terça-feira, 9 de agosto de 2022

Quatro proto-gnósticos

Consultando o verbete do Wikipédia sobre o Gnosticismo, eu creio que não seria produtivo escrever cada parte separadamente. Como a matéria é extensa (e eu acho que me fiz entender), eu farei postagens resumidas. Com exceção do Simão Mago, que recebeu postagem mais detalhada, podem ser descritos quatro nomes de teóricos do Gnosticismo que antecederam a aparição do mesmo.

Basílides:

foi um dos primeiros professores religiosos gnósticos em Alexandria, Egito que ensinou entre 117-138 e era um pupilo ou de Menandro ou de um suposto intérprete de São Pedro chamado Gláucias, esta última teoria rejeitada pelos estudiosos modernos. A obra "Atos da disputa com Mani, o heresiarca" (Acta Archelai), capítulo 52, afirma que ele ensinou por um tempo entre os persas. Acredita-se que ele escreveu mais de duas dúzias de livros com comentários sobre os Evangelhos (todos perdidos) intitulados Exegética, o que o torna um dos mais antigos comentaristas dos Evangelhos. Apenas fragmentos de suas obras foram preservados além daqueles nas obras de seus opositores.

Os seguidores de Basílides, os basilidianos formaram um movimento que persistiu por pelo menos dois séculos depois de sua morte - Epifânio de Salamis, no final do século IV, reconheceu uma persistente seita gnóstica no Egito. É provável porém que a escola tenha se fundido no ramo principal do Gnosticismo já pelo final do século II.

[https://pt.wikipedia.org/wiki/Bas%C3%ADlides]

Cerdão:

Cerdão (ou Cerdo) foi um gnóstico siríaco considerado herético pela Igreja antiga por volta de 138 d.C., no tempo do Papa Higino.

Cerdão começou como um seguidor de Simão Mago. Ele ensinou na mesma época que Valentim e foi um predecessor de Marcião. De acordo com Ireneu, ele foi contemporâneo de Higino e morava em Roma como um membro proeminente da comunidade cristão até sua expulsão.

Segundo Tertuliano, ele ensinava que havia dois deuses, um que demandava obediência e outro que era bom e piedoso. De acordo com Cerdo, o primeiro era o deus do Antigo Testamento, que criou o mundo. Ele também dizia que o outro era superior a ele, mas só tinha se tornado conhecido pela humanidade por causa de seu filho, Jesus. Como gnósticos posteriores, ele também era docetista e também rejeitava a ressurreição dos mortos (só a alma é que ressucitaria).

[https://pt.wikipedia.org/wiki/Cerd%C3%A3o]

Marcião de Sínope:

foi um dos mais proeminentes heresiarcas durante o Cristianismo primitivo. A sua teologia chamada marcionismo propunha dois deuses distintos, um no Antigo Testamento e outro no Novo Testamento, foi denunciada pelos Pais da Igreja e ele foi excomungado. Curiosamente esta separação será posteriormente adaptado pela igreja e utilizada a partir de Tertuliano, assim como a sua rejeição de muitos livros que seus contemporâneos consideravam como parte das escrituras mostrou à Igreja antiga a urgência do desenvolvimento de um cânon bíblico.

Hipólito relata que Marcião era filho de um bispo na cidade de Sínope, na província romana do Ponto (atualmente na Turquia). Seu contemporâneo Tertuliano o descreve como um proprietário de barcos. Marcião provavelmente foi consagrado bispo, provavelmente um assistente ou um sufragâneo de seu pai em Sínope.

Marcião viajou para Roma em 142-143 d.C.Nos anos seguintes, Marcião desenvolveu seu sistema teológico e atraiu um grande grupo de seguidores. Ele fez uma notável doação de 200 000 sestércios para a Igreja.

Quando os conflitos com os bispos de Roma começaram, Marcião organizou seus seguidores em uma comunidade separada. Ele foi consequentemente excomungado pela Igreja de Roma e sua doação foi devolvida. Após sua excomunhão, ele retornou para a Ásia Menor, onde continuou a propalar o marcionismo.

[https://pt.wikipedia.org/wiki/Marci%C3%A3o_de_Sinope]

Filón de Alexandria:

foi um filósofo judeo-helenista (c. 20 a.C. — c. 50) que viveu durante o período do helenismo.

Fílon tentou uma interpretação do Antigo Testamento à luz das categorias elaboradas pela filosofia grega e da alegoria. Foi autor de numerosas obras filosóficas e históricas, onde expôs a sua visão platónica do judaísmo. Surge como o primeiro pensador a tentar conciliar o conteúdo bíblico à tradição filosófica ocidental. Neste sentido, é mais conhecido por sua doutrina do logos, sobre a qual ainda se encontram à espera de solução inúmeras controvérsias.

O pensamento filoniano mostra-se original e marcado por contribuições alheias à cultura helênica, a saber, judaicas. No que diz respeito especificamente ao logos filoniano, ele é a Lei (Torah) ela mesma, a ação de Deus no mundo, o instrumento da Criação, modelo do mundo e imagem de Deus, a Palavra reveladora e o único meio a partir do qual a alma humana adquire o conhecimento verdadeiro, que vem do conhecimento de Deus. Esta faculdade, porém, não pertence ao homem senão como dom divino, como graça.

Fílon usou da alegoria filosófica para harmonizar as escrituras judaicas, principalmente a Torah, com a filosofia grega. Seu método seguia as práticas, tanto da exegese judaica quanto da filosofia Estoica. Sua exegese alegórica, foi importante para diversos cristãos, hoje tidos como os Padres da Igreja (patrística), contudo, ele não teve praticamente nenhuma recepção histórica como o judaísmo rabínico. Ele acreditava que interpretações literais da Bíblia Hebraica, poderia sufocar a percepção de Deus que a humanidade tinha, deixando-a complexa e maravilhosa demais para ser compreendida em termos literais

Alguns acadêmicos, creem que sua compreensão do Lógos enquanto o princípio criativo de Deus, influenciou o que mais tarde ficaria conhecido por Cristologia. Outros acadêmicos negam diretamente essa influência, ao contrário, dizem que Fílon e o cristianismo primitivo, tomou emprestado esse conceito de fontes comuns.

[https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%ADlon_de_Alexandria]

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