tag:blogger.com,1999:blog-3914842785818396512024-03-19T05:48:44.183-03:00Inscriptorum HereticaeJornal de um pagão brasileirobetoquintashttp://www.blogger.com/profile/11000304527254896774noreply@blogger.comBlogger3063125truetag:blogger.com,1999:blog-391484278581839651.post-69070247957931293802024-03-18T18:00:00.035-03:002024-03-18T18:00:00.239-03:00A ameaça da extrema direita“[Em] 2024 temos agora eleições municipais. Vamos caprichar no voto, em especial, para vereadores.” A fala de Jair Bolsonaro mostra aquela que deve ser uma das prioridades da extrema direita e do campo conservador no próximo pleito. Onde não for possível disputar com chances a prefeitura, eleger o máximo possível de candidatos à Câmara Municipal.<span style="font-family: verdana;"></span><span style="font-size: 85%;"></span><div><br /></div><div>A estratégia de ocupar os Legislativos pelo país tem sido posta em prática há tempos, mas tomou corpo e se tornou visível em 2018, quando o segmento conseguiu expressivas bancadas na Câmara e no Senado com a onda bolsonarista, então no seu auge. Muitos achavam que se tratava de um fenômeno pontual, mas as eleições de 2022 indicaram o contrário.</div><div><br /></div><div>Ainda que o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha vencido o primeiro turno, com mais de 5% de diferença sobre Bolsonaro, equivalente a mais de 6 milhões de votos, a vantagem não refletiu, por exemplo, na eleição do Senado. Com 27 vagas em jogo, 14 foram conquistadas ou por bolsonaristas de primeira ordem, como Damares Alves e o então vice-presidente Hamilton Mourão, ou por políticos de direita que colaram sua imagem à do líder extremista. Na Câmara, o PL também conseguiu fazer a maior bancada.</div><div><br /></div><div>E o caminho para chegar ao Congresso Nacional muitas vezes se inicia na vereança, que pode ser um trampolim até direto, como foi o caso do ex-vereador de Belo Horizonte e influencer Nikolas Ferreira (PL-MG), que conquistou a maior votação individual para a Câmara dos Deputados no país e agora já projeta uma candidatura à prefeitura da capital mineira. O youtuber e também deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) foi outro que se elegeu em função de um pleito municipal. Foi candidato pela primeira vez a prefeito de Goiânia em 2020, obtendo na ocasião 8% dos votos válidos, para dois anos depois chegar à Câmara dos Deputados como o segundo parlamentar mais votado do estado.</div><div><br /></div><div>Os dois estavam no palanque de Bolsonaro na manifestação da Paulista, no domingo (25). Além da pauta e da influência nas redes sociais, ambos são um exemplo da importância que as eleições de 2024 têm não somente para a disputa em si, mas para o futuro próximo, no pleito nacional.</div><div><br /></div><div>Após os resultados das eleições municipais de 2020, muitas análises apontavam que o bolsonarismo havia sido derrotado. Afinal, a maioria das disputas das prefeituras têm como pauta principal as questões locais e, mesmo em grandes metrópoles, é difícil “nacionalizar” o embate.</div><div><br /></div><div>Já nas eleições para a Câmara Municipal, diversos fatores se misturam. As lideranças locais são historicamente importantes influenciadores na decisão do voto, tanto que muitos candidatos conseguem calcular sua base de votação fechando alianças e acordos com personagens relevantes em determinadas áreas. Essa dinâmica não passou incólume pelo advento das redes sociais, mas ainda resiste em boa parte do país. Instituições que têm capilaridade tendem a se sair bem quando traçam estratégias para angariar apoios aos nomes que lançam.</div><div><br /></div><div>Não à toa, o segmento conservador, em especial aquele ligado a igrejas neopentecostais e também a correntes católicas mais conservadoras, se preocupou em 2023 em promover a ocupação dos conselhos tutelares nas cidades, considerados importantes espaços para o surgimento de possíveis candidatos a vereador. A esquerda se mobilizou, mas tardiamente, embora tenha obtido importantes vitórias, de certa forma, contendo o que seria um desastre ainda maior.</div><div><br /></div><div>Uma vez eleitos, os candidatos extremistas conseguem aparecer ainda mais para o seu público no cumprimento dos mandatos. Desde homenagens, concessão de títulos, nomes de rua, moções de repúdio até proposição de projetos tidos como “polêmicos” e mesmo francamente inconstitucionais, aproveitam todo espaço para reafirmar seu ideário perante sua base, buscando novos eleitores com perfil similar. Tudo serve como palco, inclusive para discursos que nada tem a ver com a realidade local, com as falas tendo o alcance amplificado nas redes sociais, onde tal segmento político está mais estruturado que o campo progressista ao menos desde 2014.</div><div><br /></div><div>Com um protagonismo maior que o usual em outros atos do tipo, o teor religioso marcou a manifestação da Paulista. Ainda que a maioria dos presentes tenha se declarado católica, de acordo com pesquisa feita pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, as mensagens ali transmitidas, em especial a da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que legitimou textualmente a mistura de religião e política, devem circular nas redes sociais para mobilizar um público engajado e que já esteve a serviço de candidatos ligados a denominações religiosas em outras eleições. “Por um bom tempo fomos negligentes ao ponto de dizer que não poderiam misturar política com religião. E o mal tomou e o mal ocupou o espaço. Chegou o momento, agora, da libertação”, convocou Michelle.</div><div><br /></div><div>Em 2020, Durante mais de um mês, a Agência Pública realizou uma reportagem após ter recebido relatos sobre campanhas dentro de igrejas e templos de todo o Brasil. A prática é irregular, já que a Lei 9.504/97 prevê que é “vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza” nestes locais. Um dos exemplos citados era de uma distribuição de propaganda impressa no Templo de Salomão, da igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), no bairro do Brás, na capital paulista, feita no próprio domingo em que seria realizado o primeiro turno da disputa municipal. A repórter Mariama Correia recebeu um santinho do candidato a vereador André Santos, do Republicanos, junto com o candidato a prefeito Celso Russomanno, da mesma legenda.</div><div><br /></div><div>A propaganda, obviamente, não se limita aos panfletos entregues, circulando nos grupos de redes sociais dos integrantes da igreja. Russomanno não foi ao segundo turno, mas André Santos se reelegeu, obtendo 41.584 votos e entrando na lista dos dez mais votados. Em disputas pelo Executivo, muitas vezes candidatos com propostas e defesas de ideias mais radicais afastam o eleitor médio, mas, no caso do Legislativo, não é necessário convencer a maioria, e sim um contingente importante, coeso e mobilizado não necessariamente em torno da figura do político, mas dos valores que ele representa. Como a porcentagem de votos válidos na disputa da Câmara de Vereadores é geralmente maior do que na corrida pela prefeitura (em São Paulo, brancos, nulos e abstenções chegaram a quase 50% em 2020), cada voto pesa ainda mais e a capilaridade e influência de algumas denominações evangélicas se torna mais determinante.</div><div><br /></div><div>“O crescimento do neopentecostalismo no Brasil tem sido caracterizado por um afastamento do pentecostalismo tradicional, com ênfase na rejeição de hábitos considerados mundanos e no estabelecimento de novas crenças, práticas e rituais. As bases do neopentecostalismo residem na teologia da Prosperidade e da Dominação, que enfatizam a busca por riqueza material como reflexo das bênçãos de Deus. Isso tem tido um impacto significativo na sociedade brasileira, incluindo o envolvimento das igrejas neopentecostais em eleições políticas e seu apoio ao populismo reacionário”, explicam os pesquisadores André Mendes Pini, Fábio Rodrigo Ferreira Nobre e Maria Eduarda Angeiras de Menezes, da Universidade Estadual da Paraíba, no artigo “O Neopentecostalismo no Brasil e a convergência com a ultradireita no populismo reacionário de Jair Bolsonaro”.</div><div><br /></div><div>As duas teologias citadas, da Prosperidade e a do Domínio/Dominação influenciam direta e indiretamente na visão do fiel. A primeira atribui, por exemplo, o progresso material de uma pessoa e ele mesmo ou a Deus. Ou seja, na avaliação dessa pessoa a criação de um ambiente econômico favorável por parte de um governo ou a promoção de políticas públicas não entra na conta, ainda mais se partir de uma legenda tida como não alinhada. Já a segunda, ao estabelecer que existe uma luta entre o bem e o mal, uma guerra espiritual em curso, justifica a ocupação de espaços como a política, como defendeu Michelle Bolsonaro.</div><div><br /></div><div>Uma vez nos parlamentos e tendo ainda mais microfones à disposição, políticos ligados a estas igrejas e outros que não são, mas que comungam da mesma ideologia, tendem a travar a chamada “guerra cultural”, criando inimigos imaginários como a ameaça do comunismo, a ficção da ideologia de gênero, e combatendo qualquer avanço em termos de política de drogas, legalização do aborto, direitos LGBTQIA+, além de interferirem no funcionamento das escolas, cerceando a autonomia dos professores e os assediando em suas atividades.</div><div><br /></div><div>Embora seja possível encontrar parlamentares combativos na esquerda que travam o combate contra pautas obscurantistas, além de serem em diversas ocasiões minoria diante do silêncio cúmplice ou da adesão ruidosa do chamado “centro político” ao extremismo de direita, a postura é geralmente defensiva. Candidatos ao Executivo ou ocupantes atuais também têm receio de partir para o embate mais direto, buscando preservar os possíveis votos do segmento.</div><div><br /></div><div>Isso promove um círculo vicioso no qual os ideais defendidos por este grupo se consolidam não só entre eles, extrapolando também para o restante da sociedade. O que vai ajudar a eleger, em nível parlamentar, novos defensores dos mesmos princípios.</div><div><br /></div><div>Se governos têm dificuldades, em virtude de um cenário que ainda é adverso para as pautas progressistas, partidos e entidades da sociedade civil poderiam assumir uma luta com caráter mais propositivo, estimulando debates que saiam do lugar comum que, certamente, não vão promover uma mudança imediata, mas apontar para um horizonte em que ideias “fora da caixa” possam cativar não quem está irresoluto, mas aqueles que têm possibilidade de participar.</div><div><br /></div><div>Alguns exemplos de que mudanças na opinião pública são possíveis podem ser observados, por exemplo, nos Estados Unidos. Segundo pesquisa do Instituto Gallup, nunca houve um apoio tão grande da população legalização da maconha no país: são 70% dos entrevistados favoráveis, de acordo com levantamento feito em novembro do ano passado. Em 1969, quando o o instituto fez o questionamento pela primeira vez, eram somente 12% que apoiavam a legalização. O apoio ultrapassou 50% pela primeira vez em 2013 e, hoje, o índice aponta maioria favorável mesmo entre aqueles que se denominam conservadores (52%), como entre os republicanos (55%).</div><div><br /></div><div>No mesmo sentido, mesmo um ano após a Suprema Corte dos EUA ter decidido que o aborto não era um direito constitucional, a maioria dos estadunidenses (64%) segue apoiando a legalização da interrupção voluntária da gravidez, conforme pesquisa da AP-Norc de julho de 2023.</div><div><br /></div><div>Ainda que os cenários e os momentos históricos sejam distintos, a defesa de valores humanitários e a proposição e discussão de pautas progressistas devem ser tema nestas e em futuras eleições, mas não apenas nesses períodos. Além disso, no Brasil, é preciso enfrentar questões fundamentais como a profunda desigualdade histórica, que se manifesta em níveis distintos, e a precarização do trabalho, por exemplo. São diversas bandeiras que poderiam oferecer um horizonte possível e que trariam ao campo da esquerda e ao próprio governo federal o poder de agenda, ainda hoje em parte nas mãos do bolsonarismo. Como disse o escritor uruguaio Eduardo Galeano, por conta da primeira vitória nacional da esquerda em seu país, em 2014, “tem um pecado que não tem redenção, que não merece perdão. É o pecado contra a esperança”. Passou da hora de voltarmos a cultivá-la.</div><div><br /></div><div>Fonte: https://outraspalavras.net/crise-brasileira/a-ameca-da-extrema-direita-nas-eleicoes-de-2024/</div>betoquintashttp://www.blogger.com/profile/11000304527254896774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-391484278581839651.post-62491049281493798402024-03-17T10:00:00.017-03:002024-03-17T10:00:00.258-03:00Chachapoya, o povo das nuvensPor volta do ano 800 da Era Comum, entre o nordeste dos Andes peruanos e a bacia amazônica, habitavam os Chachapoya, conhecidos como os 'índios brancos', por terem a pele clara. São considerados uma das antigas sociedades andinas, que se desenvolveu na região do Amazonas peruano, dominados pelos Incas em meados do século XV.<span style="font-size: 85%;"></span><div><br /></div><div>A origem do nome 'Chachapoya' é debatida por estudiosos, mas o que se sabe é que foi dado pelos próprios Incas e provém do idioma quéchua 'sach'a phuya', algo como 'floresta nublada'. Estudiosos debatem a etimologia do termo, embora "Chacha" evidentemente se referisse a uma grande etnia que ocupava o alto Utcubamba Vale, durante o século XVI.</div><div><br /></div><div>O território possuía uma posição estratégica em relação a interação cultural entre grandes tradições arqueológicas da América do Sul, que são: os Andes centrais, setentrionais e a Amazônia ocidental, que acabou contribuindo para o desenvolvimento artístico, arquitetônico e iconográfico.</div><div><br /></div><div>"Com base nas informações etnohistóricas disponíveis e distribuições de traços arqueológicos, o limite de Chachapoya identificado de forma mais confiável é o Marañón até o oeste. Evidências documentais escassas colocam um limite sul em torno de 8° de latitude sul perto da fronteira compartilhada pelos modernos departamentos de La Libertad e Huánuco. O norte e leste e os limites permanecem desconhecidos e provavelmente flutuaram", indica trecho do artigo 'Chachapoyas: Cultural Development at an Andean Cloud Forest Crossroads'.</div><div><br /></div><div>De acordo com estudos, os assentamentos Chachapoya normalmente ficam nos topos das montanhas e dos vales cobertos por uma espessa floresta nublada, onde estão expostos a massas de ar úmido que nascem da bacia amazônica e condensam entre 2.500 e 3.500masl. Os cumes íngremes bloqueando o fluxo de ar úmido para oeste, deixando "topoclimas", geram grande complexidade biogeográfica.</div><div><br /></div><div>A partir da análise de artefatos feita por expedições arqueológicas, os Chachapoyas exibiam uma tradição cultural mais andina do que amazônica, como também mostram os sarcófagos antropomórficos e "mausoléus de chullpa", elementos funerários observados nos Andes.</div><div><br /></div><div>Os Chachapoyas possivelmente foram organizados em grupos de linhagem conhecidos em quéchua como 'ayllus', que compartilhavam os direitos à terra e consideravam os locais de origem, chamados de pacariscas, como as "moradas sagradas de seus ancestrais".</div><div><br /></div><div>Muito do que se sabe da cultura Chachapoya é de crônicas coloniais e de registros arqueológicos. Os Chachapoyas eram famosos por terem guerreiros destemidos, além de poderosos xamãs e herbalistas, que conheciam a fundo o ambiente natural amazônico, visto como 'esotérico' na concepção andina.</div><div><br /></div><div>Outro ponto de destaque é em relação ao domínio espanhol, que gerou pouquíssimas vantagens para os chachapoyas, perdendo sua independência política e sofrendo muito com epidemias espalhadas pelos invasores. Calcula-se que, depois de 200 anos sob a Coroa Espanhola, a população desse povo tenha se reduzido a 10% do total pré-colombiano.</div><div><br /></div><div>Antes de serem dominados pelos Incas, a cultura desses povos já era muito avançada. Apesar de serem menos estudadas que as outras culturas, presenças de diversos sítios arqueológicos Chachapoyas foram encontrados. Os mais conhecidos são a fortaleza de Kuélap, no Amazonas, e a cidade do Gran Pajaten, dentro do Parque Nacional Abiseo, em San Martín, sendo a de difícil acesso. </div><div><br /></div><div>A fortaleza de Kuélap é situada em um morro isolado a 3.000 metros de altitude, dominando o vale do rio Utcubamba. Construída possivelmente no século VIII para defender a região contra o império Wari, que se expandiu antes dos Incas. </div><div><br /></div><div>A arquitetura Chachapoya é caracterizada por monumentos decorados com um sistema de pedras dispostas em diferentes níveis, formando desenhos geométricos. Em geral, as construções são circulares e as paredes apresentam relevos com figuras simbólicas.</div><div><br /></div><div>A cidade de Kuélap possuía paredes de granito e se elevavam até 20 metros de altura, contando com edifícios cerimoniais e residenciais. Já Gran Pajatén era um antigo povoado no topo de uma colina, com aproximadamente 25 edifícios, com espaços geométricos em forma de mosaico, além de outras figuras representadas por cocares elaborados.</div><div><br /></div><div>Em Los Pinchudos, estátuas de madeira foram dispostas sob os beirais da câmara mortuária principal, com frisos geométricos destacados em tons de ocre, amarelo e branco. Achados de pingentes de concha e cerâmica Chimú-Inca apontam as ligações de troca estabelecidas com a costa.</div><div><br /></div><div>Em 2006, quatro sarcófagos dessa cultura peruana foram encontrados por camponeses a mais de 2.700 metros de altura na região amazônica do Peru, segundo um jornal local da região. Com 1,5 metros de altura, foram encontrados adornados com cabeças estilizadas de desenho similar aos que existem na localidade de Karajía, onde os antigos Chachapoyas enterravam seus líderes.</div><div><br /></div><div>A descoberta foi feita nas montanhas do distrito de Kohechan, província de Luya, a cerca de 45 quilômetros da cidade de Chachapoyas. Anos depois, já em 2013, outros 35 sarcófagos foram descobertos por habitantes que circulavam na montanha 'El Tigre', no distrito de Jazán, província de Bongará.</div><div><br /></div><div>De acordo com Manuel Cabañas, diretor regional do ministério do Comércio e do Turismo do Peru, citado pela agência de notícias oficial do país, os sarcófagos contém as múmias embalsamadas, que "permanecem em muito bom estado de conservação". As primeiras investigações apontam para que se trate dos restos mortais de crianças da mais alta hierarquia da civilização.</div><div><br /></div><div>Atualmente, Chachapoyas é uma cidade do Departamento de Amazonas que fica entre os Andes e a floresta. Além da arqueologia e história cultural, também é famosa pelas orquídeas e casarões de estilo vice-reinado e republicano. Turisticamente, a cidade é popular por conta das cataratas de Gocta e também é chamada de "País das nuvens".</div><div><br /></div><div>Fonte: https://portalamazonia.com/estados/amazonia-internacional/chachapoya-o-povo-das-nuvens-que-habitou-a-amazonia-andina</div>betoquintashttp://www.blogger.com/profile/11000304527254896774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-391484278581839651.post-81251364931281756142024-03-16T17:00:00.019-03:002024-03-16T17:00:00.163-03:00Estamos perdendo a guerraAs notícias são desalentadoras. Foram dois deputados bolsonaristas escolhidos, Caroline de Toni para a CCJ e o Nicholas Ferreira para a Comissão de Educação.<span style="font-size: 85%;"></span><div>Como se não fosse suficiente, mais essa.</div><div>Citando:</div><div><br /></div><div>A polêmica Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família (CPASF) da Câmara dos Deputados, criada em 2023, teve o deputado federal pernambucano Fernando Rodolfo (PL) como seu primeiro presidente. </div><div><br /></div><div>Numa articulação pessoal de Fernando, a comissão continuará sendo comadada por outro pernambucano, o deputado Pastor Eurico (PL). No acordo com Arthur Lira, o PL ficará com o comando de cinco comissões, entre elas a poderosa Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).</div><div><br /></div><div>A CPASF foi palco de polêmicas em 2023. Inclusive, o novo presidente chegou a relatar o projeto contra o casamento homoafetivo, que teve repercussão nacional.</div><div><br /></div><div>Fonte: https://www.cbnrecife.com/blogdoelielson/artigo/exclusivo-pastor-eurico-sera-presidente-da-polemica-comissao-de-previdencia-assistencia-social-infancia-adolescencia-e-familia</div><div><br /></div><div>Nota: conservador, fundamentalista cristão e bolsonarista. Eu vou voltar para Parsagada.</div>betoquintashttp://www.blogger.com/profile/11000304527254896774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-391484278581839651.post-81476512291288271352024-03-16T14:00:00.009-03:002024-03-16T14:00:00.130-03:00Tarcísio denunciado na ONUO governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), enfrentará uma denúncia ao Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) devido à violência policial crescente na Baixada Santista, no litoral paulista. A reclamação será feita pela Conectas Direitos Humanos e pela Comissão Arns em reunião em Genebra, na Suíça, nesta sexta-feira (8).<span style="font-family: verdana;"></span><span style="font-size: 85%;"></span><div><br /></div><div>Segundo o documento, divulgado pela coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo, Tarcísio será citado como responsável por deliberadamente investir “na violência policial contra pessoas negras e pobres”, destacando a Operação Escudo, considerada uma das mais letais do estado.</div><div><br /></div><div>Embora o Governo de São Paulo já tenha sido denunciado à ONU por causa da atuação policial no litoral, essa será a primeira vez que o político será diretamente implicado em uma denúncia feita ao órgão.</div><div><br /></div><div>“O governador Tarcísio de Freitas promove atualmente uma das operações mais letais da história do estado: a Operação Escudo. Há denúncias de execuções sumárias, tortura, prisões forjadas e outras violações de direitos humanos, bem como a ausência deliberada de uso das câmeras corporais”, disse trecho do documento.</div><div><br /></div><div>A gestão estadual, ao ser procurada para comentar a denúncia, enfatizou seu compromisso com a proteção da população e a correta aplicação das leis vigentes, destacando a operação estritamente dentro de seu dever constitucional.</div><div><br /></div><div>Palco da Operação Verão, que sucede a Operação Escudo, a Baixada Santista registra um número de óbitos superior ao da operação anterior, ocorrendo principalmente nas periferias das cidades litorâneas de Santos, São Vicente e Guarujá. Na época, 28 pessoas foram mortas depois que o soldado da Rota Patrick Bastos Reis, 30, foi assassinado.</div><div><br /></div><div>A Conectas e a Comissão Arns planejam solicitar ao Conselho de Direitos Humanos da ONU que o Estado brasileiro estabeleça medidas de controle à violência policial em São Paulo, além de recomendar o uso sistemático de câmeras corporais e a investigação independente e responsabilização de todos os agentes públicos envolvidos em abusos.</div><div><br /></div><div>Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/tarcisio-sera-denunciado-a-onu-apos-operacao-da-pm-que-matou-28-pessoas-no-litoral-de-sp/</div>betoquintashttp://www.blogger.com/profile/11000304527254896774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-391484278581839651.post-10806621058552840442024-03-16T10:00:00.040-03:002024-03-16T10:00:00.131-03:00Lucrando com o pânico moralPolíticos bolsonaristas pagaram para impulsionar postagens com denúncias falsas sobre um suposto esquema de exploração infantil no Arquipélago do Marajó (PA). O tema viralizou nas redes depois da apresentação da cantora Aymeê Rocha, que denunciou abusos contra crianças na região em um reality show gospel, no dia 15 de fevereiro.<span style="font-family: verdana;"></span><span style="font-size: 85%;"></span><div><br /></div><div>Famosos e influenciadores passaram a compartilhar o vídeo da apresentação e conteúdos falsos ou descontextualizados, que trazem desinformação sobre a região. A “Ilha de Marajó” se tornou o assunto mais pesquisado no Google no Brasil em 21 de fevereiro.</div><div><br /></div><div>Segundo a Agência Pública apurou, a partir do dia 24 de fevereiro, políticos bolsonaristas patrocinaram postagens repercutindo as denúncias no Instagram e no Facebook. Ao menos seis políticos investiram até R$ 100 para alavancar esses conteúdos: os deputados federais Luciano Galego (PL), do Maranhão, e Maurício Neves (PP), de São Paulo, o deputado estadual do Pará e ex-superintendente regional do Incra Coronel Neil (PL), a vereadora de Navegantes (SC) Lú Bittencourt (PL), os vereadores de São Paulo Reinaldo Digilio (PRB) e Lucas Ferreira (sem partido).</div><div><br /></div><div>Ao todo, as publicações renderam quase 80 mil impressões, que é a quantidade de vezes que o anúncio apareceu para usuários do Facebook e Instagram. A postagem que mais teve impressões foi a do deputado estadual Coronel Neil (PL). A propaganda circulou de 24 a 26 de fevereiro, rendendo aproximadamente 10 mil impressões. De acordo com uma pesquisa do NetLab/UFRJ, o deputado estadual também impulsionou anúncios para convocar caravanas para ato pró-Bolsonaro na avenida Paulista, no último domingo (25).</div><div><br /></div><div>Na publicação sobre o Marajó, o Coronel Neil aproveita a apresentação da cantora gospel para falar da sua atuação na região. O vídeo usa várias fotos dele ao lado da senadora e ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos Damares Alves.</div><div><br /></div><div>A vereadora Lú Bittencourt conseguiu aproximadamente 8 mil impressões no post patrocinado, em que reproduz o vídeo da apresentação de Aymeê Rocha. O conteúdo começou a circular no dia 26 de fevereiro e foi direcionado a moradores de Santa Catarina. A vereadora também fez outras postagens sobre as supostas denúncias de exploração infantil no Marajó. No dia 27 de fevereiro, ela postou novamente o vídeo da apresentação.</div><div><br /></div><div>As duas postagens semelhantes patrocinadas pelo vereador Lucas Ferreira mobilizam apoio para o Instituto Akachi, que ganhou fama ao mobilizar uma campanha de arrecadação de doações para combater a exploração infantil no Marajó. Os conteúdos circularam a partir de 23 de fevereiro, conquistando cerca de 10 mil impressões.</div><div><br /></div><div>O Akachi informa, em sua página na internet, que trabalha com crianças vítimas de violência. O instituto tem sido indicado por influenciadores e políticos – como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) – para receber doações para o Marajó via Pix. Em nenhuma das divulgações, porém, fica claro que a organização pertence a uma corrente evangélica e tem como um dos donos um pastor e ex-candidato bolsonarista.</div><div><br /></div><div>Henrique Krigner é um dos sócios do Akachi e diretor da ONG, que tem sede em Pariquera-Açu, em São Paulo. Ele é uma das principais lideranças da igreja evangélica Zion Church e do Dunamis Movement, que promove cursos, eventos e ações voltadas a disseminar a fé principalmente entre jovens. Krigner é um dos organizadores do The Send Brasil, um dos principais eventos de música gospel do país, que recebeu críticas por fazer doutrinação política de jovens evangélicos e teve a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2020.</div><div><br /></div><div>Krigner foi candidato a vereador de São Paulo em 2020 pelo Partido Progressista (PP), da base do ex-presidente. Recebeu mais de 16 mil votos, mas não se elegeu. Bolsonarista convicto, ele não diz em suas redes sociais se concorrerá novamente nas eleições deste ano, mas comentários em suas postagens parecem já estar em clima de torcida "Nosso vereador em SP”, diz um deles, da semana passada.</div><div><br /></div><div>Em 2020, apesar de ser um estreante na política, ele foi um dos candidatos que mais receberam doações – mais de R$ 920 mil, sendo R$ 650 mil de seu partido. O restante do dinheiro para a candidatura do político veio, em boa parte, de grandes empresários, como o ex-secretário de Desestatização do governo Bolsonaro e dono da Localiza, Salim Mattar, e o bilionário Hélio Seibel, um dos donos da gigante de insumos para marcenaria Leo Madeiras e um dos maiores acionistas da Dexco (Deca e Duratex). Outro doador é o fundador da Zion e Dunamis, o pastor Teo Hayashi, que doou R$ 15 mil ao colega de igreja.</div><div><br /></div><div>Krigner gastou quase tudo o que recebeu na campanha. A quinta maior despesa que teve, no entanto, foi com a Big Wave Media, uma produtora de vídeos da qual também é sócio. Em 2018, ele foi um dos representantes da Zion Church em uma sessão solene na Assembleia Legislativa de São Paulo que homenageou Sarah Hayashi, fundadora da igreja. O evento foi presidido pelo então deputado e hoje prefeito de Americana Chico Sardelli, também aliado de Bolsonaro.</div><div><br /></div><div>Em 2022, Sarah Hayashi recebeu a Medalha da Ordem do Mérito Princesa Isabel, uma honraria criada pelo governo Bolsonaro, das mãos de Damares Alves, ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos. Em 2022, o líder da Zion Teo Hayashi estava ao lado de Silas Malafaia e outros pastores pop em um vídeo para declarar apoio a Bolsonaro no início da sua campanha à reeleição.</div><div><br /></div><div>A Pública entrou em contato com os políticos que impulsionam conteúdos relacionados às denúncias sobre o Marajó, mas não recebeu resposta até a publicação. Krigner e Akachi não responderam até a publicação.</div><div><br /></div><div>Um dos representantes da Zion, o pastor Lucas Hayashi, já publicou um vídeo, em 2019, sobrevoando o Marajó supostamente a convite de Damares. “Representando a sociedade civil por meio da Zion Church e do Dunamis Movement, fomos até a Ilha do Marajó, lá no Pará, com o objetivo de analisar as demandas da saúde, educação e assim contribuir com o Governo Federal, juntamente com o Ministério da Família, Mulher e Direitos Humanos e a ministra Damares Alves, e com o programa Abrace Marajó”, disse.</div><div><br /></div><div>Damares Alves já foi investigada pelo Ministério Público Federal (MPF) por fake news contra a população do Marajó. Ela disse que havia um alto índice de exploração sexual na região porque as meninas “não usavam calcinha” e defendeu a construção de uma fábrica de lingerie dentro das ações do programa Abrace o Marajó, lançado durante sua gestão.</div><div><br /></div><div>Em 2022, Damares fez novas denúncias, sem provas, sobre abusos sexuais e tortura de crianças no arquipélago. Ela responde a uma ação ajuizada pelo MPF em 2022 que pede o pagamento R$ 5 milhões por relatos sem provas de abuso infantil. A ação diz também que as declarações foram feitas durante a campanha eleitoral, de modo a associar Bolsonaro, que concorria à reeleição, ao combate à pedofilia.</div><div><br /></div><div>Essa fala de Damares voltou a circular na internet este mês junto com outros conteúdos falsos, como um vídeo em que supostas vítimas de tráfico de crianças no Marajó aparecem em um carro. Esse vídeo foi gravado no Uzbequistão. Outro conteúdo que mostra um homem beijando uma criança em um barco foi gravado no Mato Grosso do Sul. </div><div><br /></div><div>“Esses conteúdos chegam de uma forma muito violenta para a população daqui do Marajó. Não quero descartar o que acontece na região, mas a violência sexual não é uma questão somente daqui. É preciso tratar dessas questões com muita delicadeza, compromisso. As pessoas não aprofundam a situação e acabam caindo no sensacionalismo, na estigmatização”, diz a presidente do Instituto de Direitos Humanos Dom José Luis Azcona, irmã Marie Henriqueta Ferreira Cavalcante, que é uma referência no combate à violência sexual contra crianças e adolescentes no Marajó.</div><div><br /></div><div>Irmã Marie Henriqueta avalia que, no governo Bolsonaro, houve um “desmonte de políticas para crianças e adolescentes”. “Nós não vimos efeito nenhum do programa Abrace o Marajó. Cesta básica não é combate ou enfrentamento a violência sexual.” No ano passado, a Controladoria-Geral da União (CGU) identificou danos de mais de R$ 2,5 milhões aos cofres públicos por irregularidades em ações do Abrace o Marajó.</div><div><br /></div><div>O atual governo encerrou o Abrace o Marajó em 2023 e lançou um novo programa chamado Cidadania Marajó. “A gente espera que no governo atual a gente tenha políticas essenciais para desfazer esse contexto de miséria, produzida e reproduzida, da pobreza e da impunidade. Se as nossas crianças e adolescentes ainda sofrem violência é porque existe uma lacuna enorme feita por um processo de punição daqueles e daquelas que violam os direitos”, acrescentou irmã Marie Henriqueta.</div><div><br /></div><div>Além do Akachi, outras organizações e até influenciadores mobilizaram campanhas de arrecadação virtuais para o território do Marajó a partir das denúncias que viralizaram este mês. Na plataforma Vaquinhas, há pelo menos seis campanhas de financiamento coletivo para o Marajó abertas em fevereiro. A de maior arrecadação foi mobilizada pela influenciadora Noelle Maria de Araújo Alves, que conseguiu angariar mais de R$ 41 mil. A meta era R$ 30 mil.</div><div><br /></div><div>Em dezembro passado, Noelle foi presa na Operação Truque de Mestre, que investiga envolvimento de influenciadores digitais com jogos de azar conhecidos como “jogo do tigrinho”. Ela foi liberada em 23 de dezembro por alvará de soltura expedido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA). De acordo com as investigações, a influenciadora administrava uma casa de swing usada para lavagem do dinheiro das apostas.</div><div><br /></div><div>No Instagram, onde Noelle tem 180 mil seguidores, ela compartilhou fotos de cestas básicas que teriam sido compradas com as doações e postou stories mostrando o transporte de barco das cestas para o Marajó, mas as publicações não informaram os locais de entrega ou quantas cestas foram compradas. A reportagem procurou a influenciadora, mas não teve retorno do contato. A AGU abriu investigação sobre a rede de desinformação que ajudou a espalhar notícias falsas sobre exploração sexual no Marajó. De acordo com a AGU, a investigação ainda está em fase inicial. O ministro de Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, disse em vídeo que não vai admitir que “oportunistas utilizem as mazelas e os problemas que existem em Marajó para criar pânico moral”.</div><div><br /></div><div>Fonte: https://apublica.org/2024/02/politicos-bolsonaristas-pagaram-para-impulsionar-denuncias-falsas-sobre-marajo/</div>betoquintashttp://www.blogger.com/profile/11000304527254896774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-391484278581839651.post-91000061757745869592024-03-15T17:00:00.013-03:002024-03-15T17:00:00.133-03:00Mural de 2 mil anosNa antiga cidade romana de Pompeia, aquela destruída após erupção do Monte Vesúvio, arqueólogos acabaram de desenterrar uma pintura impressionante de 2 mil anos que estava escondida sob os escombros. A luxuosa obra de arte foi encontrada na Casa de Leda — famosa por abrigar pinturas e murais.<span style="font-size: 85%;"></span><div><br /></div><div>A obra retrata Frixo e Helle, dois gêmeos da mitologia grega, que viajam pelo mar em um carneiro mágico enquanto fogem de sua madrasta malvada. Na cena em questão, Helle tenta se aproximar do irmão após cair do carneiro — pouco antes de se afogar no estreito entre a Europa e a Ásia.</div><div><br /></div><div>O afresco foi revelado pelo Parque Arqueológico de Pompeia. O mural, embora apresente danos — como a falta de seu canto superior direito ou de rachaduras proeminentes no centro —, está em um estado notável de conservação, considerando que a obra possui cerca de 2 mil anos, suas cores permanecem vibrantes e suas pinceladas complexas.</div><div><br /></div><div>Conforme repercutido pelo Daily Mail, a arqueóloga britânica Sophie Hay, que trabalha no Parque Arqueológico de Pompeia, considerou a recente descoberta como "mágica".</div><div><br /></div><div>Testemunhar as cores vibrantes dos afrescos recém-descobertos em Pompeia é um privilégio e uma alegria que nunca desaparecem", disse. "Ver a última descoberta de uma cena mitológica — Frixo sentado em um carneiro enquanto sua irmã Helle se afoga — no contexto da sala que ela decorou não é exceção".</div><div><br /></div><div>Na lenda de Frixo e Helle, os irmãos são forçados a fugirem porque a madrasta deles, Ino, pretende se livrar dos jovens. A pintura mostra o irmão montando o mágico carneiro de lã dourada, que é capaz de voar ou nadar. Já Helle está caindo na água e pedindo ajuda para ele.</div><div><br /></div><div>Segundo a história popular, Helle eventualmente se afoga, mas Frixo consegue fugir para Cólquida, onde oferece o animal em sacrifício a Zeus — quem o coloca nos céus como a constelação.</div><div><br /></div><div>Fonte: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/amp/noticias/historia-hoje/pintura-de-2-mil-anos-com-cena-mitologica-e-encontrada-em-pompeia.phtml</div>betoquintashttp://www.blogger.com/profile/11000304527254896774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-391484278581839651.post-80453313036502775252024-03-15T15:00:00.021-03:002024-03-15T15:00:00.138-03:00Senado veta banheiro para transSeria cômico, se não fosse sério.<span style="font-size: 85%;"></span><div>Citando:</div><div><br /></div><div>Para os senadores que compõem a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado Federal, crianças e adolescentes trans não devem ter o direito de ir a um banheiro condizente com seu gênero de identificação enquanto estiverem na escola. A comissão aprovou nesta quarta-feira (28) o relatório do PL 1.838/23, que proíbe o uso de banheiros e vestiários por pessoas “cujo sexo de nascimento seja diferente do sexo da destinação”, nas redes públicas e privadas.</div><div><br /></div><div>O relatório, de autoria do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), defende o projeto, apresentado no fim do ano passado pelo senador Magno Malta (PL-ES). No texto, Marinho argumenta que “é verdadeiramente urgente proibir que a mera alegação verbal de uma declarada identidade de gênero permita que pessoas de outro sexo usem vestiários ou banheiros de uso exclusivo de meninas”. O documento diz que o uso de banheiros “destinados a sexo diferente daquele do usuário” configuraria uma “ofensa” aos “costumes sociais”.</div><div><br /></div><div>O texto diz também que “tal vedação em nada fere direitos de pessoas que não se identificam com seu sexo biológico, mas busca, sim, evitar a exposição de meninas e meninos a situações constrangedoras e embaraçosas”. Porém, ao comemorar a aprovação, o senador Magno Malta disse que “o gênero é humano, o resto é macho e fêmea” e defendeu que os senadores enfrentem “essa pauta de frente”.</div><div><br /></div><div>“O que esse projeto quer fazer é justamente criminalizar a existência de travestis e transexuais e criar palanque político e trampolim político para a extrema direita”, afirmou a deputada Duda Salabert (PDT-MG) em entrevista à Pública. Ela considera o projeto “inconstitucional” e “impraticável”.</div><div><br /></div><div>“Para você saber se a pessoa que está indo ao banheiro é do sexo biológico que for registrada, vai ter que contratar pessoas para fiscalizar as genitálias. Como vai ser feito isso? Vai ter um técnico para ver se eu tenho pênis ou vagina? E se eu tiver vagina? Ou se eu tiver pênis? Ou se for intersexual e tiver os dois?”, questionou.</div><div><br /></div><div>O projeto prevê exceções, como para banheiros usados por profissionais de saúde e de limpeza e quando haja séria ameaça à ordem escolar ou à segurança dos alunos. Em caso de descumprimento, o PL propõe que o responsável pelo estabelecimento educacional seja punido com multa de três a 20 salários de referência, “aplicando-se o dobro em caso de reincidência”.</div><div><br /></div><div>De acordo com o Regimento Interno do Senado, a CDH tem como atribuições opinar sobre a “garantia e promoção dos direitos humanos” e acompanhar pautas ligadas “aos direitos das minorias sociais ou étnicas”, entre outros.</div><div><br /></div><div>A aprovação do projeto que busca restringir direitos de crianças e adolescentes trans foi rápida, já que não houve discussão. Depois da leitura do relatório, o presidente da comissão, senador Paulo Paim (PT-RS), abriu o espaço para que os parlamentares se manifestassem, mas nenhum dos presentes, seja de governo ou oposição, pediu a palavra. Estavam presentes ao todo 17 senadores, dos quais nove integram o Bloco Parlamentar da Resistência Democrática (PSB, PT, PSD).</div><div><br /></div><div>“Se alguém fosse contra que viesse ao plenário e pedisse vista”, disse o presidente da comissão ao anunciar a aprovação da matéria em votação simbólica – quando os votos não são contados nominalmente. A votação simbólica costuma ser utilizada quando há acordo entre os parlamentares.</div><div><br /></div><div>Agora, o PL segue para a Comissão de Educação e Cultura (CE), onde será analisado em exame terminativo. Isso significa que a decisão tomada pela comissão valerá como uma decisão do Senado e, se aprovado, o projeto será encaminhado à Câmara dos Deputados, que fará a análise final. O projeto só passará pelo plenário caso pelo menos nove senadores apresentem recurso contra a aprovação imediata.</div><div><br /></div><div>Fonte: https://apublica.org/nota/alunos-trans-nao-podem-usar-seus-banheiros-em-escolas-decide-comissao-de-direitos-humanos/</div><div><br /></div><div>Nota: cômico, porque supostamente essa é a comissão de direitos humanos do senado. Os dignos senadores contrariaram o conceito mais básico dos direitos humanos. Isso só acontece em republiqueta.</div>betoquintashttp://www.blogger.com/profile/11000304527254896774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-391484278581839651.post-89666160624256940692024-03-15T12:00:00.006-03:002024-03-15T12:00:00.144-03:00AGU mira na Jovem PanNa segunda-feira, dia (4), Jorge Rodrigo Araújo Messias, o atual advogado-geral da União no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, compartilhou em sua conta do X (antigo Twitter) que peticionou em uma ação civil pública do Ministério Público Federal (MPF) contra a Jovem Pan.<div><br /></div><div>O motivo da ação judicial é a intolerância aos ataques à democracia perpetrados pela emissora, que levaram o MPF a investigar o comportamento da concessionária de radiodifusão.</div><div><br /></div><div>Confira a postagem completa de Messias:</div><div><br /></div><div>Informo que a petição protocolada hoje, no final da tarde, nos autos da ação civil pública promovida pelo Ministério Público Federal contra a Radio Panamericana S.A. e outros (autos nº 5019210-57.2023.4.03.6100, 6ª Vara Cível da Seção Judiciária de São Paulo), cuida de manifestação preliminar, condizente com o prazo judicial de 72h fixado pelo juízo.</div><div><br /></div><div>Ela é, por isso, carente de maiores considerações técnicas, que transcendem as informações já prestadas por algumas pastas ministeriais. Não é acertada, portanto, a conclusão de que a União estaria a defender os atos praticadas pela primeira ré da ação judicial em referência.</div><div><br /></div><div>Bem por isso, desde o primeiro momento, a Advocacia-Geral da União se engajou no processo de negociação com o Ministério Público Federal, fato reconhecido pelo próprio órgão ministerial. Feitas tais considerações, informo que determinei que a Procuradoria-Geral da União apresente, ainda hoje, nova manifestação mediante a qual declare expressamente o ingresso da União no polo ativo da demanda, ao lado do Ministério Público Federal.</div><div><br /></div><div>Tudo em ordem a evitar incompreensões sobre a posição da atual gestão da Advocacia-Geral da União. Não toleramos e não toleraremos ataques à democracia, razão pela qual estaremos ao lado do Ministério Público Federal para apurar a conduta da concessionária de radiodifusão.</div><div><br /></div><div>Originalmente publicado no X do Jorge Messias</div><div>Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/nao-toleraremos-ataques-a-democracia-agu-se-une-ao-mpf-em-acao-contra-a-jovem-pan/</div><div><br /></div><div>Nota: eu apoio a campanha pela cassação da Jovem Pan. Mídia golpista é inaceitável.</div>betoquintashttp://www.blogger.com/profile/11000304527254896774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-391484278581839651.post-27599443622335085022024-03-14T17:00:00.008-03:002024-03-14T17:00:00.347-03:00França pede perdãoNa noite desta quarta-feira, 7, a França fez um pedido de "perdão" aos milhares de homossexuais que foram discriminados por sua orientação sexual entre 1942 e 1982, em meio ao debate no Parlamento sobre o reconhecimento e reparação dos danos sofridos.<span style="font-family: verdana;"></span><span style="font-size: 85%;"></span><div><br /></div><div>"Já é hora (...) de dizer esta noite em nome da República Francesa: perdão", declarou o ministro da Justiça, Eric Dupond-Moretti, à Assembleia Nacional. "Perdão às pessoas, aos homossexuais da França que sofreram 40 anos de uma repressão completamente injusta", acrescentou o ministro da Justiça, sob aplausos, de acordo com a AFP.</div><div><br /></div><div>Mais de quatro décadas após a descriminalização da homossexualidade, o Parlamento bicameral da França está discutindo uma proposta de lei sobre como reabilitar os homossexuais discriminados entre 1942 e 1982.</div><div><br /></div><div>Naquela época, o Código Penal estabelecia uma idade específica de consentimento para relações homossexuais e aumentava as penalidades por atos obscenos públicos cometidos por duas pessoas do mesmo sexo.</div><div><br /></div><div>Embora haja consenso entre os franceses sobre o reconhecimento da responsabilidade do Estado, o Senado (câmara alta), dominado pela oposição de direita, se opõe a incluir uma compensação financeira na lei.</div><div><br /></div><div>Uma iniciativa lançada pelo senador socialista Hussein Bourgi, ainda em discussão, propôs inicialmente uma indenização de 10.000 euros (R$ 53,8 mil) para os homossexuais afetados.</div><div><br /></div><div>"O fato de a França pedir desculpas e indenizar envia uma bela mensagem ao mundo", onde a homossexualidade ainda é perseguida, inclusive com casos de pena de morte, afirmou Terrence Katchadourian, da ONG Stop Homophobie.</div><div><br /></div><div>O país descriminalizou a homossexualidade em 1982, e o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi autorizado quase 30 anos depois, já em 2013.</div><div><br /></div><div>Fonte: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/amp/noticias/historia-hoje/franca-pede-perdao-homossexuais-por-leis-discriminatorias.phtml</div>betoquintashttp://www.blogger.com/profile/11000304527254896774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-391484278581839651.post-23076394761036778042024-03-14T15:00:00.001-03:002024-03-14T15:00:00.234-03:00Franquia evangélica e fascistaBora entender qual a relação da extrema-direita com o vídeo que viralizou da Aymée e o pânico que criam em torno do Marajó para enriquecer (mais ainda) uma franquia evangélica.<span style="font-family: verdana;"></span><span style="font-size: 85%;"></span><div><br /></div><div>Na foto é a cantora que “viralizou”com um pastor chamado Lucas Hayashi, líder da Zion Church, entre os trabalhos dessa igreja está exatamente o de coletar doações e fundos para “missões” de evangelização. A música da cantora reascendeu uma mobilização que favorece bastante essa igreja há anos, qual será o interesse econômico dessas missões no Marajó?</div><div><br /></div><div>A Zion Church é liderada por, Junia e Teófilo Hayashi dois pastores que transformaram suas igrejas em franquias milionárias que crescem muito nos últimos anos.</div><div><br /></div><div>Em 2022 estavam ganhando medalhas das mãos da Damares. Ambos participam do Fórum Evangélico Nacional de ação politica desde 2014. Na foto está o Téo, pastor famozinho do youtube que fundou esse movimento que ainda é base do bolsonarismo com a garotada.</div><div><br /></div><div>Aliás é em outro evento dessa franquia evangélica, The Send um evento que mistura nacionalismo com cristianismo importado dos EUA, que o Jair teria se “convertido para Cristo”.</div><div><br /></div><div>Esse mesmo evento, The Send, tem ligações com aquele grupo de missionários (Jocum) que já chegou a ser expulso da região amazônica pelo Ministério Público e também já foi processado por fake news de intanticídio indígena. A outra Ong evangélica citada, Atini foi fundada pela Damares.</div><div><br /></div><div>A estratégia deles de espalhar terror e pintar os nativos como bárbaros selvagens que precisam de humanização é antiga (séculos, né?).</div><div><br /></div><div>Aparentemente, desde o começo o projeto “Abrace o Marajó” tem relações com as “missões” da Zion Church. Aqui em 2022 ela deixou bem claro, quem é que estava na ilha “cuidando do nosso povo”.</div><div><br /></div><div>Deixar os orgãos, Ministério Público do Estado, ONGs regionais, cooperativas, polícia e toda estrutura do Estado do Pará cuidar do problema não dá grana e palco para os missionários de São Paulo. Espalhando o pânico as pessoas começam a acreditar que só um grupo pode salvar aquelas pobres almas, só as missões das Ongs evangélicas que recebem doações e fundos internacionais para seus projetos.</div><div><br /></div><div>Uma informação interessante é que aquele sheike dos bitcoins que foi preso já foi um dos patrocinadores do The Send Brasil, masclaro que todos os bolsonaristas ficaram quietos sobre o assunto. O deus deles é a grana.</div><div><br /></div><div>O que me chamou atenção foi a coordenação de grandes influenciadores que provavelmente receberam um briefing, uma pasta com imagens prontas e uma história sobre tráfico sexual no Marajó. Eles não questionaram, afinal, quem vai questionar a exploração sexual de crianças é um monstro. É exatamente assim que as ongs evangélicas usam o pânico pra ganhar poder político usando temas sensíveis, inquestionáveis de modo que desarma o senso crítico e não faz você pensar de onde vem a informação e quem está ganhando espaço com ela.</div><div><br /></div><div>Será que todos “organicamente” estavam espalhando a música da cantora de um programa que não assistem, de uma bolha que não faz parte dos assuntos que eles lidam todo dia nas redes sociais, focados no próprio umbigo e de repente mobilizados. Eu duvido de viralização orgânica hoje em dia e tendo em vista esse contexto, tá mais pra estratégia de comunicação de alguma Ong Missionária mesmo.</div><div><br /></div><div>Alê Santos, postagem no X (antigo Twitter)</div><div>Fonte, citado parcialmente: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/influencer-expoe-elo-entre-a-extrema-direita-e-a-campanha-abrace-o-marajo/</div>betoquintashttp://www.blogger.com/profile/11000304527254896774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-391484278581839651.post-66963207993973766482024-03-14T10:00:00.016-03:002024-03-14T10:00:00.140-03:00Extrema direita raiz ou Nutella?Historicamente, a extrema direita se caracteriza pelo forte nacionalismo e grande aversão ao “outro”. Adolf Hitler, por exemplo, considerava os alemães (supostos arianos) como “a raça superior”. No presente contexto, o principal nome dessa corrente ideológica é o ex-presidente dos Estados Unidos e atual postulante à Casa Branca, Donald Trump. O slogan de sua campanha – “America First” (EUA em primeiro lugar) – não deixa dúvidas sobre o nacionalismo exacerbado.<span style="font-family: verdana;"></span><span style="font-size: 85%;"></span><div><br /></div><div>Também as medidas adotadas pelo governo do republicano (2017-2020) demonstram essa linha ideológica: restrição à imigração, relativo isolacionismo diplomático, unilateralismo, retirada de acordos internacionais, sobrevalorização da indústria estadunidense e protecionismo econômico.</div><div><br /></div><div>Não por acaso, devido a esses ideais e políticas “antiglobalização”, nas últimas eleições presidenciais, Trump não foi o candidato preferido do grande capital (certamente também não será este ano). Em contrapartida, seus discursos demagógicos e propostas de soluções simples para problemas complexos – como culpabilizar imigrantes pelo desemprego – são bem-recebidos pelo trabalhador pobre nativo (independentemente de sua origem étnica).</div><div><br /></div><div>Na Europa, outros lemas políticos também revelam o nacionalismo exacerbado da extrema direita: “A França para os franceses” (Le Pen e sua Frente Nacional), “Nossa cultura, nosso lar, nossa Alemanha” (Alternativa para a Alemanha), “Polônia pura, Polônia branca” (Partido Polonês da Lei e da Justiça) e “Mantenha a Suécia sueca” (Democratas Suecos).</div><div><br /></div><div>Por aqui, a principal corrente da extrema direita, o bolsonarismo, tem seu bordão “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” (cópia descarada de um dos lemas mais repetidos pelos nazistas – “Deutschland über alles” –, ou seja, “Alemanha acima de tudo”, em livre tradução). No entanto, esse “patriotismo” bolsonarista é mera fachada. Na prática, as coisas são bem diferentes.</div><div><br /></div><div>O leitor e a leitora conseguem imaginar um líder nacionalista batendo continência à bandeira de outro país ou dizendo ao mandatário de outra nação que o ama (na própria língua estrangeira) e, depois desse ato grotesco, ser desprezado? Pois bem, como é do conhecimento de todos, Bolsonaro se prestou a esses papéis vexaminosos: prestou sua submissão à bandeira dos Estados Unidos (sob o eufemismo de “respeito”) e, em outra ocasião, se declarou a Donald Trump: “I love you” (fala prontamente desdenhada pelo então presidente estadunidense).</div><div><br /></div><div>Do mesmo modo, é difícil imaginar manifestações de extrema direita com a presença massiva de bandeiras de outros países. Mas, como se viu ontem (25/2) na Avenida Paulista, durante o “carnagado”, várias bandeiras do Estado de Israel tremulavam nas mãos dos militantes bolsonaristas (vendidas por ambulantes a cinquenta reais a unidade; enquanto a bandeira brasileira saia a quarenta reais, de acordo com informações do UOL).</div><div><br /></div><div>Esse tipo de atitude subserviente ao sionismo gerou uma cena bizarra, flagrada pela reportagem da Fórum: Um homem – autointitulado “profeta ex-comunista” – abraçou um judeu vestido com as cores de Israel, que se negou a tirar uma foto segurando a cruz de Jesus (como sabemos, ao contrário do que ainda pensam muitos evangélicos, os judeus não são cristãos)..</div><div><br /></div><div>Além dos vexames no campo simbólico, a política econômica do governo Bolsonaro demonstrou a pior face da extrema direita tupiniquim. Como bem destacou o pensador espanhol Daniel Vaz de Carvalho, no artigo “A UE no fio da navalha”, “a extrema-direita sempre foi o recurso do grande capital confrontado com a sua incapacidade de dar solução às contradições e antagonismos que origina. É também, o recurso para impedir que se evidenciem e desenvolvam soluções da esquerda”.</div><div><br /></div><div>Seguindo essas palavras, podemos acrescentar que, no Brasil, esse espectro ideológico ainda cumpre outra função (para variar, em acordo com sua diretriz de submissão). Trata-se de atender aos interesses do imperialismo, ao adotar a entreguista agenda econômica neoliberal. Não por acaso, uma das máximas do bolsonarismo é: “conservador nos costumes, liberal na economia” (algo impensável para qualquer extrema direita com a mínima autoestima).</div><div><br /></div><div>Assim, contrariando a lógica histórica, temos por aqui um “nacionalismo” que não atua, preferencialmente, pelos interesses das elites locais, mas em favor das aspirações do grande capital externo. Enquanto Trump protegia seu mercado da concorrência de outras nações, Bolsonaro fez o possível para abrir, de forma subserviente, a economia brasileira às investidas estrangeiras (o estrago só não foi maior, porque, até para a tarefa de quebrar o país, o inelegível foi incompetente).</div><div><br /></div><div>Invertendo a tradicional máxima da extrema direita, nossos “patriotas” consideram o Brasil inferior em tudo (o outro – seja estadunidense, europeu ou israelense – é sempre melhor do que nós). Eles odeiam o povo brasileiro, a cultura nacional, nosso clima e as manifestações populares (sobretudo o carnaval). Se pudessem, viveriam em Miami.</div><div><br /></div><div>Em suma, recorrendo a uma linguagem bastante usual na internet (ironicamente, frequente nas postagens dos próprios seguidores do “mito”), podemos dizer que, se o trumpismo é a “extrema direita raiz”; o bolsonarismo é a “extrema direita nutella”. Nelson Rodrigues ficaria atônito com tamanho viralatismo.</div><div><br /></div><div>Fonte: https://revistaforum.com.br/opiniao/2024/2/28/extrema-direita-raiz-extrema-direita-nutella-154813.html</div>betoquintashttp://www.blogger.com/profile/11000304527254896774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-391484278581839651.post-4458465317484108412024-03-13T15:00:00.006-03:002024-03-13T15:00:00.269-03:00OAB RJ precisa agirUm trecho de um encontro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) da Barra da Tijuca, ocorrido há cerca de três semanas, repercutiu nas redes sociais nesta segunda-feira (4). Nele, uma fala da presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol do Rio de Janeiro (TJD), Renata Mansur chamou a atenção.<div><br /></div><div>O objetivo da reunião, cuja íntegra está disponível no canal do YouTube da ESA Barra (Escola Superior da Advocacia), era discutir “Operações Policiais – A violência que a polícia enfrenta nas áreas conflagradas e suas dificuldades”. A advogada decidiu falar sobre Direitos Humanos, mas afirmou que, na sua opinião, eles só são válidos para “humanos direitos”.</div><div><br /></div><div>“Eu costumo dizer que Direitos Humanos é para humano direito. Quando eu ouço determinadas falas da OAB, e eu vou falar em nome da OAB, em especial da Comissão de Direitos Humanos, eu me sinto envergonhada. A verdade é essa, me sinto envergonhada. A missão da nossa Comissão de Direitos Humanos é pra humano direito. É o que eu costumo dizer sempre”, pontuou.</div><div><br /></div><div>Mansur completou: “A gente tem que ter um olhar pra humano direito. Os policiais é que são os humanos direitos desse contexto. A nossa fala é muito mais proativa, no sentido de unir forças com a nossa Comissão de Segurança Pública e o Legislativo, pra que a gente mude esse cenário”. Ainda em seu discurso, ela defendeu que a segurança pública saia “das mãos dos políticos” e seja entregue à uma “comissão competente tecnicamente”.</div><div><br /></div><div>Em julho de 2021, Renata Mansur foi indiciada pela Polícia Civil por estelionato e associação criminosa. A presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol do Rio de Janeiro se tornou suspeita de ter falsificado documentos para beneficiar Jaqueline de Assis.</div><div><br /></div><div>Assis, de acordo com as informações da época, planejava ficar sozinha com a herança milionária dos pais, Otto Francisco de Assis e Zenira Gonçalves de Assis, que incluía hotéis em pontos valorizados do Rio de Baixada Fluminense, além de imóveis de luxo.</div><div><br /></div><div>Por um pedido do Ministério Público, a Polícia Civil começou a investigar Jaqueline e descobriu que ela fraudou documentos da mãe. Na rede de colaboradores, estaria Renata Mansur, que teria ajudado a falsificar documentos para obter vantagem ilícita na venda dos imóveis.</div><div><br /></div><div>Jaqueline conseguiu negociar um dos hotéis da família em Duque de Caxias por R$ 6 milhões. Desse total, um valor em torno de R$ 400 mil teria sido embolsado pela presidente do TJD.</div><div><br /></div><div>No fim de 2022, em declaração dada à revista Piauí, Renata Mansur pontuou: “Estou absolutamente tranquila em relação à minha conduta nesse caso e confiante de que o Ministério Público vai arquivar esse caso”.</div><div><br /></div><div>Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/direitos-humanos-e-pra-humano-direito-diz-presidente-de-comissao-da-oab-indiciada-por-fraude/</div>betoquintashttp://www.blogger.com/profile/11000304527254896774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-391484278581839651.post-64991823290964616122024-03-13T14:00:00.013-03:002024-03-13T14:00:00.141-03:00Terapia vampirescaSofia Clerici, uma influencer argentina, com uma base de seguidores de 2,2 milhões no Instagram, compartilhou sua estratégia única para manter a juventude e a beleza. Em uma recente postagem, a blogueira revelou que sua chave para uma aparência jovem é nada menos que beber seu próprio sangue, muitas vezes misturado com limonada.<span style="font-family: verdana;"></span><span style="font-size: 85%;"></span><div><br /></div><div>Embora essa abordagem possa parecer fora do comum, Sofia afirma que é seu segredo para uma pele impecável e uma aparência vibrante. Em uma postagem recente, ela deixou seus seguidores chocados ao compartilhar uma foto de seu jantar, onde uma bebida vermelha escura podia ser vista ao fundo.</div><div><br /></div><div>Respondendo a uma seguidora curiosa sobre o conteúdo de seu copo, Sofia explicou que ela traz seu próprio sangue, misturado com limonada, para ajudar a manter sua aparência jovial. Ela detalhou sua rotina, revelando que mantém nove tubos de sangue em sua geladeira ou freezer e consome uma quantidade regularmente, seja em shots para um impulso extra ou misturado com outras bebidas.</div><div><br /></div><div>“Eu trago o meu sangue e eles misturam com limonada para mim”, afirmou. “Para quem não acredita em mim, sempre tenho nove tubos de sangue na minha geladeira ou no meu freezer e tomo um quarto ou meio tubo por semana. Às vezes em shot, quando quero algo mais intenso, ou misturo com bebidas. Por isso sou uma boneca de porcelana. Sim, e não sou comum”, detalhou ela, segundo o Daily Star.</div><div><br /></div><div>Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/influenciadora-diz-que-bebe-o-proprio-sangue-com-limonada-para-manter-jovialidade/</div><div><br /></div><div>Nota: contagem regressiva para evanjegues ficarem histéricos em 3, 2, 1...</div>betoquintashttp://www.blogger.com/profile/11000304527254896774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-391484278581839651.post-15332975313515455792024-03-13T10:00:00.015-03:002024-03-13T10:00:00.344-03:00O problema é nossoUma coisa é o governo se render aos fatos, à vida como ela é, e não como gostaria que fosse, e não conseguir deter o avanço da bancada evangélica sobre premissas republicanas e iluministas, tal como a laicidade do Estado. Outra bem diferente, e deplorável, é parcela expressiva do campo progressista naturalizar esses retrocessos e não refletir seriamente sobre alternativas de reação.<span style="font-size: 85%;"></span><div><br /></div><div>Em mais um capítulo desta louca cavalgada, nesta terça-feira (27), uma comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou a ampliação da imunidade tributária de igrejas e templos religiosos. O autor da proposta é o bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, Marcelo Crivella, agora deputado federal. O texto, que já havia sido aprovado pela CCJ, em setembro do ano passado, deve ir a plenário antes da semana santa.</div><div><br /></div><div>Cabe destacar o festival de privilégios tributários descabidos contidos nessa PEC. Além das igrejas e templos religiosos, ela estende a imunidade tributária a entidades como orfanatos, hospitais, creches e comunidades terapêuticas ligadas às instituições religiosas. </div><div><br /></div><div>E também livra do pagamento de impostos despesas com obras e restauração de igrejas. Mas as benesses às custas do erário não ficam por aí. A proposta prevê devolução de tributos pagos indiretamente nas contas de luz ou serviços de reforma, além de proibir governos de criar impostos sobre a aquisição de bens por essas entidades.</div><div><br /></div><div>Causa apreensão saber que a voracidade da bancada evangélica, apoiada em algumas proposições por parlamentares que professam outras religiões, está longe do arrefecimento.</div><div><br /></div><div>O quer (sic) virá por aí?</div><div><br /></div><div>Temos o direito de imaginar todo tipo de barbaridade. Será que vão querer obrigar a União a pagar os vencimentos dos pastores? Ou incluir na lei dispositivo permitindo aposentadoria especial para os missionários? Ou conceder direito a porte de arma aos pregadores do Evangelho?</div><div><br /></div><div>Pelo andar da carruagem, nada pode ser descartado em termos de violação do conceito republicano.</div><div><br /></div><div>Sabemos que a origem desse e outros tantos males está na maioria atrasada, reacionária e trevosa do Congresso Nacional. Não pode haver prioridade maior para o campo progressista, no plano institucional, do que eleger bancadas mais numerosas de deputados e senadores, já em 2026.</div><div><br /></div><div>Está aí um desafio gigantesco e extremamente complexo, pois a definição de voto do eleitorado brasileiro é produto de inúmero fatores, que vão baixo nível de consciência social e política à pressão de milicianos, da influência dos mercadores da fé às ameaças do crime organizado, da falta de compreensão do valor do voto para o Legislativo à força do dinheiro nas eleições, dentre outros.</div><div><br /></div><div>Nunca nada foi fácil para os que lutam por uma sociedade mais justa e igualitária. É hora de arregaçar as mangas e enfrentar esse monstro de múltiplas cabeças.</div><div><br /></div><div>Fonte: https://www.brasil247.com/blog/avanco-da-bancada-evangelica-sobre-a-republica-nao-e-problema-do-governo-e-problema-nosso</div>betoquintashttp://www.blogger.com/profile/11000304527254896774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-391484278581839651.post-81962852874780834682024-03-12T15:00:00.005-03:002024-03-12T15:00:00.251-03:00CNJ pode vetar constelação familiarPor Alex Tajra<div><br /></div><div>A ação no Conselho Nacional de Justiça que pede a regulamentação da prática de constelação familiar no Poder Judiciário deve resultar na proibição desse método em determinados processos. O pedido de providências que trata do tema foi apresentado em março de 2019 pela Associação Brasileira de Constelações Sistêmicas.</div><div><br /></div><div>Na análise do pedido, o relator da matéria, juiz federal Marcio Luiz Freitas, hoje ex-conselheiro, não só entendeu que não há espaço para a regulamentação como votou para que a prática seja proibida em casos de violência doméstica de gênero ou contra crianças. Segundo ele, o uso desse método pode causar consequências graves, como a revitimização de mulheres.</div><div><br /></div><div>Depois de Freitas ter proferido seu voto, em outubro de 2023, a pauta foi analisada novamente em dezembro no Plenário Virtual do CNJ e, conforme apuração da revista eletrônica Consultor Jurídico, cinco conselheiros acompanharam integralmente o voto do relator e uma conselheira o acompanhou parcialmente. O teor dos votos não é público porque, como o julgamento ainda não acabou, os julgadores podem alterar suas posições.</div><div><br /></div><div>A primeira conselheira a se manifestar sobre o tema foi a juíza federal Daldice Santana, que, à época, presidia a já extinta Comissão Permanente de Acesso à Justiça e Cidadania. De acordo com seu primeiro posicionamento, em parecer pela não regulamentação, os tribunais têm autonomia para fazer esse tipo de normativa, que não cabe ao CNJ.</div><div><br /></div><div>A comissão presidida por Daldice foi sucedida pela Comissão Permanente de Solução Adequada de Conflitos, e, posteriormente, seu presidente, o conselheiro Marcus Vinícius Jardim, acompanhou a posição da conselheira.</div><div><br /></div><div>Não com dinheiro público</div><div><br /></div><div>Em seu voto, Marcio Luiz Freitas endossou os posicionamentos contrários à regulamentação da prática pelo CNJ e ainda propôs que a resolução do Conselho que trata de violência doméstica seja alterada para proibir a constelação familiar nesse tipo de ação.</div><div><br /></div><div>“Aqui estamos tratando de uma política pública. Não nos cabe aqui dizer se a constelação familiar é boa ou má, se deve ou não ser aplicada. O nosso âmbito é mais limitado. No âmbito do Judiciário, com recursos públicos, é possível e conveniente se adotar esse tipo de atividade? E nesse aspecto, com todo o respeito e vênia a quem tem entendimento diferente, penso que alguns aspectos têm de ser levados em conta e que levam à necessidade de se ser mais estrito nessa regulamentação.”</div><div><br /></div><div>Para o relator, não só o aspecto científico da constelação é questionável como a sua fundamentação teórica, que trata a família e seus aspectos como questões imutáveis, é incompatível com o Judiciário. “Isso é especialmente grave quando a gente pensa no encaminhamento de pessoas vítimas de crimes, especialmente mulheres vítimas de crime de gênero ou crianças”, disse ele em seu voto.</div><div><br /></div><div>Além de rejeitar a regulamentação, Freitas votou para que seja feita uma alteração no artigo 9 da Resolução 254 do CNJ, que trata de violência institucional (casos de revitimização, por exemplo). A proposta do conselheiro é que o parágrafo III passe a ter a seguinte redação:</div><div><br /></div><div>“É vedado no âmbito dos tribunais e órgãos do Judiciário o uso de constelação familiar sistêmica ou outra técnica fundada em estereótipos a respeito do papel das mulheres ou da configuração familiar, bem como que tenha possibilidade de submeter a vítima de crimes a situações de revitimização”.</div><div><br /></div><div>Para deixar claro que não se está “vedando qualquer tipo de programa”, o conselheiro também propôs que, no parágrafo IV, seja incluído o seguinte texto:</div><div><br /></div><div>“O encaminhamento de vítimas de violência a procedimentos alternativos de resolução de conflitos deve observar os seguintes requisitos: a) prévia avaliação de equipe especializada que assegure o consentimento livre e esclarecido da vítima; b)a inexistência de indicadores de que a técnica poderá acarretar novos riscos para a vítima e seus familiares; c) os profissionais que aplicarão a técnica deverão ser especialmente capacitados para compreender e intervir nos casos de violência de gênero contra mulheres, sem estereótipos ou revitimização”.</div><div><br /></div><div>O que se busca com o voto, diz o conselheiro, é “dar um passo à frente” e evitar que as pessoas que tiveram seus direitos violados em crimes sejam novamente vitimizadas nos processos judiciais.</div><div><br /></div><div>Os conselheiros Vieira de Mello Filho, Mauro Pereira Martins, Richard Pae Kim, Pablo Coutinho Barreto e Marcos Vinícius Jardim Rodrigues acompanharam o voto do relator. A conselheira Salise Sanchotene também votou pela não procedência do pedido de regulamentação, mas divergiu quanto à redação do artigo 9ª da Resolução 254. O pedido deve ser pautado no Plenário físico para que o jugalmento seja concluído.</div><div><br /></div><div>O que está em jogo</div><div><br /></div><div>A constelação familiar, também chamada de constelação sistêmica familiar, autodenomina-se uma terapia — mesmo sem aval dos conselhos de Psicologia — e usa subjetividades espirituais e metafísicas para supostamente encontrar a razão e a solução para os conflitos familiares. Suas bases foram delineadas nos anos 1980 pelo autointitulado “terapeuta” alemão Bert Hellinger.</div><div><br /></div><div>Seu uso já aparece no Judiciário brasileiro há mais de uma década, principalmente em casos de Direito de Família (incluindo violência doméstica e contra crianças), mas ganhou os holofotes após críticas enviadas por pesquisadores ao Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, no final de agosto do ano passado, e uma nota técnica do Conselho Federal de Psicologia criticando seu uso como terapia.</div><div><br /></div><div>A prática tem sido associada à solução alternativa de conflitos, mesmo sem respaldo do CNJ. Nas constelações, um “constelador” atende ao “constelado” por meio de uma dramatização (por vezes com atores, mas também com bonecos e outros objetos) a fim de simular sua estrutura familiar e, dessa forma, apontar os problemas e soluções de determinado litígio.</div><div><br /></div><div>O precursor da constelação familiar no Direito brasileiro, o juiz Sami Storch, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), registrou a patente do termo “Direito Sistêmico” no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) em 2017, e detém a marca até 2027. Storch ingressou como parte interessada na ação que corre no CNJ.</div><div><br /></div><div>Nas jurisprudências em que se encontra o uso da constelação, aparece um pouco de tudo: casos de violência doméstica em que o acusado é intimado a participar da prática e, quando a recusa, a negativa é citada em sentença para negar a apelação; argumentações metafísicas em casos de divórcio litigioso, ações de alimentos ou de guarda; “perícias” que têm como base a constelação familiar em casos de aposentadoria por invalidez, entre outros.</div><div><br /></div><div>Os casos mais graves envolvem violência doméstica de gênero. Sob a perspectiva da constelação (muitas vezes os próprios juízes são “consteladores”), as mulheres que sofrem violência passam por nova violação de direitos por causa do sexismo incrustado na “teoria”, que as coloca como hierarquicamente inferiores aos homens. Em situações com violência doméstica contra crianças, acontece o mesmo, posto que os filhos são tidos como inferiores aos pais.</div><div><br /></div><div>Para advogados e especialistas entrevistados pela ConJur, não só há uma série de problemas de ordem social a partir do uso da constelação no Direito Familiar, como a prática também contamina o instituto da mediação, de suma importância para a celeridade processual. A “teoria” ainda coloca a figura da mulher como inferior ao homem (lei da hierarquia), o que reforça sua vulnerabilidade como parte nos processos de família e viola princípios básicos do Direito, como o da isonomia.</div><div><br /></div><div>Originalmente publicado na Conjur</div><div>Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/pedido-para-regular-constelacao-familiar-no-judiciario-deve-resultar-em-proibicao/</div>betoquintashttp://www.blogger.com/profile/11000304527254896774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-391484278581839651.post-49104532265615113072024-03-12T14:00:00.001-03:002024-03-12T14:00:00.136-03:00Violência em Belo HorizonteNa tarde de terça-feira (20/2), a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) mandou retirar a fachada colorida do Centro de Referência LGBT (CRLGBT) da capital mineira. Para ativistas e parlamentares de partidos associados à esquerda, a ação representa um ato de LGBTfobia institucional e passa uma mensagem de violência para a população LGBTQIA+.<span style="font-family: verdana;"></span><span style="font-size: 85%;"></span><div><br /></div><div>Segundo Maicon Chaves, presidente do Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais (Cellos-MG), a própria manutenção do CRLGBT para que ele se tornasse um equipamento de portas abertas no centro de Belo Horizonte causou revolta entre cidadãos e parlamentares de extrema-direita.</div><div><br /></div><div>“Este equipamento já esteve com grades fechadas, já existia, mas ninguém sabia que ele estava lá. O movimento social teve uma conversa com a Prefeitura e com a Diretoria de Políticas para a População LGBT e foi colocada uma porta de vidro com uma faixa escrito ‘bem-vindes’. Isso já provocou um rebuliço na extrema-direita em Minas Gerais, sobretudo entre parlamentares que pensam que a garantia dos nossos direitos e da nossa cidadania os atinge de alguma forma”, explica ele.</div><div><br /></div><div>Para a deputada Estadual e pré-candidata à PBH Bella Gonçalves (PSOL), a retirada da fachada aconteceu por conta de pressão de parlamentares em cima do prefeito Fuad Noman (PSD).</div><div><br /></div><div>“A Prefeitura de Belo Horizonte ataca um equipamento que ela própria construiu. Apesar de já ser mais antigo, o Centro de Referência LGBT só se transformou num espaço importante para a população durante a gestão de Alexandre Kalil (PSD). Agora, essa chapa cede a um retrocesso absurdo de parlamentares que não têm mais o que fazer, porque querer atacar a identidade de um grupo social é isso, como se a cidade não tivesse problemas para resolver”, afirma Bella.</div><div>“Isso é LGBTfobia e é um apontamento de um desmonte de direitos sociais e coletivos aqui na cidade de Belo Horizonte muito preocupante”, complementa a deputada.</div><div><br /></div><div>De fato, existem registros nas redes sociais de parlamentares, como a vereadora Flavia Borja, que prometem a retirada desses materiais do equipamento. Em um vídeo publicado no Instagram, ela afirma que recebeu a imagem da fachada de vários eleitores indignados e que isso “não pode ficar assim”.</div><div><br /></div><div>“Como nós poderemos ter aí esse ‘bem-vindes’ com a bandeira LGBT num órgão oficial da prefeitura? Pois eu já fiz contato e eu tenho a promessa de que isso será retirado. Nós vamos lá para ver e fiscalizar, porque esse mandato é comprometido com a próxima geração, e é comprometido em lutar contra a ideologia de gênero aqui em Belo Horizonte”, disse ela.</div><div><br /></div><div>Também não houve aviso prévio de que seria feita a retirada da plotagem, segundo Maicon Chaves. “A gente só conseguiu fazer os vídeos flagrando a retirada porque ficamos de plantão das 8h às 17h no local. Eles mandam retirar e tratam as nossas coisas como um lixo qualquer”, diz.</div><div><br /></div><div>O Cellos-MG já publicou uma manifestação em vídeo oficial em suas redes sociais e acionou parlamentares parceiros para que providências efetivas sejam tomadas a respeito da retirada da plotagem do CRLGBT.</div><div><br /></div><div>Uma publicação compartilhada por Centro de Luta Pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais (@cellosmg).</div><div><br /></div><div>“É um absurdo que, com imunidade parlamentar, as pessoas digam e façam o que querem sem respeitar o que está posto constitucionalmente sem se preocupar com a cidadania de outras pessoas que são violentadas diariamente. Já vamos procurar o Ministério Público Estadual e Federal para tomar providência a respeito disso, uma vez que se trata de LGBTfobia institucional e de uso indevido de recurso público”, comenta Maicon.</div><div><br /></div><div>Bella Gonçalves também reforçou que haverá denúncia no MP. “Vamos receber o movimento social hoje na Comissão de Direitos Humanos e devemos encaminhar o caso em forma de representação para o Ministério Público e pedidos de esclarecimento para a Prefeitura de Belo Horizonte, e também vamos nos somar às iniciativas da sociedade civil extra-institucionais, que, na minha opinião, são as mais importantes”, declara.</div><div><br /></div><div>Para ela, a construção de equipamentos próprios do movimento LGBTQIA+ são uma “força irrefreável”, já que o movimento em si constitui a maior mobilização de rua na capital mineira. “Não existe uma manifestação de Belo Horizonte que seja tão grande quanto a Parada [LGBT+]. Tenho certeza que o movimento também vai construir ações fora da institucionalidade”, afirma a deputada.</div><div><br /></div><div>A deputada estadual e pré-candidata à Prefeitura de Belo Horizonte, além de reforçar que acredita que a retirada da fachada tenha sido concretizada por pressões parlamentares, enfatiza que a mensagem passada a partir deste ato é de violência contra a população LGBTQIA+.</div><div><br /></div><div>“O meu lamento é de que, mais uma vez em um ano eleitoral, os direitos LGBT sejam usados como escada para a projeção de atores da extrema-direita. É muito grave o que aconteceu. O Centro de Referência vai acolher pessoas que sofreram violência, que estão marginalizadas da sociedade, do emprego. Por isso a identidade de um espaço construído para a comunidade LGBT é tão importante: justamente para que seja um espaço acolhedor e livre de violências”, diz ela.</div><div>Quando você ataca essa identidade e cria uma cena tão forte, como o ato de um funcionário arrancar aquele símbolo, isso passa para a comunidade LGBT uma sensação de desproteção, de que aquele centro não é mais deles e, portanto, eles estão desamparados diante das violências da sociedade. Isso também passa para os agressores a sensação de que eles podem fazer tudo, e essa autorização pode servir de escada para alguns agentes políticos e se torna, na prática, a ampliação do índice de violência e agressão contra pessoas LGBT”, acrescenta.</div><div>“Para além da retirada de uma placa, o que ela motiva e a mensagem de violência que ela carrega é extremamente preocupante para a nossa cidade. E nós estamos falando aqui de cidadania, de uma cidade em que devem caber todas as pessoas, com todas as formas de pensar, com todas as formas de ser e existir. O pensamento único e a violência não podem se institucionalizar”, completa a deputada.</div><div><br /></div><div>A reportagem do EM também entrou em contato com a vereadora Flavia Borja para esclarecimento a respeito da solicitação de retirada. Segundo ela, a ação foi articulada pela bancada cristã. "Estamos satisfeitos com o resultado", disse, acrescentando que, com a fachada, o órgão público assumiu "explicitamente" uma ação ideológica. A vereadora, no entanto, disse que os trabalhos do CRLGBT também serão prejudicados com a mudança.</div><div><br /></div><div>Fonte, citado parcialmente: https://www.em.com.br/diversidade/2024/02/amp/6806348-pbh-retira-fachada-colorida-de-centro-de-referencia-lgbt-ativistas-reagem.html</div>betoquintashttp://www.blogger.com/profile/11000304527254896774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-391484278581839651.post-57978218431641896792024-03-12T10:00:00.016-03:002024-03-12T10:00:00.248-03:00Bolsonarismo é um projeto de teocraciaFala-se muito e com razão que o bolsonarismo é uma ameaça ao Estado Democrático de Direito, mas isso não é tudo; ele também é uma ameaça ao Estado laico, o que ficou mais evidente na Avenida Paulista, no discurso de Michelle Bolsonaro, a mais ousada porta-voz da vertente religiosa do movimento, no qual Bolsonaro é o senhor as armas e ela, a senhora das almas.<span style="font-family: verdana;"></span><span style="font-size: 85%;"></span><div><br /></div><div>“O Brasil é do Senhor” bradou ela, afrontando a todos nós que sabemos que o Brasil é dos brasileiros. “Eu creio em Deus todo poderoso capaz de curar nossa nação”, insistiu nessa ofensa a todos nós que construímos a nação e curamos nossas dores todos os dias.</div><div><br /></div><div>Bastam essas duas frases para perceber que não se trata apenas de eleger Bolsonaro, o projeto é muito maior do que isso. </div><div><br /></div><div>É um projeto de poder que começou em 1989, quando Fernando Collor de Mello pediu apoio a Edir Macedo na eleição presidencial, e em contrapartida abriu as portas da política para ele e sua Igreja Universal do Reino de Deus.</div><div><br /></div><div>Na festa da posse, a certa altura Edir tirou os sapatos, ficou só de meias. “Temos que pisar com os pés o território que queremos conquistar”, explicou ao seu acompanhante, um ex-deputado federal.</div><div><br /></div><div>Hoje, Edir é dono de um partido, o Republicanos, e seu líder é candidato a suceder Lira na presidência da Câmara.</div><div><br /></div><div>O objetivo de demolir o Estado laico ficou patente no formato do ato infame, convocado por religiosos, mais precisamente pelo líder evangélico Silas Malafaia, e não por políticos. </div><div><br /></div><div>Os políticos ficaram a reboque dos pastores. Políticos-pastores ou pastores-políticos? A simbiose é tal que não dá para saber onde termina um e começa outro.</div><div><br /></div><div>O poder que eles almejam não é eleger um presidente da República por quatro ou oito anos, submetido aos parâmetros da Constituição Federal, dentro das regras que nos guiam desde a Proclamação da República e depois ir para casa.</div><div><br /></div><div>O que eles querem é transformar o Estado Democrático de Direito numa ditadura religiosa, na primeira teocracia evangélica do mundo.</div><div><br /></div><div>Essa é a forma mais fácil de manter o poder. </div><div><br /></div><div>Se a nação é do Senhor, o presidente é seu representante, e todos têm que obedecê-lo. Quem desobedece ou desafia o Senhor tem que ser castigado e quem o louva será premiado com a vida eterna.</div><div><br /></div><div>Se a Nação é do Senhor, a Bíblia é a constituição do país.</div><div><br /></div><div>Se a Nação é do Senhor não há porque haver eleições.</div><div><br /></div><div>A primeira tentativa, com Bolsonaro à frente, fracassou. Mas tudo indica que eles não pretendem desistir.</div><div><br /></div><div>Conceder isenção fiscal a igrejas só fortalece esse projeto de poder. </div><div><br /></div><div>Anistiar os golpistas de 8/1, também.</div><div><br /></div><div>Fonte: https://www.brasil247.com/blog/bolsonarismo-e-um-projeto-de-teocracia-evangelica</div>betoquintashttp://www.blogger.com/profile/11000304527254896774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-391484278581839651.post-50413105965071030202024-03-11T15:00:00.031-03:002024-03-11T15:00:00.152-03:00O Estado Laico está agonizandoHoje de manhã fui pagar uma conta na lotérica, em altos brados, num alto-falante de rua, em decibéis de fazerem inveja a qualquer baile funk, uma rádio de rua toca música de louvor. Fui comprar um pepino no hortifruti da esquina, 5 minutos de tortura na fila, obrigado a escutar música gospel, num espaço que não dá folga a seus funcionários aos domingos, mas no qual há um cartaz bem grande, “Deus é o senhor”. Depois fui ao Centro e peguei o trem, no vagão um culto evangélico, aos brados, com os fiéis mais do que tentando converter, intimidando que se sente incomodado com o som, ainda que haja um cartaz em que se lê, “proibido cultos de qualquer espécie”, só não há a quem recorrer e reclamar pode te deixar perto do linchamento público.<span style="font-family: verdana;"></span><span style="font-size: 85%;"></span><div><br /></div><div>Bem-vindo ao conto da Aia. O evangeliquistão é aqui. Uma distopia no qual um exército de zumbis marcha com pentagramas, que eles pensam que é a estrela de David e no qual confundem a Israel mitológica de Salomão (que nunca existiu de fato) com o Estado sionista assassino de palestinos, e no qual, o ignóbil Malafaia passa por uma pessoa culta que, como Moisés, desceu do Morro do Rato Molhado com as tábuas da Teologia da Opressão.</div><div><br /></div><div>O estado laico agoniza, preso a aparelhos, perto de uma falência múltipla dos órgãos e a esquerda se felicita por organizar “atos ecumênicos” e também falar no nome de Deus, a cada 5 minutos, para não correr o risco de perder eleitores. Na campanha eleitoral em que a Branca de Neve de Bolsonaro falava shalalavai minha boca e os idiotas acreditavam que ela estava imbuída de algum espírito, que não fosse o de Mamom, a cada 2 falas, em 3, Lula fazia questão de usar o nome de Deus. Não que Lula seja ateu, nunca o foi, e eu considere inclusive, pelos relatos de quem é próximo ao presidente, que sua devoção é honesta, mas a questão é bem outra.</div><div><br /></div><div>Com a luta política reduzida a uma corrida eleitoral a cada 2 anos, o taticismo virou estratégia. Luta pelo curral eleitoral neopentecostal com a fábula encantadora dos “evangélicos progressistas” virou “estratégia”, e ninguém quer colocar o guizo no gato errado, nesta noite em que todos os gatos são pardos. Uma mistura atávica de orientalismo de quinta, de crendices esotéricas e de confusão entre respeito à diversidade e deserção na luta pelo Estado laico virou a estratégia de falta de estratégia da esquerda.</div><div><br /></div><div>Citei Lula sem o culpar pelo fato, na verdade, ele apenas navega por este mar conturbado criado pela redução da política a um espetáculo eleitoral, do qual toda a esquerda participa. Não propomos e não defendemos ideologicamente absolutamente nada. Apenas tentamos convencer aos eleitores que não somos menos cristãos que nossos adversários ou que não representamos o perigo vermelho, ou que somos mais educados e civilizados que a turba fascista. O combate ideológico atrapalha esta empreitada e sumiu de nosso horizonte.</div><div><br /></div><div>Taticismo não é estratégia. Eleição não é uma disputa ideológica ou horizonte de mudança eleitoral. Longe de mim migrar para o incrível mundo de Bob do PSTU, que desconsidera a importância das eleições, e acha que qualquer briga no bar do Totonho é prenúncio de revolução, mas sim, temos que falar sobre o fato de que a esquerda está doente de institucionalidade.</div><div><br /></div><div>Subversiva agora é só a ultradireita. Underground, antissistema é só a ultradireita. E nós ficamos relegados a seres defensores da lei e da ordem, o que limita, inclusive, o nosso discurso. O mais patético é que, até na defesa da lei e da ordem, vamos somente até a página 3, tudo que venha em defesa do Estado laico é esquecido para não assustar os eleitores neopentecostais.</div><div><br /></div><div>Não fazemos mais o embate ideológico porque confundimos intolerância com leniência. Intolerância é proibir cultos de qualquer espécie – observando que o limite entre culto, falcatrua, exploração e curandeirismo deva existir para colocar pilantras de todos os cultos, que roubem o povo, na cadeia –, leniência é colocar em pé de igualdade evolução e criacionismo e aceitar que religião seja ensinada na sala de aula, com desculpa tosca e mentirosa da diversidade. Tosca e mentirosa porque o Estado não vai ensinar revolução, ou distribuir livros de Nietzsche, Marx ou Hegel em nenhuma igreja de nenhuma espécie.</div><div><br /></div><div>Escola é lugar de ciência, há mais templos que escolas no Brasil e não precisamos de nenhuma lição de catequese de nenhum tipo em nenhuma escola, porque os templos de todos os tipos já fazem isto.</div><div><br /></div><div>Uma esquerda medrosa e recuada não tem coragem de fazer a disputa, apenas se defende da acusação de doutrinação, Doutrinação é o que fazem todas as religiões com todas as crianças. O fato de pararmos de questionar porque crianças não tem direito de esperar para escolher sua devoção quando chegarem à idade adulta e que sejam “educados” (doutrinados) desde que nascem nas religiões dos seus pais, mostra como introjetamos acusações que na verdade não são contra a esquerda. Nenhum esquerdista (a não ser que tenha alguns parafusos a menos) fica falando de Karl Marx para criancinhas de 5 anos de idade, mas achamos, no nosso evangeliquistão, que criancinhas participem de cultos religiosos, mesmo que não tenham idade alguma para se definir por esta ou aquela denominação religiosa ou até preguem e sejam incensados por sua “vocação precoce”.</div><div><br /></div><div>A doutrinação anticiência avançou no Brasil ao ponto de uma deputada de ultradireita, Júlia Zanata, ter a coragem de defender que não se vacine mais crianças de menos de 5 anos de idade. Doutriná-las em qualquer igreja ou culto, pode, “é a vontade de Deus” (do deus dos pais daquela criança, o que torna a criança um objeto de pertencimento dos pais), vaciná-la para não morrer de varíola, covid, sarampo, poliomielite, malária, não. Meninas adolescentes são aconselhadas por seus pastores a não se vacinar contra o HPV, porque “a melhor prevenção contra a doença é a castidade”, o resultado é que estas meninas vão transar, como todas as outras, e vão contrair uma doença facilmente evitável, por conta do fundamentalismo religiosos dos pais.</div><div><br /></div><div>Como nossa estratégia eleitoral é apenas taticismo eleitoral de disputar a máquina, não temos projeto, não temos proposta de longo prazo, não temos projeto de mudança estrutural. E não temos programas e propostas políticas para o embate na sociedade. Contra a “Escola sem partido” não criamos nenhuma “escola da diversidade”, ficamos apenas na defensiva tentando mostrar que professores não são tão vermelhos assim e nem são doutrinadores. Não que os professores o sejam, mas o fato é que não fizemos nenhum embate, para dizer que a escola é o espaço da diversidade no qual, tal qual a diversidade dos pares sexuais faz bem a evolução de todas as espécies, inclusive a humana, evitando as deformidades com a diversidade no DNA, também as opiniões contraditórias de uma escola que separa (sim, o verbo é separar) a criança de sua família pode combater a idiotia endêmica quando comunidades que já não tem mais qualquer ligação a uma tradição de cultura oral rica, transformam em “cultura” apenas preconceitos estereotipados. Sim, uma escola da diversidade serve para que as crianças possam se emancipar de opiniões preconceituosas, atrasados, de crendices, de superstições, do machismo, misoginia, do racismo.</div><div><br /></div><div>Porque temos medo de falar isto? Porque a esquerda hoje faz um discurso tolo e medroso de “defesa da família” como se esta realmente fosse uma entidade sacrossanta e não um núcleo financeiro e de sustento, mas que não está acima do bem e do mal na manutenção dos seus preconceitos e perversidades. A esquerda, doente de eleição, tem medo de denunciar o conservadorismo das práticas da família pequeno-burguesa. Não, a família não é uma entidade sacrossanta intocável, mas não podemos falar mais nisto, senão perderemos votos!</div><div><br /></div><div>Porque pensamos apenas a eleição perdemos também a dimensão territorial. As igrejas estão no território, em cada esquina, nós não. No máximo, com algum centro de “serviço social” de algum parlamentar nosso, mas não mais pensamos em espaços de pertencimento e de política como existiram na esquerda durante o século XX. Tanto o KPD quando o SPD tinham florescentes centros culturais antes de serem destruídos pelo nazismo e o PCI possuía redes potentes locais nos quais a juventude comunista não só se formava, mas se socializava. Os anarquistas possuíam clubes e tinham até campeonato amador próprio de futebol no Brasil. Ser de esquerda era um processo de socialização. Os partidos que perderam o contato com a disputa ideológica reduziram o processo de pertencimento à esquerda ou ao voto ou à ir à rua lutar, uma vez por mês.</div><div><br /></div><div>Pessoas são seres simbólicos. O que nos diferencia dos outros seres da natureza é a racionalidade, isto é uma benção e uma maldição. O mundo é sempre uma mediação. Ele existe fora de nós, mas para cada um de nós existe de um jeito. A ultradireita brasileira participa do embate do simbólico efetivamente. Pouco importa se a Israel que eles defendam seja apenas uma fantasia pervertida imaginária, ela existe de verdade na cabeça de milhões dos seguidores da ultradireita. Os seres humanos precisam do pertencimento ideológico para serem seres humanos. A esquerda perdeu a dimensão disto. A esquerda brasileira não oferece nenhum espaço simbólico de projeto a seus militantes, alguns, ativam uma forma reificada de socialismo imaginário e ficaram fossilizados, como numa fotografia, numa estrutura cristalizada da década de 60, e oferecem soluções sempre prontas para desafios novos (ainda que mais progressista, esta forma de encarar a realidade não se diferencia muito das dos mórmons).</div><div><br /></div><div>A esquerda multiplicou seus números entre o século XIX e o século XX não só por conta da luta material, mas também na luta pelo simbólico. Emancipação de toda humanidade, homem novo, educação dos 5 sentidos, liberação sexual, feminismo. Todas lutas que antes de serem materiais e eleitorais foram lutas simbólicas. Quando ficamos reduzidos ao taticismo eleitoral fiel ao sistema, temos pouco a oferecer para a disputa de corações e mentes no século XXI e sequer temos coragem de defender coisas que defenderíamos no século XIX, como, a de que o Estado laico (e Estado laico, senhores, com todas as letras é Estado ateu, pode não ser ateizante, mas é ateu) é herança da Revolução Francesa de 1789 e não da Revolução Russa de 1917, mesmo que está também o tenha defendido. É uma propositura liberal burguesa, e nem esta mais conseguimos colocar entre nossas bandeiras!</div><div><br /></div><div>Atos ecumênicos não são atos laicos, ficar justificando nossos atos em nome de Deus nos iguala à ultradireita, e o Brasil vai virando uma distopia assustadora, em que regredimos a um estágio quase feudal, pré-iluminista, em que alguém que diga o óbvio passa por intolerante justamente por defender a tolerância.</div><div><br /></div><div>Só o Estado laico é capaz de defender a liberdade de todas as religiões, porque, felizmente, não tem rabo preso com nenhuma!</div><div><br /></div><div>Fonte: https://www.brasil247.com/blog/o-evangeliquistao-a-morte-do-estado-laico-e-a-leniencia-da-esquerda</div><div><br /></div><div>Nota: o autor erra ao definir o Estado Laico como ateu. Por definição, Estado Laico é aquele que é indiferente à religião, crença ou espiritualidade. A priori, não existe uma preferência ou domínio de uma crença, inclusive a descrença.</div><div><br /></div>betoquintashttp://www.blogger.com/profile/11000304527254896774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-391484278581839651.post-77167284893660532582024-03-11T12:00:00.009-03:002024-03-11T12:00:00.151-03:00Só no venenoOito mulheres acusadas de bruxaria morreram envenenadas no norte de Guiné-Bissau, informaram as autoridades nesta quinta-feira (22).<span style="font-family: verdana;"></span><span style="font-size: 85%;"></span><div><br /></div><div>O caso aconteceu após a morte repentina de duas jovens que estavam doentes. Segundo as autoridades, depois que as jovens morreram, diversos moradores foram acusados de atos de bruxaria.</div><div><br /></div><div>Um curandeiro da região teria feito os acusados de bruxaria tomarem uma bebida envenenada. Depois disso, oito mulheres morreram e outras 21 pessoas precisaram ser hospitalizadas.</div><div><br /></div><div>As vítimas foram encaminhadas para um hospital de São Domingos, segundo o subprefeito da cidade, Carlos Sanha.</div><div><br /></div><div>"É uma prática que tem se tornado recorrente nesta região", declarou Sanha à AFP.</div><div><br /></div><div>"Vamos tomar decisões para pôr fim a esta prática digna dos tempos ancestrais", afirmou. "É triste e inaceitável que, em pleno século XXI, se tolerem essas práticas", acrescentou.</div><div><br /></div><div>Em 2021, durante a Covid-19, quatro pessoas morreram em condições similares nesta mesma região, já que os moradores acreditavam que a epidemia provocada pelo vírus era resultado de atos de bruxaria.</div><div><br /></div><div>Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2024/02/23/oito-mulheres-acusadas-de-bruxaria-morrem-envenenadas-em-guine-bissau.ghtml</div><div><br /></div><div>Nota: o cristão vive falando que a igreja é perseguida, mas é meu povo o mais perseguido.</div>betoquintashttp://www.blogger.com/profile/11000304527254896774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-391484278581839651.post-88529574210923905042024-03-11T10:00:00.005-03:002024-03-11T10:00:00.151-03:00Mídia passando pano<div>Por Jeferson Miola</div><div><br /></div><div>Uma “ordem unida editorial” tomou conta das redações de praticamente todos veículos da imprensa nacional na repercussão do depoimento do ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, à Polícia Federal, ocorrido na sexta-feira passada, dia 1º de fevereiro.</div><div><br /></div><div>Nem mesmo portais e blogs contra-hegemônicos escaparam dessa abordagem enviesada e distorcida, plantada em off por integrantes das cúpulas fardadas a jornalistas e veículos selecionados – como faziam na Lava Jato juízes, desembargadores, policiais, procuradores.</div><div><br /></div><div>A mídia está encampando a versão diversionista que os militares tentam emplacar, segundo a qual o golpe não teria sido uma diretriz institucional das Forças Armadas, mas sim uma aventura de alguns militares, isoladamente, que teriam embarcado na canoa golpista do Bolsonaro.</div><div><br /></div><div><br /></div><div>“Ex-comandantes das Forças Armadas implicam Bolsonaro em plano golpista”, é o título da matéria da jornalista Bela Megale que ficou destacada durante várias horas na versão on line do jornal O Globo de 4 de março.</div><div><br /></div><div>Megale descreveu que “o ex-comandante do Exército Freire Gomes e o ex-comandante da Aeronáutica Carlos Baptista Júnior implicaram diretamente Jair Bolsonaro”. Nos seus “longos e detalhados depoimentos”, ela escreveu, eles teriam ajudado a “preencher lacunas importantes do caso”.</div><div><br /></div><div>No Estadão, reportagem de Marcelo Godoy diz que “depoimento de general é visto como ‘tiro de misericórdia’ em Bolsonaro e o fim da agonia do Exército”. O alívio teria, enfim, chegado à caserna.</div><div><br /></div><div><br /></div><div>O General Marco Antônio Freire Gomes. Crédito: Alan Santos</div><div>Godoy repetiu o argumento falacioso que ganhou corpo com os questionamentos sobre o eventual crime de prevaricação cometido pelo do general Freire Gomes, que não teria denunciado o plano golpista de Bolsonaro testemunhado pessoalmente: – “os companheiros de Freire Gomes afirmam agora que, se ele entregasse Bolsonaro à Justiça ou denunciasse o golpe, não teria como provar a trama e seria ele mesmo destituído”. Só falta o principal para esta hipótese conveniente: a senhora prova!</div><div><br /></div><div><br /></div><div>Na prática, Godoy corrobora uma versão que, se tivesse o mínimo de verossimilhança, nos obrigaria a conceder a Freire Gomes a condecoração de herói salvador da democracia.</div><div><br /></div><div>Também no Estadão a jornalista Eliane Cantanhêde passeou pelo conto da carochinha: “Para a atual cúpula militar, que é legalista, Freire Gomes estava do lado certo da história e vai para o céu, por resistir às pressões do Bolsonaro e se negar a jogar as tropas numa aventura golpista […]”, escreveu a jornalista, que assim se insinua uma adepta do gênero da fábula literária.</div><div><br /></div><div>De sua parte, a Folha de São Paulo diz que “ex-comandante do Exército complica Bolsonaro e confirma discussão sobre minuta golpista”, completando que o general Freire Gomes “implicou Bolsonaro pela manutenção dos acampamentos golpistas”.</div><div><br /></div><div>A Folha só esqueceu de esclarecer, no entanto, que foi o próprio general Freire Gomes quem impediu a desmontagem do acampamento do QG do Exército em 29 de dezembro de 2022, quando faltavam apenas dois dias para o fim do governo e já com Bolsonaro fugindo com comparsas e jóias da União para os Estados Unidos. Num avião da FAB, claro.</div><div><br /></div><div>A medida condescendente do Freire Gomes com o acampamento foi de vital importância para os atentados de 8 de janeiro de 2023. Do QG do Exército brasileiro saiu a horda que vandalizou as sedes dos poderes da República e barbarizou o país. E lá essa horda ficou amotinada e protegida por blindados e pelas fileiras comandadas pelo general Arruda na madrugada do 9 de janeiro de 2023 para impedir o cumprimento de ordem judicial da Suprema Corte.</div><div><br /></div><div>A reprodução, pela mídia, da versão diversionista das cúpulas das Forças Armadas não atenta, portanto, somente contra o jornalismo honesto e diligente.</div><div><br /></div><div>Significa, também, um atentado contra o próprio Estado de Direito, pois com isso os militares conseguem conservar intacta uma institucionalidade militar que é nefasta e ameaçadora à democracia.</div><div><br /></div><div>Publicado originalmente no blog do autor</div><div>Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/midia-esta-encampando-versao-diversionista-dos-militares-sobre-o-golpe-por-jeferson-miola/</div>betoquintashttp://www.blogger.com/profile/11000304527254896774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-391484278581839651.post-69060294099656965302024-03-10T17:00:00.009-03:002024-03-10T17:00:00.262-03:00Misoginia em Santa CatarinaO 8 de Março é Dia Internacional de Luta das Mulheres, mas a deputada estadual Ana Campagnolo (PL-SC) é muito “afrontosa”. Ela despreza a data. E para provar isso (novamente) para suas equivocadas fãs, ela usará um espaço público. Hoje, será realizado na Assembleia Legislativa de Santa Catarina o 1º Congresso Antifeminista. Como se não bastasse, o evento deve acontecer no Auditório Deputada Antonieta de Barros, uma das primeiras mulheres eleitas no Brasil.<span style="font-family: verdana;"></span><span style="font-size: 85%;"></span><div><br /></div><div>Campagnolo é autora de livros enviesados que deturpam a história e as conquistas do feminismo sendo ela própria beneficiária delas. Talvez, sem cota de gênero ela – que foi catapultada para a “fama” por instar estudantes a gravar e denunciar manifestações político-partidárias dos professores -, não se elegesse nem ocupasse vaga no Legislativo.</div><div><br /></div><div>A colunista Dagmara Spautz, do jornal NSC Total, qualificou a iniciativa como “um tapa na cara de quem trabalha por um mundo menos hostil para as mulheres”. A jornalista acrescenta que o evento vexaminoso é especialmente cruel porque em Santa Catarina, 2024 vem cumprindo a triste marca de uma mulher morta por feminicídio a cada cinco dias.</div><div><br /></div><div>“Só nesta semana, marcada pelo Dia Internacional da Mulher, Santa Catarina registrou cinco feminicídios. É um problema multifatorial, sistêmico, que passa invariavelmente pelo machismo e a misoginia – e que merecia estar em debate neste 8 de Março no Legislativo”, pontua Dagmara.</div><div><br /></div><div>Contudo, no estado mais bolsonarista do país, o congresso tem tudo para ser sucesso. Entre as convidadas do evento, está Pietra Bertolazzi, ex-comentarista da Jovem Pan que acumula condenações por fake news no TSE, além de indenizar a primeira-dama Janja da Silva em R$ 30 mil por ofensas à sua pessoa.</div><div><br /></div><div>A Alesc informou que não censura eventos e que cede o espaço conforme a demanda. Mas, como diz Dagmara, talvez seja hora “de avaliar se a Casa Legislativa deveria se prestar ao retrocesso e ao deboche”.</div><div><br /></div><div>Fonte: https://movimentorevista.com.br/2024/03/no-8-de-marco-deputada-realiza-congresso-antifeminista-em-sc/</div>betoquintashttp://www.blogger.com/profile/11000304527254896774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-391484278581839651.post-7158360458211331802024-03-10T15:00:00.008-03:002024-03-10T15:00:00.139-03:00Marcha Trans em SPA primeira edição da Marcha Transmasculina de São Paulo ocorre neste domingo (3), na capital paulista. Organizada pelo Instituto Brasileiro de Transmasculinidades - Núcleo São Paulo (Ibrat-SP), o evento busca o reconhecimento, a visibilidade e o respeito para a comunidade transmasculina.<span style="font-family: verdana;"></span><span style="font-size: 85%;"></span><div><br /></div><div>“As transmasculinidades são atravessadas por um apagamento brutal de sua história de movimentação política, das existências plurais das nossas identidades e das nossas demandas específicas; desde o nascimento, quando nos é imposto o gênero feminino, somos vítimas incessantes do apagamento, violência e silenciamento. É urgente que nossas demandas componham as pautas políticas e estejam nas construções de políticas públicas que, de fato, contemplem nossa população”, diz o manifesto do Ibrat-SP para a marcha.</div><div><br /></div><div>O termo transmasculinidade abrange indivíduos transgêneros cujas identidades de gênero são masculinas, mas que podem se considerar homens ou não, como os homens trans.</div><div><br /></div><div>O documento cita questões como a fragilidade das políticas públicas que não dialogam com as demandas dessa população; a falta de acesso à saúde integral; direitos reprodutivos e parentais; empregabilidade e inclusão econômica; acesso à educação; acesso à moradia adequada, entre outros. Por exemplo, homens trans e demais pessoas transmasculinas têm a mesma chance de desenvolver câncer de colo uterino que mulheres cisgênero (que tem identidade de gênero feminina), mas o rastreamento tende a ser realizado de maneira mais inadequada nessa população.</div><div><br /></div><div>“A 1ª Marcha Transmasculina de São Paulo nasce da urgente necessidade de combater a invisibilidade que resulta em muitas violências”, diz o manifesto. “Tudo isso corrobora com uma sociedade que suicida a população transmasculina. Sim, o Brasil é o país que mais mata travestis no mundo, principalmente negras, e o país que mais suicida pessoas transmasculinas. Assim, nossa urgência é pelo direito à vida. E uma vida com dignidade”, acrescenta.</div><div><br /></div><div>O Ibrat-SP lembra ainda que 2024 é ano de eleições municipais e pede que as demandas específicas das transmasculinidades sejam incluídas nas agendas políticas. “Essa marcha é um passo coletivo e significativo nessa direção, pois busca destacar as experiências, desafios e necessidades únicas enfrentadas pela comunidade transmasculina e de reivindicar e firmar compromisso com os representantes do povo e com os próximos candidatos que eventualmente serão eleitos”, diz a entidade.</div><div><br /></div><div>A marcha deveria ocorrer em fevereiro, mês da visibilidade transmasculina, mas foi transferida para este domingo em razão da quantidade de eventos carnavalescos que ocorreram no mês passado. O evento se concentra no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, com oficinas e ações de saúde sexual. Em seguida, os participantes saem em caminhada até a praça Dom José Gaspar, no centro, momento em que estão previstas apresentações artísticas e discursos políticos.</div><div><br /></div><div>Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2024-03/sao-paulo-recebe-primeira-edicao-da-marcha-transmasculina</div>betoquintashttp://www.blogger.com/profile/11000304527254896774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-391484278581839651.post-8006481218438593692024-03-10T13:00:00.017-03:002024-03-10T13:00:00.137-03:00Três é demais?Notícia que eu desconfio das intenções.<span style="font-size: 85%;"></span><div>Citando:</div><div><br /></div><div>A atriz pornô Kagney Linn Karter faleceu aos 36 anos na última quinta-feira (15), nos Estados Unidos, levantando a possibilidade de suicídio, conforme investigação policial, segundo o G1. Sua morte ocorre em um contexto onde outras atrizes do mesmo ramo também morreram recentemente, como Jesse Jane e Thaina Fields, cujas causas seguem sob investigação.</div><div><br /></div><div>Jane, conhecida por sua fama nos anos 2000, foi encontrada morta em sua residência em Oklahoma, com suspeitas de overdose, enquanto Thaina Fields faleceu no Peru, após ter feito críticas à indústria pornô.</div><div><br /></div><div>Embora um estudo publicado no “Journal of Sex Research”, em 2012, tenha sugerido que não há uma correlação direta entre o abuso sexual infantil e problemas psicológicos com a profissão de atriz pornô, a pesquisa indicou que essas profissionais têm uma tendência maior a consumir drogas e iniciar a vida sexual precocemente.</div><div><br /></div><div>As mortes no setor pornô, no entanto, têm gerado discussões sobre as condições de trabalho e o impacto psicológico das atrizes. Em 2018, a morte de cinco atrizes em três meses levantou denúncias sobre a exploração na indústria. Lana Rhoades, ex-atriz pornô, relatou em um podcast que saiu do setor devido às cicatrizes psicológicas, incluindo depressão e pensamentos suicidas, apontando para a falta de cuidado das agências e produtores com as atrizes.</div><div><br /></div><div>(https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/terceira-morte-de-atrizes-porno-em-2024-abre-nova-discussao-sobre-industria/)</div><div><br /></div><div>Outra notícia sobre suicídio:</div><div>De acordo com o estudo, a ocupação com maior taxa de suicídio é a que envolve lei e proteção, como policiais e bombeiros (5,3 a cada 1 milhão de trabalhadores), seguida por agricultores, fazendeiros e indivíduos envolvidos em atividades florestais (5,1 para 1 milhão). Agentes de saúde e pessoas que trabalham com reparos e manutenção tiveram taxas semelhantes (3,3 a cada 1 milhão). Dentre os reparadores, os que mexem com serviços automotivos são os mais propensos.</div><div><br /></div><div>Idem sobre morte:</div><div>Trabalhadores e trabalhadoras na pecuária superam os 1.000 registros para cada 10 mil empregos, seguidos de trabalhadores rurais em geral (500), trabalhadores dos correios (500), trabalhadores de fundição de metais (491), técnicos de enfermagem (411), motociclistas e ciclistas de entregas rápidas (362), magarefes e afins (300) e mecânicos de manutenção (293).</div><div><br /></div><div>Então por que esses alvoroço? Não vejo ninguém questionando essas profissões nem querendo que acabe.🤔</div>betoquintashttp://www.blogger.com/profile/11000304527254896774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-391484278581839651.post-68679195823885758722024-03-10T10:00:00.019-03:002024-03-10T10:00:00.142-03:00A República Neopentecostal“O tipo mais desprezível de religioso é aquele que nos ameaça com a ‘ira do senhor’, como se Deus fosse o jagunço pessoal dele”. (anônimo)<span style="font-family: verdana;"></span><span style="font-size: 85%;"></span><div><br /></div><div>Domingo à tarde a avenida Paulista assistiu a fundação da República Neopentecostal e Carismática do Brasil. Não fosse a vitória da Ponte contra o Corinthians à noite - o que nos encheu de alegria -, o domingo teria sido apenas um “show de horrores”, expressão que o grande radialista Carlos Batista usa para referir-se a situações trágicas, constrangedoras e patéticas.</div><div><br /></div><div>A fundação da tal república teocrática ocorreu no exitoso ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e, em tese, patrocinado pelo dízimo dos fiéis da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, e tem como apoiadores ocultos o liberalismo. mercado financeiro e interesses diversos do Império.</div><div><br /></div><div>O ato - que marcou a saída de cena dos militares, pelo menos por enquanto, agora substituídos pelo fanatismo neopentecostal -, representa a falência da política, o fim da possibilidade do debate cidadão, nega a necessidade da divergência e da pluralidade construtivas e proclama como “coisa de comunista” o movimento permanente da sociedade em direção a um futuro que se pretende justo e igual, fraterno e democrático; qualquer ponto de vista divergente do apresentado pelos oradores do ato é “coisa do demônio”, coisa de comunista esquerdalha, petralha e corrupto”, eles sentem-se autorizados a dizer essas barbaridades pois acreditam que são os escolhidos, homens e mulheres de Deus.</div><div><br /></div><div>Mas não foram apenas os crentes que estavam histéricos, os chamados católicos fundamentalistas estavam presentes; católicos ultraconservadores que se opõem ao Concílio Vaticano II, creem que a cátedra de Pedro está vazia desde Pio XII, o último dos papas antes do Concílio, e que Francisco é um comunista ou um satanista.</div><div><br /></div><div>Voltemos ao ato. Quando Michele Bolsonaro afirmou que “abençoada é a nação cujo rei é Deus”, ela está a dizer que quem deve governar são as igrejas e não a sociedade e que a democracia é desnecessária; ela afirmou ainda que a verdade da igreja evangélica é inquestionável, que igreja e política devem andar juntas, sendo que a política está subordinada à igreja e seus valores.</div><div><br /></div><div>Além de Bolsonaro, foram oradores apenas os crentes: (i) Michele Bolsonaro, da Igreja Batista Atitude – que usou o microfone por mais tempo, numa espécie de pregação religiosa a fiéis -; (ii) o senador Magno Malta, que apresentou-se aparentemente embriagado e também é neopentecostal, mas não sei de que igreja – ; (iii) o deputado federal Nikolas Ferreira, da Igreja Batista da Lagoinha, um fanático caçador de likes e seguidores nas redes sociais, várias vezes condenado por transfobia; (iv) o pastor Malafaia da já citada Assembleia de Deus Vitória em Cristo; e, por fim o governador Tarcísio de Freitas, que entregou a área social e da mulher, durante a transição, para as lideranças evangélicas.</div><div><br /></div><div>Estou a chamar a atenção para fato que me parece evidente: o neopentecostalismo vai apropriar-se do Estado e o fará em breve, pois eles vêm trabalhando seu projeto de poder faz quase meio século; em 1970 o Brasil tinha pouco mais de 5 milhões de “crentes”, como eram conhecidos os protestantes, contra mais de 90 milhões de católicos; hoje há no Brasil cerca de 30 milhões de crentes, contra 50 milhões de católicos e, segundo o IBGE, o Brasil terá mais crentes do que católicos a partir de 2030.</div><div><br /></div><div>Não tenho competência ou cultura teológica para escrever sobre os “por quês” do aumento dos crentes, mas a lógica do “nós contra eles”, o “bem contra o mal”, do “sagrado contra o mal” dos crentes e dos conservadores católicos, vocalizada por Bolsonaro, substitui a teoria do “inimigo interno” e dá energia aos fanáticos, lunáticos, ignorantes e aos velhacos.Mercadores da fé, como Malafaia e Malta, usam o medo, a mentira e a fé, a “Teologia da Prosperidade” e a “Teologia da Dominação” para cooptar fiéis e concretizar um projeto de poder, tendo como vassalos os opositores do Concilio Vaticano II. Essas duas teologias são na realidade ideologias, que transmutadas em religião ditam o comportamento e as relações sociais, e são condicionadas por uma vida mediada pela mercadoria (o neopentecostalismo é perfeito para o sucesso do neoliberalismo, pois valoriza o sucesso material do indivíduo e não a fraternidade).</div><div><br /></div><div>Caro leitor, sejamos cordatos, quando a religião ganha muita influência, como ocorre no Brasil com as igrejas evangélicas (apoiadas pelos católicos ultraconservadores), são manipuláveis os comportamentos e pode-se chegar à barbárie com nomes santos como: “guerra santa” ou “santa inquisição”; quando religião se vincula à política, o país se torna completamente vulnerável aos interesses de grupos, pois a democracia passa a ser condicionada ao que é ditado pelos líderes religiosos e seus interesses.</div><div><br /></div><div>O medo, a moralidade e a promessa de prosperidade, são as principais ferramentas de dominação e cooptação de fieis, bem como para ocupar estruturas de poder, controlar corpos, condutas, vidas e, principalmente, a sexualidade; a fé manipulada, o esgarçamento das instituições e desencantamento com a democracia liberal são terreno fértil no qual surjam bolsonaros, que se apresentam como uma figuras messiânicas, uma espécie de “salvador da pátria”, que tem soluções simples para questões complexas, homens “de família”, religiosos, que falam a linguagem do povo, articulam ideias fáceis e simples que o senso comum anseia.</div><div><br /></div><div>Compreender o caráter e a estrutura interna dessas concepções do contexto político e social atual através de uma ótica que relaciona a religião evangélica com a ascensão da extrema direita no Brasil, é fundamental para compreender o que está além da imagem, além da linguagem, além das narrativas. </div><div><br /></div><div>Ou nós democratas voltamos a fazer política de verdade, ou em 2026, com ou sem Lula, a extrema-direita neopentecostal e carismática terá maioria em todas as câmaras de vereadores, assembleias legislativas, congresso nacional, prefeituras, governos estaduais e Lula sozinho não dará conta de resolver a tragédia.</div><div><br /></div><div>Fonte: https://www.brasil247.com/blog/republica-neopentecostal-e-carismatica-do-brasil</div>betoquintashttp://www.blogger.com/profile/11000304527254896774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-391484278581839651.post-85746611598500696372024-03-09T17:00:00.007-03:002024-03-09T17:00:00.143-03:00A fuga das galinhas bolsonaristas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha3rY4wBeU0ACF00G2_WLMJroscvaM1Hz1qDkgmbtgd8OI8Z1Z4N0votvKYVJftkDpdakz9ngqnE6ErGSlfq5Lse9IhPqGZjHOMQZBXaLarsms5GcjlGbBqUWq6H3zfyIrikEuLzoyUOR1kD7w5YKnSI0UvnFyHP0dMkVat5rterIxM8aTq5RXMCLJwCpl/s737/runaway.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="416" data-original-width="737" height="181" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha3rY4wBeU0ACF00G2_WLMJroscvaM1Hz1qDkgmbtgd8OI8Z1Z4N0votvKYVJftkDpdakz9ngqnE6ErGSlfq5Lse9IhPqGZjHOMQZBXaLarsms5GcjlGbBqUWq6H3zfyIrikEuLzoyUOR1kD7w5YKnSI0UvnFyHP0dMkVat5rterIxM8aTq5RXMCLJwCpl/s320/runaway.jpeg" width="320" /></a></div><div><br /></div><div>por Fernando Castilho</div><div><br /></div><div>Durante os 4 anos de governo, o capitão tratou de amealhar milhões de corações e mentes para que, na hora H, tivesse apoio popular ao golpe.</div><div><br /></div><div>Jair Bolsonaro foi o responsável direta e indiretamente pela morte de centenas de milhares de pessoas durante a pandemia de Covid-19. Pior, em nenhum momento sentiu remorso ou arrependimento e, ainda por cima, zombou das pessoas que estavam morrendo asfixiadas.</div><div><br /></div><div>Para quem perdeu um ente querido, seja ele o provedor da família ou um filho querido, esse é o crime maior cometido pelo ex-presidente, superando, claro a tentativa de golpe de estado.</div><div><br /></div><div>Para quem, monitorado ou não pela Abin, durante os 4 anos de desgoverno fez o enfrentamento, claro que o segundo crime elencado aqui foi o pior. Não se descarta a possibilidade de prisão, tortura, morte ou exílio, no melhor estilo ditadura.</div><div><br /></div><div>Bolsonaro poderia estar governando o país pela segunda vez, caso tivesse adotado uma postura de combate à Covid, já que a diferença para Lula nas eleições de 2022 foi muito pequena, mas ele preferiu o outro caminho, já que estava totalmente empenhado desde 2019 em desmoralizar as urnas eletrônicas preparando o golpe que tentaria em 2022.</div><div><br /></div><div>Durante os 4 anos de governo, o capitão tratou de amealhar milhões de corações e mentes para que, chegada a hora, tivesse o devido apoio popular ao golpe, o que culminou no dia 8 de janeiro.</div><div><br /></div><div>Depois do vídeo da reunião ministerial golpista e agora com o depoimento de mais de 8 horas do general Freire Gomes, acabou para Bolsonaro. No vídeo fica claríssimo que ele era o maestro da intentona. E no depoimento, certamente seu nome foi citado como o principal idealizador da tentativa de golpe. Por isso, é possível (e deve) que seja preso preventivamente, já que há risco de fuga do país e persiste o incitamento das massas para sua defesa.</div><div><br /></div><div>Além disso, o ex-chefe do GSI, Augusto Heleno, teve sua agenda apreendida e nela está descrito com sua caligrafia o roteiro do golpe. Ele também pode ser preso preventivamente nos próximos dias.</div><div><br /></div><div>Após o primeiro turno das eleições, foi noticiado que, enquanto Bolsonaro estava fora do país, a cúpula de seu governo se reunia quase que diariamente numa casa alugada pelo PL em Brasília. Era lá que o golpe era urdido. Foi de lá que Braga Neto saiu para pedir a admiradores que tivessem paciência porque viria coisa boa.</div><div><br /></div><div>Portanto, a Polícia Federal tem razões para indiciar Valdemar Costa Neto. Já o TSE, uma vez provocado por partidos da situação, deverá iniciar processo de cassação do PL por participação na agenda golpista.</div><div><br /></div><div>Valdemar é o tipo da pessoa que só enxerga cifras à sua frente. Ele não ficaria nem um pouco abalado caso nossa democracia fosse destruída para que uma ditadura sem prazo para acabar fosse instaurada, afinal, todos os partidos seriam cassados e o PL passaria a ser o único do país com direito a todas as verbas partidárias. Ficaria mais rico ainda, sem se importar com o que aconteceria ao Brasil.</div><div><br /></div><div>Neste momento os deputados bolsonaristas estão quietinhos com medo do que virá a seguir, já que o projeto de lei que concederia anistia aos golpistas não tem a mínima chance de passar. Já teve até vídeo de Nikolas Ferreira chorando e pedindo uma luz a Deus.</div><div><br /></div><div>É muito possível que nesta semana haja alguma prisão de peso. Há vários candidatos como Braga Neto, Augusto Heleno, Valdemar e até o próprio Jair.</div><div><br /></div><div>Se isso acontecer, alguns deputados deixarão suas malas prontas para uma fuga do país, notadamente aqueles que participaram ativamente da intentona golpista como Carla Zambelli, Carlos Jordy e André Fernandes.</div><div><br /></div><div>Pode ser que o próprio Bolsonaro já esteja preparando sua fuga, pois é o tipo de homem que não aguentaria mais 20 anos preso. Ele anunciou que está indo para o Rio Grande do Sul visitar duas cidades, uma delas com o curioso nome de Não Me Toque. De lá para a Argentina seria fácil seguir para pedir asilo político a Javier Milei e aguardar algum tipo de influência dos EUA, caso Donald Trump seja eleito.</div><div><br /></div><div>Antes de ir para Não Me Toque seu Jair poderá ouvir em sua porta um toc, toc, toc.</div><div><br /></div><div>Fonte: https://jornalggn.com.br/cidadania/a-fuga-das-galinhas-bolsonaristas-por-fernando-castilho/</div>betoquintashttp://www.blogger.com/profile/11000304527254896774noreply@blogger.com0