segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Baunilha nunca me enganou

Eu sou do tempo que algo de sabor baunilha era sinônimo de algo sem graça.

Vicky Vanilla apareceu no YouTube tentando vender esse personagem de ser um satanista, na verdade, ou supostamente, um luciferianista. Quem é do meio sabe a diferença.

Eis que o garoto aparece dizendo que se converteu.

Citando:

O ex-satanista Vicky Vanilla, que recentemente se converteu ao cristianismo, compareceu a um culto na Paz Church São Paulo, onde o pastor Luciano Subirá esteve ministrando. Em uma publicação nas redes sociais, Vicky compartilhou uma foto ao lado de Subirá e comentou sobre sua experiência no culto.

Evidente que eu não vou citar a fonte.
Mas é uma página direcionada aos evanjegues. Uma dentre muitas.
Que costumam fazer alarde quando alguém supostamente bruxo/a diz que se converteu.

Vanilla, digo, baunilha, nunca me enganou.

Crônicas de Furland

Nota: todos os personagens são fictícios, maiores de idade e zoomórficos.

Em Furland, tem dois distritos. Um é Squaredom e outro é Yffiburg.

Em Yffiburg todos os habitantes podem, livremente, expressarem amor.

Sábado de manhã, Coal acorda sentindo um leve cheiro de café.

Com preguiça, olha o relógio na cômoda ao lado que marca nove da manhã.

O cheiro do café o instiga. Ainda que contrariado, levanta e vai até a cozinha.

Diante de seus olhos, a mesa da cozinha estava preparada com café, bolo, manteiga e biscoitos.

Na pia da cozinha, Milk parecia estar distraída e concentrada em preparar o almoço.

Ela cantarolava e balançava sua cauda ao ritmo de uma música popular qualquer.

Algo acordou em Coal que chegou por trás de Milk e a agarrou.

- Ah, Jean!

- Bom dia, Anne.

Coal não deixou Milk falar. Deu-lhe um beijo cinematográfico e suas mãos passearam pelo corpo de Milk.

- Jean! Nossos pais!

- Cada qual em seus quartos. Eu sei.

- Tome seu café da manhã e deixe de safadeza.

Coal olhou por cima do ombro ao farto desjejum.

- Depois. Eu vou precisar de carboidratos.

Coal levanta a mão, que estava entre as pernas de Milk e confere que ela está molhada.
Repetindo o agarramento, o alisamento e a beijação, Coal possui Milk ali mesmo na pia da cozinha.

Milk não reclama nem protesta.
Em cidades onde os habitantes tem vidas amorosas satisfatórias, relacionamentos acontecem naturalmente.

Coal só para quando as pernas estão trêmulas. Um creme esbranquiçado escorre por entre as pernas de Milk.

- Agora sim, eu vou comer esse desjejum. O que vai querer?

- Obrigada, mas eu já estou cheia.

Idéias, sugestões e críticas? Eu estou ouvindo. Ou lendo. Você entendeu.

domingo, 15 de setembro de 2024

Tarcísio mãos de tesoura

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta sexta-feira (13) para suspender parte de uma lei do estado de São Paulo que determinava a castração obrigatória de cães e gatos. A medida, sancionada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), visava o controle populacional de pets, mas o STF entendeu que a norma viola a dignidade dos animais.

Os ministros seguiram o voto do relator, Flávio Dino, que apontou riscos à saúde dos animais, especialmente quando a castração ocorre de forma precoce e sem considerar as particularidades de cada bicho.

Dino destacou em seu voto que “estudos científicos demonstram que a castração precoce, generalizada e indiscriminada de cães e gatos, sem considerar suas características individuais, põe em risco a saúde e a integridade física desses animais”. O relator ainda reforçou que a lei estadual obrigava canis e gatis a castrarem todos os pets antes dos quatro meses de idade, o que poderia trazer consequências graves à saúde deles.

A decisão do STF veio após uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) movida por entidades do setor pet, como a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (ABINPET), Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC) e Instituto Pet Brasil (IPB).

A ação foi apresentada pelos advogados Alfredo Migliore, Renato de Mello Almada e Italo Simionato, que argumentaram que a lei não atendia às melhores práticas de bem-estar animal.

O STF decidiu derrubar apenas o trecho que tratava da castração obrigatória. As expressões “esterilizar cirurgicamente”, “esterilização cirúrgica” e “esterilizados cirurgicamente”, contidas na lei, terão seus efeitos suspensos.

Porém, outras disposições da lei, que tratam sobre o alojamento e a exposição de animais, continuam em vigor. Entre elas, a proibição de expor cães e gatos em vitrines fechadas ou espaços que restrinjam a movimentação dos animais, além de medidas que visam evitar o estresse e o desconforto dos pets.

A lei em questão, criada pelo próprio governo de Tarcísio, tinha como objetivo principal proteger os animais de estimação, determinando que criadores e comerciantes oferecessem condições adequadas de alojamento para os pets.

Renato de Mello Almada, diretor da CBKC, ressaltou a importância de uma legislação justa e técnica no controle populacional dos animais. “Lutamos pela criação responsável e técnica dos cães, e nossos criadores não podem ser prejudicados pelo desatino de algumas pessoas que não criam com responsabilidade. Para esses há de ser a lei implacável”, afirmou.

Ao Metrópoles, ele ainda reforçou que a CBKC defende práticas que garantam o bem-estar animal e que a entidade está à disposição para contribuir com políticas públicas eficazes, que combinem o combate aos maus-tratos com o controle populacional de animais de rua.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/stf-impede-tarcisio-de-castrar-todos-os-pets-de-sp-dignidade-animal/

Propaganda eleitoral ilegal

Pastores de diversas igrejas evangélicas pelo Brasil têm usado seus púlpitos para pedir votos e apoiar candidatos, desrespeitando a lei eleitoral que proíbe campanhas em templos religiosos. Em Aracaju, o pastor Vanderlei Duarte, da Igreja Internacional da Graça de Deus, pediu “oração” para que Luciana Ribeiro, candidata a vereadora, fosse eleita, o que sugere um apoio político velado. Com informações do Globo.

Em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que busca reeleição, tem recebido apoio em cultos de igrejas como a Igreja Mundial do Poder de Deus. O bispo Amaury de Farias elogiou publicamente a gestão de Nunes durante um culto, enquanto o fundador da igreja, Valdemiro Santiago, pediu “conservação” para o prefeito, sem mencionar diretamente outros candidatos.

Especialistas afirmam que essas práticas violam a legislação eleitoral, que considera qualquer menção de candidatos em templos religiosos como um pedido de voto. Mesmo assim, raramente há punição para líderes religiosos que fazem campanha dentro das igrejas.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/pastores-ignoram-lei-e-usam-cultos-para-pedir-votos-e-apoiar-nunes-em-sp/

Nota: Nunes é o candidato do Inominável. Tem treta mal explicada com creches e teve um encontro com um político italiano de extrema direita. A eleição brasileira sofre com a influência financeira, sofre com a influência religiosa.

sábado, 14 de setembro de 2024

Sopa de letrinha

Um movimento crescente de jovens que se identificam como “abrossexuais” está ganhando destaque nas redes sociais e despertando debates polêmicos, inclusive na imprensa internacional. O Manual de Comunicação LGBTI+ da Aliança Nacional LGBTI e Rede GayLatino não reconhece formalmente o termo, mas recomenda o site Orientando como uma fonte para expandir o conhecimento sobre identidade sexual.

Segundo a organização, o prefixo “abro” refere-se a pessoas cuja orientação sexual é fluida e passa por mudanças. Portanto, a abrossexualidade, de acordo com a revista Gay Times, difere da pansexualidade, pois os abrossexuais podem ter períodos de atração específica por certos gêneros ou orientações.

“Indivíduos abrossexuais podem ser gays por um tempo, assexuais em outro momento e depois bissexuais ou pansexuais”, explica a publicação. Essas mudanças de orientação podem ocorrer em intervalos curtos ou longos, às vezes durando anos antes de outra transformação.

Emma Flint, jornalista inglesa de 32 anos, compartilhou ao jornal Metro sua jornada de autodescoberta como abrossexual. “[Durante os anos 90], você era hetero, gay ou lésbica”, disse ela, mencionando que outras orientações eram vistas como “inventadas”. Mas, ao chegar aos 30 anos, percebeu que sua sexualidade flutuava entre ser lésbica e bissexual, o que a levou a identificar-se como abrossexual.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/entenda-o-que-e-abrossexualidade-nova-orientacao-que-causou-polemica-entre-lgbts/

Nota: leitor@s que me perdoem, mas isso está ficando ridículo. Para que ficar complicando? Aumentar uma letra na sigla LGBT vai acrescentar em quê?

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

O perigo bate na porta

Em duas fontes foi feito o alerta.

Citando:

247 - Pablo Marçal, candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, voltou a adotar um tom profético e polêmico em suas falas. Ao participar do evento comemorativo de 25 anos da Igreja Videira, em Goiânia, Marçal destacou a necessidade de uma "guerra espiritual" pelo Brasil, segundo a Folha de S. Paulo, apontando que a influência religiosa deve se estender a todas as esferas da sociedade, como política, educação, Justiça e negócios.

"Até 2025 nós seremos a nação mais próspera da Terra. E esse movimento da graça e do reino vai expandir, vai entrar na política, que vai entrar na educação, que vai entrar na Justiça, que vai entrar na empresarização e vai contaminar a sociedade inteira do Brasil", declarou. A fala ecoou um chamado à militância religiosa, pedindo que os fiéis se engajem em uma "guerra espiritual pelo país".

A relação de Marçal com a igreja tem nuances. Apesar de rejeitar o rótulo de evangélico, o candidato destaca que vê o cristianismo como um estilo de vida. Ele se mantém próximo de líderes religiosos, como o pastor Aluízio Silva, da Igreja Videira, a quem chama de mentor. No evento, Aluízio relatou o impacto das declarações de Marçal: "agora tem jornalista do Brasil inteiro na minha cola". Em resposta, Marçal sugeriu que a mídia também deveria se converter: "jornalistas do Brasil, ao invés de perguntar o que o Aluízio acha de mim, vocês precisam converter seus corações à palavra do reino e da graça que o Senhor me prega".

(https://www.brasil247.com/regionais/sudeste/pablo-marcal-adota-tom-messianico-e-invoca-guerra-espiritual-pelo-pais)

Citando:

Em mais um surto megalomaníaco, Pablo Marçal (PRTB) convocou aliados "de todo o Brasil" para uma "guerra espiritual" e se colocou como um enviado de Deus para repetir, com Jair Bolsonaro (PL), a história bíblica de Davi que sucedeu Saul, o primeiro rei de Israel.

Marçal fez a comparação após ser rechaçado no ato de 7 de Setembro por Bolsonaro - e Silas Malafaia - e pregar, na mesma noite, em tom messiânico no ato de celebração dos 25 anos da Igreja Videira no Estádio Serra Dourada, em Goiânia, sua terra natal.

Após a pregação, Marçal abriu uma caixa de perguntas em seu novo perfil no Instagram - após o bloqueio do oficial pela Justiça. Indagado por que "torce" para Bolsonaro voltar, "se no momento ele não torce por você", o ex-coach usou a narrativa bíblica para se colocar como ungido por Deus para suceder o ex-presidente.

"Quem conhece a Bíblia sabe que minha relação com o Bolsonaro é a mesma de Saul e Davi. O Davi precisa ter paciência para o reinado de Saul chegar ao fim. Enquanto ele tiver chance eu vou apoiá-lo porque sei que foi Deus que o levantou. Não é sobre Pablo e Bolsonaro e sim a libertação e a prosperidade de um povo", escreveu.

Proclamado como um "videiriano", em relação ao nome da Igreja goiana que organizou o ato em que pregou no sábado à noite, Marçal se colocou como um interlocutor direto de Deus, dizendo ter recebido a profecia que o Brasil será "a nação mais próspera da Terra".

No entanto, segundo ele, para isso acontecer precisará ser implantada uma guerra espiritual para expulsar até o último "comunista" do país.

Se colocando como "um general" do reino de Deus nesse tempo, o ex-coach citou versículos bíblicos e disse que é “suficientemente louco para fazer a vontade de Deus em meio à sua geração”.

(https://revistaforum.com.br/brasil/sudeste/2024/9/9/maral-convoca-para-guerra-espiritual-diz-que-davi-que-vai-suceder-saul-bolsonaro-165234.html)

Retomando.

A questão é se ele terá seguidores dispostos a endossar essa loucura.
Depois dizem que eu sou radical por defender leis rigorosas contra o fundamentalismo cristão.
O que inclui leis rigorosas contra a extrema direita.
Isso não vai ser mitigado com uma mera cartilha.

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Comissão de... Justiça?

Autor: Ivan Longo.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, presidida pela bolsonarista Caroline de Toni (PL-SC), deve votar nesta terça-feira (10) o projeto de lei que visa conceder anistia aos condenados pelos atos golpistas contra o resultado das eleições de 2022, que culminaram no fatídico ataque de 8 de janeiro de 2023 às sedes dos Três Poderes em Brasília. 

O autor da proposta, deputado Vitor Hugo (PL/GO), ex-líder do governo Bolsonaro na Câmara, justifica que os atos que pediam um golpe militar no país foram "legítimos".

“A busca de uma solução pacificadora para as controvérsias decorrentes desse processo nos impele a apresentar esse projeto de lei que visa construir pontes de maneira que possamos enfrentar os desafios da fase que virá com serenidade e desassombro”, justificou o parlamentar.

"Ficam anistiados manifestantes, caminhoneiros, empresários e todos os que tenham participado de manifestações nas rodovias nacionais, em frente a unidades militares ou em qualquer lugar do território nacional do dia 30 de outubro de 2022 ao dia de entrada em vigor desta Lei”, diz trecho do projeto.

O relator do PL da Anistia, deputado Rodrigo Valadares (União-SE), deve apresentar seu parecer nesta terça-feira, enquanto parlamentares governistas que compõem a CJJ tentam barrar a votação. No último sábado (7), Valadares esteve com Jair Bolsonaro na manifestação na avenida Paulista, em São Paulo, que teve como pautas, justamente, a anistia para golpistas e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF)., 

Pacote anti-STF

Após a sessão destinada a discutir a anistia aos golpistas, marcada para 14h30, a CCJ deve votar quatro projetos de lei que visam limitar a atuação do Supremo Tribunal Federal. A iniciativa vem sendo chamada de "pacote anti-STF".

Os projetos preveem a facilitação do processo de impeachment de ministros do STF; a restrição das decisões monocráticas da Corte; a possibilidade do Congresso Nacional rever decisões do Supremo; além de incluir a "usurpação de competência do Poder Legislativo ou do Poder Executivo" no conjunto de crimes de responsabilidade atribuíveis aos ministros do STF.

As propostas em questão são, essencialmente, encampadas e apoiadas por bolsonaristas, que acusam o STF de promover uma "ditadura judicial" no Brasil por conta dos processos judiciais contra criminosos golpistas que participaram do levante antidemocrático entre 2022 e início de 2023.

Fonte: https://revistaforum.com.br/politica/2024/9/10/cmara-pode-dar-primeiro-passo-para-anistiar-golpistas-do-de-janeiro-limitar-poderes-do-stf-165291.html

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

A dificuldade do intelectual

A little less conversation, a little more action, please
All this aggravation ain't satisfactioning me
A little more bite, a little less bark
A little less fight and a little more spark
Close your mouth and open up your heart, and baby, satisfy me
Satisfy me, baby

-Little Less conversation, Elvis Presley.

I won't feel guilty
No matter what theyre telling me
I won't feel dirty and buy into their misery
I won't be shamed cause I believe that love is free
It fuels the heart and sex is not my enemy
A revolution is the solution

-Sex os not the enemy, Garbage.

Vamos falar daquilo?

Ghiraldelli, aquele que se autodenomina filósofo paulista, tem dificuldade em falar de sexo.

Outros filósofos/celebridades como Pondé, Cortella e Karnal têm outros pensamentos.

Pondé é o típico filósofo puritano que escreve para agradar ao burguês conservador.

Cortella, que é mais “liberal” resume (confunde?) amor e sexo e tasca uma frase de Oscar Wilde que sexo tem a ver com poder.

Karnal expõe sobre suas próprias perspectivas e experiências.

Alguns pensadores/psicólogos que falaram de sexo: Reich, Foucault, Marcuse, Lacan.

Mas eu prefiro o pensamento de Donatien Alphonse, vulgo Marquês de Sade. 😏🤭

Ghiraldelli não acrescenta nada. Resume em citar trechos pinçados de Sloterdijk. 
Primeiro fala que sexo é o ato, que é um subproduto da intimidade. Ele comete suicídio intelectual quando diz que o ato sexual não existe.

Ato contínuo, sexo (ou o ato sexual - que não existe, no “raciocínio” dele) não está presente, mas sim a fantasia sexual, a imaginação.

Endossa a confusão de misturar amor e sexo como sinônimos e a mesma coisa. Ele elenca as diversas formas de expressar amor. Ele conclui que o amor de casamento é consumado no ato sexual. Ele não disse algumas linhas antes que isso não existe? Esse conceito ressoa com o conservadorismo do Pondé, longe do real.

Ele não consegue decidir se sexo (ou o ato sexual) é ponto de partida ou de chegada.

Ele então endossa Oscar Wilde, dizendo que sexo (ou o prazer sexual) se faz pelo poder. Tal como Platão, comete sofisma. Como se não tivesse dito que sexo se faz pelo poder, ele depois diz que sexo é perder o controle.

Como filósofo, deveria questionar o que faz uma pessoa perguntar - “foi bom para você?”

Ele chega a cometer um crime ao transparecer um tipo de justificativa para o estupro.

Tranquilamente, como se não tivesse um corpo estendido no chão (ou na cama), volta a dizer que sexo é fantasia, imaginação.

Completamente perdido em sua tentativa de parecer intelectual, compara o gozo masculino e feminino com uma mitologia grega. E resume, atacando os neurocientistas, como se estes afirmassem que o cérebro que goza. Se for assim, os filósofos também não gozam.🤭😏

E para fechar, algo que certamente faria Pondé gozar. Que sexo está condenado, preso, à procriação.

A mulher do Ghiraldelli precisa rever esse relacionamento.

Eu sou provavelmente o único que escreveu uma obra de esoterismo erótico. Eu provavelmente seria condenado (de novo?) se eu expressasse livremente minha filosofia sobre o sexo.

Eu só vou deixar uma reflexão. Sexo não é para ser explicado ou intelectualizado. Sexo é para ser explorado, descoberto e experimentado.

terça-feira, 10 de setembro de 2024

O Sabá das Sete

Eu solicitei ao Gemini criar uma paródia do conto da Chapeuzinho Vermelho.

Eu vou mesclar o resultado.

Citando:

Conversa com o Gemini

Cena 1: A Floresta Encantada

Chapeuzinho Vermelho, com seu capuz vermelho vibrante, caminhava pela floresta encantada. Diferente da história original, ela não carregava uma cesta de doces, mas um livro de feitiços antigo. As outras Chapeuzinhas, cada uma com sua cor característica, a acompanhavam.

Chapeuzinho Amarelo: "Vermelho, você está nervosa? Hoje é o dia da marca do Mestre!"

Chapeuzinho Vermelho: "Um pouco, Amarelo. Mas estou ansiosa para conhecer o Mestre do Sabá."

Chapeuzinho Azul: "Ele é muito poderoso, Vermelho. Dizem que seus olhos hipnotizam qualquer um."

Cena 2: A Caverna do Mestre

As Chapeuzinhas chegaram à caverna do Mestre do Sabá. O interior era iluminado por cristais, criando um ambiente mágico e misterioso. O Mestre, um lobo negro de olhos brilhantes, as aguardava.

Mestre do Sabá: "Bem-vindas, minhas jovens bruxas. Chapeuzinho Vermelho, prepare-se para receber a marca."

Chapeuzinho Vermelho sentiu um arrepio ao se aproximar do Mestre. Seus olhos se encontraram e ela se apaixonou instantaneamente. A marca foi feita, e um brilho intenso envolveu a jovem bruxa.

Cena 3: O Conflito

As outras Chapeuzinhas, sentindo ciúmes, começaram a discutir entre si.

Chapeuzinho Rosa: "Por que ele escolheu a Vermelho? Eu sou mais bonita!"

Chapeuzinho Preto: "Ele deveria me escolher. Sou a mais poderosa!"

Cena 4: O Harém Mágico

Com um sorriso enigmático, o Mestre do Sabá propôs uma solução surpreendente: ele as teria a todas como seu harém. As bruxas, inicialmente chocadas, perceberam que essa era a única forma de viverem em harmonia e com o amor que tanto desejavam.

E assim, o coven de bruxas se tornou um harém mágico, cada uma com seu lugar especial no coração do Mestre do Sabá. Eles viviam em uma floresta encantada, celebrando a magia, o amor e a amizade.

Criado com o Gemini do Google.

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

A selvageria da política brasileira

Autor: Daniel Afonso da Silva.

Pablo Marçal incomoda. E a sua presença desestabiliza.

Foi assim no debate da Gazeta, no domingo, 01/09. E voltou a se ver o mesmo no Roda Viva, do dia seguinte.

Sem contar em todas as suas aparições anteriores.

É impressionante o mal-estar gerado. Trata-se de muito mais que divergências entre as partes a priori. Muito mais que rejeição sem sentido.

Revela-se algo muito mais grave. E que diz respeito ao fim de uma era de hipocrisias, onde o bom-mocismo, vazio e estéreo, desejava imperar.

A presença de Marçal reafirma o que é a política. Uma terra de brutos. Onde o darwinismo social, onde triunfam os adaptáveis, persiste. Sendo as boas maneiras uma ingênua e cândida ilusão.

Pelo elixir do poder sempre valeu tudo. E é assim desde a noite dos tempos.

Alguém já disse que que não se ganham eleições com flores nem se mantém no poder com bombons.

Perdoem os hipersensíveis: mas é assim.

E exemplos abundam desde o mundo antigo, passando por todos os regimes modernos e contemporâneos e chegando ao Brasil antigo e recente.

Quem milita pelo bom-mocismo tem interesses. Quer se fazer de vítima ou perdeu a batalha. Ou, quem sabe, por desconhecer a política e se encontra perdido nessa verdadeira selva selvagem.

Uma simples mirada diagonal nas principais impressões sobre a participação de Marçal na disputa eleitoral recente impinge a ele a condição de violento, agressivo, desbocado, imoral, sem modos e nada comportado.

As avaliações mais preguiçosas pretendem colar nesse goiano desembarcado em São Paulo a pecha de bolsonarista raiz – que, talvez, ele seja mesmo. As mais curadas percebem em tudo que ele faz as marcas de uma tendência mundial de descontentamento generalizado com o establishment. Não dá para fingir que o mundo segue rosa. O presente século vivencia severas tormentas. E a classe política de todas as partes virou impotente sem saber que fazer. Apenas de ilustração, a França, coração do Ocidente e modelo de democracia liberal, está sem governo há quase dois meses. Desde a abertura das urnas das eleições legislativas que forjaram uma derrota a todos. Quando nenhuma coloração política conseguir afirmar maiorias. Não dá para ficar sereno diante dessa anomia.

De volta ao Brasil, a São Paulo e às impressões sobre Marçal, os analistas mais ideologicamente perturbados – aqueles que insistem em encontrar “nazistas e “fascistas” em todas as esquinas – identificam Marçal como “filhote de ‘extrema-direita’”. Caem, portanto, nas simplificações analíticas e ofuscam a compreensão do fenômeno. Possuem traves em seus olhos e jogam areia dos olhos das pessoas que querem ver melhor. Mais ofuscam que clarificam, assim, o fenômeno Marçal.

Por fim, uma última tendência analítica, envolve um e outro que reconhece no fator Marçal os momentos finais da redemocratização brasileira. Feito sinais dos tempos. Turning point de uma era. Que reside muito além dos 20 segundos de memes virais produzidos pelas equipes de Maçal.

Marçal está onde está – na dianteira da corrida eleitoral na cidade mais importante do país – não pelos memes nem pela lacração. Ninguém chega nesse patamar sem deixar rastros. As razões de sua proeminência são profundas. Na superfície, ele pode até parecer deslocado. Mas, em verdade, ele, mais que nenhum, tem posto pressão processo através de seu falar e portar. O que, goste-se ou não, denota um retorno à política como ela é – e sempre foi. À flora da pele. Doa a quem doer.

Quem tiver alguma dúvida e não desejar ir tão longo no tempo nem no espaço, que retorne aos anos de 1920. Se quiser notar algo mais preciso, que se fixe numa apreciação mais atenta do período da presidência de Washington Luís. Foi desconcertante. Querendo mais, que avance. Sob Getúlio Vargas, para além do Estado Novo, teve de tudo. Rememore-se, por exemplo, Carlos Lacerda. O antigo governador da Guanabara foi um Pablo Marçal avant la lettre. Só que muito mais culto, mais erudito, mais violento e mais letal. Veja-se, avançando ainda mais, o peso moral de personagens como Leonel Brizola, Paulo Maluf ou mesmo Jânio Quadros nos anos de 1980-1990. No presidente século, não foi nada doce o embate de 2002. E o que dizer do pleito de 2006? Nele, os atuais presidente e vice-presidente mostraram bíceps verbais inacreditavelmente violentos. A reação da campanha da presidente Dilma Rousseff ante a ascensão da candidatura de Marina Silva em 2014 acoimou essa nobre acreana a ponto de fazê-la perder o rumo e o prumo. Não foi brincadeira. Os pratos saindo da mesa de jantar de uma família bem pobre continua no imaginário de muita gente. Dilma e Marina sabem disso. João Santana, responsável maior daquela verdadeira ignomínia, também. Uma covardia moral sem proporções. Que voltou com juros e correção em toda entropia que conduziu ao impeachment de 2016.

Recuperando tudo assim, as grosserias do capitão não passaram de café pequeno. E, agora, Marçal, simplesmente, acentua certo nível de testosterona que sempre existiu nas interações eleitoreiras e eleitorais de todos os tempos. Tudo em contrário disso não passa de hipocrisia. Guilherme Boulos e sua entourage, melhor que ninguém, sabem disso. As bravatas fazem parte do jogo. A carteira de trabalho na cara, também.

Até hoje segue dramático o caso Lurian. Foi um golpe baixíssimo de Collor contra Lula em 1989. Não foi fake nem news. Foi mau-caratismo mesmo. Que pode ter definido a parada presidencial. Quem sabe, até mais que o debate trucado. Ninguém disse nem em nenhum lugar estava escrito que não podia. A campanha de Collor então fez.

Então, antes de tudo, deixe-se de chorumes: Marçal pode ser bruto, mas não é o capiroto: em disputas de poder, o céu é o limite.

O que, de fato, suscita preocupação reside no conjunto da obra: Marçal e seus concorrente (sic).

Olhando com calma, nenhum deles deveria estar onde está. Recuperando o histórico dos candidatos à prefeitura de São Paulo desde 1976, os nove ou dez candidatos pela capital paulista seguem integralmente abaixo da média. São multidimensionalmente frágeis demais. Alguns, por bonifrates, até cômicos.

A política, vale repetir, é, sim, uma arena de brutos. Mas brutos com verdadeiros princípios, fundamentos, propósitos e ambições. O que não parece ser o caso de nenhum dos atuais concorrentes. E isso se deve, portanto, a algo muito mais grave e que diz respeito ao esgotamento da redemocratização.

Parece assente entre os observadores da política brasileira que as noites de junho de 2013 inauguraram outra fase da democracia do país e que o impeachment de 2016 e da prisão do presidente Lula da Silva em 2018 causaram traumas profundos no interior do sistema que, em conjunto, golpeou de morte a vitalidade do regime político saído da redemocratização. Um regime que virou mambembe e, por isso, desde então, segue chafurdando em dúvidas e indeterminações.

O resultado das eleições de 2018 causou espanto em todas as partes. “Ele, não”, diziam os mesmos que ajudaram a desconjuntar o regime.

O que se viu em 2019-2022 foi impressionante. Mas mais impressionante ainda é que ninguém, entre os sabidos, tenha se debruçado para escrever um grosso volume com título ou com a tônica em “O bolsonarismo no poder” como se fizera, no âmbito da fervura do Escândalo do Mensalão, em 2005, na forma de “O lulismo no poder”.

É curioso porque, goste-se ou não, “bolsonarismo” e “lulismo” restam quase dois irmãos. Sendo o “lulismo” um claro produto das ilusões da redemocratização e “bolsonarismo”, em contraponto, o produto das desilusões da democracia brasileira.

Basta que se veja o comportamento do eleitor nos dois casos.

Impressiona.

Em todas as eleições desde 1989, somente em 2006 e 2018 ocorreram fortes e verdadeiros realinhamentos ideológicos na estrutura eleitoral brasileira.

Em 2006, esse realinhamento permitiu a reeleição de Lula da Silva e conduziu todas as conquistas lutopetistas até 2014. Em 2018, ele garantiu a eleição de Bolsonaro forjando a sua quase reeleição em 2022.

Nessas ocasiões ocorreram realinhamentos estruturais de blocos inteiros de eleitores que se transformaram em fieis e fidedignos aos seus líderes. Somente em 2006 que o PT conseguiu convencer os objetos de sua narrativa – leia-se: as classes menos favorecidas – a votar na sigla. Em 2018, o “bolsonarismo” fincou raízes.

Mas, em 2022, emergiu uma novidade nova.

Com toda a vênia aos apaixonados por Lula da Silva e pelo “lulismo”, mas, como virou sabido, o retorno do presidente Lula da Silva ao poder se deveu mais ao desespero diante do “bolsonarismo” que ao “lulismo”.

Mais, portanto, à rejeição ao Bolsonaro que às virtudes de Lula.

Isso é mais que evidente. Mas não adianta dizer. Precisa-se demonstrar. E a demonstração vem com os números.

Quando a cadelinha Resistência subiu a rampa do Planalto, no 1º de janeiro de 2023, o novo presidente tinha, claramente, menos intenção de votos que o presidente derrotado. Isto mesmo: o vencedor de 2022 não venceu porque o perdedor perdeu. Muito do contrário. Lula da Silva voltou à presidência porque, em geral, parte, sensivelmente, majoritária da população criou asco do presidente Bolsonaro. E, assim, tapou o nariz e votou com o “lunismo”(sic), mas sem a ilusão de um dia incorporá-lo. Ao passo que, do lado do “bolsonarismo”, Bolsonaro saiu do pleito com 45% das intenções de voto e as manteve – e mantém – até hoje quase intactas.

Isso quer dizer que o “bolsonarismo” possui uma base eleitoral fidedigna maior que o “lulismo”: 45% contra 33 ou 35%.

Isso porque existe uma imensa fragmentação nisso que se convenciona chamar de esquerda no Brasil e uma fragmentação ainda maior nisso que se autodeclara ala progressista.

O movimento dessa esquerda com a ala progressista se uniu apenas para barrar a manutenção de Bolsonaro no poder. Só pra isso. Levou Lula da Silva de volta ao poder. Mas, depois, novamente, se espargiu. Retornou aos seus combates nas trevas. Claudicando, hesitando e batendo cabeça até chegar às municipais deste ano.

O que se vivencia em São Paulo é a expressão das contradições desses realinhamentos de 2006 e 2018 somada à contradição interna do “lulismo” após 2022.

Não é, portanto, ao acaso que o apoio do “lulismo” e da ala progressista a Guilherme Boulos continua completamente envergonhado. E, por outro lado, a preferência por Marçal parece ubíqua.

Ainda é cedo para se falar em “marçalismo”. Ainda não se sabe do alcance, presente e futuro, de Marçal.

Mas é inegável que ele representa algo novo e inovador na arena política e, por ser assim, drena votos de todas frentes.

Ele vem do campo bolsonarista, que lhe oferta prestígio e parte substantiva de seu colchão eleitoral. Mas tem muita gente no entorno do “lulismo” e do progressismo que sucumbiu aos seus encantos.

Tudo isso fruto de pelo menos duas condições: 1. o vazio de lideranças à altura dos desafios de recomposição da redemocratização e 2. o deserto intelectual, cultural e moral dos candidatos “limpinhos”.

Os debates todos, desde o inaugural da Band, evidenciaram isso.

Mas o mais recente da Gazeta escancarou o problema.

Numa primeira impressão, parece que, salvo a baixaria, ninguém ganhou a parada da Gazeta. Mas, meditando-se com mais calma, começa-se a notar que as aparências enganam. E, nesse caso, enganam muito.

Boulos, Datena e Nunes, que haviam faltado ao debate anterior, vieram, agora, no domingo, 01/09, com toda a fúria. Tabata também. Queriam, todos, conter, esmagar e achatar Marçal.

Para tanto, promoveram uma verdadeira blitzkrieg contra o goiano. Subiram o tom e partiram pra cima. Dando a entender que Marçal havia sido domado. Que, ao menos, nesse debate, ele havia perdido. Ou, no mínimo, ficado empatado com os demais. Essa foi a primeira impressão.

Mas, vendo-se, tudo, novamente, com mais paciência, fica latente que não foi isso que, de fato, aconteceu.

Boulos, Datena, Nunes e Tabata usaram, contra Marçal, as táticas de Marçal sem ser Marçal.

Ou seja, Boulos, Datena, Nunes e Tabata abandonaram a totalidade de sua roupagem comportada e partiram para o full contact como faz Marçal. Perderam, assim, as estribeiras. Jogaram às favas o politicamente correto. E se lançaram num descampado desconhecido das provocações. O chão de terra das injúrias. Um terreno movediço, onde Marçal é rei. Desse modo, caíram na arapuca de Marçal. Perderam a sua identidade. Aceitaram jogar roleta russa. E, com isso, venderam as suas próprias almas.

Veja-se.

Boulos, Datena, Nunes e Tabata apareceram mais fortes no debate da Gazeta. Viraram, todos, bocas bravas. Sendo diretos e francos. Impolidos e incultos. Interpelando os seus interlocutores e especialmente Marçal sem nuances nem mediações. Tornaram-se, assim, como Marçal, também, brutos e rudes. Sem elegância. Abandonando o politicamente correto, deixando cair todas as máscaras e indo ao corpo a corpo quase carnal. À flor da pele.

Fazendo assim, todos eles, Boulos, Datena, Nunes e Tabata, ganharam, sim, algum protagonismo. E, mais que isso, simbolicamente, aparentemente, conseguiram, em bloco, conter Marçal.

Mas por um custo alto demais: o custo de suas almas.

Mercadejando as suas almas, descaracterizaram-se. E, por isso, tornaram-se, ainda mais, artificiais. E, como resultado, foram “marçalizados”. Ingeriram a cicuta de Marçal. Ficaram entorpecidos. Começaram a cambalear. Perderam o prumo e a direção. Virando Marçais em miniatura. Pois deixaram de ser quem são. E, com isso, correm o risco de ir a corner bem mais rápido. E, também, receber o nocaute. Eis o efeito Marçal.

Um efeito que já causou todo o estrago que poderia causar. Adentrando a corrente sanguínea de seus adversários e os lobotomizando.

Desse modo, independentemente do que ocorrer daqui pra diante e independentemente de quem vencer a disputa pela prefeitura de São Paulo, o entorpecimento causado por Marçal vai ficar.

As razões de Marçal na parada não são pelos 20 segundos de meme.

Tudo é muito mais profundo. Quem sabe, monstruoso. E tem que ver com o fim da redemocratização. A democracia brasileira está na UTI. Sem a recomposição de pactos para revigorá-la, ela vai seguir agonizando. E, como resultado, as disputas eleitorais serão mais desesperadoras que a presente. Com candidatos sem alma nem coração. Feito zumbis. Marçal está dando o tom do que vem por aí. Quem ainda não capitou o código, que medite. Sem uma recomposição da redemocratização, o céu é o limite.

Fonte: https://jornalggn.com.br/politica/o-efeito-marcal-por-daniel-afonso-da-silva/

Nota: eu notei uma contradição do autor. Ele primeiro deixa claro de outras circunstâncias que mostram que existe algum grupo por trás dessa desestabilização política. Então Marçal não é novidade. Ele é apenas o fantoche da vez.

domingo, 8 de setembro de 2024

A república de Elon Musk

Autor: Marcelo Hailer.

Reportagem do Daily Mail revelou que Elon Musk, dono do "X" e da Tesla, promove uma teoria — que não tem autoria reivindicada — que propõe o fim da democracia liberal e a construção de uma República "controlada por homens de alta testosterona", onde as mulheres não são bem-vindas.

De acordo com o levantamento do jornal inglês, a primeira vez que a teoria apareceu foi em 2021, em um fórum do 4chan. Sem qualquer tipo de base, a tese argumenta que "apenas machos alfa com alto teor de T e pessoas aneurotípicas são capazes de pensar livremente".

Além disso, a "teoria" propõe que "uma República seria melhor governada por homens de alto status, e que mulheres e homens com baixo T não deveriam ser tomadores de decisão".

No último domingo (4), Elon Musk publicou uma captura de tela com a "teoria" acompanhada da seguinte legenda: "Observação interessante".

A "teoria" divulgada por Elon Musk não passa de um delírio misógino e eugênico. Outro trecho da referida "tese" diz o seguinte:

"Pessoas que não podem se defender fisicamente (mulheres e homens com baixo T) analisam as informações por meio de um filtro de consenso como mecanismo de segurança [...] eles literalmente não perguntam 'isso é verdade', eles perguntam 'os outros ficarão bem comigo pensando que isso é verdade'. Isso os torna muito maleáveis ao consenso fabricado pela força bruta; se todas as telas que eles olham disserem a mesma coisa, eles adotarão essa posição porque seu cérebro a interpreta como se todos na tribo acreditassem."

Apesar de completamente absurda, a ideia da construção de homens superiores e de uma sociedade onde mulheres são consideradas "inferiores" já existiu no nazismo e segue a todo vapor em países fundamentalistas, como o Afeganistão, que recentemente proibiu as mulheres de falarem em público sem autorização.

No entanto, Musk não está sozinho nos ideais de construir uma "República de machos evoluídos e de alta testosterona". Em uma longa análise publicada no The Guardian, Carole Cadwalladr afirma que Musk e Pavel Durov, o dono do Telegram, "trabalham sob a aparente crença eugenista de que um homem de inteligência superior tem o dever de espalhar sua semente o mais amplamente possível".

A analista então coloca que Pavel e Musk, pela primeira vez, tiveram de se curvar diante de poderes estatais e assumir as responsabilidades de suas ações: o primeiro na França e o segundo no Brasil. No entanto, a colunista afirma que ainda é cedo para afirmar que os Estados-nação venceram o "pseudo criptolibertarianismo" que ambos defendem e, por fim, ela afirma que o sonho de Musk e Pavel é a construção de uma "broligarquia" — uma espécie de oligarquia do bromance — tecnológica.

Fonte: https://revistaforum.com.br/global/2024/9/4/elon-musk-teoria-da-republica-de-machos-de-alta-testosterona-sem-mulheres-165001.html

Nota: corolário da postagem anterior 😏🤭.

A latência no fascismo


Autor: Chico Cavalcante.

Dois homens, vestindo camiseta preta justa, se mostram perfilados um a frente do outro. O mais velho está atrás do mais novo. Ambos fazem um gesto que parece simular um falo - punho fechado e braço direito inclinado em ângulo de 45 graus. Não, não se trata de uma anúncio da G Magazine. A descrição retrata o adesivo de campanha eleitoral do candidato do PL à prefeitura de Belém, ladeado por um de seus correligionários, em disputa por vaga na câmara municipal.

A ascensão de movimentos de extrema direita trouxe à luz não apenas seus postulados, que se chocam com os princípios republicanos e com as instituições democráticas, mas também uma série de comportamentos e expressões que, à primeira vista, podem parecer contraditórios. Um desses aspectos é sua relação de apego a atitudes e condutas conhecidas como “tipicamente masculinas”, como a violência, a hipercompetitividade e o exercício de práticas que inferiorizam pessoas que se identificam com o gênero feminino, mas que, contudo, se apresentam embalados em uma estética francamente homoafetiva.

Esse fenômeno se revela na conformação de um ambiente saturado de homens, onde a companhia masculina é preferida e a misoginia é uma característica marcante. Movimentos de extrema direita ao longo da história usaram e abusaram desse estética e atitude, relativas aos afetos entre homens.

A presença predominante de homens nas fileiras da extrema direita não é portanto uma questão de demografia; ela revela uma construção social e cultural que valoriza uma forma específica de masculinidade, frequentemente associada a atributos como força, dominação e violência, que se entrelaçam com uma aversão ao feminino. A misoginia, então, não é apenas um subproduto dessas ideologias, mas uma parte central da narrativa que define a identidade dos grupos de extrema direita.

Essa masculinidade frágil é muitas vezes alinhada a práticas homoeróticas, que remontam a tradições históricas, como as das legiões romanas ou das colunas nazistas. A militarização da sociedade e a glorificação do homem como protetor e guerreiro criam um espaço onde a intimidade entre homens não é apenas torrada, mas exaltada, em um contexto que deslegitima a feminilidade e as relações heterossexuais de maneira mais ampla.

A estética da extrema direita é permeada por uma iconografia que valoriza a força física masculina e a virilidade. Imagens de homens musculosos, armados e em posições de poder dominam o imaginário coletivo bolsonarista, por exemplo. Essas representações não são apenas uma celebração do corpo masculino, mas também um reflexo de um desejo de pertencimento e camaradagem exclusivamente entre os homens.

Ademais, a relação com as armas e o militarismo não é apenas uma questão de defesa ou ataque; ela representa uma forma de expressão identitária. Os membros desses grupos frequentemente adotam uma estética bélica que remete a uma masculinidade factícia, onde o homem é visto como um guerreiro, leal a seus “irmãos de armas”. Lealdade que vai além da mera camaradagem, revelando relações de afeto que se estabelecem entre os homens, que mesmo quando não é declaradamente homoerótica, é, sim, homoafetiva, fator muitas vezes subestimado ou ignorado pela narrativa predominante, que associa a masculinidade à heterossexualidade.

Observar a estética homoafetiva da extrema direita é essencial para compreender as dinâmicas sociais que a sustentam. O combate à misoginia e à homofobia não deve ser feito apenas por meio da rejeição das ideologias de extrema direita, mas também pela promoção de uma masculinidade que valorize a diversidade, a empatia e a solidariedade. A desconstrução de estereótipos de gênero e a promoção de um espaço onde todas as formas de amor e afeto possam coexistir são passos fundamentais para superar a polarização que esses movimentos fomentam.

Fonte: https://revistaforum.com.br/opiniao/2024/9/5/estetica-homoafetiva-da-extrema-direita-por-chico-cavalcante-165032.html

Nota: não passou despercebido essa cena. Até os apoiadores do Inominável estranharam a "encoxada".

Freud diria que isso é latência. A extrema direita tem que sair do armário 🤭😏.

O perigo na eleição

O deputado federal e candidato à prefeitura de Niterói (RJ), Carlos Jordy (PL-RJ), propôs e aprovou uma homenagem, em 2017, a Gumercindo Rocha Dorea, então presidente de honra da Frente Integralista Brasileira (FIB), e morto em 2021, aos 96 anos. A homenagem se deu na Câmara Municipal de Niterói, onde Jordy era então vereador.

Ao discursar enquanto entregava um diploma meritório, Jordy disse que:

“A minha homenagem a GRD (Gumercindo Rocha Dorea) não foi exclusivamente por conta dos livros (que ele escreveu e publicou em editora própria) sobre integralismo. Mas, embora eu não seja integralista, esse movimento teve importância muito grande para o nosso país enquanto vigorou“.

A Frente Integralista Brasileira (FIB) é um movimento político brasileiro de inspiração fascista e caráter antiliberal, anticomunista, tradicionalista e nacionalista de extrema-direita. Surgiu em 2004, no chamado I Congresso Integralista para o século XXI, realizado na cidade de São Paulo, mas veio a ser fundada oficialmente em 22 de janeiro de 2005.

Fundado por Plínio Salgado, o integralismo foi a versão brasileira do fascismo — inspirado sobretudo nas ideias de Benito Mussolini, líder do Partido Nacional Fascista da Itália em meio à Segunda Guerra Mundial.

O integralista homenageado por Jordy, então com 90 anos, não conseguiu ir à Câmara de Niterói receber seu diploma e a moção de aplausos com que foi agraciado pelo então vereador, enviado um representante em seu lugar.

Ao longo da vida, GDR, como é conhecido, colecionou cargos públicos durante a ditadura militar e publicou inúmeros livros em defesa do fascismo.

Sua devoção ao movimento fascista brasileiro começou cedo. Aos 8 anos, em 1933, entusiasmado com os desfiles públicos da Ação Integralista Brasileira (AIB) em Ilhéus (BA), alistou-se como pliniano, a ala jovem e infantil da AIB, montada aos mesmos moldes da Juventude Hitlerista, então em atividade na Alemanha.

A partir da década de 1940, colaborou na imprensa, primeiro no jornal integralista Idade Nova e depois no jornal A Marcha, também integralista, que dirigii. Ainda militou ativamente, desde a década de 1940, no Partido de Representação Popular (PRP), sob a presidência de Plínio Salgado, após seu movimento integralista ter sido colocado na ilegalidade.

GRD também foi o mais destacado editor de obras integralistas ou referentes ao Integralismo, havendo sido, aliás, o idealizador e principal realizador da Enciclopédia do Integralismo, que conta com doze volumes publicados entre fins da década de 1950 e princípios da década de 1960.

Depois, dirigiu o Instituto Nacional de Imigração e Colonização (INIC), entre os anos de 1961 e 1963, e ocupou, entre 1964 e 1967, o cargo de Diretor da Superintendência de Turismo da Cidade de Salvador. Foi defensor do fascismo e Benito Mussolini até o fim da vida.

Para Jordy, o movimento fascista brasileiro é louvável porque, quando ele foi criado “vivíamos sob ameaça do comunismo, que vilipendiava os valores morais, de família e religião. Era uma proposta genuinamente brasileira que aceitava toda a diversidade do nosso povo, que lutava pela conservação dos valores de Deus, pátria e família”.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/carlos-jordy-homenageia-presidente-da-maior-organizacao-fascista-do-pais/

Nota: faltou falar que o horror do nazismo (Hitler) e do fascismo (Mussolini) aconteceu com a participação (votos) das pessoas, iludidas e manipuladas. Aqui em São Paulo está escrachado, Ricardo Nunes tem o apoio do Inominável e do Tarcísio. Nunes até teve uma reunião com um político de extrema direita da Itália. O fascismo está sendo normalizado.

Os perigos na concorrência

Eu sinto incomodado quando vejo similaridade entre ateus e cristãos.

Por exemplo, o OnlySky, que virou um clube burguês, com matérias exclusivas apenas para assinantes, soa como um cristão fundamentalista no Patheos.

Bruce Ledewitz escreveu:

“O secularismo está tão preocupado em negar Deus que jogamos fora o bebê da verdade, justiça e progresso junto com a água do banho do teísmo sobrenatural.”

Não, Ledewitz, o secularismo não está querendo negar o divino, apenas busca neutralidade. Essa é a essência do Estado Laico.

Em outro texto, Ledewitz diz:

“Por muitos anos, a América vem se movendo de uma sociedade completamente religiosa para uma basicamente secular.”

Novamente, secular não é sinônimo de irreligioso, descrente ou ateu.
Eu vi uma notícia onde foi apontado a existência de ateu que acredita em Cristo.
Oh, bem, eu conheço um homem que se diz pagão e ateu. O homem adora fazer ginástica mental.

“Não apenas mais de um quarto dos americanos não tem conexão com nenhuma instituição religiosa — esses são os “Nones” — mas, apenas nos últimos 20 anos, a porcentagem de americanos que consideram a religião muito importante em suas vidas caiu de 61% para 45%.”

Novamente, os “nones”. E a generalização e sumarização da religião em Igreja e Cristianismo. O ateu é tão preguiçoso assim? Esses “nones” estão apenas querendo distância das organizações religiosas, mas demonstram ter algum tipo de espiritualidade, como até alguns ateus famosos, celebridades, afirmam terem.

“A principal razão para o declínio da religião pode ser resumida como o filósofo Friedrich Nietzsche fez em 1882 — a morte de Deus.”

Essa obra e a frase tirada dela, são as preferidas do ateu. Igual ao cristão, cita o trecho que interessa a despeito do contexto. A obra, Assim Falou Zaratustra, tem tantos elementos esotéricos que deixaria qualquer ateu desconcertado. Além do que é uma obra de filosofia, nada mais do que a opinião de Nietzsche.

“Esmagadoramente, as religiões da humanidade contêm importantes elementos sobrenaturais que são incompatíveis com qualquer tipo de perspectiva científica.”

Como todo ateu, Ledewitz ignora que toda nossa cultura, inclusive a ciência, foi desenvolvida pelos povos antigos, todos religiosos, eu diria até pagão.

Falando no Patheos, que virou mais uma página de fundamentalismo cristão, de onde muitos colunistas (ateus e pagãos) saíram, duas escritoras escrevem livremente seu preconceito ao falar do “perigo” do ocultismo e de consultar médiuns e adivinhos.

Melissa Argay diz:

“Avisos sobre falsos profetas podem ser encontrados no Antigo e Novo Testamento.”

“Há muitas razões válidas pelas quais as Escrituras condenam o ocultismo, os adivinhos, os cartomantes e a adivinhação. Mesmo deixando a religião de lado, a orientação da Bíblia parece bastante sensata.”

Jocelyn Soriano diz:

“Em nosso mundo secular, mais e mais pessoas estão praticando o ocultismo sem saber de seus perigos. Enquanto o cristianismo ensina que a única fonte válida de poder é Deus, o ocultismo invoca outros meios de poder que prometem ser manipulados à vontade.”

Pelo visto, essas escritoras não conhecem a própria Bíblia. Ali está descrito o uso do urim e tumim. Tem a inconveniente cena de Saul, em Endor, consultando uma “feiticeira” e foi visitado pelo profeta Samuel.

Que os cristãos vão ser intolerantes, isso é notório. Mas é triste ver que o ateu não é diferente.

sábado, 7 de setembro de 2024

Censura de livros na Flórida

Seis grandes editoras dos EUA entraram com um processo contra o Departamento de Educação da Flórida para tentar derrubar uma lei estadual que autoriza a remoção de livros de escolas e bibliotecas se forem considerados “obscenos”, em vigor desde julho de 2023. 

Entre as mais de 1,6 mil obras proibidas em escolas do ensino fundamental, médio e superior estão livros contemporâneos e clássicos da literatura universal como “Por Quem os Sinos Dobram”, de Ernest Hemingway; “As Aventuras de Tom Sawyer”, de Mark Twain; “O Diário de Anne Frank” e até dicionários de inglês e o livro Guinness de recordes. 

O processo de 94 páginas foi protocolado em um tribunal federal de Orlando na sexta-feira (29) pelas editoras Penguin House, Hachette Book Group, HarperCollins Publishers, Macmillan Publishers, Simon & Schuster e Sourcebooks, tendo como co-autores a associação de escritores Authors Guild, vários escritores, estudantes e pais de alunos.

Promulgada sob a administração do governador conservador da Florida, Ron DeSantis, a lei HB 1069 tem um dispositivo que permite ao estado proibir conteúdo que “retrate ou descreva conduta sexual” sem precisar considerar o valor literário, artístico ou cultural da obra como um todo.

Também expandiu as barreiras processuais ao exigir que as escolas removessem um livro dentro de cinco dias a partir da objeção de um pai a um livro e que a obra permanecesse indisponíveis até que a objeção fosse resolvida.

Os autores do processo argumentam que a HB 1069 é muito ampla e viola a liberdade de expressão protegida pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA.

E que essa liberdade inclui o direito de autores e editoras de comunicar ideias a estudantes e os direitos dos estudantes de receber essas ideias sem interferência indevida do Estado.

A ação judicial afirma ainda que a lei que permite a remoção de livros viola uma jurisprudência estabelecida em 1973, no julgamento do processo Miller x California. 

A Suprema Corte dos EUA decidiu que quando uma obra não é considerada obscena, ela é uma expressão protegida constitucionalmente pela Primeira Emenda.

Os demandantes argumentaram na sexta-feira que a censura excessiva do estado a obras com conteúdo sexual ignora o padrão estabelecido.

Mary Rasenberger, CEO da Authors Guild, disse: 

“Proibições de livros censuram as vozes dos autores, negando e silenciando suas experiências e histórias vividas. Essas proibições têm um efeito assustador sobre o que os autores escrevem e prejudicam sua reputação ao criar a falsa noção de que há algo indecoroso em seus livros.

No entanto, esses mesmos livros edificam os jovens há décadas, expandindo mundos e fomentando a autoestima e a empatia pelos outros. Todos nós perdemos quando as verdades dos autores são censuradas.”

Sydney Booker, porta-voz do departamento de educação da Flórida, chamou o processo das editoras de “uma farsa”, em resposta a um questionamento feito pelo site de notícias políticas The Hill.

Ele afirmou que “não há livros proibidos na Flórida. Material e instruções sexualmente explícitos não são adequados para escolas.”

Não é o que pensam entidades de defesa da liberdade de expressão, como o PEN America. Em maio, a entidade havia entrado com um processo contra o condado de Escambia contestando remoções e restrições de mais de 1,6 mil livros de bibliotecas escolares, ao lado de pais e alunos. 

Desde que uma onda conservadora passou a avançar nos EUA, sobretudo após a administração de Donald Trump, outros estados também passaram a legislar contra livros com base em conteúdo sexual – e a serem questionados judicialmente.

Já existem litígios em curso em Iowa, Texas e Arkansas. E recentemente Idaho e Alabama aprovaram legislação semelhante à da Flórida.

Fonte: https://mediatalks.uol.com.br/2024/09/01/editoras-processam-florida-por-lei-permitindo-banir-livros-de-escolas/

Apologéticos chicaneiros

Segundo o dicionário:

Um advogado chicaneiro é aquele que se aproveita de detalhes da lei ou de um regulamento para criar vantagens ou se livrar de adversidades.

A chicana é uma prática que consiste em obstaculizar, dificultar, trapacear, ou usar a má-fé para argumentar durante um processo judicial. 

Resumindo, desonestidade intelectual.

Em uma palestra, Marilena Chauí disse:

-Fico muito agoniada: tomo o Uber e na hora que eu desço e digo “muito obrigada, boa noite”, o motorista diz: “fica com Deus”. Eu sei que ele é pentecostal, que é fundamentalista. Eu fico desesperada com essa ideia.

Essa frase gerou rebuliço entre conservadores, reacionários, direitistas e fundamentalistas cristãos.

Oquei, Chauí exagerou e demonstrou preconceito, mas eu encontro razões para concordar. O cristão tem o péssimo hábito de ser inconveniente.

As críticas feitas à filósofa citam um trabalho da mesma sobre a Patrística.

Vamos ao dicionário.

Patrística: filosofia cristã formulada pelos padres da Igreja nos primeiros cinco séculos de nossa era, buscando combater a descrença e o paganismo por meio de uma apologética da nova religião, calcando-se frequentemente em argumentos e conceitos procedentes da filosofia grega.

Segundo o Wikipédia:

Patrística é o estudo dos escritos dos Pais da Igreja, denomina também um período e uma tradição filosófica e teológica da antiguidade tardia em que ocorreu o primeiro encontro substancial entre o cristianismo e a filosofia, até então entendida como parte da cultura pagã greco-romana, dando lugar à formação das bases das filosofias e teologias cristãs que serão profundamente influentes na posterior história da filosofia e do cristianismo.

O que faltou falar é que os Patriarcas da Igreja tinham conceitos e idéias diferentes sobre Deus e Cristo. O que faltou falar é que a doutrina cristã “pegou emprestado” (cofcof  - roubou - cofcof) muito do pensamento neoplatônico. A diversidade do Cristianismo em sua origem é omitida e escondida pelos padres e pastores. Cada qual querendo puxar para seu grupo como sendo o “representante legítimo” dessa crença.

O Cristianismo somente se tornou uma religião de massas porque foi e tem sido usada pelos poderosos, seculares e clericais, para manipulação política e social.

Mas os críticos convenientemente pularam a parte em que Cristo e o Cristianismo foram usados para justificar massacres e guerras.

O repórter Valdinei Ferreira fala que Chauí precisava de atualização bibliográfica. Eu duvido que o repórter tenha lido, estudado algo ou tenha alguma biblioteca digna de ser considerada. Ele diz que o que empobrece a pesquisa científica não é a crença ou descrença dos pesquisadores, mas o preconceito e a desatualização dos mesmos.
Isso dito em pleno século XXI, com a Igreja descartando qualquer pesquisa científica sobre aborto e a existência de pessoas intersexuais.
Aham, senta lá, Cláudia.

Ele chega ao cúmulo de afirmar que a Patrística uniu inteligência e fé. Ele chegou a ler ao menos um texto dos Patriarcas?

Outro, Márcio Antônio Campos (Gazeta do Povo, jornal bolsonarista), afirma, candidamente:
“...ninguém, absolutamente ninguém foi condenado à morte por defender o heliocentrismo, e da mesma forma ninguém, nem mesmo Giordano Bruno, foi queimado por causa de ideias que hoje consideramos científicas…”
Então está tudo bem executar uma pessoa por discordância teológica? Isso é o Cristianismo. Dois milênios de crimes absurdos.
Márcio tenta “explicar” que Giordano Bruno foi executado por sua extravagância esotérica, mas esqueceu de Hipácia de Alexandria.

Enfim, omissão, negação, desonestidade intelectual. Algo que o Cristianismo conhece bem e usa em doses gigantescas.

Quem entendeu o título do texto levanta a mão. Valendo um pedaço de torta de maçã.

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Mercado e bem estar sexual

Agência Brasil - No próximo dia 6 de setembro é celebrado o Dia do Sexo. Com criatividade, a data foi criada em 2008, a partir de uma jogada de marketing de uma importante marca de preservativos para estimular a venda dos seus produtos. Para quem empreende no segmento de bem-estar sexual, o dia pode ser uma boa oportunidade para atrair atenção para o negócio.

Com foco no prazer, saúde e cuidado íntimo, o mercado de bem-estar sexual é um setor que se mantém aquecido nos últimos anos. Com uma grande variedade de produtos, como brinquedos eróticos (sex toys), lubrificantes, massageadores, cosméticos íntimos, comestíveis e roupas íntimas.

De acordo com dados da Statista (plataforma especializada em coleta de dados), as projeções para vendas do setor de produtos eróticos são muito positivas. Estima-se que até 2030, o mercado mundial de sex toys, conhecidos como brinquedos eróticos, atinja US$ 80,7 bilhões, quase o dobro do esperado para este ano (US$ 44 bilhões).

"Os números mostram um mercado muito promissor e refletem uma mudança de comportamento do consumidor. Assuntos relacionados ao sexo e ao prazer ainda são um tabu, mas atraem cada vez mais o interesse do público, principalmente feminino e de uma nova geração de consumidores com idade entre 25 e 35 anos", afirmou Flávio Petry, analista de Competitividade do Sebrae Nacional.

Basta lembrar que celebridades como as cantoras Anitta e Rihanna também empreendem no setor. A cantora brasileira fez uma parceria com a farmacêutica Cimed para desenvolver a fragrância do seu perfume íntimo e a pop star mundial é dona da marca de lingerie Savange X Fenty, conhecida pelos modelos que abusam da sensualidade para todos os gêneros e corpos.

Para todos os tamanhos e formatos

Segundo Petry, o mercado de bem-estar sexual ainda não está consolidado entre os grandes players, o que favorece a entrada de pequenos negócios no setor tanto no ambiente físico quanto no on-line. “Enquanto o ambiente digital favorece o anonimato tanto para o empreendedor quanto para o cliente que têm receio de se expor, o atendimento presencial agrega valor ao relacionamento com o cliente que quer se sentir mais seguro na hora de comprar um produto ou adquirir um serviço”, esclarece.

O analista do Sebrae também chama atenção para que outros segmentos aproveitem o momento para gerar oportunidades de venda. Entre eles, destacam-se farmácias, salões de beleza, lojas de moda íntima com seções específicas e até mesmo docerias.

"Quem empreende também tem que saber nichar as oportunidades. Neste aspecto, esse é um mercado muito favorável para atender públicos específicos, como LGBTQIA+, mulheres, consumidores de luxo, entre outros", afirmou Petry.

Além do prazer

Com o compromisso de disponibilizar informação de qualidade e orientação, a sexóloga e terapeuta Sabrina Munno é dona da Santa Sensualidade, empresa que organiza eventos para mulheres, como chá de lingerie, despedida de solteira, encontro de amigas, além de eventos corporativos e, até mesmo, em igrejas.

Há 8 anos atuando no mercado de bem-estar sexual, ela abriu mão de uma carreira consolidada como gerente de projetos em uma multinacional para encarar o desafio de falar sobre sexualidade de forma leve e educativa.

"Comecei de forma tímida, em sociedade com duas amigas. Tínhamos um script e vendíamos os produtos. A partir de 2018, percebemos um aumento da demanda e resolvemos estruturar melhor o negócio. Criamos um site, começamos a fazer campanhas no Google e abrimos um conta no Instagram”, lembra.

Em 2021, com o fim da sociedade, Sabrina assumiu o negócio com apoio do marido. Ela se dedicou a reformular todo o negócio e resolveu aparecer nos perfis na Internet. Os resultados positivos não demoraram a aparecer. “No ano seguinte, tivemos 37% de crescimento em comparação ao período anterior da pandemia”, relata.

Desde o ano passado, ela atende como terapeuta em um espaço próprio no bairro de Santa Cecília, na capital paulista. O local foi escolhido estrategicamente com acesso fácil ao metrô. Além do funcionamento do consultório, os espaço abriga também uma loja e espaço para pequenos eventos com grupos de até 10 pessoas.

"Eu faço um atendimento com hora marcada para os clientes – que também incluem casais. O local é reservado e antes de realizar uma venda, eu gosto de entender qual a real necessidade daquela compra. Mais do que vender um produto, eu penso no bem-estar dos clientes", afirmou Sabrina Munno, sexóloga e terapeuta.

Com uma equipe de sete colaboradoras, a empresária investe no treinamento da equipe e na curadoria dos produtos. O objetivo é ampliar o alcance do negócio. Atualmente, além de São Paulo, a empresa atende em Curitiba (PR). A meta de crescimento já foi ultrapassada para este ano. “Superamos a expectativa de 20% e em julho já chegamos em 33% de aumento da nossa demanda” comemorou.

Todos os anos, a empreendedora faz um planejamento para o negócio. Neste ano, por exemplo, ela criou uma loja on-line para a venda de produtos e desenvolveu novos temas para as palestras.

"É uma luta diária e estou atenta a tudo, o tempo todo. Essa é uma área desafiadora em todos os sentidos. Eu me dediquei a estudar muito porque eu não queria ser mais uma no mercado. Também tenho muito cuidado com o que eu posto nas redes sociais", afirmou Sabrina Munno.

Fonte: https://www.brasil247.com/empreender/mercado-do-bem-estar-sexual-atrai-pequenos-negocios

Nota: como diz a reportagem, ainda existe muito tabu. Brasil, país de mentalidade medieval e colonial, onde vigora o conservadorismo e a influência do fundamentalismo cristão, tem que superar muitos preconceitos e leis absurdas.
O bem estar sexual está longe de ser realidade.

Apito de cachorro

Autor: Luiz Nassif.

O alerta foi dado por Pedro Costa Jr na TV GGN 20 horas. Há um conjunto preocupante de indícios de uma armação geral para o 7 de setembro e nas vésperas das eleições municipais.

Primeiro, foi a ofensiva da Folha de S. Paulo contra o Ministro Alexandre Moraes, em cima de arquivos de celular levantados no ano passado. O material foi enviado a Glenn Greenwald. Desde que foi censurado no The Intercept, em denúncia que escrevera sobre as ligações do filho de Joe Biden na Ucrânia, Glenn aproximou-se da ultradireita norte-americana e tornou-se habitual do programa de Tucker Carlson, o principal comentarista de ultradireita do país.

Em seguida, ampliam-se as provocações de Elon Musk contra Alexandre Moraes, até chegar ao enfrentamento final, que levou à retirada do X. Agora, está aproveitando o episódio para potencializar ao máximo os ataques a Moraes e estimular as manifestações de 7 de Setembro.

Não apenas isso. Parlamentares da ultradireita da Califórnia tentam emplacar uma legislação de represália ao Brasil. Musk acenou com a possibilidade de “apreensão recíproca” de ativos do estado brasileiro. Simultaneamente, os Estados Unidos apreenderam o avião de Nicolás Maduro.

Nesse mesmo curto período, militares brasileiros mostraram insatisfação com a interrupção dos serviços da Starlink – a empresa de satélites de Musk -, e com a interrupção de negociações com Israel, para adquirir tanques de guerra, em um momento de orçamento apertado.

Musk é essencialmente um empresário que depende dos estados nacionais. A Starlink é bancada pelo Departamento de Estado. O apoio de Musk a Milei tem como meta o controle das minas de lítio na Argentina.

Finalmente, Eduardo Bolsonaro, que atua como representante da ultradireita de Steve Bannon na América Latina, revogou a proibição de se atacar o Supremo nas manifestações do dia 7 de Setembro.

Matéria do The New York Times relata:

“Musk, 52, usou repetidamente uma parte de seu império empresarial — X, anteriormente conhecido como Twitter — para apoiar vocalmente políticos como Milei, Jair Bolsonaro do Brasil e Narendra Modi da Índia. Na plataforma, Musk apoiou suas visões sobre gênero, festejou sua oposição ao socialismo e confrontou agressivamente seus inimigos. Musk até interveio pessoalmente nas políticas de conteúdo do X de maneiras que pareciam ajudar Bolsonaro, disseram dois ex-funcionários do X”.

Ao mesmo tempo, Mark Zuckerberg, CEO da Meta, deu declarações reforçando as narrativas da ultradireita, sendo censurada. Na segunda-feira da semana passada, enviou carta ao Comitê Judiciário da Câmara, denunciando supostas “pressões” para censurar conteúdos durante a pandemia.

Há uma lógica nessa articulação e explica parte da sensação de poder de Musk:.

as grandes corporações sempre foram extensão do poder americano;
Hoje em dia, o único setor com predomínio norte-americano, além da defesa, são as grandes redes sociais.
Há uma relação umbilical das Forças Armadas brasileiras, tão umbilical e humilhante a ponto das comunicações serem transmitidas pelo sistema Starlink, que é bancado pelo Pentágono;
Há também uma ofensiva de estados nacionais – incluindo a União Europeia – para enquadrar as redes sociais. E a aliança natural será com o tal libertarismo da ultradireita nesses países.
Como calar a Starlilnk
Agora, Musk amplia o confronto fazendo com que a Starlink transmita o conteúdo do X, contrariando as recomendações de Moraes.

Há condições concretas de impedir o sinal de Starlink, segundo Luis Antonio Bambace.

Segundo Bambace, 

“O presidente da Anatel deu entrevista no Globonews e cometeu uma falha. Não dá para impedir a antena do usuário de mandar algo para o Starlink, mas dá para impedir um satélite do Starlink de receber dados do solo, o famoso jamming dos militares, ilumina na frequência das antenas do usuário um satélite com sinal muito forte, saturando a recepção. Aí nenhum usuário do satélite manda nada a ele, esteja ele no Brasil ou não. Como as antenas de matriz faseada dos usuários só olham para o satélite, jogar sinal forte na banda de recepção delas paralelo ao solo pode ser difícil. Mas dá para fazer jamming nos terminais com balões, dirigíveis e drones. Este segundo jamming é mais caro, mas só afeta os usuários de zonas restritas.

“As do solo sim, as de satélite são alvo fácil para antenas de Jamming de 6 metros, similares às parabólicas antigas, mas móveis. Jammeando metade dos satélites alguns minutos e trocando para outros, torna-se o uso inviável. O sistema não suporta intermitência. Mas por exemplo se ninguém mais usar a frequência do satélite no solo, faz-se uma transmissão abrangendo uma grande área, como fazem os sistemas de rádio e TV, um balão a 30 km de altura, onde ele pode ficar quase parado face a inversão de direção de ventos estratosféricas, com um sobe e desce pequeno para manter latitude e longitude, e ilumina todas as antenas no solo num raio de 600 km do ponto abaixo dele”.

E uma recomendação: “As forças armadas deveriam ter um sistema assim para impedir o uso destas redes em caso de ataque externo. Elas podem guiar drones como ocorre na guerra da Ucrânia”.

Fonte: https://jornalggn.com.br/coluna-economica/musk-e-a-conspiracao-da-ultradireita-por-luis-nassif/

China está estocando vento

Autor: Rafael Henrique Zerbetto.

Nota da editora: Em 26 de setembro de 2015, durante uma coletiva de imprensa na ONU (Organização das Nações Unidas) depois da reunião com a Cúpula do G4, a então presidenta Dilma Rousseff falou sobre a possibilidade de "estocar vento" e foi duramente criticada pelos opositores. A fala foi amplamente discutida e satirizada na mídia e redes sociais, com uma avalanche de memes que até hoje voltam à tona. Em sua declaração, ela falava sobre fontes de energia renovável e a utilização de energia eólica no Brasil.

"Quando fala em energia eólica, alguns dizem assim: 'Ah, a energia eólica é importante porque, afinal, é possível, nós sabemos, estocar vento'. E, de fato, isso é verdade, só não se sabe ainda como", comentou.

Nove anos depois, a fala de Dilma, que hoje preside o Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco dos BRICS, não soa como meme e sim como profecia.

China estoca vento.

Em meio ao deserto de Gobi, a cidade de Hami, na porção oriental da Região Autônoma Uigur de Xinjiang, na China, é rica em fontes de energia renováveis, com sol e vento o ano todo. Merecem particular atenção os 13 sítios de vento situados a sudeste da cidade, onde geradores eólicos de cem metros de altura, com hélices de 87 metros de comprimento, coletam a energia dos fortes ventos da região para gerar eletricidade.

Mas o uso da energia eólica em grande escala sempre esbarrou em um problema: o descompasso entre oferta e demanda causado pelo fato de que, por um lado, a intensidade do vento muda ao longo do dia, afetando a geração de energia elétrica enquanto, por outro lado, o consumo de eletricidade também varia ao longo do dia.

Como os geradores apenas convertem a energia cinética dos ventos em energia elétrica e a lançam na rede elétrica para consumo imediato, a eletricidade excedente acabava sendo desperdiçada quando a produção superava a demanda enquanto, em outros momentos, a produção dos geradores era insuficiente para atender às necessidades dos consumidores.

[Nota da editora: Energia cinética é a energia que um objeto tem devido ao seu movimento. É calculada usando a massa do objeto e a velocidade a que ele se move. Essencialmente, quanto mais rápido um objeto se move ou quanto mais pesado ele é, maior será sua energia cinética. Essa energia é uma forma de energia mecânica e é fundamental em várias áreas, como física e engenharia.]

Na velha matriz energética da maioria dos países, a queima de combustíveis fósseis facilitava o ajuste da produção de acordo com a demanda, com as fontes renováveis ocupando uma fatia modesta do mercado, mas a necessidade urgente de se fazer a transição para fontes limpas e sustentáveis botou em evidência essa limitação das fontes cuja eficiência depende de fatores climáticos, que não podem ser controlados pelo homem.

Para substituir a queima de combustíveis pela energia eólica, seria preciso “estocar vento”, isto é, buscar formas de resolver este descompasso entre os picos de produção e de demanda, e o termo estocagem de vento passou a ser usado para designar possíveis métodos de estocagem do excedente de produção dos parques eólicos para uso em momentos de maior demanda.

Pesquisas sobre estocagem de vento já eram desenvolvidas em diversos países em 2015, quando a então presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, falou sobre estocagem de vento durante uma coletiva de imprensa na ONU. Dilma sabia do que estava falando, mas no Brasil o tema era muito pouco conhecido e discutido, tendo sido, por isso, mal compreendido.

Nos anos seguintes, as pesquisas avançaram e diversas tecnologias para estocar vento surgiram ao redor do planeta. Agora, algumas tecnologias já estão maduras e passaram da fase experimental para o uso comercial, como é o caso da tecnologia usada nos 13 sítios de vento a sudeste de Hami.

O conceito é simples: o excedente de produção dos geradores eólicos, que não pode ser consumido de imediato, é enviado para armazenamento em enormes baterias. Mais tarde, quando a demanda supera a produção, a energia acumulada nas baterias é lançada na rede elétrica para ser, enfim, consumida.

As baterias ficam em meio ao deserto de Gobi, onde a temperatura é extremamente baixa no inverno e alta no verão. Por isso, todos os equipamentos de estocagem de vento para uso em Xinjiang tiveram que ser projetados, testados e certificados para operar com segurança na faixa de temperatura entre -40oC e 50oC, capaz de cobrir a variação local de temperatura ao longo do ano.

Conforme desenvolve sua capacidade de produção e estocagem de energia limpa, bem como suas cadeias industriais de painéis solares e turbinas eólicas, Hami se posiciona como uma cidade-chave para a transição energética chinesa, melhorando a eficiência e a qualidade de sua produção energética e contribuindo para a redução das emissões de carbono da China.

Fonte: https://revistaforum.com.br/global/chinaemfoco/2024/9/2/dilma-rousseff-estava-certa-na-china-ja-se-estoca-vento-164853.html

Nota: eu ouço o reacionário espumando de raiva. Dilma estava certa. 😏🤭

quinta-feira, 5 de setembro de 2024

O cristão é incoerente

Notícia achada em uma página direcionada aos evanjegues.

Um grupo de universitários cristãos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) iniciou um abaixo-assinado contra uma peça teatral com temática anticristã, que será exibida na faculdade a partir de sexta-feira (30).

Em entrevista exclusiva ao (omitido), Bruno Franzoso, estudante de História, relatou que a peça chamada “Missa do Pecado” foi divulgada no Instagram da universidade na semana passada, como parte da programação da Mostra de Teatro do Instituto de Artes.

“Uma peça teatral que, já em sua divulgação, ataca nossa fé”, criticou Bruno, de 23 anos, um dos líderes da REDE (Reunião de Evangelismo e Desenvolvimento Espiritual) – um grupo formado por estudantes cristãos da UFRGS.

Na publicação no Instagram, o anúncio da peça afirma: “A Profana Igreja da Insurreição da Carne te convida para a Missa do Pecado”.

O enredo da peça, com classificação indicativa de 16 anos, ainda apresenta personagens com nomes sombrios, como “Sabrina Satânica”, “Maligna Lopes” e “Lux Luxúria”.

A sinopse da obra, divulgada no site do Instituto de Artes da UFRGS, convida: “Venha compartilhar nossa cerimônia satânica”.

“É com muita malícia que a Profana Igreja da Insurreição da Carne convida vocês, seres pecantes, para a deliciosa Missa do Pecado. Um espaço de celebração do prazer e da liberdade, e de combate à culpa e ao ódio de si”, afirma.

Retomando.

O engraçado é ver o cristão fazer esse protesto por considerar a peça de teatro um desrespeito, uma intolerância religiosa. Logo o cristão, que mais ataca as religiões de matriz africana e outras crenças.
Até ontem, eles mesmos, chamavam por liberdade de expressão. Falta coerência.

Em busca de fama

Você me comprou, pôs meu talento a venda
você me ensinou que o importante é a renda
contrato milionário, grana, fama e mulheres
a música não importa, o importante é a renda!

-Minha Renda, Plebe Rude

Autor: Zé Barbosa Júnior. Inserção de letra por conta da casa.

A cantora gospel Amanda Rocha, filha do cantor Latino, lançou na última sexta-feira, 30 de agosto, seu primeiro projeto ao vivo intitulado "O Nome de Jesus". O lançamento marca um novo capítulo na carreira de Amanda, que é a segunda de dez filhos do artista, fruto do relacionamento dele com uma fã, Jucinéia de Oliveira.

Com 25 anos de idade e casada desde 2021 com o músico Vini Frade, Amanda já planeja os próximos passos. Em novembro, ela embarcará em sua primeira turnê internacional, com shows agendados na França e na Inglaterra. Em suas redes sociais, a cantora expressou a felicidade pela novidade: "Deus tem sido muito bom na nossa história, ainda sem palavras pra expressar tamanha alegria", afirmou.

Antes de expandir sua carreira para o exterior, Amanda participou em maio do programa "Shadow Brasil Gospel", no "Programa Raul Gil", onde competiu com novos talentos da música gospel. No entanto, sua trajetória musical teve início após uma breve passagem como modelo, em 2019. Na época, quando também estudava Biomedicina, Amanda chegou a realizar um ensaio fotográfico de lingerie, cujas imagens foram posteriormente excluídas de seu perfil no Instagram.

A relação de Amanda com o pai, Latino, é próxima e amistosa. Em agosto, no Dia dos Pais, a cantora fez uma homenagem ao cantor em suas redes sociais e, alguns dias depois, subiu ao palco com ele para uma performance improvisada de um de seus louvores.

Amanda Rocha segue consolidando seu espaço no meio gospel, com planos ambiciosos e novos projetos à vista.

Fonte: https://revistaforum.com.br/brasil/2024/9/2/filha-de-latino-desiste-de-ser-modelo-abraa-carreira-de-cantora-gospel-164880.html

Nota: vida difícil né? Entre ser cantora gospel e modelo de lingerie. Eu vejo um filão. OnlyFans gospel 🤭😏.

A madrinha de Marçal

Autor: Menon.

Jair Bolsonaro trocou a insignificância do baixo clero pela Presidência da República tendo como primeiro impulso sua constante participação em programas como CQC e Luciana Gimenez.

Pablo Marçal passou a ser conhecido através de redes sociais. De repente - pelo menos para os incautos - lá está ele, pontuando em pesquisa.

Tanto Jair como Pablo têm um segundo impulso a partir de uma postura leniente e preguiçosa de entrevistadores em Sabatinas e debates. Eles ajudam a normalizar os representantes do esgoto político, da extrema direita.

Lembram quando Bolsonaro entregou a William Bonner um kit gay? Onde foi parar? Por que Bonner não comprovou a inconsistência daquilo?

Agora, a história de repete.

Marçal inventou que Boulos cheira cocaína. A partir desta afirmação, toda entrevista deveria começar com a pergunta: "que provas o senhor tem"? E não deveria ir em frente enquanto ele não comprovasse o que não pode ser comprovado. Por ser mentira.

O novo mote de Pablito é dizer que Lula roubou um trilhão. É um mantra que se espalha. E que poderia ser detido. Roubou como? De onde? Onde está o dinheiro? O que significa um trilhão em relação ao PIB brasileiro. Mas, não. Ninguém interrompe a canção do encantador de serpentes.

As mentiras de Marçal são melhores para quem está desiludido com política e busca desesperadamente um líder.

Agora, fazem avaliação de candidatos em debate. Dão nota, como no futebol. E dizem que Marçal sabe iludir jornalistas. Ora, eles querem ser iludidos. Assim, até eu que sou mais bobo....

Fonte: https://revistaforum.com.br/blogs/blogdomenon/2024/9/3/grande-imprensa-madrinha-de-pablo-maral-164899.html

Falando em eleição...

Por Lucas Pordeus León - Repórter da Agência Brasil - Brasília

O prazo de 30 dias previsto na Lei Orgânica dos Processos Eleitorais da Venezuela para publicação no Diário Oficial dos resultados da eleição venceu, mas os dados da votação por mesa eleitoral não foram ainda divulgados publicamente.

Na decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) que validou a vitória do presidente Nicolás Maduro, foi determinada a publicação dos dados no prazo estimulado pela legislação. De acordo com o artigo 155 da lei dos processos eleitorais, deve-se publicar as informações em 30 dias após a proclamação do vencedor, o que ocorreu no dia 29 de julho. 

Na semana passada, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela informou que acataria a decisão do TSJ. “No lapso da lei, [o CNE] cumprirá com o ordenado pela Sala Eleitoral do TSJ”, afirmou o Poder Eleitoral, em nota.

Na página oficial da Imprensa Nacional da Venezuela, onde se publica o Diário Oficial do país, a última atualização é do dia 21 de agosto. Portanto, são 12 dias sem que se atualize as publicações oficiais dos poderes públicos venezuelanos.

Na última sexta-feira (30), data que marcou o fim do prazo de 30 dias da proclamação do resultado, a Venezuela amanheceu sem eletricidade em quase todos os estados. O governo denunciou que o apagão foi causado por ações de sabotagem contra o sistema elétrico que buscaram inutilizar a Hidrelétrica de Guri, no estado Bolívar.

“É um ataque cheio de vingança e ódio contra a Venezuela, que vem das correntes fascistas que fingiam ser oposição política. Dizemos que estamos preservados e protegidos o Guri”, informou Maduro em uma rede social. A Hidrelétrica de Guri é a principal fonte de energia elétrica da Venezuela.

Edmundo

Ainda na semana passada, o candidato opositor Edmundo González foi notificado pela terceira vez pelo Ministério Público da Venezuela para que preste depoimento sobre a investigação que apura supostos crimes de “usurpação de funções, forjamento de documento público; instigação à desobediência das leis, delitos informáticos, associação para delinquir e conspiração”.

Segundo a notificação, caso não compareça à sede do órgão em Caracas, o Ministério Público pedirá a prisão do opositor por risco de fuga e perigo de obstrução da Justiça.

Em nota, a coalização Plataforma Unitária – que apoia Edmundo – afirma que o político é alvo de uma perseguição e que não cometeu nenhuma ilegalidade. O MP investiga os responsáveis pela página na internet onde foram publicadas as supostas atas eleitorais da oposição que dão a vitória à Edmundo González.

A investigação cita que a página na internet busca usurpar as competências do CNE, única instituição com poder para publicar os resultados das eleições na Venezuela. O chefe do MP, Tarek William Saab, afirma que os “supostos documentos” são falsificados, “causando a difusão desta informação falsa para agitar a população”.

Repressão

As denúncias de prisões arbitrárias continuam no país. Organizações de direitos humanos e a oposição acusam o governo Maduro de perseguir e prender lideranças, ativistas e jornalistas. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) condenou as detenções.

“Nos casos documentados, a privação de liberdade foi acompanhada por uma série de violações das garantias judiciais, como o confinamento solitário, a imposição de defensores públicos, a falta de comparência em tribunal em tempo útil ou de apresentação perante os tribunais em casos de terrorismo. As pessoas detidas seriam acusadas de crimes como terrorismo ou associação criminosa”, diz a comissão ligada à Organização dos Estados Americanos (OEA).

As autoridades venezuelanas argumentam que estão lutando contra grupos criminosos que promoveram ataques à militantes chavistas e prédios públicos na tentativa de alimentar um golpe de Estado contra o resultado da eleição do dia 28 de julho.

Fonte: https://www.brasil247.com/americalatina/vence-prazo-de-30-dias-para-venezuela-publicar-dados-eleitorais

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Sabão Xandão

Autor: Eduardo Guimarães.

No último sábado (31), a rede X foi retirada do ar no Brasil após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF. A derrubada da rede fez com que os usuários buscassem alternativas; entre elas, as redes Bluesky e Threads, que estão entre as mais procuradas.

Além de derrubar o X, Moraes determinou multa diária de R$ 50 mil para aqueles que burlarem o bloqueio através de VPNs, mas, em aplicativos de mensagens como o WhatsApp, os VPNs superaram as redes alternativas (Bluesky e Threads).

Monitoramento de milhares de grupos públicos de WhatsApp revelam os efeitos da remoção do X no Brasil, tendo como destaque uma queda de cerca de 70% no número de compartilhamentos de matérias da rede de Elon Musk

Com isso, os acessos às redes Threads e Bluesky dispararam 600% e 1.600%, respectivamente. E com as menções absolutas à rede X e suas VPNs crescendo 300% nos mesmos dias, foi possível detectar que se tratava de uma fraude, pois os envios denutam uso de artifícios robóticos.

Especialistas da Rede de monitoramento Palver aplicaram um filtro para excluir as mensagens com comportamento robótico e, com isso, a rede de Elon Musk despencou de forma impressionante. O tombo do X ultrapassa os 99%. 

Só para entender quão expressiva foi a queda, comparemos a média do tráfego do X por dia em agosto com o tráfego posterior às medidas determinadas pelo STF. Desse modo , a rede X, que teve em média, mês passado, 500 menções a cada 100 mil mensagens de WhatsApp, agora teve míseras 4 menções no último domingo.

O significado desses números é maior ainda do que parece ao analisarmos seus efeitos políticos. 

Em primeiro lugar, lembremo-nos de que de todas as caudalosas redes de Jair Bolsonaro, o uso desmesuraddo de inteligência artificial (robôs) para bombar artificialmente os números de engajamento só não era usado em uma grande rede, a de Elon Musk, aliado incondicional do ex-presidente.

O X deprimiu drasticamente o engajamento da esquerda ou de qualquer outro agente político não-alinhado ao bolsonarismo e intensificou o engajamento da extrema-direta manipulando seus algorítmos (ordens programadas para alterar repercussão de postagens nas redes sociais). 

A rede do bilionário extremista, portanto, era a principal rede de propaganda político-ideológica do bolsonarismo e o super-hiper-mega-blaster megafone do seu controlador, Elon Musk. Dessa forma, após Moraes "limar" essa rede do nosso cenário político, também extirpou uma vantagem injusta e incrivelmente expressiva do ex-presidente e de seus candidatos nas eleição deste ano.

Pode-se dizer, portanto, que, com o apoio do STF em peso, do governo federal, da Procuradoria Geral da República e de nove entre dez juristas, Alexandre de Moraes promoveu uma forte higienização do processo eleitoral de 2024. Simples assim.

Fonte: https://www.brasil247.com/blog/moraes-higienizou-eleicao-de-2024-kvjx13db

Um retorno preocupante

A extrema-direita da Alemanha tem celebrado a vitória nas eleições regionais deste domingo (1), enquanto os partidos da coalizão do governo de Olaf Scholz fracassaram na disputa. As votações nos estados de Turíngia e Saxônia, no leste alemão, mostraram uma insatisfação do eleitorado com o governo atual do país.

Na disputa do fim de semana, a extrema-direita conseguiu vencer uma eleição estadual pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial. Os partidos se aproveitaram de um atentado a faca que deixou três mortos no mês passado em Solingen, no oeste alemão, para reforçar o discurso anti-imigração.

Junto do apoio do país à Ucrânia na guerra contra a Rússia, o acolhimento a imigrantes teve um papel de destaque nas campanhas deste ano. O Partido Social-Democrata (SPD), de Scholz, conseguiu somente 7% dos votos na Turíngia e Saxônia, seguindo o pior resultado na região nas eleições nacionais.

Em ambos os estados, as legendas que formam a coalizão do governo (sociais-democratas, verdes e liberais) não chegaram a sequer 15%. Mesmo assim, os outros partidos alemães formaram um “cordão sanitário” para evitar que o partido Alternativa para a Alemanha (AfD) chegue ao poder.

Assim como no nível federal, o sistema parlamentarista da Alemanha demanda que o governador do estado tenha o apoio de mais da metade dos assentos no legislativo estadual. A alta taxa de votos no partido, que conseguiu mais de 30% em ambos os estados, permite que os extremistas bloqueiem leis estaduais que necessitem do apoio de dois terços dos parlamentos e dificultem na formação de uma coalizão local.

Na Turíngia, os conservadores da CDU, partido da ex-chanceler Angela Merkel, terão que se unir ao partido de esquerda BSW para impedir um governo com participação da AfD, que ainda pode vencer outra eleição regional, que ocorre em 20 dias, no estado de Brandemburgo, estado que circunda Berlim e possui pesquisas locais que apontam para uma nova vitória da sigla extremista.

As votações regionais também funcionam como um termômetro para a disputa gerai, programada para ocorrer em um ano.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/extrema-direita-tem-vitoria-historica-nas-eleicoes-regionais-da-alemanha/