Questionado pela Folha de S.Paulo sobre casos de censura, como o do livro “O Avesso da Pele”, de Jeferson Tenório, que aborda o racismo e foi alvo de proibições em algumas escolas públicas do país, o ex-coach respondeu que não acompanhou o caso de perto. No entanto, ele afirmou que “tudo o que for deturpar a produtividade, o crescimento, a liberdade a gente também vai banir”.
Durante a entrevista, Pablo Marçal criticou o sistema educacional, afirmando que “o ensino sempre foi pautado pelo comunismo” e que pretende promover mudanças nesse cenário.
Ao ser lembrado sobre suas críticas ao educador Paulo Freire, autor de “Pedagogia do Oprimido”, que é frequentemente atacado por setores conservadores, o candidato reforçou que já o criticou “muitas vezes” e que o fará “sempre que for necessário”. Entretanto, ele evitou afirmar se a obra do escritor será banida das escolas caso ele vença a eleição.
O político também indicou que pretende realizar uma revisão do material didático utilizado nas escolas, afirmando que tem “certeza que vão ter livros que não fazem sentido na formação cognitiva de ninguém, que estão deturpando a ideologia”.
A presença de Marçal na Bienal do Livro gerou tumulto, especialmente entre crianças e adolescentes que o aclamaram com gritos e gestos de adoração. Em determinado momento, um coro de “mito” foi entoado, um termo antes associado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Apesar da recepção calorosa, o candidato também enfrentou hostilidade de algumas pessoas, que o chamaram de “ladrão” e “picareta”.
Durante o evento, o ex-coach fez gestos provocativos em resposta a um crítico, repetindo o gesto que simula o uso de cocaína, utilizado anteriormente contra Guilherme Boulos (PSOL), a quem ele acusa, sem provas, de consumir a droga.
Antes de sua visita à Bienal, Pablo Marçal concedeu uma entrevista à RIT TV, emissora ligada à Igreja Internacional da Graça de Deus, onde expressou opiniões alinhadas às pautas conservadoras, frequentemente defendidas pela bancada evangélica. Ele se posicionou contra a ideologia de gênero, afirmando que acredita na “teologia de Gênesis, que é homem e mulher”.
“Chega dessa maluquice. Chega desse negócio de querer matar bebê dentro de barriga, de erotizar a criança na escola, de que há partido político dentro da escola. Não vou aceitar isso na escola pública de São Paulo. […] A gente tem que ensinar, sim, mas é segurança sexual, e não erotização. O xerife Marçal está chegando”, disparou.
Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/marcal-quer-que-livros-que-deturpem-ideologia-sejam-banidos-de-escolas/
Nota: apesar das petições, a justiça, comum e eleitoral, não impediu a candidatura do Bossal. Tal como no caso do Inominável, o desastre é iminente e os responsáveis não serão punidos.
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