domingo, 28 de dezembro de 2025

Calisto e Ártemis

O início da história é conhecido por todos em Arcádia, minha terra natal. Nasci Calisto, filha do rei Licaon e sua esposa, a rainha Chloreis. Desde criança, senti uma força dentro de mim, um chamado à aventura e à liberdade. Meu pai, sábio e justo, reconheceu isso e me concedeu a honra de se tornar uma guerreira sagrada.

Ensinei a lutar desde a infância, aprendendo técnicas de combate e espiritualidade com as sacerdotisas de Ártemis. A deusa, senhora dos animais selvagens e da caça, tornou-se minha guia e protetora. Seu esplendor e poder eu sentia em sangue.

No auge de minha formidável carreira como guerreira e sacerdotisa, meu coração foi conquistado pela própria Ártemis. A beleza e a espiritualidade da deusa me raparam, e em sua presença, eu me sinto completa. Nossos relacionamentos, homossexuais e sagrados, nos trouxeram um amor profundo e intensamente espiritual.

Era um tempo de matriarcado em Arcádia, e mulheres reinavam sobre as cidades e os clãs. Com a aprovação do pai, celebrei casamento cerimonial com Ártemis, uma união que honrou as deusas antigas e fortaleceu as amizades entre homens e deuses.

Nos tempos de paz, eu e Ártemis podíamos nos reunir em privado, adorar juntas e se dar à luxúria, livre de restrições. Mas a guerra era frequentemente oura na vida dos povos. Eu saí em missão após missão, defensora soberana da terra natal e dos oprimidos.

Foi em uma dessas guerras que, ao caçar, eu revirei um depósito de ouro do rei Ammon, da Libia. O tesouro premium possuía relevância sagrada e mundana, tornando-se um alvo de apropriação. Quando informei o pai sobre meu achado, ele ficou irritado, acreditando que o tesouro era de propriedade de Ammon.

Desafiada por meu pai a devolver o tesouro, decidi que, antes de qualquer coisa, havia que agradecer às forças sobrenaturais por nossa vitória. Desloquei-me até o santuário principal de Ártemis, preparando-me para um ritual especial que honrasse a deusa.

No altar, bebi a poção espiritual, desvendando-me em todos os sentidos ao sabor divino. Com os pés plantados no chão, o corpo erguido para o céu, permiti a invasão mais íntima de Ártemis. Nossa união foi transformadora, e em seguida, fui preenchida por uma força tremenda.

No dia seguinte, eu estava mais radiante do que nunca. Minhas proporções físicas tinham se transformado, e meu andar tinha um ginga de pesadona movimentada. A visão dos constelações no céu a noite seguinte me chocou: havia uma grande estrela rutilante no chamado giro de Ursa Menor, formando um movimento circular ao redor da estrela polar, divinamente congelado no ar.

Compreendi que eu havia sido transformada em uma constelação, passando a ser a Ursa Maior, rodeando a Ursa Menor como havia rodeado Ártemis com meu amor. A luz que emitia era semelhante à beleza da deusa dentro de mim.

Meu pai, Licaon, entendeu o meu sonho e o meu destino. Reconciliou-se com minha decisão de manter o tesouro, reconhecendo a ação sagrada que ele representava. Jamais esqueceu que a verdadeira força reside nas mulheres, e ele não questionou a minha escolha por Ártemis.

Desse dia em diante, eu sou a Ursa Maior, uma guerreira sagrada e sacerdotisa convertida em constelação. Meu amor por Ártemis, a deusa, se transformou em uma luz eterna no céu, uma homenagem à minha natureza divina e feminina.

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