sexta-feira, 24 de maio de 2024

Piedosas fraudes ateístas

Trechos do texto de Jack Stacey, na página The Free Thinker:

Only through rational secularism have we ever come close to breaking this cycle. This is reflected in our language—from the Dark Ages to the Renaissance to the Enlightenment. This is not to say that secularisation has been without far-reaching implications.

Then we might see that just as the beauty of the ancient world can be appreciated and preserved without adoration for Zeus, Jupiter, or Osiris, so too can we extract significance from Christian holidays, art, and architecture without insulting the rational human impulses which may not have inspired them, but which surely created them.

Tradução pelo Google Tradutor:

Somente através do secularismo racional chegamos perto de quebrar este ciclo. Isto reflecte-se na nossa linguagem – desde a Idade das Trevas até ao Renascimento e ao Iluminismo. Isto não quer dizer que a secularização não tenha tido implicações de longo alcance.

Então poderemos ver que, assim como a beleza do mundo antigo pode ser apreciada e preservada sem adoração a Zeus, Júpiter ou Osíris, também podemos extrair significado dos feriados, da arte e da arquitetura cristã sem insultar os impulsos humanos racionais que podem não os inspirou, mas certamente os criou.

Retomando.
O conceito de Idade das Trevas é uma piedosa fraude cometida durante o Iluminismo, algo superado e descartado no século XIX.
Então por que ateus, no século XXI, ainda dissemina essa “fake new”?

O Iluminismo surgiu na Renascença, período onde a Europa passou por mudanças políticas, sociais e econômicas que permitiram o desenvolvimento da ciência, baseada na filosofia do naturismo e do humanismo, que são as bases do ateísmo.
Até então o conhecimento era dominado e manipulado pela Igreja Católica, portanto, para se estabelecer como pensamento dominante, o Iluminismo inventou que a Idade Média foi a Idade das Trevas, por causa do domínio da Igreja Católica nesse período.
Ao colocar o homem como centro do mundo (humanismo) e o mundo como palco de fenômenos previsíveis (naturismo), elegendo o pensamento racional e o método científico como padrão, por extensão adotou-se uma postura de rejeição e de crítica a toda e qualquer religião ou crença. Esse é o alicerce do ateísmo.

A ideia, simplista e rasa, concebeu que, para tirar a autoridade da Igreja é necessário afirmar que Deus não existe. Com isso, estabelece-se um paradoxo que Deus, que é conforme o conceito cristão, não existe, porque não tem evidência de existência. Eu escrevi em algum lugar aqui que é possível provar uma negativa.

Isso é um problema, pois acaba atribuindo à evidência um caráter transcendental, metafísico, até mesmo espiritual. Sobretudo se considerarmos a presença do pensamento abstrato na ciência, ou na contribuição de “religiosos” no desenvolvimento da ciência.

Eu duvido que o ateu, o descrente, vai entender que toda nossa cultura, inclusive a ciência, foi desenvolvida pelos povos antigos, todos religiosos. Pagãos, se me permitem puxar a sardinha.

Sabe o método científico?
Roger Bacon estabeleceu sua base e ele era um frade franciscano.
Que se inspirou em Aristóteles, filósofo da Grécia Antiga que também acreditava no divino.
Sabe a Teoria do Big Bang?
Foi apresentada por Georges Lemaitre, padre católico.
Sabe a Navalha de Ockham, tão fartamente usada pelos ateus?
Foi teorizada por Guilherme de Ockham, frade franciscano.
Todo nosso sistema jurídico deve muito ao Código Justiniano, do imperador bizantino Justiniano I.
O código de leis mais antigo (ou mais famoso) é o Código de Hamurabi. Em seu preâmbulo, coloca-se uma dedicatória e atribuição ao Deus Shamash.

Então eu posso afirmar que a beleza e a arte do mundo antigo seria impossível de existir ou de ser apreciada sem Zeus, Júpiter ou Osíris.
A arte vem da imaginação, criatividade e sonhos, não da razão, pelo menos não como o ateu a conceitua.

O Paulo publicou o texto do Jack em uma tentativa (inócua e infrutífera) de explicar (justificar?) a declaração de Dawkins sobre ele ser um cristão cultural.
Para quem diz ser ateu e acredita ser mais inteligente, o Paulo deixa muito a desejar.

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