sexta-feira, 24 de maio de 2024

O capital não é solidário

A vereadora de Goiânia Aava Santiago faz uma muito bem-vinda cobrança às instituições financeiras, especialmente aos grande bancos privados — Itaú, Bradesco, Santander —, para que deem sua contribuição também no grande esforço nacional para ajudar nossos irmãos gaúchos.

Até o momento, as medidas anunciadas pelos grandes bancos são apenas de empurrar a dívida para adiante, mas nada de mexerem no bolso.

Segue a transcrição do depoimento da vereadora.

E as instituições financeiras? Até agora a gente não ouviu falar se elas irão por exemplo suspender a cobrança de dívidas, suspender o processo de negativar os gaúchos que estão com empréstimo no banco e não vão dar conta de pagar ou que vão precisar de empréstimo para reconstruir suas casas, se vai ter uma política de tarifa zero de juros.

"Porque a gente cobra dos poderes públicos, mas a verdade é que a gente vive também o capitalismo estatal. Capital parece que requer o estado mínimo, mas quando é pra ser salvo, quando vem a falência, é o estado que salva, é o estado brasileiro que salva banqueiro, é o contribuinte brasileiro que salva banqueiro da falência.

E não é só o brasileiro não, nos Estados Unidos também. A gente viu isso, né, no super primeiro mundo, onde o liberalismo funcionou. Quando teve a crise econômica de 2008 foi o dinheiro público que foi salvar os bancos da falência.

A gente precisa encarar que não existe liberalismo forte sem a mão amiga do Estado. Especialmente no Brasil.

No Brasil os grandes proprietários de terra dependem de benesses do Estado, os grandes produtores do agro dependem de benesses do Estado, os grandes produtores da indústria dependem de concessões do Estado. 

Então, assim, são todos liberais, mas às custas de capital público. É o capital público que mantém o grande capital privado nesse país.

Então a gente tem que chamar essas pessoas à responsabilidade. Cadê o Itaú? Cadê o Bradesco? Cadê o Santander? Dizendo que não vai cobrar juros e que não vai colocar no SPC a pessoa que está debaixo d'água, que tem um empréstimo pra pagar a casa e não vai dar conta de pagar. Cadê esses bancos oferecendo linha de crédito pras pessoas reconstruírem suas vidas? 

É claro e evidente que a gente tem que cobrar dos poderes públicos, mas mais ainda de quem fez fortuna com base nas benesses do Estado.

Fonte: https://revistaforum.com.br/brasil/2024/5/21/cad-itau-bradesco-santander-no-socorro-ao-rs-159173.html

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