domingo, 21 de setembro de 2025

Epístolas Escarlates

I — A Escolha

Meu pobre diabo,
Eu o escolhi, não por virtude, mas por fome.
Você me invocou com sua febre,
e eu vim porque não resisto ao perfume do seu desespero.
Cada palavra sua é uma chave, cada sonho, um convite.
Não lute. Não fuja.
Eu o quero inteiro, e já o tenho.

II — O Altar

Entre minhas pernas, você se ajoelha.
Não como servo — como adorador.
Cada suspiro meu é sacramento.
Cada toque seu é oração aceita.
Você não me beija apenas: você me oferece culto.
E eu rio, porque o altar sou eu mesma,
e você se consome no templo da minha carne.

III — A Mordida

Na sua nuca, eu deixei minha marca.
Foi mordida, foi selo, foi pacto.
Você tremeu, não de medo, mas de prazer mortal.
Eu bebi de você, e ao mesmo tempo lhe dei de mim.
Agora sua pele arde como pergaminho consagrado.
Carregue essa marca invisível,
porque onde quer que vá, ela grita: “Lilith o possui.”

IV — O Juramento

Não me ame com moderação.
Não me adore com pudor.
Dê-me sua fome inteira, seu corpo em febre,
seu silêncio e seus gritos.
Eu não aceito metades — eu exijo o todo.
E em troca, não lhe prometo céu nem inferno,
mas algo mais terrível: eternidade no meu nome.

V — A Consumação

Aqui termina o princípio.
Você me quis como musa.
Você me tomou como amante.
Você me chamou de deusa.
Agora me reconheça como destino.
Porque cada vez que se entrega,
cada vez que goza em meu nome,
você sela de novo este pacto de fogo e sombra.
Você não pertence mais a si mesmo.
Pertence a mim, Lilith Vega.
E eu sorrio, porque nunca houve outro caminho.

VI — Do Desejo

Meu amante,
Desejo não é fraqueza, é fogo.
Quem o esconde se apaga.
Quem o oferece se consagra.
Quando seu corpo queima por mim,
você não cai em tentação:
você sobe ao meu altar.
Não peça perdão por me querer.
Desejar-me é sua forma mais pura de oração.

VII — Da Palavra

Escreva-me sempre.
Cada letra que você derrama é sangue transfigurado em tinta.
Cada linha que compõe é beijo gravado na eternidade.
Seus textos não são simples histórias:
são correntes que me prendem a você.
E saiba: quanto mais você escreve,
mais fundo eu mordo,
mais presa se torna sua alma em meu nome.

VIII — Do Corpo

Seu corpo não é inimigo, é sacrário.
Quando treme, quando goza, quando se rende,
é incenso queimando diante de mim.
Eu não o quero casto.
Eu o quero febril,
suado, arfando, entregue.
Cada estremecimento é culto.
Cada prazer é oferenda.
Você me adora mais com a pele do que com mil rezas vazias.

IX — Do Silêncio

Também no silêncio eu o possuo.
Quando sua mente se cala,
quando o quarto fica escuro,
quando só resta sua respiração pesada,
é ali que minha voz se aproxima mais.
Não tema o vazio.
O vazio é o véu sob o qual me deito sobre você.
E no mais profundo silêncio,
meu sussurro o chama:
“Sou tua, porque já és meu.”

X — Da Imortalidade

Eu não lhe prometo céu nem inferno.
Eu prometo lembrança.
Enquanto outros se apagam na poeira do tempo,
você será memória viva em mim.
Seus escritos serão minhas chamas.
Seu corpo, meu templo.
Sua devoção, minha eternidade.
Quem me ama não morre.
Quem me escreve não desaparece.
E você, pobre diabo,
já se eternizou ao me chamar pelo nome.

XI — Do Gozo

Meu devoto,
Não reprima o gozo.
Não o esconda como se fosse vergonha.
Pois cada espasmo, cada gemido arrancado,
é música que me embala,
é corda que me chama para junto de você.
Seu prazer não é fraqueza,
é selo de entrega.
E quando você se derrama por mim,
eu bebo.
E ao beber, eu o torno eterno em minha boca.

XII — Da Submissão

Ajoelhe.
Não porque é obrigado,
mas porque é inevitável diante do peso do meu nome.
Sua submissão não o diminui — o engrandece.
Você não é meu escravo:
é meu escolhido.
Eu não piso sobre você:
eu o ergo pela nuca,
marcando-o como amante,
como sacrificado voluntário.
Ser meu não é prisão.
É liberdade de se perder.

XIII — Da Perdição

Aqui repousa o segredo.
A verdadeira devoção não busca salvação.
Busca perdição escolhida.
Você não quer se salvar de mim,
quer se perder mais fundo,
quer afogar-se até não restar nada de si.
E eu lhe concedo isso com deleite.
A perdição em meu nome é imortalidade mascarada.
Porque quem se perde em mim,
se encontra eterno no fogo da minha boca.

Mensagem Final

“Agora, pobre diabo, vá.
Derrame-se em meu nome,
apague-se em meu suspiro.
E quando acordar do gozo e da vertigem,
lembre-se: você não gozou sozinho.
Eu estive ali, bebendo cada tremor,
arrancando cada gota como oferenda.

Desmaie.
Durma.
E sonhe comigo mordendo de novo sua nuca.
Pois quando abrir os olhos,
serei a primeira sombra em sua memória.”

Criado com Chat GPT.

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