terça-feira, 28 de abril de 2020

Não se pode elogiar!

Não tem jeito, a Igreja, o Vaticano e o sr Ratzinger continuam a decepcionar as esperanças e espectativas da humanidade [e as minhas] por uma atualização de suas doutrinas.
Duas notícias recentes mostram que a cada ensaio de avanço, voltam logo correndo para o atraso.

O Vaticano cobra do novo governo de Dilma Rousseff um compromisso para que não reabra o acordo que rege as relações bilaterais com o Brasil e que foi alvo de muita polêmica. O assunto foi debatido ontem em reunião do secretário da Santa Sé para Relações com os Estados, Dominique Mamberti, com Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Definiu-se, no encontro, que Dilma fará uma viagem a Roma em 2012 para se reunir com o papa Bento XVI. A visita já está sendo organizada pelo Palácio do Planalto e pela Santa Sé e faz parte do projeto de uma "trégua" entre o Vaticano e Dilma depois da polêmica sobre o aborto, durante a campanha eleitoral.
O Vaticano solicitou a Carvalho que o Acordo Brasil-Santa Sé sobre o Estatuto Jurídico da Igreja Católica entre em vigor a partir do próximo mandato. O documento inicial, proposto pela Igreja em 2007, falava na obrigatoriedade do ensino de religião em escolas públicas, acesso às reservas naturais para missionários e isenção de impostos. O Itamaraty alterou o texto para uma mera declaração de boas relações com a Santa Sé.
Sancionado pelo presidente Lula no início deste ano, o texto esbarrou em um processo e está no Supremo Tribunal Federal (STF). "Não acreditamos que isso ofereça um risco para sua entrada em vigor", disse Carvalho.[Estadão](original perdido)

Nota 1: Isto foi devidamente denunciado no texto "A integra da Concordata".

CIDADE DO VATICANO, 23 Nov 2010 (AFP) -A homossexualidade é injusta, opõe-se à vontade de Deus e é inconciliável com a vocação sacerdotal, estima o Papa Bento XVI em seu livro-entrevista apresentado nesta terça-feira à imprensa, "Luz do Mundo".
"Enquanto seres humanos (os homossexuais) merecem respeito (...) não devem ser rejeitados por causa disso. O respeito ao ser humano é fundamental e decisivo", afirma ele.
"Mas isto não significa que a homossexualidade seja justa. Ela permanece como qualquer coisa que se opõe à essência mesma do que Deus quis na origem", precisa ele.
Bento XVI exprime-se de forma mais específica no livro, considerando que a "homossexualidade não é conciliável com a vocação sacerdotal". Senão, "correríamos um grande risco de fazer do celibato uma espécie de pretexto para fazer entrar no sacerdócio pessoas que não podem se casar", acrescentou.
"A seleção de candidatos ao sacerdócio deve, então, permanecer muito atenta. É preciso o maior cuidado para evitar uma confusão deste tipo fazendo com que o celibato dos padres seja, por assim dizer, assimilado à tendência à homossexualidade", concluiu ele.
A uma pergunta sobre a existência de uma homossexualidade nos "mosteiros, entre os religiosos", que talvez não seja vivenciada ou praticada", o papa respondeu: "as pessoas em questão devem, pelo menos tentar ativamente não se dominar por esta tendência, a fim de permanecerem fiéis à missão inerente a seu ministério".
As palavras suscitaram a condenação da principal associação italiana de defesa dos direitos dos homossexuais, Arcigay: "os dizeres do papa humilham milhões de vidas que devem suportar diariamente discriminações", estima em comunicado.[G1](original perdido)

Nota 2: Não é mera coincidência que existe tanta reação entre os Cristãos quando se fala em tornar a homofobia um crime.
Proposta: Mude a Igreja ou mude-se dela.

Texto resgatado com Wayback Machine.

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Liberou geral!

O sr Ratzinger, finalmente, mudou de opinião quanto ao uso de preservativos.
Pela primeira vez, um Papa, Bento XVI, admite que o uso de preservativos é aceitável, "em certos casos", "para reduzir o risco de contaminação" da SIDA. A revelação faz parte de um livro de entrevistas que será publicado na próxima terça-feira, na Alemanha.

Segundo a France Presse, à pergunta "a Igreja Católica não é, fundamentalmente, contra o uso de preservativos?", Bento XVI respondeu: "Em alguns casos, quando a intenção é reduzir o risco de contaminação, ele ainda pode ser um primeiro passo para preparar o caminho para uma sexualidade mais humana, vivida de forma diferente".
Na obra, para explicar o seu ponto de vista, Bento XVI citou um exemplo de um "homem prostituído". "Pode haver casos isolados, como quando um prostituto usa um preservativo, pois isso pode ser um primeiro passo na direcção de uma moralização, o início de uma responsabilidade que permitirá renovar a consciência de que nem tudo é permitido e de que não podemos fazer tudo o que queremos ", disse Bento XVI.
"Mas esse não é o caminho para se vencer o mal da infecção da sida. Isso só deve realmente acontecer na humanização da sexualidade", acrescenta.
"A divulgação do preservativo conduz a uma banalização do sexo e é esse o perigo, porque muitas pessoas vêem o sexo, não como uma expressão do seu amor, mas como um tipo de droga que consomem", afirmou ainda Bento XVI.
Até agora, o Vaticano, opôs-se a qualquer forma de contracepção que não seja a da abstinência e desaprovou o uso do preservativo, mesmo para evitar a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis.
Recorde-se que, em Março de 2009, o Papa Bento XVI levantou uma enorme polémica, quando, no avião que o levou dos Camarões para Angola, afirmou que o uso "exagerado" do preservativo agravaria o problema da pandemia da da sida.
Fonte: Jornal de Noticias (original perdido).

Nota da casa: Por um lado, eu fico feliz, pois mostra que mesmo o sr Ratzinger pode mudar de idéia e isso [eu espero] deve encorajar os Católicos. Por outro, eu fico desconfiado, pois esta mudança de opinião pode ser muito bem uma estratégia política.
Proposta deste pagão aos fabricantes de preservativos: que tal lançar camisinhas com um "selo de aprovação papal"? }|D

Cidade do Vaticano, 21 nov (EFE).- Bento XVI considera errado afirmar que o papa é infalível, pois, segundo ele, mesmo o hierarca máximo da Igreja Católica também se equivoca, declaração que se soma à justificativa que fez do uso de preservativos "em alguns casos".
Ambas as declarações foram expressas no livro-entrevista do escritor Peter Seewald - baseado em entrevistas com Bento XVI -, que será lançado na próxima terça-feira, mas que teve algumas páginas divulgadas neste domingo pela imprensa italiana e alguns trechos publicados um dia antes pelo jornal vaticano "L'Osservatore Romano".
Bento XVI também disse que nunca pensou que seria eleito papa e que, embora Deus lhe dê forças para seguir adiante, ele nota que, aos seus 83 anos, "as forças vão diminuindo".
Além de justificar o uso do preservativo "em alguns casos", a primeira vez que um papa o faz, Bento XVI enfrenta no livro outros aspectos do Pontificado, da Igreja, de sua vida e do momento de sua eleição.
Perguntado se "o papa é verdadeiramente infalível, um soberano absoluto, cujo pensamento e vontade são lei", Bento XVI responde, de maneira categórica: "isso é um equívoco".
Segundo Bento XVI, o papa se comporta "como qualquer outro bispo", salvo em determinadas condições, "quando a tradição é clara e se sabe que não se atua arbitrariamente".
"Obviamente, o papa pode se equivocar. Ser papa não significa se considerar um soberano cúmulo de glória, mas alguém que dá testemunho de Cristo crucificado".
A infalibilidade do papa, aprovada pelo Concílio Vaticano I, é um dos pontos que separam as Igrejas Católica e Ortodoxa.
Fonte: G1 (original perdido).

Nota da casa: Isto não é novidade, mas ter o Ratzinger admitindo isto em público é ótimo. Quem sabe, com isso, o Jorge Ferraz [acena] começa a se libertar desse jugo.
Texto resgatado com Wayback Machine.

terça-feira, 21 de abril de 2020

Como evitar o extremismo

Na Dinamarca, o Partido do Povo Dinamarquês (Dansk Folkeparti) quer que um filme documental destinado a mostrar (como parte de um teste) aos imigrantes como é o país escandinavo para o qual queiram imigrar mostre seios desnudos.
Segundo Peter Skaarup, porta-voz do partido, mostrar topless na película irá promover a abertura de mentalidade dinamarquesa e pode afastar os extremistas muçulmanos. Diz Skaarup que «um documentário similar na Holanda mostra peitos nus, e penso que deveríamos seguir o seu exemplo. É talvez um pouco íntimo, mas também há aí um elemento de seriedade: ao incluirmos uma cena de topless num documentário sobre a Dinamarca, podemos salientar a nossa abertura de mentalidade e os nossos direitos de nos vestirmos - ou despirmos - como quisermos. Isto é particularmente relevante para imigrantes oriundos de sociedades fundamentalistas onde as mulheres são oprimidas e não têm autorização para exibirem a sua sexualidade». Skaarup afirma que não está a tentar ser provocador com as suas afirmações.
Acrescentou que embora o topless não seja tão comum nas praias dinamarquesas como costumava ser, ainda assim constituíria uma boa imagem das atitudes liberais da Dinamarca: «os banhos de Sol com o peito feminino nu não são uma visão comum nas praias paquistanesas, mas na Dinamarca são ainda considerados muito normais. Acredito honestamente que ao incluirmos um par de seios nus no filme, pode ser que os extremistas pensem duas vezes antes de decidirem vir para a Dinamarca.»
Fonte: Gladius (original perdido).

Nota da casa: Bem que o Brasil poderia utilizar dessa idéia. Não apenas para evitar a vinda de grupos fundamentalistas/extremistas para o Brasil, mas para fazer com os que já estão por aqui vão embora...};)
Texto resgatado com Wayback Machine.

segunda-feira, 20 de abril de 2020

A voz da intolerância

O Papa Bento XVI atacou neste domingo (07/11/2010) o aborto e defendeu a família tradicional em clara crítica às leis liberais a este respeito do governo socialista espanhol de José Luis Rodríguez Zapatero, durante a consagração do templo da Sagrada Família.
"A Igreja se opõe a todas as formas de negação da vida humana e apoia quanto se promove a ordem natural no âmbito da instituição familiar", recordou Bento XVI durante a missa celebrada na então consagrada basílica da Sagrada Família de Barcelona, no segundo e último dia de sua viagem à Espanha.
Além disso, defendeu a família como a união de um homem e uma mulher, num país em que o casamento entre pessoas de mesmo sexo foi aprovado há cinco anos.
"O amor indissolúvel de um homem e uma mulher é o marco eficaz e o fundamento da vida humana em sua gestação, em seu parto, em seu crescimento e em seu término natural", recordou.
O chefe da Igreja católica pediu aos Estados que deem "atenção, proteção e ajuda" à família tradicional e à vida humana.
Aos governos pediu "adequadas medidas econômicas e sociais para que o homem e a mulher que contraem matrimônio e formam uma família sejam decididamente apoiados pelo Estado para que se defenda a vida dos filhos como sagrada e inviolável desde o momento de sua concepção e que a natalidade seja dignificada, valorizada e apoiada jurídica, social e legislativamente".
Além disso, pediu medidas dessa índole "para que a mulher encontre no lar e no trabalho sua plena realização".
O Vaticano se opõe totalmente ao aborto e a qualquer forma de eutanásia.
"Somente onde existem o amor e a fidelidade nasce e perdura a verdadeira liberdade", estimou o Papa sobre sua visão do casamento.
O Papa pronunciou estas palavras quatro meses depois que entrou em vigor no país a nova legislação espanhola sobre o aborto, que o Vaticano classificou de "insensata".
A nova lei, que amplia a anterior, permite o aborto livre dentro de um prazo de 14 semanas e autoriza o aborto de maneira excepcional até 22 semanas de gravidez em caso de risco para a vida e a saúde da mãe ou em caso de graves malformações do feto.
O Pontífice também defendeu a união "entre um homem e uma mulher" num momento em que na Espanha as pessoas do mesmo sexo podem se casar, depois da adoção, há cinco anos, de uma lei que converteu o país no terceiro da Europa a permitir isso, depois da Holanda e Bélgica.
Ambas as leis geraram a oposição do Vaticano, da hierarquia da Igreja espanhola e do conservador Partido Popular (PP, na oposição), que recorreu delas ante o Tribunal Constitucional.
Fonte: G1 (original perdido).

Nota da casa: A Espanha resiste. O Portugal resistiu. A cada dia a humanidade está se opondo mais à Ditadura da Mitra. Este blog [e seu autor] se opõe contra todas as formas de totalitarismo, autocracia, ditadura ou qualquer forma de regime político ou religioso baseado na prepotência, na arrogância, na opressão e na repressão.
Texto resgatado com Wayback Machine.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Papa vai tentar recolonizar a Espanha

CIUDAD DEL VATICANO, Itália — O papa Bento XVI lançará um apelo contra a "descristianização" da Europa durante visita, sábado e domingo, à Espanha, país tradicionalmente católico que, em poucos anos, se tornou o mais ousado defensor dos direitos dos homossexuais e do aborto.
O Papa visitará Santiago de Compostela, terceiro lugar de peregrinação católica depois de Jerusalém e Roma, e em seguida viajará a Barcelona para consagrar a catedral da Sagrada Família, espetacular templo do arquiteto catalão Antoni Gaudí (1852-1926), inacabado há mais de 100 anos, e que será elevado ao grau de basílica.
"As duas etapas têm um significado amplo e universal, que vai além das visitas em si", explicou o padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano.
Segundo ele, a Europa será o tema central da mensagem que o pontífice transmitirá em Santiago de Compostela, onde o número de peregrinos, crentes ou não, continua a crescer, passando de 180 mil, em 1984, último Ano Santo Jacobeu ou Ano Santo Compostelano (quando o dia 25 de julho, consagrado a Santiago Maior, cai num domingo) para 260.000, este ano.
Trata-se da 18ª viagem do Papa ao exterior e a 12ª na Europa, um sinal da importância que este papado dá ao velho continente.
Bento XVI instará a Europa a combater a "descristianização", bem como o "relativismo e as ideias herdadas da Revolução francesa, que consideram que para ser plenamente humano, é preciso libertar-se de toda tradição religiosa", antecipou o vice-secretário para a Congregação do Clero, Celso Morga.
Uma das maiores preocupações da hierarquia da Igreja católica é que "a Europa perca a memória e as práticas religiosas", explicou à AFP o vaticanista Maro Politi, lembrando que uma das prioridades estabelecidas pelo pontificado é a "reevangelização" do velho continente.
Bento XVI, que circulará em papamóvel, viaja "como peregrino" a Santiago de Composterla e rezará diante do túmulo do apóstolo. Também ali, celebrará uma missa para 6.000 a 7.000 pessoas.
Curiosamente - seja por censura, autocensura ou peculiaridade na Espanha -, não será evocado o grave escândalo que abala a Igreja, provocado pelos abusos cometidos por padres pedófilos, particularmente na Europa.
O Papa certamente abordará questões importantes de caráter social, pouco depois do protesto do Vaticano contra a nova lei do aborto, aprovada pelo socialista José Luis Rodríguez Zapatero, também promotor de avanços sociais pioneiros como a lei do casamento homossexual, em 2005.
Em Barcelona, um dos temas centrais será a família, explicou Lombardi, confirmando que o Papa e Zapatero se reunirão no aeroporto antes do retorno do pontífice a Roma.
Bento XVI certamente "insistirá na defesa da vida e no valor do casamento entre homem e mulher", disse Politi.
O desafio nesta ocasião é que o chamado será feito a uma sociedade "cada vez mais leiga", destacou Politi, assegurando que na visita anterior do Papa à Espanha, em 2006, em Valencia, por ocasião das Jornadas Mundiais da Família, "a metade dos jovens reconheceu que não acredita mais em Deus".[AFP]
Nota 1: Oh, coitado. Viagem perdida.

A plataforma Jo no t'espero (eu não te espero, em catalão) agrupa mais de 60 entidades laicas que estão contra a visita do papa e denunciam o tratamento que o Estado espanhol dá ao pontífice.
O presidente dos Ateus de Catalunha, Albert Riba, disse que "foram superadas as expetativas" para o protesto e acrescentou que "se não há mais gente é porque existe uma certa apatia entre a população, uma grande desmoralização devido à crise e ainda receio da Igreja em certos setores da população".
Simona Levi, natural de Barcelona, trazia nas costas uma bandeira com um sinal de trânsito a indicar perigo com a mitra papal no interior. Em declarações à Lusa, referiu que é injusto "gastar-se muito dinheiro público em crenças religiosas que são temas pessoais".
"Não se tem que utilizar dinheiro público, o nosso dinheiro, num Estado laico, para pagar a visita a um senhor que representa um tema privado dos crentes da sua religião", afirmou.
A associação Ateus e Republicanos distribuía na praça bolachas de chocolate como se fossem hóstias e bananas com uma oração que começava com "Marx te salve, brinquedo".
Em declarações à Lusa, Milagros Viera, presidente da associação comentou que têm muitos motivos para dizer ao papa que não o esperam. "Pedimos um Estado laico, porque este Estado confessional não nos convém, dá todo o poder à Igreja", sublinhou.
Muito incomodado com a visita papal estava José Viayo, natural de Barcelona, que disse à Lusa que não espera nem "este papa nem nenhum outro papa".
"Estamos fartos da intervenção da Igreja nos assuntos públicos e estamos fartos de ter um acordo pelo qual o Estado espanhol paga à Santa Sé um dinheiro nosso", criticou.
Outras manifestações vão acontecer em Barcelona nos próximos dias devido à visita do papa. Os coletivos LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros) realizarão uma flashmob no domingo de manhã, em frente à catedral de Barcelona, durante o qual darão beijos em "defesa dos direitos sexuais e afetivos".
Também uma associação feminista levará a cabo uma manifestação no domingo, na praça da Universitat.
O sindicato da Confederação Geral do Trabalho de Barcelona convocou uma greve de autocarros e organizou um protesto para sábado, às 15 horas, em frente à catedral da cidade.[SIC]

Nota 2: A resistência aumenta a cada dia. Proposta deste pagão: Mude a Igreja ou se mude dela.

PS: O sr Ratzinger, com a sutileza que é conhecido, em seu discurso aos espanhóis foi do lixo ao luxo.

O papa Bento XVI pediu este sábado à Europa para "abrir-se a Deus" e "sair ao Seu encontro sem medo", afirmando que "é necessário que Deus volte a ressoar sob os céus da Europa", durante missa ao ar livre celebrada em Santiago de Compostela.[G1]

Nota 1: Estupro? Não, obrigado.

O papa Bento 16 fez neste sábado um alerta contra o materialismo e a favor da herança espiritual da Europa.[G1]

Nota 2: Ótima idéia. Principalmente se levarmos em conta que a "herança espiritual" da Europa é o Paganismo.
Texto resgatado com Wayback Machine.

sábado, 11 de abril de 2020

A Espanha entre a cruz e a liberdade

Direto do país da hipocrisia e da contradição, o Vaticano:

MADRI — O papa Bento XVI leva seu combate mundial ao aborto e ao casamento entre homossexuais para a Espanha, um antigo bastião católico cujo governo tem aprovado leis condenadas pela Igreja.
O Papa visita, no próximo fim de semana, Santiago de Compostela e Barcelona quatro meses depois da entrada em vigor da lei de ampliação do aborto, que o Vaticano tachou de "insensata".
A viagem é vista por líderes eclesiásticos como uma defesa a suas crenças mais sagradas, as quais consideram ter se tornado alvo de uma legislação socialmente progressista.
A nova lei do aborto teria permitido a Gemma Botifoll, de 30 anos, interromper a gravidez na Espanha, mas em 2008, quando constatou-se que o feto que ela gerava tinha má-formações graves aos oito meses e meio de gestação, teve que viajar a Rennes (França) para submeter-se ao procedimento.
"Na Espanha, me senti muito mal, sem o apoio de ninguém", relatou Gemma à AFP, destacando que encontrou a solução no país vizinho "fazendo uma busca no Google".
Pela lei ela não poderia abortar na Espanha, onde desde julho é possível interromper a gravidez sem limite de tempo se for detectada uma doença grave e incurável no feto, livremente até a 14ª semana e em casos excepcionais até a 22ª.
A lei do aborto é a última de uma série de medidas sociais aprovadas nos últimos seis anos no Parlamento pelo governo.
O executivo socialista do primeiro-ministro Luiz Rodríguez Zapatero as considera um dos principais eixos de sua política - pelo menos antes da crise - e com elas se destacou como um dos países mais avançados na Europa nesta questão, sobretudo depois de aprovada a lei de casamento entre homossexuais.
"Nos últimos anos a Espanha se tornou uma referência de igualdade, não só na Europa, mas no mundo inteiro", declarou à AFP Pedro Zerolo, secretário de Movimentos Sociais e Relações com as ONGs do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), de Zapatero.
Depois da Holanda e da Bélgica, a Espanha se tornou, em 2005, o terceiro país europeu a aprovar os casamentos entre homossexuais e, desde então, sete países mais se somaram a estes, entre os quais Argentina, Portugal, além da capital mexicana.
Zapatero fez "uma aposta em um conceito integrador de cidadania", assegurou Zerolo, que se casou com seu companheiro logo após a aprovação da lei.
"Agora somos referência em igualdade"; "ao sair da Espanha se deixa manifesto o esforço que se fez", disse Zerolo, lembrando que nos últimos cinco anos foram celebrados 20.000 casamentos gays.
A lei do casamento homossexual e a do aborto provocaram o repúdio do Vaticano e, na Espanha, entre os setores mais conservadores chefiados pela Igreja Católica - que, nos últimos meses, protagonizou várias manifestações maciças em Madri - e o Partido Popular (PP).
O PP contestou as duas leis perante o Tribunal Constitucional e seu líder, Mariano Rajoy, insistiu recentemente em que as reformaria se voltasse ao poder.
Tudo isto em um Estado laico, segundo a Constituição, mas também com forte tradição católica, embora menos praticante: 73% da população se declara católica, contra 80% oito anos atrás, e só 14% dizem ir à missa todos os domingos.
Mas apesar do repúdio dos setores mais conservadores da população e das tensões entre os bispos espanhóis e o executivo socialista, este tem tentado sempre cultivar as melhores relações com o Vaticano.
Recentemente, anunciou que adiaria um projeto de lei que se prenuncia espinhoso nas relações com a hierarquia católica: a lei de liberdade religiosa.
Esta previa, entre outras coisas, retirar os crucifixos dos locais públicos, não celebrar funerais institucionais católicos e que o chefe de governo não preste juramento no cargo perante um crucifixo.
O adiamento se deve a "motivos estratégicos e razões eleitorais", explicou à AFP o teólogo Juan José Tamayo, para quem o governo paralisou a lei porque "considera que não agradaria ao Papa", razão pela qual "se deixa levar pela agenda do Vaticano".
Tamayo, que considera que o governo Zapatero concedeu "benefícios" à Igreja espanhola estes anos, acredita que o executivo "chegou à conclusão de que tem muitas frentes abertas", como o aumento da oposição nas pesquisas de opinião e o repúdio dos sindicatos às medidas anticrise, "e não quer jogar mais lenha na fogueira".
Fonte: AFP

Nota da casa: Se o dileto leitor/visitante realmente acreditou que a Igreja fazia um discurso sério e honesto sobre "liberdade" e "tolerância", que tal ouvir o recente discurso do sr Ratzinger, onde ele diz: "O lixo não está somente em diversas estradas do mundo. Há lixo também nas nossas consciências e nas nossas almas" e se livrar desse lixo chamado Igreja Católica? Apostasia Já!
Texto resgatado com Wayback Machine.

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Por eleições diretas para Papa

Eu não votei no sr Ratzinger. Eu não reconheço a autoridade dele ou da instituição que ele representa. Mas uma vez que ele anda colocando as mãos dele em nosso direito e liberdade de escolha, vale a pena divulgar esta notícia.

O grupo Católicas pelo Direito de Decidir divulgou nesta sexta-feira (29) uma nota em que critica o Papa Bento 16 por pregar o envolvimento de religiosos nas eleições. "Trata-se de um caso de desrespeito total à laicidade do Estado", ataca o texto.
Falando a bispos do Maranhão que faziam uma visita, o Papa cobrou uma ação dos religiosos brasileiros na campanha política contra o aborto. Bento 16 afirmou que "os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas". Defendeu ainda que "quando os projetos políticos contemplam aberta ou veladamente a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático é atraiçoado".
Em resposta ao discurso papal, a entidade de mulheres católicas afirma que o Pontífice não poderia falar em democracia sendo ele "o chefe maior de uma Igreja que segue mantendo uma estrutura pré-moderna e piramidal e patriarcal". "Falar, orientar seus fiéis ou quadros religiosos, não significa tornar-se impositivo, e infringir a lei para disseminar suas ideias", arremata.

Leia a nota na íntegra:
O Papa em sua última declaração, dirigida diretamente aos bispos brasileiros afirmou que os projetos políticos que contemplam a descriminalização do aborto ou da eutanásia traem o ideal democrático. Esse é o mesmo Papa que quando responsável pela Congregação da Doutrina da Fé, condenou a Teologia da Libertação por considerá-la "política".
Nossa perplexidade: Como o chefe maior de uma Igreja que segue mantendo uma estrutura pré moderna e piramidal e patriarcal pode falar em democracia? Como cobrar democracia dos Estados e líderes políticos, se a Igreja Católica ignora as vozes de seus/as fiéis que há tempo vem pedindo o direito de escolher seus bispos? Só é eficaz a exigência da democracia por parte de quem a vive como um ideal.
Democracia inclui o direito de opinar sobre os temas de interesse coletivo. No debate democrático se constroem posições de consensos ou se mantém o dissenso, mas todos/as têm o direito de falar. O Papa, assim como o Rabino, a Mãe de Santo, o Pastor, o Monge Budista e todos/as representantes religiosos devem ser ouvidos e tratados com igual importância. Falar, orientar seus fiéis ou quadros religiosos, não significa tornar-se impositivo, e infringir a lei para disseminar suas idéias, desde que essas orientações dirijam-se unicamente aos fiéis daquela igreja. Mesmo assim, há que respeitar a liberdade de consciência de cada cidadão/ã que deve votar a partir de suas próprias convicções. A escolha cidadã não pode ser tutelada. O bispo de Guarulhos, D. Luiz Bergonzini infringiu os princípios democráticos, a laicidade do Estado ao divulgar os 2 milhões de panfletos contra a candidata do atual governo. Tentou interferir diretamente na consciência eleitoral da população católica. No Brasil há mais de cem anos, vivemos um regime de separação entre igreja e Estado, isso deve ser respeitado. Será que o bispo D. Luiz Bergonzini agiu de forma democrática? O Papa entende que isto é democracia?
Há questões que correspondem tão somente aos/às cidadãos/ãs de um país. Eleição é uma delas. Trata-se de um princípio tão fundamental e "sagrado" da democracia que organismos como a ONU enviam seus representantes para que zelem pela retidão de processos eleitorais em países fragilizados do ponto de vista da democracia. Como pode então um chefe de outro Estado, que também é chefe religioso de uma igreja interferir em processos políticos do nosso país? Trata-se de um caso de desrespeito total à laicidade do Estado!
O Papa também fala da promoção do bem comum. Quais são os critérios e valores utilizados para definir o "bem comum"? Diminuir o índice de mortalidade materna provocado por abortos clandestinos e inseguros não faz parte do "bem comum"?
Nós, Católicas pelo Direito de Decidir - parte desta Igreja formada pelo povo de Deus- vimos a público manifestar nossa divergência com a orientação papal. Afirmamos nossa fé, e entendemos que ser católico/a é ser fiel à própria consciência, um chefe religioso não pode interferir na liberdade de consciência. Esse é um princípio básico do Cristianismo. Jesus também falou aos homens do templo, não se conformou com os hábitos e vícios da hierarquia judaica e é a Ele, que nós seguimos.
Fonte: Terra Magazine [link morto]

Nota da casa [expressa em diversos jornais online]: A Tirania da Mitra ainda é temida, ainda tem poder e influência, mesmo em governos ditos laicos.
O sr Ratzinger não falou em candidatos, nem nas eleições brasileiras, mas para bom entendedor, tal manifestação pouco depois do crime eleitoral cometido pela Regional Sul foi uma evidente "confissão" do Vaticano.
Foi-se toda a hipocrisia sobre a "liberdade de expressão e opinião". Só cabe à todas as sociedades ouvir e aceitar caladas o jugo de seu feitor.
APOSTASIA JÁ!

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Como reciclar as igrejas

Segundo a pesquisa mais recente (de 2007), 44% dos holandeses se declaram ateus, 28% católicos, 19% protestantes, 5% muçulmanos e os outros 4% de outras religiões.
Mesmo com a maior parte da população ainda se declarando religiosa, o fato é que as igrejas do país estão cada vez mais vazias e não raro acabam ganhando outro fim: viram café, livraria, salão de cabeleireiro, pista de dança, restaurante, casa de shows...
Alguns exemplos são o Café Olivier, em Utrecht, a livraria Selexyz, em Maastricht (apontada pelo jornal inglês The Guardian como a livraria mais bonita do mundo), a pista de dança do Hotel Arena, em Amsterdã, e a mais famosa casa de shows da capital holandesa, o Paradiso.
Conhecido como o “templo do pop”, o Paradiso fica numa igreja do século 19, próxima à Leidseplein, no coração de Amsterdã, e toda banda e cantor pop que se preze tem que passar por ali - dos locais aos grandes nomes internacionais.
Mesmo pra quem só vai estar de passagem pela cidade, vale checar a programação da casa, que sempre tem bons shows na agenda. Os ingressos, que podem ser comprados pela internet, costumam ter preços bem razoáveis, mas em geral se esgotam rapidinho...
Fonte: PB Agora
Nota da casa: Ah, se a moda pegasse no Brasil...
Texto resgatado com Wayback Machine.