quinta-feira, 23 de maio de 2024

Questão de perspectiva


What if God was one of us?
Just a slob like one of us
Just a stranger on the bus
Tryin' to make his way home?

-One of us, Joan Osborne.

Uma charge no Brasil 247 instigou a minha atenção.

O que Renato Aroeira quer transmitir?

Esse é um resumo do pensamento ateu?
Observando o absurdo das ações e palavras de pessoas supostamente representantes de Deus, a crítica, o questionamento e a dúvida devem ser estimuladas. Pena que o ateu, quando se manifesta, o faz de forma tão fundamentalista e dogmática como o cristão.

Renato não deve ter atinado no simbolismo oculto e até esotérico escondido na obra de Michelangelo que ele utilizou como base da sua charge.

Michelangelo fez uma pegadinha na Igreja Católica e escondeu uma simbologia naturista, até humanista, em sua obra na Capela Sistina.

Eu sei e digo com frequência que essa merda toda começou quando apareceram as organizações religiosas. Isso está longe da questão sobre a existência do divino.
Eu costumo também dizer que toda nossa cultura (inclusive a ciência) foi desenvolvida pelos povos antigos, todos religiosos. Naquela época, a religiosidade era pública e voluntária. A vida do cidadão comum (da cidade) estava inerentemente relacionada com uma experiência e vivência prática com o divino.
O conceito de Deus era bem diferente do que as organizações religiosas têm imposto ao longo de séculos. O divino era considerado como parte do mundo, da natureza e da realidade. Então o estudo da natureza, assunto da ciência, lida com aquilo que é manifestação do divino.
Para estabelecer uma analogia, é como olhar a linha de uma malha e dizer que não existe a estampa.

Tem uma frase de LaVey que cabe aqui. “A responsabilidade ao responsável”. Quem dá audiência para e faz essas merdas é o humano. Então quem tem que lidar com e limpar essa merda é o humano.
Quem tiver ouvidos, ouça.
Quem tiver entendimento, entenda.

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