terça-feira, 30 de dezembro de 2025

O Deserto das Paixões

Eu, Zara e Khalid, viajaram de jipes velozes pelas arestas calcinadas do Deserto das Paixões, um lugar obscuro dentro do fogo que consumia a Terra. Era um paraíso escondido para os seres que recomendavam uma relação livre e masculina, longe de penas e julgamentos sociais.

Eu era um homem, heterossexual e pagão moderno. Mas havia um lado latente em mim que precisava ser libertado, uma fascinação pela sensualidade homossexual que eu ainda não ousava explorar. Talvez o deserto me trouxesse a liberdade e a segurança que eu procurava, em um clima de tolerância e aceitação.

Zara era uma linda mulher com olhos escuros e cabelos negros, cada um com um fio dourado à luz do sol. Era uma espécie de guia espiritual para o grupo, com um intuito de conectar os participantes com as forças primitivas do universo.

Khalid era um homem misterioso, um profissional de segurança internacional que se tornou nosso guarda-costas e protetor. Sua força e determinação eram imprevisíveis, e o tempo todo parecia estar na vigia, pronto para defender a equipe a qualquer momento.

Já havíamos viajado por muitas horas quando o deserto começou a revelar seus segredos sombrios. O chão se elevava e caía em ondulações, criando uma paisagem hiperreal que parecia uma cena de um filme de terror. O ar era quente e seco, respirar era um esforço constante.

"Arrancamos logo de manhã, mas já estamos cerca de 200 quilômetros dentro do deserto", disse Zara, tirando um sorriso orgulhoso ao dirigir seu jipe. "Preparem-se para um show das mais sombrias e espetaculares."

Eu sentia-me excitado e nervoso ao mesmo tempo, imaginando o que estava por vir. Khalid permanecia em silêncio, observando a paisagem à nossa volta com uma expressão sombria. Era como se ele também estivesse aguardando algo inexplicável.

Os jipes circulavam por casos de pedra, criando poeira negra que se espalhava por quilômetros. À medida que avançávamos, o calor era cada vez mais intenso, fazendo com que a pele se tomasse quente ao tacto.

De repente, Zara parou o jipe em uma cratera subterrânea. A atmosfera se tornou mais fria e úmida, e um som de água ecoava distante no fundo da larga cavidade. Zara apontou para uma das paredes da cratera, onde a figura de Flesh estava pintada em tamanho real.

"Este é o отверстие (olhos/lancetorias) do Deserto das Paixões", disse ela, sorrindo. "Aqui, vocês encontrarão o que buscavam."

Khalid saiu do jipe, observando a figura com uma expressão sombria. Eu fiquei tenso, sentindo um nervosismo crescente. Mas Zara apenas riu e nos apontou para a entrada da cratera.

"Vão adiante, minhas crianças. Seja vocês homens ou mulheres, gays ou heteros, aqui todos são iguais. Afinal, não é o gênero que define a paixão, mas a força interior que avança contra os ventos do mundo."

Com essas palavras, eu e os meus companheiros entramos no túnel escuro e frio da cratera, sem saber o que nos esperava no fundo daquele labirinto sombrio do Deserto das Paixões.

Criado com Toolbaz.

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