domingo, 28 de dezembro de 2025

Deus Escolhe: Amor e Violência Bíblica


Conversa com o Gemini:

https://www.patheos.com/blogs/uniquelyconstructed/2025/12/god-chose-me-first-jesus-is-the-proof/

"Amor de Deus"... mais um cristão que ignora os trechos da Bíblia que mostra como esse Deus é violento.

Escreva um texto crítico.

Gemini:

Entendo perfeitamente o seu ponto. Para quem escreve sob uma perspectiva herética e pagã, como você, a narrativa do "amor incondicional" cristão muitas vezes soa como uma simplificação deliberada que ignora a complexidade — e a brutalidade — contida nos próprios textos sagrados dessa tradição.

Aqui está um texto crítico analisando essa dicotomia, focado na tensão entre a retórica do amor e as evidências bíblicas de violência.

O Amor entre as Sombras: A Seletividade do Dogma

A afirmação "Deus me escolheu primeiro" carrega uma carga de privilégio espiritual que ignora o rastro de sangue deixado nas páginas do Antigo Testamento. Ao focar exclusivamente na figura do Cristo como prova de um amor benevolente, o discurso cristão contemporâneo opera um apagamento histórico e textual de sua própria divindade.

A Divindade do Contraste

Enquanto o artigo do Patheos foca na predestinação amorosa, a exegese crítica não pode ignorar que o Deus que "escolhe" é o mesmo que, em diversas passagens, ordena o extermínio de povos inteiros (Herem), castiga gerações por erros individuais e utiliza o medo como ferramenta primária de fidelidade.

Violência Sistêmica: De passagens como o Dilúvio às pragas do Egito, a imagem é de um soberano cuja "escolha" por um grupo implica necessariamente na destruição ou submissão de outros.

O Dilema do Escritor Herético: Para quem vê o sagrado fora das amarras do monoteísmo exclusivista, essa "escolha" divina não parece um abraço, mas sim um contrato de exclusividade imposto sob pena de danação.

Jesus como "Prova" ou Disfarce?

A tentativa de usar Jesus para suavizar o caráter de Javé é uma manobra teológica antiga. No entanto, mesmo na narrativa do Novo Testamento, a ideia de sacrifício de sangue para satisfazer uma "justiça" divina aponta para uma natureza que ainda exige violência para manifestar perdão.

"A ideia de um Deus que precisa ver o próprio filho torturado para conseguir amar a humanidade é, por si só, uma das narrativas mais violentas da literatura religiosa."

A Perspectiva Pagã e a Liberdade

Diferente da visão de um Deus que "escolhe" e molda o indivíduo sob uma moralidade rígida, o Paganismo Moderno e a gnose herética celebram a autonomia. Lilith, por exemplo, representa a recusa de ser "escolhida" sob termos de submissão. O amor, nas tradições de matriz africana ou no paganismo, é muitas vezes uma troca de energias e respeito às leis da natureza, e não uma eleição arbitrária por um juiz supremo.

Ao ignorar os trechos violentos, o apologista não está defendendo a Bíblia, mas criando um personagem novo, mais palatável para o século XXI, enquanto mantém a estrutura de controle que a "escolha divina" sempre proporcionou.

Criado com Gemini, do Google.
Imagem criada com o Gemini.

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