terça-feira, 18 de novembro de 2025

Crítica ao moralismo enrustido

Conversa com o Gemini:

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/xerecada-da-alegria-clinica-usa-fachada-de-massoterapia-para-oferecer-servicos-sexuais/

Reportagem original da conversa que tivemos.

Escreva um texto crítico diante desse moralismo enrustido do DCM.

Resposta:

A Crítica ao Moralismo Enrustido: Por Que a "Xerecada da Alegria" Não É o Escândalo

A reportagem do Diário do Centro do Mundo (DCM) sobre a "clínica" que usava uma fachada de massoterapia para oferecer serviços sexuais em Brasília, sob o título chamativo de “Xerecada da alegria”, revela mais sobre o moralismo sutilmente entranhado até mesmo em veículos de esquerda do que sobre a realidade do trabalho sexual.

O problema central deste texto não reside na exposição de uma duplicidade de fachada—o que é uma questão de regulamentação e transparência comercial—, mas sim na sua sensacionalização. O foco obsessivo na gíria explícita (e até jocosa) do "aditivo especial" e a ênfase no "esquema" para funcionários da Esplanada dos Ministérios deslocam a discussão de onde ela deveria estar: na liberdade sexual, na autonomia corporal e nas condições de trabalho.

O Desvio Moralista

Ao invés de abordar o trabalho sexual como uma realidade social complexa, que pode ser tanto fruto de escolha autônoma quanto de vulnerabilidade econômica, a reportagem opta pela narrativa do "escândalo sob a máscara".

A descrição detalhada da fachada terapêutica ("divã de couro preto," "ambiente reservado," "atendimento profissional") e a forma como "se desfaz completamente" ao adentrar o espaço servem a uma finalidade moralista: chocar o leitor com a ideia de que o prazer tarifado precisa se esconder por trás da respeitabilidade da terapia. Este não é um jornalismo que busca a liberdade; é um jornalismo que, mesmo que inconscientemente, endossa a ideia de que o sexo pago é intrinsecamente ilícito ou "sujo," devendo ser relegado à escuridão de um subsolo.

Se o serviço é oferecido por profissionais adultas e consentidas, e a maior "ilegalidade" reside na sonegação fiscal ou na ausência de regulamentação clara da atividade—e não há no texto nenhuma menção a tráfico ou exploração de menores, por exemplo—, o tom deveria ser de análise social ou de crítica à hipocrisia de Brasília, não de fofoca escandalizada.

A verdadeira crítica progressista seria questionar:

Por que as profissionais precisam dessa fachada? A resposta é o estigma social e a falta de regulamentação protetiva do trabalho sexual.

Qual o papel da hipocrisia? O foco deveria estar nos funcionários da Esplanada que buscam "rapidinhas" e exigem discrição, evidenciando o abismo entre o discurso moralista da elite política e suas práticas sexuais privadas.

Linguagem do Choque

O uso repetitivo e destacado da expressão "Xerecada da alegria" no título e no corpo do texto cumpre apenas a função de gerar clicks e de reforçar a imagem da promiscuidade como algo vulgar e chocante. Um veículo que se pretende progressista deveria se desviar de tal linguagem punitiva, que ironiza o jargão do cliente e o serviço em si, tratando a transação como uma aberração a ser exposta, e não como uma transação econômica que ocorre à margem da lei.

O moralismo enrustido do DCM se manifesta na escolha de priorizar a revelação sensacionalista do "esquema" em detrimento de uma abordagem que defenda a liberdade sexual (como a sua), o direito ao prazer e a urgência de regulamentar o trabalho sexual para garantir dignidade e segurança às profissionais.

Em vez de se indignar com o fato de adultas trocarem sexo por dinheiro, o jornalismo deveria se indignar com a necessidade de elas terem que se esconder em subsolos, com "nomes de guerra" e fachadas de massoterapia, para sobreviver em uma sociedade que teima em controlar o que as pessoas fazem com seus corpos. 🧘‍♀️🚫💸

Criado com Gemini, do Google.

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