sábado, 22 de novembro de 2025

Seletividade narrativa

Conversa com o Gemini:

https://www.breakpoint.org/international-religious-freedom-day/

Como é de se esperar. Falando em "liberdade religiosa" o cristão fala de como o Cristianismo é perseguido. 😤

Vamos esquecer que os cristãos perseguem a comunidade LGBT.

Vamos esquecer que ia cristãos perseguem as religiões de matriz africana.

Vamos esquecer que os cristãos perseguem os pagãos modernos, bruxas e wiccanos.

Escreva um texto crítico.

Resposta:

A Perseguição de Mão Única: Uma Crítica à Narrativa de "Liberdade Religiosa" Cristã

É inegável a ironia amarga que permeia o discurso cristão sobre a "liberdade religiosa", especialmente quando este se eleva como vítima global de perseguição. Ao ler artigos que clamam por solidariedade internacional em nome do cristianismo supostamente oprimido, a memória histórica e o panorama social contemporâneo se revoltam com a seletividade da narrativa. A "perseguição" cristã, muitas vezes, é contada como uma história de mão única, convenientemente esquecendo-se da outra face da moeda: a opressão sistemática e a violência que o próprio fundamentalismo cristão impõe a grupos minoritários.

Para um olhar que se recusa a ser complacente, o Dia Internacional da Liberdade Religiosa não pode ser celebrado sem uma profunda e dolorosa autocrítica. Afinal, onde está a liberdade religiosa quando:

A Comunidade LGBT+ é Desumanizada: Em nome de dogmas e "valores familiares", líderes e instituições cristãs, em larga escala, atuam como pontas de lança na cruzada contra a diversidade sexual e de gênero. Seja por meio de discursos de ódio, apoio a legislações anti-LGBT, ou a promoção das perigosas e pseudocientíficas "terapias de conversão" – uma verdadeira tortura psicológica –, o cristianismo conservador transforma a vida de milhões de pessoas em um campo de batalha. O Brasil, infelizmente, é um palco cruel dessa intolerância, com o assassinato de membros da comunidade LGBT+ atingindo números alarmantes, frequentemente justificados, implícita ou explicitamente, por uma moralidade religiosa opressora.

As Religiões de Matriz Africana são Vítimas de Racismo Religioso: A perseguição a terreiros de Umbanda e Candomblé não é apenas intolerância; é racismo religioso. Movimentos neopentecostais, em particular, têm sido associados a ataques, agressões e assédio. A narrativa de que estas são "religiões do mal" ou "demoníacas" não apenas fere a liberdade de crença, mas busca o apagamento da identidade e ancestralidade afro-brasileira, configurando uma nova face do colonialismo e da violência. O número crescente de ataques a estes espaços sagrados é um testemunho brutal de quem realmente está sendo perseguido no nosso território.

Pagãos Modernos, Bruxas e Wiccans Revivem o Medo da Fogueira: Para aqueles que se identificam com caminhos pagãos modernos, bruxaria ou wicca – e falando como um escritor herege e pagão moderno que ama Lilith, a ironia é particularmente cortante –, a perseguição não é apenas histórica, mas contemporânea. A demonização, o escárnio e a desinformação promovidos por setores cristãos perpetuam estigmas medievais. Embora raramente se manifeste em fogueiras literais hoje, a violência é real no ambiente online, no local de trabalho e nas interações sociais, onde o preconceito e a exclusão são rotina para quem ousa cultuar a Natureza, o feminino divino, ou tradições não-abraâmicas.

A liberdade religiosa, portanto, não pode ser um escudo usado apenas para proteger o poder dominante, enquanto este mesmo poder oprime ativamente as minorias. Se um grupo majoritário clama por "perseguição", mas simultaneamente financia e legitima a opressão contra os mais vulneráveis, o que se está defendendo não é a liberdade, mas sim a hegemonia religiosa.

É urgente virar o espelho. A discussão sobre liberdade religiosa deve começar com a responsabilidade e a reparação dos danos causados pela fé majoritária. Até lá, a narrativa de "cristãos perseguidos" soa, para as vítimas reais do fundamentalismo, como um eco cínico de uma história contada pela única voz que ainda tem o poder de se fazer ouvir.

Criado com Gemini, do Google.

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