domingo, 12 de maio de 2024

Jogo dos sete erros

Uma notícia no Carta Capital suscitou uma reflexão necessária. Como o jornal (revista?) dificulta a citação e uso das notícias para fazer postagem, eu vou citar outra fonte.
Citando:

Em mais de 800 lojas do Carrefour, funcionários estão utilizando câmeras corporais em seus uniformes de trabalho. Após investir cerca de R$ 16 milhões na compra de 6 mil bodycams, como são conhecidas, a maior varejista do Brasil afirma que o uso desses aparelhos por vários funcionários, espalhados em mil pontos de venda pelo país, reduziu em 30% a ocorrência de incidentes em lojas.

 https://canalcienciascriminais.com.br/funcionarios-do-carrefour/

O desafio ao leitor é encontrar sete erros. Valendo.

Recapitulando, em várias notícias o Carrefour aparece como palco de uma ocorrência no mínimo preocupante. O público deve lembrar o caso do cachorro morto por um segurança. Foram três ocorrências que foram noticiadas de flagrantes mostrando a truculência e o racismo cometido pelos seguranças do supermercado.
Em nota pública, o Carrefour vem com a explicação (desculpa esfarrapada) de que isso aconteceu com um funcionário terceirizado. Nota necessária e essencial - segurança privada, seja da empresa ou terceirizada, não tem (repito, não tem) poder e função de polícia. Não pode prender, não pode revistar, não pode confiscar.
Casos semelhantes ocorreram em outras lojas, em lanchonetes fast fios e espetáculos.
Quem forma esses profissionais? Quem lê notícia deve ter visto a notícia do massacre (um de muitos) da PM do Tarcísio no baile funk na periferia. Quem lê notícia deve ter visto o caso emblemático da PRF e a tortura e execução de um coitado (preto e favelado - coincidência?). Quem lê notícia deve ter visto que um instrutor de um conhecido curso preparatório literalmente ensinou isso aos futuros policiais rodoviários. E nada aconteceu ao instrutor ou ao instituto que permitiu tal aberração.
Isso é estrutural. Efeito do racismo e da aporofobia.
Quem lê notícia deve ter visto a notícia do massacre (um de muitos) da PM do Tarcísio no baile funk na periferia.
Instalar câmera corporal é placebo. O necessário é mudar a atitude.

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