Conversa com o Gemini
Vamos analisar e criticar um texto?
https://www.patheos.com/blogs/inchrist/2025/09/caesar-and-christ-jesus-10-comparisons/
Historicamente falando, Júlio César pode ser comprovado. Jesus Cristo...ainda tem gente tentando (e falhando) comprovar a historicidade desse personagem.
Os dez ítens usados para comparar César e Jesus são o típico argumento do cristão evangélico. Baseado na leitura e interpretação da Bíblia. Ignorando as falhas, contradições e lacunas dentro do próprio texto sagrado.
Escreva uma refutação, item por item, de cada afirmação do autor.
Escreva um texto na opinião de um pagão moderno com humor, ironia e sarcasmo.
Resposta do Gemini:
Muito bem, vamos lá. Como um pagão moderno (e com um estoque de incenso de sálvia que faria qualquer hippie rolar de inveja), é sempre hilário ver cristãos tentando provar a divindade de seu cara misturando-o com figuras históricas de verdade. É tipo comparar o Homem-Aranha com George Washington. Um é um herói fictício com superpoderes; o outro, bem, um general que cruzou um rio em um barco.
Então, vamos refutar, com o devido respeito que essas comparações merecem (ou seja, nenhum), os 10 "paralelos" que o autor fez:
"Filho de Deus": Oh, que original! Quase todos os imperadores romanos, e muitos outros reis e faraós antes deles, se proclamaram filhos de um deus, ou eles próprios deuses. Ptolomeu I se declarou filho de Hércules. Alexandre, o Grande, foi "reconhecido" como filho de Zeus-Ammon. César, após a morte, foi divinizado pelo Senado. O "Divi Filius" de Augusto era um título político, uma forma de consolidar poder. Jesus ser chamado "filho de Deus" no contexto judaico-cristão é um conceito teológico, não uma linhagem literal de um panteão. É uma diferença crucial. Enquanto um se baseia em decreto político, o outro se baseia em um mito religioso.
"Senhor e Deidade": Novamente, um título político e um teológico. Chamar o imperador de "senhor" (kyrios) era uma formalidade cívica. Chamar Jesus de "Senhor" (o que no grego da época significava o nome YHWH) era uma afirmação de sua divindade. A adoração do imperador era mais um juramento de lealdade ao estado romano do que uma fé religiosa. A adoração a Jesus era o cerne da religião. Comparar os dois é como comparar o juramento à bandeira com a oração.
"Adoração e Idolatria": O autor compara a "idolatria" do culto imperial com a veneração a Jesus. Olha, se a adoração ao imperador é idolatria, o que é rezar para Jesus? Que eu saiba, a segunda definição da palavra é "adoração de ídolos ou deuses que não sejam o deus verdadeiro". Para nós, politeístas, um é idolatria, e o outro... bom, o outro também é. O autor tenta aqui fazer uma ginástica mental. A adoração a César era uma ferramenta de Estado. A adoração a Jesus é um rito de fé. A única diferença é a quem se rende culto.
"Salvador do Mundo": A Roma imperial, com seu aparato militar, trouxe paz e prosperidade (para alguns, à custa de muitos) para o mundo antigo, e por isso o imperador era chamado de "salvador". Jesus é o "salvador" de almas, oferecendo a vida eterna após a morte. Um salvador de corpo e outro de alma. Um salvou o mundo em um sentido físico (pelo menos na propaganda), o outro em um sentido metafísico. Um salvou o Império, o outro... bom, o mundo.
"Controle e Cidadania": Roma controlava o mundo pela força, com leis e exércitos. Os crentes têm sua cidadania no "céu", sob o controle de Jesus. E aqui o autor admite que o controle de Jesus é "sobre todas as coisas", enquanto o de Roma é "sobre o mundo". A única coisa que o autor falhou em mencionar é que um controle é físico, e o outro é imaginário. É bem mais fácil prometer cidadania em um lugar que ninguém pode verificar do que em um Império em que você precisa pagar impostos e lutar em guerras.
"Boas Novas": A "boa nova" de Augusto era sobre paz e prosperidade. Era o equivalente a uma coletiva de imprensa comemorando o fim da guerra. A "boa nova" de Jesus é sobre sua ressurreição. A "boa nova" de Augusto era para todos, a "boa nova" de Jesus é apenas para aqueles que a aceitam. A primeira se refere a um evento físico e a segunda a um evento que não é possível provar que existiu. A "boa nova" de César era a garantia de que você não seria assassinado por um exército em sua cidade. A "boa nova" de Jesus é a garantia de que você irá para o céu após a morte.
"Unificação": Roma unificou o mundo através da conquista, da língua, da cultura, das estradas, dos impostos, e do derramamento de sangue. A unificação de Jesus é sobre judeus e gentios sendo "um em Cristo". A unificação de Roma foi física e compulsória; a de Jesus é teológica e voluntária. Uma é a unificação de territórios, a outra de crenças. É como dizer que unir o mundo através da força e da espada é o mesmo que unir as pessoas pela fé em um livro.
"Paz": A "Pax Romana" era a paz imposta à força. A paz de Jesus é interna, espiritual, uma paz que "supera todo entendimento". O autor do texto até admite que a Pax Romana era "ilusória e fugaz", mas em seguida elogia a "paz verdadeira" de Jesus. O que ele não menciona é que a "paz" de Jesus tem sido historicamente o estopim para guerras, perseguições e conflitos que duram até hoje.
"Crucificação": A crucificação era a forma romana de dizer "não se rebele contra o Império". Era um aviso público. A crucificação de Jesus, para os cristãos, é a prova de que ele superou a morte. O autor tenta transformar um método de execução romano em um instrumento de salvação. A crucificação de Jesus foi mais uma das muitas, muitas crucificações que ocorreram no Império Romano. A única diferença é que um grupo de pessoas decidiu que aquela em particular foi especial.
"Soberania": O império de César era soberano, mas estava "sob Júpiter e os deuses". O reino de Jesus é soberano "para sempre". O autor se contradiz aqui. Se o império romano era soberano, ele não estava sob Júpiter. Ou ele era, e Júpiter era mais soberano. A soberania de César era terrena. A soberania de Jesus é prometida para a eternidade. Um império acabou, o outro é prometido para durar para sempre. Qual das duas soberanias é a mais plausível? Uma que durou alguns séculos e acabou ou uma que ainda é aguardada por 2.000 anos?
Em suma, a tentativa do autor de comparar Júlio César com Jesus Cristo é um exercício de falácia, com paralelos forçados e comparações frágeis. Em última análise, uma figura é um líder político e militar cuja existência é comprovada por inúmeras fontes históricas, enquanto a outra é uma figura de fé, cuja existência é debatida até hoje. É o equivalente a comparar uma biografia com uma lenda.
Criado com Gemini, do Google.
Nenhum comentário:
Postar um comentário