando que conhece o transcorrer da história, diante dos inimigos, aliados e nações que se declaram neutras?

- Não muita. O anime do qual eu faço parte [Youjo Senki] não teve continuação. O Império ruirá, dando espaço à República e ao Terceiro Reich. A sequência, como sabemos, é a Segunda Guerra Mundial. A minha memória da encarnação no Mundo Humano [do ano de 2013, era vulgar] diz que essa dimensão passará pelas mesmas provações.

- Como encararia se seu batalhão tivesse, entre seus comandados, algum soldado originário do Reino de Ildoa [similar à Itália, no Mundo Humano], ou, quem sabe, originário do Reino de Southerly [que eu apontei aqui como sendo similar ao Brasil, no Mundo Humano]?

- Eu não tenho informações suficientes para dar uma opinião. Em minha encarnação anterior, qualquer pessoa de outra nação é vista como estrangeiro. Na atual encarnação, latinos são vistos como barulhentos, preguiçosos, folgados e atrevidos.

- Para qual time a senhorita torce?

- Eu não sou muito aficionada em esportes, mas se eu tivesse que escolher um, eu escolheria tiro desportivo.

- Qual a sua opinião política?

- Considerando a minha atual encarnação, eu apoio o Imperador e tendo a avaliar as decisões do Parlamento conforme as circunstâncias. Se eu for pensar na minha encarnação anterior, eu também apoiava o Imperador e mantinha minhas opiniões diante das decisões do Primeiro-Ministro.

- Como a senhorita vê sua participação no cross-over Isekai Quartet?

- Não muito bem. Eu tenho que fazer comédia. No universo do Youjo Senki eu fico mais à vontade. Nesse, do Isekai Quartet, tem o Ains que é também um ser humano que reencarnou dentro de um vídeo game. Eu tenho que recusar os convites dele de fazer parte das Plêiades. Eu fico incomodada com a impressão de que ele queira me incluir em algum tipo de harém.

- O tema de seres humanos reencarnados em outro mundo ou em um vídeo game são constantemente utilizados no Universo do Anime.

- Sim. No Isekai Quartet tem o Subaru Natsuki, Kasuma Sato, Naofumi Iwatami e Seiya Ryuguin.

- Como a senhorita lida com o gênero ecchi do Universo do Anime?

- Com repulsa. Embora eu entenda sua popularidade, considerando a minha encarnação anterior como homem.

- Então a senhorita não aprova os doujinshi nos quais a senhorita é retratada?

[roxa]- Desprezíveis. Mas eu estava sem trabalho e eu tenho que pensar em minha carreira.

- Então a senhorita está ciente de que existem pessoas que leem esse tipo de material?

[fumegando]- Sim.

- Permita-me aproveitar a deixa. Como a senhorita encara a obsessão do Comissário Loria?

[roxa e fumegando]- Constrangida. Se eu considerar que, em minha encarnação anterior esse tipo de "entretenimento" é comum no Japão.

- Em sua encarnação anterior a senhorita consumia esse tipo de "entretenimento"?

[explodindo]- Não.

- Mas entende porquê esse gênero de arte é procurada?

[se abanando]- Eu acho que sim. Eu sou um personagem, certo? Um personagem com atributos femininos. Loria é um personagem com atributos masculinos. Então eu acho normal haver atração física e sexual. No Mundo Humano, personagens estão além de qualquer forma de cronologia. No Mundo Humano, pessoas tem fetiches, fantasias, que são preenchidas com personagens. Na fantasia, uma pessoa pode se imaginar tendo qualquer forma física e interagir com personagens, nesse Mundo do Anime, onde fator como "idade" não se aplica. Então isso explica porquê eu aceitei encenar esses doujinshi.

- Como a senhorita encara as leis que visam proibir esse tipo de arte?

- Ridículas. Eu preciso trabalhar. Eu sou um personagem, eu não sou uma pessoa real. Eu sou retratada como uma forma feminina, então eu vejo com naturalidade que pessoas [homens e mulheres] tenham alguma atração física ou sexual por minha forma.

- Permita-me retomar. Então a senhorita está ciente de seu sexo e sexualidade e não se importa em ser vista como objeto sexual?

[enrubescendo]- Eu sinto que o senhor está provocando de propósito. Bom, embora eu tenha tido uma encarnação anterior como homem, eu estou ciente de que nesta encarnação eu tenho um "corpo feminino", com a mesma sensibilidade e desejos.

- Isso não é confuso?

- Não. Em minha encarnação anterior eu li algo a respeito de pessoas intersexuais e pessoas transgênero. Isso deixa mais fácil entender o que sinto quanto ao meu sexo e sexualidade.

- Então nós podemos presumir que a senhorita gosta de meninos e meninas?

[roxa]- Sim, vocês podem.

- Como a senhorita vê a objeção de algumas formas de feminismo contra a pornografia, a prostituição e a sensualidade natural da mulher?

- Como eu vejo a objeção de algumas feministas por eu [ou qualquer forma feminina] ser vista como objeto sexual, eu imagino? Confusa, eu diria. Eu sou um personagem feminino, meu "corpo" foi criado com formas femininas atraentes. Um corpo feminino é naturalmente um "objeto sexual", um resultado evolutivo, porquê eu seria contra? Eu acho que, o que deve ser modificado, é a forma como a pornografia e a prostituição são produzidas.

- Então o doujinshi com a senhorita e esse gênero de "entretenimento" não deve ser proibido?

- Não. Eu preciso trabalhar. O meu trabalho alivia a frustração sexual de homens e mulheres. O meu trabalho é uma válvula de escape de muitas fantasias sexuais. Eu prefiro que meu público tenha seus orgasmos em segurança do que se arrisquem nas ruas. Eu posso dizer até que meu trabalho evita abuso e violência sexual.

- Para encerrar, como a senhorita encara estar sendo entrevistada por um escritor pagão?

- Com curiosidade. Eu imagino que o seu convite tenha um interesse especial. Eu deixo aos seus eventuais leitores descobrirem.

- Obrigado por ter vindo, major Tanya Degurechaff. Despeça-se do público e deixe sua mensagem.

- Senhoras e senhores, obrigada por me ouvirem. A minha mensagem é que tenham uma vida feliz, próspera e repleta de conforto.

sexta-feira, 11 de junho de 2021

Medusa e suas irmãs

Relendo alguns textos meus, depois de ler artigos na página Ancient Origins, detalhes interessantes no mito de Perseu e Medusa chamaram a minha atenção.

Perseu pode ser o Progenitor Lendário dos Persas. Vamos a alguns detalhes do mito de Perseu:

"Perseu tornou-se um grande homem, forte, ambicioso, corajoso, aventureiro e protetor da mãe. Polidecto, com medo de que a ambição de Perseu o levasse a lhe usurpar o trono, propôs um torneio no qual o vencedor seria quem trouxesse a cabeça da Medusa, o instinto aventureiro de Perseu não o deixou recusar. Em outra versão do mesmo mito, todos os convidados em uma homenagem ao rei deveriam dar-lhe um presente; como Perseu era pobre se ofereceu para trazer a cabeça da Medusa como presente.

Perseu, conhecendo sua mãe, disse que iria participar do torneio, mas não disse que iria enfrentar a Medusa, com receio de que ela o impedisse. Da batalha contra Medusa saiu vitorioso graças à ajuda de Atena, Hades e Hermes. Atena deu a ele um escudo tão bem polido, que tal qual num espelho, podia se ver o reflexo ao olhar para ele. Hades deu-lhe um elmo que torna invisível quem o usa, e Hermes deu a ele suas sandálias aladas, três objetos que foram definitivos para a vitória de Perseu". [https://pt.wikipedia.org/wiki/Perseu]

Quais são os três objetos que Hermes deu a Perseu?

"Ajudado por Hermes e Atena, Perseu encontra seu caminho para os Graiai e os engana roubando seu único olho e dente. Eles são forçados a dizer onde ele pode encontrar armas para ajudá-lo a matar Medusa: sandálias aladas para carregá-lo até a ilha das Górgonas, o boné de Hades para torná-lo invisível e uma bolsa metálica (kibisis) para segurar sua cabeça. é cortado. Hermes dá a ele uma foice de adamantina (inquebrável), e ele também carrega um escudo de bronze polido". [https://www.thoughtco.com/medusa-4766578]

Opa! Onde eu vi antes esse metal chamado adamantina? Não, não é Wolverine. A Marvel apenas copiou a ideia de outro mito.

"Gaia ficou triste com a destruição dos seus filhos, encerrados no Tártaro, e convenceu os titãs a atacarem Urano, e deu a Cronos uma foice de adamantina". [https://pt.wikipedia.org/wiki/Gaia_(mitologia)]

Mais detalhes:

"Perseu voa até Sarpedon e, olhando para o reflexo de Medusa em seu escudo - para evitar a visão que o transformaria em pedra -, corta sua cabeça, coloca-a na bolsa e voa de volta para Serifos". [https://www.thoughtco.com/medusa-4766578]

A ilha de Sarpedon está presente nos mitos conectados com Sarpedão, filho de Zeus com Europa. A ilha mítica pode ser vizinha de Eritréia, uma cidade costeira da Cilicia, uma cidade costeira de Cisthene ou na região da Líbia. Medusa poderia ser muito bem a rainha dessa ilha. Uma rainha guerreira [como as amazonas] que cobria seu rosto com uma máscara de batalha.

Medusa tinha parentesco com as Greias [Dino, Ênio e Péfredo] e tinha duas irmãs: Esteno, "a que oprime" e Euríale, "a que está ao largo". Seu possível "pai" é Gorgon, um dos Titãs que Zeus derrotou graças ao uso do Velocino de Ouro [ítem mítico], geralmente descrito como o pelo dourado de um carneiro, mas na Titanomaquia é descrito como sendo o pelo dourado de um bode.

"Gorgo Aix, o Gorgon mais velho, o espírito das nuvens tempestuosas.

Gorgo Aix foi uma antiga Górgona, que existiu quando o mundo ainda era jovem, durante a época dos antigos titãs, antes do nascimento e reinado dos Olimpianos. Era uma cabra monstruosa, o alter ego de Amalthea, a ama-cabra do bebê Zeus. Seu nome significava literalmente  "cabra terrível" ou  " tempestade violenta".  Semelhante às Górgonas posteriores, Gorgo tinha serpentes vivas como cabelo, presas como presas e uma longa língua pendurada. No entanto, tinha corpo de cabra, nariz achatado e feio, e era de gênero indescritível.

Gorgo não poderia ser referido como ele ou ela, porque não era homem nem mulher. Foi descrito como uma mulher com características masculinas, como barba, ou um homem com atributos femininos. Gorgo era um monstro afeminado e às vezes dizia-se ser a mãe ou o pai das três Górgonas. Antes da guerra de dez anos entre os Titãs e os Deuses, Gorgo passou a maior parte de sua vida, escondido por Gaia, em uma caverna secreta de Creta. E durante a guerra, a cabra monstruosa juntou forças com os Titãs, os inimigos dos Deuses.

Gorgo foi morto no início da guerra,  por  Zeus,  que então usou a pele de cabra para construir seu famoso Aegis, colocando sua cabeça horrível na frente do escudo. Isso possivelmente explica porque Zeus já empunhava uma égide decorada com a cabeça de uma Górgona, muito antes do tempo, e da morte da Górgona  -  Medusa. Modelando seu pai, Athena também colocou o presente da cabeça de Medusa em sua própria égide. Tal pai tal Filha". [https://www.trueghost.online/2020/08/the-gorgon-stheno-euryale-medusa-gorgo.html]

Outro parente é Ladão:

"Ladão (em grego: Λάδων, Ladôn), Dragão Hésperio ou Dragão das Hespérides (em latim Draco Hesperidum), na mitologia grega, era um dragão semelhante a uma serpente de cem cabeças cada uma das quais falava uma língua diferente, que se enrolava e girava em torno da árvore no Jardim das Hespérides e guardava as maçãs douradas junto às ninfas". [https://pt.wikipedia.org/wiki/Lad%C3%A3o]

Eis que nos vemos de volta às Hespérides [que tem parentesco em comum com as Górgonas]. Coincidências demais para serem meras coincidências. Não nos esqueçamos que os mitos antigos chegaram até nós por Hesíodo, que registrou por escrito diversas tradições orais, visando agradar os poderosos da época. Muito pagão moderno certamente ficaria constrangido se algum mito mais antigo de Atena a identificasse como sendo uma Górgona e originária da Líbia, como eu citei aqui no texto sobre os cabelos cacheados de Atena. Isso sem nos esquecer de inúmeros mitos que envolvem Deusas Ofídicas e a origem da humanidade.

Enfim, ao contrário de suas irmãs, Esteno e Euríale, Medusa era mortal. Pior, segundo os mitos, ela foi castigada por Atena por ter sido estuprada por Poseidon.

"Ovídio, Metamorfoses 4. 770 ff (trad. Melville) (épico romano C1st AC a C1st DC):
[Medousa (Medusa)] foi violada no santuário de Minerva [Atenas] pelo Senhor do Mar (Reitor Pelagi) [Poseidon]. A filha de Jove [Zeus] se virou e cobriu com seu escudo os olhos de virgem. E então, para um castigo adequado, transformou os lindos cabelos da Górgona em cobras repugnantes". [https://www.theoi.com/Pontios/Gorgones.html]

Os mitos antigos são perturbadores demais para a mentalidade ocidental moderna dominada pela espiritualidade judaico-cristã. Eu, se fosse contemporâneo de Perseu, certamente o seguiria. Depois que ele tivesse acabado, eu daria um jeito de ajudar ou curar a Medusa. Ela provavelmente iria querer me recompensar e eu certamente ficaria duro como pedra...

quarta-feira, 9 de junho de 2021

O Rei do Inferno

Eu devo ter dito diversas vezes que eu gosto de anime. Essa é a imagem do anime Dororon Enma Kun Meeramera.

"Enma-kun, Yukiko Hime e Kapaeru são membros de uma Patrulha Demoníaca que são enviados ao mundo humano para prender demônios". [https://unionmangas.top/perfil-manga/dororon-enma-kun]

Quem assiste e curte anime como eu deve ter deparado com diversas séries onde o Rei dos Demônios vem para salvar o mundo, o que deve dar nó em muito otaku ocidental preso na espiritualidade judaico-cristã.

Deixando isso de lado, quem é, exatamente, o Rei Enma?

"Enma Dai Oh (lit. "Grande Rei Demônio"), é, segundo o Budismo, um dos dez deuses que julgam os mortos no mundo dos espíritos conhecido pelo seu grande poder e calma budista, conhecido como Reikai. Segundo o Budismo, após a morte de uma pessoa, de sete em sete dias é julgada por um dos dez deuses até que se complete o julgamento, mas no budismo japonês ele é o único juiz dos mortos. Enma Dai Oh é o quinto deus a julgar, fazendo-o no trigésimo quinto dia após a morte". [https://pt.wikipedia.org/wiki/Enma_Dai_Oh]

Quem seriam os dez deuses que julgam os mortos?

Consultando o Wikipédia [em inglês]:

King Qin'guang, King Chujiang, King Songdi, King Wuguan, King Yanluo [Rei Enma], King Biancheng, King Taishan, King Dushi, King Pingdeng e King Zhuanlun. [https://en.wikipedia.org/wiki/Diyu#Ten_Courts_of_Hell]

Esses deuses tem que gerenciar dezoito "distritos" [em inglês]:

Hell of Tongue Ripping, Hell of Scissors, Hell of Trees of Knives, Hell of Mirrors of Retribution, Hell of Steaming, Hell of Copper Pillars, Hell of the Mountain of Knives, Hell of the Mountain of Ice, Hell of Oil Cauldrons, Hell of the Pit of Cattle, Hell of Boulder Crushing, Hell of Mortars and Pestles, Hell of the Pool of Blood, Hell of the Wrongful Dead, Hell of Dismemberment, Hell of the Mountain of Fire, Hell of Mills e Hell of Sawing. [https://en.wikipedia.org/wiki/Diyu#Eighteen_Levels_of_Hell]

Evidente que, para lidar com tantas almas condenadas, esses deuses tem seus ajudantes. Consultando o Wikipédia, eu encontrei referências ao Heibai Wuchang, Jiang Ziwen, Niútóu [cabeça de boi], Mǎmiàn [cara de cavalo] e Zhong Kui.

[https://en.wikipedia.org/wiki/Heibai_Wuchang]
[https://en.wikipedia.org/wiki/Jiang_Ziwen]
[https://en.wikipedia.org/wiki/Ox-Head_and_Horse-Face]
[https://en.wikipedia.org/wiki/Zhong_Kui]

O que cristão e satanista ignora é que Satan não é o Rei do Inferno, nem mesmo um Deus, sua identidade deve ser entendida conforme a mitologia associada à ele, na qual Satan é um anjo de Deus [o da Bília] que age mais como um "procurador" para acusar e condenar as almas dos seres humanos. Em termos gerais e comparativos, Satan está hierarquicamente abaixo de Enma Dai Oh.