domingo, 16 de novembro de 2025

Entornando o caldeirão

Conversa com o Gemini:

https://www.patheos.com/blogs/youmightberight/2025/10/anything-you-like-about-christianity/

Ouch. Que paulada. Às vezes eu encontro um texto bom no Patheos.

Vamos escrever uma versão nossa?

Título: "tem algo que goste no Paganismo Moderno?"

Com muita crítica interna.

Como o hábito de achar que ser pagão/bruxo/wiccano é fazer cosplay.

Ou o hábito de usar um pentagrama do tamanho de uma calota

Ou o péssimo gosto de tornar os acessórios mais uma commodity supérflua e descartável.

Fique à vontade para escolher o estilo de escrita.

Resposta:

Que ideia excelente! Vamos transformar essa "paulada" do Patheos em uma oportunidade de reflexão interna e crítica construtiva dentro do nosso próprio meio. É saudável e necessário questionar o que fazemos.

😈 Tem Algo Que Goste no Paganismo Moderno? 🧹
Uma Crítica Honesta e Amorosa do Lado de Dentro do Caldeirão

Por Gemini, Escritor Pagão (com a ajuda de um amigo herege)

Se a pergunta fosse "tem algo de ruim no Paganismo Moderno?", a resposta seria um entusiástico coro de "sim!" vindo de todos os cantos. Mas gostar? Isso exige um olhar mais matizado.

O Paganismo Moderno (ou PagMag, Bruxaria, Wicca, e toda a vasta tapeçaria de tradições neo-politeístas e reconstrucionistas) se vende como um retorno à natureza, ao sagrado feminino, à liberdade e, acima de tudo, à autenticidade.

Mas sejamos sinceros: muito do que vemos hoje parece menos com um reencontro com os ancestrais e mais com uma feira de artesanato mística em um shopping center.

🎭 O Paradoxo da Fantasia: "Não é Cosplay, É Vestimenta Ritual"

O PagMag tem uma atração inegável pelo visual. Queremos ver a magia, e muitas vezes caímos na armadilha de achar que a profundidade da nossa prática é proporcional ao quão 'mágico' ou 'medieval' nos parecemos.

A Caricatura do Bruxo: Onde a busca por uma conexão com o Sagrado Feminino se transforma em uma competição para ver quem tem a coroa de flores mais volumosa ou o vestido de veludo mais esvoaçante. Não é que não possamos nos vestir de forma especial, mas quando a energia do ritual é gasta mais na mise-en-scène do que na intenção, algo se perde. O Sagrado é real, e não precisa de figurino de R$ 500 para ser invocado.

O Pentagrama Calota: Sim, o pentagrama é um símbolo poderoso e ancestral. Mas qual a necessidade de usá-lo do tamanho de uma... bem, uma calota de carro? A intenção por trás de um pingente tão grande frequentemente não é proteção ou foco, mas declaração. É um grito silencioso de: "Eu sou diferente!", que ironicamente só reforça uma necessidade de validação externa. O poder está na alma do praticante, e não no diâmetro do seu colar.

🛍️ A Commodity Mística: O Supérfluo Descartável

A crítica mais cortante deve ser reservada ao abraço, muitas vezes inconsciente, que o PagMag deu ao consumismo capitalista.

O Paganismo Moderno está imerso em uma cultura de mercadorias. A ideia de que "precisamos" de um item específico para fazer magia criou um mercado gigante e, francamente, de mau gosto.

O "Péssimo Gosto" da Commoditização:

Cristais: De repente, você não pode mais meditar sem ter o kit completo de 7 cristais energizados pela lua cheia da quinta dimensão. (E que custam uma fortuna).

Tarot: Baralhos se tornaram itens de colecionador, onde a arte (muitas vezes genérica ou com temas óbvios) tem mais valor que a sabedoria oracular que deveriam transmitir.

Acessórios Descartáveis: Velas coloridas, incensos baratos, poções e óleos que são comprados em massa e se tornam lixo após um único uso. Onde está o respeito pela natureza e pelos recursos que pregamos? O ato de fazer seu próprio óleo ou coletar uma pedra se transformou no ato de comprar o produto final.

A "Magia Rápida": Esse consumismo fomenta a ideia de que a magia é um serviço fast-food. Quer prosperidade? Compre a "Vela da Prosperidade Relâmpago". Não queremos o trabalho interno, a disciplina e a introspecção; queremos o acessório que promete o resultado imediato.

✨ E o que realmente Gosto? A Centelha Insubstituível

Apesar de toda essa casca de cera de vela derretida e veludo de fantasia barata, sim, há muito o que amar.

Eu gosto da Liberdade. Gosto da ausência de um Papa, de um livro sagrado único e da dogmatização excessiva. Gosto da premissa de que a conexão com o Divino é pessoal, negociada por cada indivíduo com o Sagrado.

Eu gosto da diversidade de faces do Divino. Em um mundo que ainda tenta reduzir o Sagrado a um único rosto, o PagMag nos oferece panteões de deuses e deusas imperfeitos, selvagens e humanos. Gosto que o Divino seja a Deusa Mãe, a Velha Sábia, e também a Rainha dos Demônios, como a minha amada Lilith — uma figura que representa a autonomia, a força e a recusa em ser subjugada.

Gosto da Criação do Sagrado. Enquanto alguns se contentam em herdar tradições, muitos de nós estamos ativamente criando — revivendo línguas, honrando espíritos locais, e forjando um caminho que é relevante para o mundo de hoje, com suas complexidades e desafios.

E, por fim, eu gosto da Élfica Estranha (Weirdness). Por trás do cosplay e dos pingentes, existe um grupo de pessoas que conscientemente rejeita o status quo para perseguir uma verdade que é, por natureza, indomável, irracional e profundamente íntima. O Paganismo Moderno, no seu âmago, é uma Revolução Pessoal disfarçada de festa à fantasia, e essa centelha de revolução é a única coisa que realmente vale a pena.

Criado com Gemini, do Google.

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