Acredita-se que indígenas do século X observavam o Sol e seus ciclos, mapeando seu movimento no céu e utilizando essas informações para prever os períodos de chuva e seca na Amazônia. Pesquisadores evitam comparar o conjunto de grandes rochas fincadas no solo, conhecido como o “Stonehenge da Amazônia”, com o famoso e milenar Stonehenge do Reino Unido, embora ainda haja muitos mistérios.
Descobertos em 2000 por moradores locais no topo de uma colina, esses monumentos ancestrais, datados por volta do ano 1000 pelo Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Lepa), se tornaram um patrimônio histórico do Brasil.
De acordo com o arqueólogo, esse observatório a céu aberto, construído há milhares de anos, era utilizado para mapear os movimentos do Sol e desvendar os segredos dos equinócios e solstícios. "O equinócio é o momento da transição entre o inverno e o verão, ideal para o plantio de determinadas culturas agrícolas. E o solstício já é um período de baixa, quando a gente está saindo do período seco para o período chuvoso."
Leite está à frente do estudo e destaca que não é possível determinar se a comunidade vivia próxima ou distante do monumento, devido à deterioração das aldeias de palha ao longo do tempo, que não deixaram vestígios claros. Uma das questões que ainda estão em aberto é justamente o fato de identificar os povos que ali habitaram. “O local era como um centro cerimonial para enterramentos de pessoas especiais, e esse espaço sagrado também demonstra a relação entre os fenômenos do céu e a dinâmica de vida das populações indígenas do passado", disse.
O sítio arqueológico foi escolhido neste ano para receber financiamento destinado à criação de um parque de preservação e visitação pública por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), oferecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Atualmente, o projeto está em fase de desenvolvimento, mas ainda não há uma data definida para sua conclusão.
Fonte: https://revistaforum.com.br/brasil/norte/2024/6/24/observatorio-solar-indigenas-no-amapa-teriam-conhecimentos-astronmicos-ha-mais-de-mil-anos-161004.html
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