Particularmente preocupante é o aumento de 1.424% nos boletins de ocorrência registrados pela Polícia Civil no mesmo período, totalizando 3.868 vítimas. Esses números indicam uma gravidade crescente nos episódios de violência física, sexual e psicológica enfrentados pela comunidade LGBTQIA+ na capital paulista.
O estudo identificou que os casos de violência estão concentrados principalmente em regiões periféricas da cidade, com destaque para distritos como Itaim Paulista, Cidade Tiradentes e Jardim Ângela. No entanto, os registros policiais indicam que as ocorrências são mais frequentes na região central, especialmente nos bairros da República, Bela Vista e Consolação.
A implementação da Delegacia Eletrônica é apontada como um fator que contribuiu para o aumento dos registros de ocorrências, facilitando o acesso das vítimas à denúncia virtual. O levantamento também revelou que as mulheres são mais propensas a utilizar esse recurso do que os homens.
Homens jovens e negros são os mais afetados pela violência LGBTQIA+ em São Paulo, representando a maioria das vítimas. Apesar de corresponderem a apenas 43,5% da população, os negros constituem 55% dos casos relatados. Além disso, uma parcela significativa das vítimas alega ter sofrido agressões por parte de policiais.
O diretor-executivo do Instituto Pólis, Rodrigo Iacovini, ressaltou a importância de políticas públicas direcionadas para garantir a segurança e o bem-estar da comunidade LGBTQIA+. Ele destacou a necessidade de aprimoramento das políticas de segurança pública e de atendimento às mulheres lésbicas, bissexuais e trans.
O estudo completo, intitulado “Violências LGBTQIAPN+ na Cidade de São Paulo”, será divulgado na próxima sexta-feira (17), em comemoração ao Dia Mundial de Combate à LGBTfobia. Os dados utilizados foram obtidos através da Lei de Acesso à Informação, mas os pesquisadores observaram algumas limitações nas informações disponíveis, como a falta de identificação da orientação sexual ou identidade de gênero das vítimas nos registros policiais.
Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/violencia-contra-pessoas-lgbtqia-dispara-970-em-sp-diz-estudo/
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