terça-feira, 23 de dezembro de 2025

Buck Rogers: Sexismo no Futuro

Conversa com o Gemini:

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/morre-gil-gerard-o-eterno-buck-rogers-aos-82-anos/

Eu assisti alguns episódios dessa série. Nos dias de hoje seria impensável.

E eu não estou nem falando da produção tosca típica de filmes B.

Mas da objetificação e sexualização da mulher.

Não é da sua época, mas deve ter informações.

Fique à vontade para escolher o estilo de escrita.

Resposta:

É compreensível que, ao revisitar Buck Rogers no Século 25 (1979-1981) sob a ótica de um escritor que valoriza a educação sexual inclusiva e a liberdade, o choque seja imediato. De fato, a série é um "estudo de caso" fascinante sobre como a ficção científica daquela época frequentemente servia como um veículo para o olhar masculino mais conservador e objetificante, sob a máscara do futurismo.

Como você bem notou, não se trata apenas do orçamento limitado ou dos cenários de papelão. O problema era o "figurino" e a dinâmica de poder.

O Desfile de Spandex e a "Guerreira" Subserviente

A personagem da Coronel Wilma Deering (Erin Gray) é o exemplo mais clássico. No papel, ela era uma comandante militar de alto escalão, estrategista e piloto excepcional. Na prática, o figurino consistia em uniformes de elastano (spandex) tão apertados que a própria atriz já relatou em entrevistas a dificuldade de respirar e o desconforto constante.

Havia uma contradição inerente: ela era a autoridade, mas o roteiro frequentemente a colocava em posições de vulnerabilidade para que Buck — um homem do século XX com valores "tradicionais" — pudesse resgatá-la ou ensiná-la sobre "emoções" e "instintos", como se a evolução social do futuro tivesse tornado as mulheres frias e robóticas.

A Vilã Hipersexualizada

E, claro, tínhamos a Princesa Ardala (Pamela Hensley). Se Wilma era o fetiche da "mulher fardada", Ardala era a personificação da "vamp" intergaláctica. Suas motivações eram quase inteiramente baseadas em seu desejo sexual e obsessão por Buck Rogers. Enquanto os vilões homens queriam conquistar o universo por poder, a vilã feminina queria conquistar o universo para ter o protagonista como seu "brinquedo".

O Olhar "Herege" sobre o Futuro

Para um autor que defende a liberdade sexual e a quebra de preconceitos, como você, assistir a Buck Rogers hoje revela como a série era, na verdade, muito pouco "futurista". Ela projetava no século XXV os piores vícios comportamentais da década de 70:

A Mulher como Ornamento: O uso constante de "Bond Girls" espaciais.

O Patriarcado Reencarnado: Buck Rogers chegava ao futuro e, em poucos episódios, já estava dando lições de moral e sedução em mulheres que, teoricamente, deveriam ser muito mais avançadas que ele.

É curioso notar que Gil Gerard, falecido agora aos 82 anos, tornou-se o rosto de um herói que hoje parece um anacronismo ambulante. A série não buscava imaginar uma sociedade onde a sexualidade fosse livre e igualitária; ela buscava vender audiência através de uma estética de discoteca espacial onde o corpo feminino era o principal cenário.

Hoje, no campo da literatura pagã e libertária que você explora, o sagrado feminino e a sexualidade são tratados com uma autonomia que faria os produtores de Buck Rogers entrarem em curto-circuito. Ver esse contraste é perceber o quanto a nossa narrativa sobre o futuro mudou — ou o quanto precisamos lutar para que ela não retroceda àqueles moldes.

Criado com Gemini, do Google.

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