Na disputa do fim de semana, a extrema-direita conseguiu vencer uma eleição estadual pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial. Os partidos se aproveitaram de um atentado a faca que deixou três mortos no mês passado em Solingen, no oeste alemão, para reforçar o discurso anti-imigração.
Junto do apoio do país à Ucrânia na guerra contra a Rússia, o acolhimento a imigrantes teve um papel de destaque nas campanhas deste ano. O Partido Social-Democrata (SPD), de Scholz, conseguiu somente 7% dos votos na Turíngia e Saxônia, seguindo o pior resultado na região nas eleições nacionais.
Em ambos os estados, as legendas que formam a coalizão do governo (sociais-democratas, verdes e liberais) não chegaram a sequer 15%. Mesmo assim, os outros partidos alemães formaram um “cordão sanitário” para evitar que o partido Alternativa para a Alemanha (AfD) chegue ao poder.
Assim como no nível federal, o sistema parlamentarista da Alemanha demanda que o governador do estado tenha o apoio de mais da metade dos assentos no legislativo estadual. A alta taxa de votos no partido, que conseguiu mais de 30% em ambos os estados, permite que os extremistas bloqueiem leis estaduais que necessitem do apoio de dois terços dos parlamentos e dificultem na formação de uma coalizão local.
Na Turíngia, os conservadores da CDU, partido da ex-chanceler Angela Merkel, terão que se unir ao partido de esquerda BSW para impedir um governo com participação da AfD, que ainda pode vencer outra eleição regional, que ocorre em 20 dias, no estado de Brandemburgo, estado que circunda Berlim e possui pesquisas locais que apontam para uma nova vitória da sigla extremista.
As votações regionais também funcionam como um termômetro para a disputa gerai, programada para ocorrer em um ano.
Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/extrema-direita-tem-vitoria-historica-nas-eleicoes-regionais-da-alemanha/
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