Deus não joga dados.
-Albert Einstein
Mas seus prepostos apostam em cavalos.
-Eu mesmo, neste instante.
Foi necessário Pascal passar pelo rio Estige para ele perceber que ele fez uma aposta ruim.
A despeito das psicografias, aqueles que passaram pelo véu entre os mundos não podem falar o que encontraram.
Mas o medo do inevitável constitui o melhor trunfo das organizações religiosas para aumentar a clientela.
Então um padre, um pastor, um rabino e um imam entram em uma corrida de cavalos. Os frequentadores usuais olham embasbacados. Geralmente, pessoas que ocupam o sacerdócio (ênfase no ócio) condenam a jogatina. O que vieram fazer no jóquei?
O padre torcia para o cavalo branco, que simbolizava a pureza e a fé. O pastor torcia para o cavalo castanho, que representava a força e a perseverança. O rabino torcia para o cavalo preto, que lembrava a sabedoria e a justiça. E o imã torcia para o cavalo baio, que simbolizava a paz e a harmonia.
(Trecho sugerido pelo Gemini, do Google)
Feitas as apostas, os sacerdotes sentaram na parte dos camarotes, um local privilegiado, reservado aos “Vips”, longe e isolado da arquibancada, onde ficam as pessoas.
-Senhores, então estamos combinados. O cavalo que ganhar será a prova de qual de nós está certo e de qual religião adora o Deus verdadeiro.
-Infiéis. O cavalo Salah vai ganhar.
-Vai sonhando. Sola Scriptura vai ganhar.
-Ganhar o segundo lugar depois de Brit Mila.
-Não adianta chorar, quando Kyrie Eleison ganhar.
O sinal estridente soa com a liberação dos cavalos que começam a correr. A arquibancada reverbera, com a torcida. Os clérigos esqueceram toda compostura e torciam com mais zelo do que cuidavam de seus textos sagrados.
Cerca de quinze minutos depois, a corrida tem um resultado. Ganhou Equus, montado por Epona. A outrora Deusa da Soberania acena ao público, lançando beijos aos que ela reconhece como sendo do seu povo.
-Senhores… nada disso aconteceu. Vamos esquecer isso. Essa aposta. Vamos voltar e continuar com nosso serviço.
Mas o público não esquece. A humanidade está lembrando suas verdadeiras raízes, origens e Deuses.
Sátira e paródia baseada no texto (título “Trust in God, not horses”) de Alice Murray, na coluna Feet to Faith, na seção General Christian, no Patheos.
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