segunda-feira, 31 de outubro de 2022

A melhor noite do ano

Em mais uma tentativa de criar pânico moral, páginas mantidas por cristãos fundamentalistas divulgam uma entrevista com John Ramirez.

Esse homem deve ser a versão portoriquenha do Daniel Mastral. Quando o Cristianismo era apenas mais uma crença entre muitas, os Patriarcas da Igreja tinham que defender a crença, fizeram a apologia diante das acusações.

Agora que é um poder político e econômico mundial, o Cristianismo passou para o papel de acusador e perseguidor.
Agora que o Cristianismo está decadente e outras espiritualidades estão em ascensão, infelizmente tem muito vigarista e estelionatário que se apresenta como ex-bruxo.

John Ramirez diz:
“Os cristãos não veem os satanistas indo à igreja”.

Como é de se esperar, Ramirez desconhece a história da crença que ele alega representar. A origem do Satanismo e da Missa Negra vem dos salões da Igreja Católica.

John Ramirez diz:
“Ninguém tem como alvo Buda ou Maomé, porque budismo ou o islamismo não são religiões vistas como uma ameaça ao ocultismo ou às práticas da Nova Era”.

Ele não deve ler jornal com frequência.

Os responsáveis pela "notícia" afirmam:
"Aos 8 anos de idade, Ramirez já frequentava cultos satânicos. Introduzido ao ocultismo pela família de seu pai, ele aprofundou-se nessas práticas até se especializar em feitiços, maldições e projeção astral."

Esse deve ser o personagem montado por ele, pela assessoria dele e pelo grupo cristão que o patrocina. Ele foi criado na Santeria, uma crença muito comum em culturas latino-americanas, resultado do sincretismo entre o Cristianismo e as crenças nativas.

John Ramirez diz:
“Comemorar o Halloween é semelhante a passar uma noite na cama com o diabo."

Steven Posch tem ótimos textos lembrando constantemente de algo que vive sendo negado ou omitido pelas celebridades do Paganismo e Bruxaria modernos: a premente, majestosa e massiva presença do Senhor do Sabá nas assembléias das bruxas, concedendo pedidos e abençoando os novatos. Sem a marca, sem o sangue, cedido diretamente pelo Mestre, ninguém se torna bruxa (ou bruxo).

Steven é "filhinho do Papai", enquanto eu sou "filhinho da Mamãe".
A psicologia, a filosofia e o esoterismo demonstram que a nossa primeira experiência é sempre com a mãe. O êxito das religiões da Deusa comprova isso, mas a forma como a Deusa é vista (travestida?) é uma concepção ideológica e romântica. A forma como eu concebo (e vejo) a Deusa é uma heresia, uma blasfêmia, uma profanação.
John Ramirez, pobre coitado, ainda espera pela "Second Coming" de Cristo. Nós, os Pagãos dos Últimos Dias, gozamos, no mínimo, quatro vezes por ano, um êxtase cósmico. Que tipo de relacionamento John espera ter com Cristo? Esse é um culto de dor, sofrimento e morte. Sem falar que a homossexualidade é condenada pela doutrina cristã.

De um lado tem um rabino mítico que deu origem a um culto fundado por escravos, servos, fracos e covardes, que é responsável por dois mil anos de medo e vergonha, rejeitando tudo aquilo que é realmente sagrado.

Do outro lado tem a Deusa, completamente nua [babando], oferecendo seus seios [e seu sexo] para que todos vivam satisfeitos, ao lado do Deus Consorte, com quem celebra tudo aquilo que realmente é sagrado: o mundo, a natureza, o corpo, o desejo, o prazer e o sexo.

Eu vou comemorar a noite de Halloween como se fosse minha última noite. Porque caso Ela venha, eu espero ser devorado.
Assim seja, assim é, assim será.

Anime como autoconhecimento

Eu fiquei pensando em um texto especial para o Halloween, também conhecido como Sanhaim. Eu devo ter escrito algo em algum lugar sobre A Viagem de Chihiro, uma verdadeira festa para os olhos, pois nos mostra um pouco de como os Japoneses vêem o Mundo Espiritual.
A evidente comparação da mudança (e viagem) com o folclore ocidental sobre a morte cobre a mudança interna que Chihiro está passando e nos dá algo a pensar sobre nós mesmos, nossa existência e o propósito da vida.
No entanto, quem foi mais  notado foi Kaonashi, o Sem Rosto, o personagem coadjuvante que foi além de apoiar a saga de Chihiro. Imediatamente, o público quis saber quem é e o que ele significa.
No folclore japonês existe o/a Noppera-bô, mas Kaonashi é diferente, ele não tem rosto, mas possui uma máscara. Como em outras culturas, a máscara tem duas funções - a de disfarçar para não ser reconhecido por espíritos malignos; a de incorporar o espírito ou entidade representada. A psicologia também diz que todos nós vestimos diversas máscaras conforme o papel que temos que representar no teatro/palco da sociedade.
O criador dessa obra prima, Hayao Miyasaki, curiosamente, não utilizou o rico folclore japonês sobre Yokais para compôr Kaonashi. Na animação, inclusive, fica nítido que ele é rejeitado pelos outros espíritos e entidades, mas ele foi notado por Chihiro, quando esta estava sendo conduzida por Haru até um local seguro. Foi ela quem abriu uma janela para Kaonashi entrar na casa de banho e isso deu início ao início de uma estranha amizade que deu margem para várias interpretações.
A cena na ponte em que Chihiro encontra com Kaonashi é duplamente enigmática, pois ele é ignorado pelos seus pares e tem aparência translúcida, a mesma forma que apresenta ao entrar na casa de banho, mas adquire consistência, forma e volume por receber a atenção de Chihiro, o que o leva a desenvolver certa obsessão por ela. Kaonashi é um reflexo de nós mesmos, em nossas inseguranças e dependência de aceitação, reconhecimento social. Tal como Kaonashi, nós escondemos atrás de máscaras sociais porque não conseguimos aceitar nossa identidade.
Com a experiência e interação com Chihiro, que pode muito bem representar nossa criança interior, Kaonashi rejeita essas imposições e começa a viver uma existência verdadeira e sincera. Ele consegue, com isso, encontrar seu lugar e seu propósito de vida.
A festa do Halloween é isso, nos permite incorporar ou nos disfarçar de um outro personagem que, no fundo, também é parte de nós mesmos, mas que, pela pressão, repressão e opressão social, nos leva a introjetar essa nossa faceta, que se torna a nossa sombra. Para sermos integrais, verdadeiros e sinceros, nós temos que remover essas máscaras, compreender e aceitar nossa natureza como um todo. Assim, transmutaremos e criaremos uma sociedade mais humana, mais justa e mais igualitária.
Assim seja, assim é, assim será.

domingo, 30 de outubro de 2022

Depois do vendaval

O povo ficou trincado com o eclipse que aconteceu em outubro, o YouTube ficou recheado de pseudo guru tentando ganhar dinheiro.
Findo o primeiro turno, as semanas que antecedeu o segundo turno foi mais tensa, os bolsominions assanhados procuraram sabotar a eleição de todo jeito.
Atentado fake em Paraisópolis, denúncia fake de falta de inserção de propaganda política, muitos tiros, os vindos de Roberto Jefferson e de Carla Zambelli.

“A barbarie e o ódio são inadmissíveis no Estado de Direito, especialmente no período eleitoral. Propagar a violência nunca foi e jamais será resposta para qualquer ataque ideológico.”
- Gilmar Mendes.
A inexplicável imobilidade do TSE diante das mesmas estratégias feitas em 2018 e colunistas tentando esgrimir com a realidade de 51 milhões de pessoas que demonstraram apoio a esse arremedo de Fascismo.
Três mulheres públicas que demonstraram apoio ao Bolsonaro (Janaína Paschoal, Regina Duarte e Cássia Kiss) ou foram descartadas pelo líder (como a Joice Hasselmann) ou foram consideradas caducas pela opinião popular.
Elas não estão dementes, elas apenas deixaram aflorar (como Lobão e Roger) o ranço reacionário que sempre esteve presente em suas naturezas, expuseram porque o clima (favorecido pelo presidente fascista genocida) está propício no mundo inteiro - a mentalidade do ódio, cultivado e estimulado pela elite dominante, pois precisam vender regimes autoritários como solução para o problema que eles mesmos criaram.
Tal como o fantoche que colocaram na presidência, não terão problemas em descartar a massa de manobra. Essa gente promove guerra só para lucrar mais.
Algo importante a se dizer é que a luta continua, nós temos que considerar a rebordosa pós eleitoral e o chamado "terceiro turno".
A construção do futuro e do país que queremos começa agora.

Os que trazem fogo ( e luz)

Eu escrevi em algum lugar sobre como Baal teve seu nome distorcido e transformado para nomear dois arquidemônios na demonologia cristã. Que fique registrado meu estranhamento ver "satanista teísta" que aceita essa hierarquia e criou os cânticos Enn, o que é o mesmo que concordar com a teologia cristã.
Outro, que teve sua reputação manchada pela Igreja (e pela cultura pop) foi Lúcifer, cujo nome significa "portador da luz", no sentido que traz o conhecimento, ou o Logos da filosofia. Por que um Deus seria contra o conhecimento? Nenhum que seja digno desse título.
Lúcifer é retratado portando tochas, da mesma forma que Hécate. Como Senhora das Encruzilhadas, Hécate é quem ilumina o caminho para as nossas almas em direção do Mundo dos Mortos. Também pode ser entendido como sendo Ela quem nos revela os mistérios escondidos no Caminho do Bosque Sagrado. Foi Hecate quem ajudou Demeter a encontrar Perséfone, no reino de Hades e esta foi permitido voltar ao Mundo Humano quando comeu sementes de romã (mistério!).
Os gregos tem os dadoukois, pois os mistérios mitraicos tem o Cautes e o Cautopates, os dadoforos, os portadores de tochas que acompanham Mithra, que simbolizam o movimento do sol, descendente e ascendente, em um nítido sinal indicando as estações.
Eu vejo também uma correlação com os Gêmeos Divinos, os Dióscoros, de quem eu devo ter escrito em algum lugar.
De certa forma, eu acho que podemos incluir Prometeu, pois Ele nos concedeu a chama divina.
Tio Al disse muito apropriadamente: todo homem e toda mulher é uma estrela.
Queime sua chama com orgulho, não deixe que ninguém apague ou tente te dominar.
Você é filho/filha dos Deuses/Deusas.

sábado, 29 de outubro de 2022

O triunfo da Deusa

Eu achei, ao pesquisar o Oráculo Virtual (Google) um texto, escrito por Olivia Vlahos, na página (apologética) cristã First Things.
Ela escreve em tom de comemoração que a Deusa falhou, dando exemplos de erros humanos, como se o Cristianismo não estivesse repleto deles. Eu recomendo ao eventual e dileto leitor a ver a série de textos sobre os detalhes embaraçosos do Cristianismo.
Seus argumentos confundem mitologia com papéis de gênero (social e culturalmente estipulados) e aparenta completa ignorância, tanto da própria história quanto dos detalhes embaraçosos do Cristianismo.
Seu texto, como é de se esperar, é antifeminista e reforça a estrutura patriarcal da supremacia masculina. Ela somente pôde ter um emprego e educação graças às lutas das feministas. Temas que ela ergue como se fossem valores exclusivos do Cristianismo são anteriores ao mesmo, são fatos sociais que se modificam conforme a época e a cultura.
Segundo o censo feito recentemente, o Cristianismo está em queda e o Paganismo Moderno está crescendo. Um resultado inevitável, considerando a forma como o Cristianismo se tornou um antro de fundamentalistas, supremacistas brancos, racistas, fascistas e neonazistas.
Considerando a história e a falta de consenso que existe entre os cristãos, eu diria que Cristo fracassou.
Ela mesma afirma que a Deusa não responde aos problemas da sociedade, mas Cristo responde? Não, se considerarmos o discurso de ódio emitido pelo fundamentalismo cristão contra outras religiões e a comunidade LGBT.
Ela questiona se a Deusa oferece um guia confiável para os dilemas e desafios diários, mas cristo oferece? Não, se considerarmos as inúmeras notícias de padres e pastores flagrados em atos nada virtuosos.
Ela questiona se a Deusa abençoa a união de pessoas e se traz conforto quando ocorre a separação, mas Cristo oferece? Não, a Igreja ainda resiste em conceder o direito humano universal da união à comunidade LGBT e se coloca contra o divórcio.
Não podemos esquecer da vergonhosa taxa de violência verbal, física, moral e sexual contra as mulheres. No campo profissional e social, em muitos países, a mulher é cidadã de segunda categoria. Curiosa, mas não coincidentemente, nos países que adotam alguma vertente das religiões abraãmicas.
Não podemos esquecer que a fome, a miséria, a guerra, a exploração e expropriação é resultado desse sistema, capitalista, patriarcal e machista.
Qual é o modelo que Cristo oferece ao mundo senão esse culto de dor, sofrimento e morte?
De um lado tem um rabino mítico que deu origem a um culto fundado por escravos, servos, fracos e covardes, que é responsável por dois mil anos de medo e vergonha, rejeitando tudo aquilo que é realmente sagrado.
Do outro lado tem a Deusa, completamente nua [babando], oferecendo seus seios [e seu sexo] para que todos vivam satisfeitos, ao lado do Deus Consorte, com quem celebra tudo aquilo que realmente é sagrado: o mundo, a natureza, o corpo, o desejo, o prazer e o sexo.
Venha e tome o reino que Vos pertence, Regina!

Televangelismo e crime eleitoral

Autora: Beatriz Castro.

Funcionários da Rede Internacional de Televisão (RIT), emissora sob comando do missionário R.R. Soares, afirmam que receberam ordens para favorecer o governo de Jair Bolsonaro (PL) na programação.

Eles dizem que, se Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhar as eleições, correm risco de serem demitidos. Seus superiores, segundo eles, afirmam falsamente que o petista teria planos de fechar igrejas para justificar a possível demissão em massa dos funcionários do canal, que é ligado à Igreja Internacional da Graça de Deus.

As denúncias chegaram ao Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e foram encaminhadas ao Ministério Público Eleitoral.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, um funcionário disse que existem orientações para falar o lado “positivo” de notícias potencialmente danosas ao presidente. Os jornalistas não poderiam, por exemplo, dizer que a gasolina aumentou pela décima vez seguida ou que a inflação cresceu.

A informação teria que ser mudada para minimizar danos eleitorais, segundo os trabalhadores. Melhor falar que o preço da gasolina subiu após ficar três meses em estabilidade ou que a inflação desacelerou nos últimos dias, e a queda foi percebida nos alimentos.

A procuradora regional do Trabalho, Adriane Reis de Araújo, da Coordenadoria de Promoção da Igualdade no Trabalho, diz que a ameaça velada de demissão configura assédio eleitoral. Sugerir que o empregado pode perder sua fonte de renda se um candidato vencer é uma “ação que busca induzir, manipular e gerar uma desigualdade em que você dirige efetivamente o voto da pessoa”, afirma.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/tv-de-r-r-soares-e-denunciada-por-funcionarios-de-favorecer-bolsonaro-e-assedio-eleitoral/
Nota: o televangelismo é uma excrescência. Emissoras (de rádio e televisão) são concessões, mas os donos das emissoras não vêem problema moral ou ético em rifar o espaço para os grupos neopentecostais.

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Diferença entre regulação e censura

Autores: Pedro Vilaça e Iara Moura.

A regulação da mídia é realidade em diversos países do mundo. Os Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, Espanha, Portugal, França, Espanha e Suécia são alguns exemplos de democracias que implementaram regulações. Você já se perguntou por que pouco se fala nisso no Brasil?

No Brasil, a concentração é tão absurda e oferece tanto poder à dita “grande mídia”, que boa parte da população é levada a acreditar que regulação é sinônimo de censura. Mas, na verdade, é a regulação que garante mais diversidade e pluralidade de ideias nos canais, fortalece a democracia, a diversidade de vozes e ajuda a combater a censura. 

O lobby das empresas de mídia – que obviamente não estão interessadas em qualquer instrumento democrático que ameace seus lucros – é tão grande que até novela ataca a regulação. Os jornais de maior audiência no País também se furtaram de fazer um debate transparente, informado e diverso sobre esse tema, contribuindo para a consolidação de uma cultura do medo e da desinformação quando o assunto é regulação midiática.

Os sinais de TV e rádio precisam passar pelo espectro eletromagnético, um espaço limitado e que pertence ao povo brasileiro, ou seja, é um bem público. As emissoras não são donas dos canais hospedados nesse espectro. Como é um espaço limitado, uma parcela mínima da população recebe uma autorização do Estado para poder usá-lo por um tempo determinado. São as chamadas concessões públicas de TV e rádio.

A Globo, SBT, Record, Bandeirantes, Rede TV!, Jovem Pan, bem como seus proprietários, Silvio Santos, Roberto Marinho, Edir Macêdo e companhia, não são donos de nenhum canal. Eles têm uma concessão para utilizar o serviço por um tempo e segundo condições determinadas. Dentre elas, o respeito à Constituição Federal, leis brasileiras e outros tratados de que o país é signatário.

As empresas de TV e rádio, assim como as concessionárias de transporte público na sua cidade, prestam um serviço à população, com regras, normas e obrigações. Ou pelo menos deveriam. Na prática, infelizmente, elas usam um bem público para defender interesses econômicos e políticos próprios.

Não é difícil perceber que, hoje, parte dos canais de rádio e TV apoiam Jair Bolsonaro. A troca de favores se dá por meio de acordo que vão desde a isenção de impostos até a destinação de grandes somas de verbas publicitárias, dinheiro público usado para veicular informações de interesse da população, mas que é usado como moeda de troca.

Para manter esse esquema, um dos artifícios das emissoras é associar a regulação a ditaduras, escondendo o fato de que a regulação é fundamental para manter a democracia e já é realidade em várias partes do mundo. Enquanto isso, ficamos à mercê de leis anacrônicas que não dão conta do cenário de convergência midiática e datam da ditadura militar. Mas, afinal, qual a diferença entre regulação e censura?

Segundo o dicionário Aurélio, censura é “a ação de controlar qualquer tipo de informação, geralmente através de repressão à imprensa. Restrição, alteração ou proibição imposta às obras que são submetidas a um exame oficial, sendo este definido por preceitos morais, religiosos ou políticos”.

Regulação é o “ato de regular, de estabelecer normas: regulação do valor do salário. Ação de ajustar, de afinar; afinação, ajustamento: regulação de violão”. Ou seja, a regulação é o ato de afinar, melhorar, estabelecer regras para garantir o bom funcionamento e para que todos possam usufruir do direito à comunicação.

Para defender seus interesses, a mídia comercial no Brasil, especialmente as emissoras de grande alcance, escondem alguns fatos relevantes sobre a regulação. Regular a mídia significa:

Combater à censura.

É justamente a regulação que garante que mais vozes sejam escutadas. A regulação, como acontece em outros países, pode ser uma importante ferramenta para garantir que a sociedade, em sua diversidade, tenha espaço para expressar suas ideias.

Estimular a produção local de conteúdo.

Garantindo a participação de mais atores na mídia, a regulação estimula a produção de conteúdos locais, pois mais pessoas têm espaço para se expressar e para serem escutadas.

Mais liberdade de informação e de expressão.

Com novos atores e novas vozes, a sociedade se informa melhor, com mais circulação de fatos e opiniões diversas.

Democracia

O monopólio da mídia, proibido na nossa Constituição, manipula notícias e invisibiliza a voz de amplos setores da sociedade. Não há democracia sem pluralidade de ideias e sem pluralidade na mídia e isso depende de uma regulação democrática e atual.

O debate sobre regulação da mídia é um grande tabu e muitas vezes é apresentado de forma distorcida no país. A Constituição Federal proíbe a concentração sem limites de canais de rádio e TV e prevê o equilíbrio entre o sistema público, estatal e privado, mas na realidade temos uma prevalência do modelo comercial. Assim, a população fica à mercê do interesse econômico de poucos grupos donos da mídia, que também são ligados ao agronegócio, a empresas de ensino privado, a grupos religiosos e a políticos.

A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) sofre com ataques, censura e desmontes. O atual governo utiliza os canais da empresa pública como se fosse correia de transmissão do presidente, sua família e seus aliados. Além disso, Bolsonaro já sinalizou seu interesse em privatizar a empresa pública, incluindo a EBC no Plano Nacional de Desestatização (PND).

Nosso sistema de mídia mostra alta concentração de audiência e de propriedade, alta concentração geográfica, falta de transparência, além de interferências econômicas, políticas e religiosas. No levantamento “Quem controla a Mídia no Brasil”, feito pelo Intervozes em parceria com a Repórteres Sem Fronteiras, foram analisados 50 veículos em quatro segmentos (TV, rádio, mídia impressa e online), pertencentes a 26 grupos de comunicação.  Infelizmente, os indicadores de riscos à pluralidade na mídia no Brasil apontam para um cenário preocupante: a elevadíssima concentração de audiência e a propriedade cruzada de meios de comunicação são os pontos mais preocupantes para o pluralismo midiático no país.

Apesar de toda a diversidade regional existente no Brasil e das dimensões continentais de seu território, os quatro principais grupos de mídia concentram uma audiência nacional que ultrapassa os 70% no caso da televisão aberta, meio de comunicação mais consumido no país.

Embora o artigo 220 da Constituição Federal determine que “a mídia não pode, direta ou indiretamente, estar sujeita a monopólio ou oligopólios”, esse dispositivo nunca foi regulamentado. Não há legislação para evitar a propriedade cruzada, com exceção de um segmento, o de TV por assinatura. Também não há normas que impeçam que uma mesma emissora de rádio ou TV alcance todo o território nacional a partir de seu sistema de afiliadas, driblando assim a legislação que limita o número de concessões permitidas a um mesmo proprietário.

Outro artigo da Constituição que ainda não foi regulamentado é o 223, que prevê a complementaridade dos sistemas privado, público e estatal, de forma a assegurar a existência de veículos com diferentes finalidades e tipos de programação. As mudanças legislativas para permitir a democratização dos meios de comunicação esbarra em outro problema: a existência de políticos que são proprietários de emissoras de rádio e TV, contrariando também a Constituição Federal, que em seu artigo 54 veda a participação de políticos em exercício de mandato no quadro societário de empresas concessionárias de radiodifusão.

Fonte (citado parcialmente): https://www.cartacapital.com.br/blogs/intervozes/regulacao-da-midia-x-censura-um-guia-para-nao-cair-em-pegadinhas/

O destino que aguarda a todos

Manter um blog não é uma tarefa simples, ao longo da existência deste jornal, eu achei muitas fontes que acabaram ou sumiram. Enquanto eu pesquisava no Oráculo Virtual (Google) pelo tema "pagan articles", deparei-me com o texto da Laura Perry a respeito dos Deuses que morrem e renascem. Para as religiões antigas e para o Paganismo Moderno, esses são mitos fundamentais e universais.

A pergunta é simples - esses Deuses realmente morrem e renascem? Para Laura, não, pois para ela, Deuses não são mortais, portanto, não morrem.

Existem centenas de páginas mantidas por cristãos e ateus que afirmam com convicção de que os Deuses morreram. Plutarco, em suas obras, anuncia, através de um marinheiro anônimo, que Pan estava morto. Além da alegação mais usual de que, um Deus ou Deusa morre se não tem quem os/as cultue. Eu citei um texto de Spencer Daniel como ponto de contestação e reflexão. Como exercício, eu também vou citar um texto de Howard Lovecraft - Aquilo que não está morto pode jazer eternamente e com eras estranhas, até a morte pode morrer.

Acompanhem-me para tentar entender os mitos que envolvem esses tropos divinos para, talvez, entender que toda forma de existência eventualmente encontra seu fim para poder renascer.

Primeiro passo - identificar quais Deuses podem ser apontados como exemplos desse mito fundamental. Osíris, Tammuz, Adonis e Attis.
Laura se restringe a falar apenas de Dionísio, um Deus "hour concour", cuja origem e ritos escandalizavam (e desagradavam) Gregos e Romanos. E quanto a Baldr, da mitologia nórdica?

Laura diz que Dionísio não se torna mortal, que John Barleycorn não se torna mortal, comparando-os com (espanto) Yeshua, que morreu por ter se tornado mortal. Estranho, pois até os cristãos não tem um consenso sobre Cristo ser Deus. Cujo mito, diga-se de passagem, é uma cópia dos mitos do Rei Sagrado Sacrificado, dos mitos dos Deuses de Vegetação e também dos Deuses que morrem e renascem.

Aparentemente confusa, Laura diz que esses Deuses não morrem, mas descem ao submundo.
Curiosa, mas não coincidentemente, ela diz:
Somos mortais, observando imortais fazerem algo que só podemos entender em parte; seres tridimensionais fazendo o seu melhor para interpretar as ações de Deus sabe quantos seres dimensionais.
Então a pergunta óbvia que ela deveria ter feito - com base em que ela pode afirmar que os Deuses não morrem? Para os padrões humanos, a existência dos Deuses está além de nossa compreensão, mas a nossa existência também está além da compreensão de muitos animais cuja vida é mais curta do que a nossa.

Em diversas culturas, os Deuses se tornam mortais, nascem, crescem e morrem como homens. Os Deuses somente podem entender nossa efêmera existência e o maior mistério - a morte - vivenciando isso em termos humanos.
O maior trunfo dos Deuses é exatamente sua proximidade e identificação conosco, ao contrário do Deus Cristão, transcendente, longínquo, não mundano, não carnal, mas que convenientemente nos julga de seu trono celeste por atos e obras que cometemos pela natureza com a qual Ele nos criou, demonstrando o quanto é cruel, vingativo e sádico.
Sim, nosso Deuses são capazes de demonstrar compaixão e piedade que o Deus Cristão é incapaz. Enquanto este ameaça com a punição eterna, nossos Deuses acenam com a possibilidade de redenção e renascimento. Porque eles passaram e experimentaram nossa curta e efêmera vida. Eles realmente morrem, anual e ciclicamente, para que nossa colheita e nosso gado sejam férteis e produtivos. Para que nós mesmos, sejamos férteis e produtivos. Para que nós mesmos possamos nascer, crescer e renascer.
Assim seja, assim é, assim será.

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

O Necromanteion

EMBORA HOUVESSE MUITOS ORÁCULOS NA Grécia antiga , há apenas um oráculo conhecido dos mortos. Era uma porta de entrada para o submundo e um lugar onde as sombras dos mortos podiam - em circunstâncias especiais - revelar o futuro aos vivos. Foi o lugar que Homero enviou Odisseu para buscar conselhos de um oráculo morto há muito tempo, e onde ele ficou horrorizado com visões de Hades, e também aparece em um capítulo sórdido das Histórias de Heródoto.

O local fica no topo de uma colina perto da confluência do Acheron (“rio da aflição” em grego), Pyriphlegethon (“flamejando com fogo”) e Cocytus (“rio das lamentações”), três dos cinco rios associados ao Hades, foi identificada em 1958 pelo arqueólogo grego Sotirios Dakaris. Datando do século 3 ou 4 aC, as ruínas têm 72 pés quadrados, com paredes de 11 pés de espessura e câmaras subterrâneas.

Os antigos gregos acreditavam que as almas dos mortos entravam no submundo através de fissuras subterrâneas e que, em casos especiais como esse, podiam ser feitos arranjos para se comunicar com os mortos. Isso foi usado como uma oportunidade para comungar com entes queridos perdidos e também para buscar as habilidades futuras de contar os mortos.

Na Odisseia, Odisseu desceu ao Hades para encontrar a alma de Tirésias que poderia predizer seu futuro, mas uma vez no oráculo, ele viu muito mais do que esperava:

“Assim, ritos solenes e votos sagrados pagamos a todas as nações fantasmas dos mortos; Então morreu a ovelha: uma torrente púrpura fluiu, E todas as cavernas fumegaram com sangue escorrendo. Quando lo! apareceram ao longo das costas escuras, cardumes finos e arejados de fantasmas visionários: jovens bonitos e pensativos e donzelas apaixonadas; E anciões murchos, sombras pálidas e enrugadas; Horríveis com feridas as formas de guerreiros mortos Perseguiram com majestosa porta, um trem marcial: Estes e mais mil swarm'd sobre o chão, E toda a assembléia terrível gritou ao redor. Atônito com a visão, horrorizado fiquei, E um medo frio correu pelo meu sangue; Direto eu ordeno que o sacrifício se apresse, Diretamente as vítimas esfoladas para as chamas são lançadas, E votos murmurados, e música mística aplicada ao medonho Plutão, e sua noiva sombria.” - Odisseia livro 11

O oráculo também é mencionado em uma passagem encantadora de Heródoto, na qual um tirano brutal envia um emissário ao oráculo dos mortos em Éfira para perguntar à esposa morta onde ela escondeu algum dinheiro. A esposa morta se recusa a responder, alegando que ela está com frio no submundo, porque seu marido não queimou roupas para ela no momento de sua morte. Como garantia de sua identidade, ela conta ao mensageiro que seu marido fez sexo com seu cadáver. Aparentemente, isso foi uma confirmação suficiente para o marido vivo, que prontamente começou a tirar as roupas de todas as mulheres locais e queimá-las, para que sua esposa morta revelasse a localização do dinheiro.

Os visitantes que desejassem se comunicar com os mortos teriam entrado na câmara escura e seguido rituais específicos delineados para a proteção e comunicação com os mortos, o que levaria vários dias. Quando prontos, um sacerdote os conduzia mais profundamente para dentro para um ritual de sacrifício animal, e através de três portões simbólicos de Hades.

Os peregrinos esperavam ver as imagens dos mortos como sombras contra a luz bruxuleante da lanterna. Essas visões podem ter sido reforçadas pela dieta especial recomendada nos dias anteriores à entrada no santuário, que alguns descreveram como incluindo alucinógenos. Curiosamente, dentro das câmaras subterrâneas, os arqueólogos encontraram dispositivos mecânicos que podem ter sido usados ​​para melhorar a aparência de mortos animados. Após uma sessão com os mortos, os peregrinos foram proibidos de falar sobre o que aprenderam por medo de Hades reivindicar suas próprias vidas em troca.

Muito depois da destruição em 167 aC, um mosteiro do século XVIII dedicado a São João Batista foi construído no local. Houve algum ceticismo sobre a identificação dessas ruínas como o Necromanteion. Em 1979, o estudioso alemão Dietwulf Baatz reconheceu elementos na estrutura como montagens para catapultas do século III aC, implicando algum tipo de fortificação. Mais recentemente, um estudo greco-americano de torres na área sugeriu que as ruínas podem ter sido a base de uma torre agrícola e as câmaras subterrâneas áreas de armazenamento de água ou grãos, em vez de comunicação mística com mortos-videntes. Pelo menos por enquanto, o local permanece oficialmente identificado como o Necromanteion e foi preservado como tal.

Fonte: https://www.atlasobscura.com/places/necromanteion-of-ephyra
Traduzido com Google Tradutor.

Pobre São Paulo

Dentro de mim sai um monstro,Não é o bem nem o mal,É apenas indiferenca,É apenas ódio mortal.Não quero ver mais essa gente feia,Nem quero ver mais uns ignorantes,Eu quero ver gente da minha terra,Eu quero ver gente do meu sangue.Pobre São Paulo! Oh ohPobre Paulista! Oh oh
- Pobre São Paulo, Ira.

Autor: Caíque Lima.

A vitória de Tarcísio de Freitas em São Paulo levaria a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) para o Palácio dos Bandeirantes. O partido do candidato bolsonarista, o Republicanos, é o braço político da igreja de Edir Macedo.

Se o ex-ministro da Infraestrutura se tornar governador, a situação será similar ao que aconteceu com o Rio de Janeiro em 2016, com a vitória do bispo Marcelo Crivella, sobrinho do dono da Iurd. A informação é da revista piauí.

O estado elegeu uma das maiores coalizões de direita das últimas décadas. O Republicanos terá cinco deputados federais por São Paulo e o PL, partido de Jair Bolsonaro, elegeu 17 deputados. O PTB, de Roberto Jefferson, e o PSD, de Gilberto Kassab, também terão expressão no Legislativo. Com isso, serão distribuídos secretarias e outros cargos a membros dos partidos.

A expectativa é que a ala bolsonarista fique com as secretarias de Governo, da Casa Civil, da Justiça, da Segurança Pública, e da Saúde. A ala evangélica terá prioridade nas pastas de direitos humanos e educação, enquanto outros partidos da coalizão já receberam garantia de participação no governo.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/vitoria-de-tarcisio-levaria-igreja-de-edir-macedo-ao-palacio-dos-bandeirantes/

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

A Árvore Mãe

EMBORA O BUDISMO SEJA A religião praticada mais difundida na Mongólia , o xamanismo está vivo e bem. Muitas vezes, as duas religiões se misturam em uma, e os pontos de referência em toda a Mongólia testemunham isso. O Eej Mod ou “Árvore Mãe” em Shaamar é um exemplo de destaque. Sua fama se espalhou além da Mongólia e adoradores do Japão , Coréia e China vêm de longe para homenagear a Árvore Mãe.

Aqueles que praticam o Xamanismo acreditam que os xamãs se comunicam entre os mundos humano e espiritual, e a Árvore Mãe passou a ser vista como uma porta de entrada para os espíritos após ser atingida por um raio. Agora, os adoradores viajarão até a árvore para fazer uma oferenda na esperança de ter suas orações respondidas.

Até 2015, a Árvore Mãe era uma árvore real, em torno da qual um ger (também conhecido como yurt) havia sido construído. Seguindo uma prática que milhares de outras pessoas haviam praticado antes, um adorador em 2015 acendeu um incenso perto da árvore, mas desta vez a árvore pegou fogo e foi quase destruída. O toco foi recuperado do fogo e colocado no complexo externo. Hoje, o ger ainda está em seu lugar, e o solo onde a Mãe Árvore cresceu é objeto de veneração das pessoas. 

O toco, ao lado de várias árvores próximas, está envolto em lenços cerimoniais, principalmente azuis, e encharcado de leite e vodka. A cerca ao redor do complexo é “fortificada” por tijolos de chá. Em um complexo adjacente, outra árvore foi elevada ao status de Árvore Sagrada nos últimos anos por um eminente xamã da Mongólia.

Fonte: https://www.atlasobscura.com/places/the-mother-tree-shammar-mongolia
Traduzido com Google Tradutor.

Cena de filme americano

Cerco em uma casa, tiros de fuzil, granadas, agentes e viaturas sendo alvejados. O público deve ter pensado que estava vendo algum filme em algum serviço de streaming.
Não, essa foi a cena retratada nos noticiários locais. Agentes da Polícia Federal, cumprindo uma ordem legal e legítima, enfrentaram a resistência criminosa de Roberto Jefferson.
A cena, típica de filme americano, é a demonstração cabal de que o porte e posse de arma precisam de restrição e controle.
O atual mandatário da presidência sustentou sua campanha de 2018 na liberação e durante seu mandato manteve o apoio à adoção do American Way.
Ao longo desse período escabroso da história do Brasil, o resultado da facilidade em ter o posse e porte de arma foi o aumento de casos de feminicídio, de casos de discussões sendo resolvidas na bala e de atentados. Eu citei a notícia de que o Exército não tem controle sobre as armas e surgiram casos de concessão (ou revenda) de armas para o crime organizado.
Como era de se esperar, o presidente (fascista genocida) se fez de desentendido e rifou seu aliado. Jefferson é apenas um do séquito de simpatizantes, apoiadores e seguidores desse fenômeno social, político (e religioso) chamado Bolsonarismo.
Parece incompreensível que 51 milhões tiveram a capacidade de votar na reeleição do pior presidente que tivemos. Mas não se engane, Bolsonaro não é o problema, ele é o sintoma. Como outros personagens (que cunharam seu nome na história), Bolsonaro apenas capitalizou (cristalizou) uma mentalidade, uma tendência, que tem voltado à consciência humana: o Fascismo e o Nazismo. Tal como antes, determinados grupos (ligados ao sistema e às elites) vão causar a crise apenas para vender a solução. Os regimes ditatoriais foram instalados unicamente para manter e garantir o lucro de poucos.
Quando, em 2013, eu profetizei que os black blocks eram ensaio da direita para um projeto político, eu fui chamado de exagerado. Veio o golpe (que foi admitido e confirmado posteriormente), o mandato tampão que tirou muitos de nossos direitos e, enfim, a manipulação do processo eleitoral por fake news e redes sociais. A direita soube usar e se apropriar dos meios de comunicação alternativos para assegurar o seu predomínio na opinião popular, ou, como foi bem colocado, na guerra cultural, para cultivar (e colher) o discurso de ódio. Não é mera coincidência que esse projeto tenha a participação e o apoio de conservadores e de cristãos fundamentalistas.
Esse é o resumo da história do Brasil (talvez do mundo): o público sendo usado e manipulado por uma elite. Ainda que uma teoria diga que a organização social e política da humanidade irá "evoluir naturalmente" para o Socialismo e Comunismo, isso está muito longe. Para tal, seria necessário uma mudança cultural, a criação de uma educação, consciência e participação política de todos. Tantos, maiores e melhores do que eu, lutaram por esse futuro. Eu ignoro se o que eu faço tem algum efeito ou diferença no estado das coisas. Eu só posso pedir (e torcer) que minha alma (se existente) seja colhida, entre as coxas, por Ela.
Assim seja, assim é, assim será.

terça-feira, 25 de outubro de 2022

O mundo de Ifrit

IMAGINE UM MUNDO QUE EXISTE paralelo ao nosso, invisível ao olho humano e cheio de espíritos com sua própria sociedade, suas próprias tribos e classes, suas próprias leis e escolas. Como em nosso mundo, alguns deles são bons e alguns são maus. Como nós, eles sentem paixão, dor, alegria e sofrimento.

Agora imagine que essas criaturas tinham o poder de entrar em nosso reino, caminhar entre nós e até mesmo mudar o curso de nosso destino. E se eles não estivessem sempre ansiosos para mudar esse curso para sempre? E se eles tivessem o poder de influenciar profetas, líderes, reis e rainhas, seduzindo alguns, favorecendo outros e nos sabotando de maneiras grandes e pequenas?

O universo, de acordo com o Alcorão, é dividido em dois mundos inseparáveis: o visível e o invisível, ou Al-Ghaib. O último abrange tanto o paraíso quanto o inferno, povoado por anjos, fantasmas e criaturas sobrenaturais de todos os tipos chamados djinn – entre eles o ifrit. Enquanto Allah criou os anjos para serem livres do pecado, restringidos por Seus mandamentos, ele forjou os djinn do fogo e lhes deu o livre arbítrio para agir de acordo com seus próprios códigos de moralidade e civilidade. E de acordo com as escrituras, o ifrit, mais do que qualquer outro djinn, correu com essa liberdade para pastagens perversas.

As descrições do ifrit variam ao longo do Hadith (ensinamentos não-corânicos atribuídos a Muhammad) .Às vezes astutas, às vezes sedutoras, as criaturas são até esporadicamente úteis, mas quase sempre com intenções mais nefastas. O folclore popular retrata ifrit como enormes criaturas aladas de fumaça que espreitam em ambientes arruinados e desolados - cemitérios, templos abandonados e até lixões. Com o tempo, a crença no ifrit tornou-se difusa e varia de acordo com a seita, o país e a classe. Mas cada história compartilha a sensação de que ifrit são precursores de morte e destruição. No Marrocos, acredita-se que sejam os espíritos de inocentes assassinados. No Egito, os ifrits podem possuir membros, levando a doenças ou decadência, ou assumir um hospedeiro inteiro e conceder a uma pessoa força e bravura sobrenaturais - até que inevitavelmente enlouqueçam.

Formas menores de trapaça também são da alçada do ifrit. Uma joia desaparece? Provavelmente roubado por um ifrit. Um estranho incrivelmente bonito aparece de repente? Provavelmente um ifrit para seduzir ou casar com um humano. Um osso misteriosamente quebrado? Provavelmente o trabalho de um ifrit.

O ifrit aparece apenas uma vez no próprio Alcorão. Na passagem, o espírito se oferece para levar o trono da Rainha de Sabá ao Rei Salomão. Sentindo a natureza perversa do ifrit, Solomon delega a tarefa a alguém “dotado de conhecimento das escrituras”, o equivalente corânico de um golpe diplomático.

Em outra passagem inicial do Hadith , o ifrit tenta sabotar o profeta Maomé durante sua milagrosa peregrinação da Jornada Noturna, nas costas de uma criatura parecida com um cavalo alado, até a mesquita de Al-Aqsa em Jerusalém. Antes que Maomé possa chegar ao local sagrado para unir os profetas do mundo em oração, um ifrit o ameaça com fumaça e fogo - apenas para ser frustrado pelo arcanjo Gabriel, que ensina a Maomé uma oração para banir o espírito maligno.

Por volta do século 13, os mágicos começaram a inventar outras maneiras de manipular e afastar o ifrit. Os talismãs se tornaram o método mais popular, com sacrifícios de sangue em segundo lugar, particularmente na Síria e no Marrocos. Segundo Liana Saif, pós-doc no Institute for Advanced Study de Londres, essas práticas corresponderam a um aumento do pensamento esotérico, liderado em grande parte pelo sufismo, uma forma de misticismo islâmico. Nessa época, a linguagem em torno das ciências ocultas evoluiu e, por sua ligação com o sufismo, islamizou-se. “Houve uma mudança das influências astrais para a magia celestial”, diz Saif. “Espíritos se tornaram djinn, almas celestiais se tornaram anjos. Praticar magia passou de 'estou usando as propriedades ocultas de coisas naturais' para 'estou invocando um djinn para fazer minha vontade'”.

Essa invocação do ifrit (ou outro djinn), no entanto, era vista como uma forma de magia negra ou, como diz Saif, “uma violação do contrato social interdimensional”. Aceitar que os djinn existem em uma dimensão paralela é uma extensão da fé, mas tentar se intrometer no reino invisível é considerado um sacrilégio. Saif observa que “as pessoas que às vezes podem ver o invisível são aquelas que não o buscam ativamente. Eles são considerados profetas e santos, e para eles torna-se um sinal da aceitação de Deus de sua fé e ascetismo. Outros que fazem isso pelo poder? Isso é completamente proibido em muitas escolas.”

Hoje, a crença no ifrit anda de mãos dadas com noções muçulmanas mais amplas de fé; um reconhecimento de Al-Ghaib e das criaturas que ali habitam é um reconhecimento de que existem coisas além da nossa vista, um reino espiritual. É uma extensão de uma crença em Allah. “A tradição do djinn tem grande importância para entender como se relacionar um com o outro, com a natureza, com o ambiente, com a doença”, diz Saif. “Eu não classificaria isso como supersticioso. A crença em djinn dá agência sobre a doença, e a espiritualidade se torna uma maneira que [as pessoas] se relacionam com suas mentes e seus corpos, e acho que isso é válido.”

Para os crentes muçulmanos, Al-Ghaib dá ao universo inteiro uma estrutura dinâmica e permite a prontidão e aceitação de qualquer coisa que possa ocorrer - seja peculiar, fantástico ou mundano. Isso significa aceitar que um ifrit pode possuir, roubar, se intrometer e matar. Mas também significa viver lado a lado com um reino inteiro cheio de possibilidades, milagres e esperança.

Fonte: https://www.atlasobscura.com/articles/monster-mythology-ifrit
Traduzido com Google Tradutor.

TSE inerte

"A uma semana do segundo turno, a Igreja Universal do Reino de Deus está distribuindo seu jornal pelo Brasil com um texto travestido de reportagem intitulado 'Por que Lula tem fama de ladrão'", destaca o jornalista Lauro Jardim, em sua coluna no O Globo.

De acordo com ele, a chamada de capa do jornal da igreje de Edir Macedo sugere ainda ao leitor que "entenda os maiores escândalos de corrupção envolvendo governos petistas e reflita se o partido deve voltar ao poder".

A publicação do jornal semanal, que tem tiragem de 1,7 milhão de exemplares, dedica duas páginas inteiras para atacar Lula.

Lauro Jardim enfatiza ainda que, ao contrário de outras edições da Folha Universal, o autor do texto não é identificado nem há menção de que se trata de um artigo de opinião ou editorial.

Fonte: https://www.brasil247.com/midia/folha-universal-de-edir-macedo-faz-campanha-contra-lula-em-jornal-gratuito-a-uma-semana-da-eleicao?amp
Nota: aumentam as denúncias de tentativa de indução criminosa de voto (coação) por parte dos patrões. Em ato falho ou sincericídio, Neymar admitiu que apoia o fascista genocida por "retribuição", a saber, o jogador mercenário pediu ajuda de Jair Bolsonaro para suas pendências com a Receita Federal. O Brasil não é para novatos.

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Ana, a injustiçada

A literatura empresta inspiração da história. Mas nem George Martin conseguiria escrever todos os detalhes sórdidos da monarquia européia. Todos os tomos que ele escreveu ficam pálidos diante do rei Henrique VIII.
Um monarca que vivenciou o Absolutismo, entretanto, causou-se, conforme a conveniência da época, com Catarina de Aragão. Isso não o impediu de cortejar Ana Bolena e, diante da recusa da Igreja em reconhecer essa união e anular a anterior, ele rompeu com o Vaticano e criou sua própria igreja, chamada de Anglicana.
Ana poderia ter sido a rainha da Inglaterra, mas falhou no papel e função que esperavam dela - não conseguiu gerar um herdeiro.
Ato contínuo, ela foi acusada de conspiração, adultério, incesto e bruxaria.
Ela não teve sequer o direito de um enterro, seus restos foram depositados em uma cova comum, anônima e seu nome foi apagado dos registros. Isso aconteceu com Hatshepsut e com Calígula.
Talvez seja esse o caso do companheiro de armas de Joana D'Arc, esta, teve o privilégio de ser transformada em santa, enquanto ele ainda tem sua reputação manchada, como a de muitos, por sua associação com o ocultismo.
Talvez eu escreva sobre ele e a possível inocência dele.

Fruto podre

Autor: André Lobão.

Uma sexta-feira, expediente e semana de trabalho encerrada, é hora de buscar o caminho de casa para começar usufruir o final de semana e o início das férias.

Metrô cheio você imagina uma volta tranquila, mas comigo não foi assim. Na estação da Central do Brasil adentra o vagão um cidadão com uma caixa de som que logo começa entoar cânticos cristãos religiosos, cometendo em uma ação duas infrações no transporte de metrô, pelo menos aqui no Rio: show dentro de transporte e pregação religiosa.

Bom, incomodado com o som alto fiz uma reclamação ao nosso cantor gospel de que ele estaria cometendo uma ilegalidade e que também ele estava atrapalhando o serviço de som do trem que informa sobre paradas e estações.

Não me dando bola, o sujeito seguiu em sua pregação, recebendo apoio de pelo menos 70% do passageiros, que lhe ofertaram dinheiros, entre notas de 10 e 5 reais e moedas, ao mesmo tempo em que me xingavam e vaiavam. Confesso que fiquei tenso.

Um sujeito de quase dois metros, com a camisa do Flamengo, gritou do outro lado do vagão, perguntando se eu estava incomodado. De pronto, eu respondi que sim, pois vagão de metrô não é igreja.

Logo percebi que aquelas pessoas me olhavam com muita raiva, tive a percepção de que estava em uma baita enrascada, correndo o risco de ser linchado. Enquanto isso, o artista gospel aumentava o volume seu canto e as pessoas batiam palmas e louvando aquele momento.

Foram 10 minutos temendo pelo pior que pudesse me acontecer. Nas paradas não havia nenhum dos seguranças do metrô que sempre vejo expulsarem artistas e pedintes dos vagões. Até chegar a minha estação em Del Castilho me senti como um perseguido (judeu ou cigano) na Alemanha Nazista. Desci tendo experimentado uma terrível sensação de medo, não sei como ainda fiquei naquele vagão resistindo a olhares de ódio e xingamentos.

Disso tiro a conclusâo de que estamos num momento muito perigoso de fundamentalismo religioso e que isso pode ser um caminho sem volta. Eles cantam Jesus e declamam palavras que denotam o amor, mas ao encontrar o primeiro dissonante babam de raiva e ódio.

Eu achei tudo muito estanho que aconteceu hoje no metrô do Rio. Não quero insinuar ou levantar suspeitas.

Cuidem-sem, por favor. Em situação semelhante saiam de onde estão e não discutam.

Fonte: https://www.brasil247.com/blog/provei-do-fundamentalismo-religioso?amp

domingo, 23 de outubro de 2022

Amaldiçoando em grego

Os antigos helenos eram um povo competitivo e lutavam com muitas das questões que enfrentamos hoje: o desejo de ter um bom desempenho, o desejo de que a justiça seja feita e a necessidade de amor. Orações para essas coisas eram feitas com frequência, geralmente em sua forma ritualizada normal no altar da casa . Se esses pedidos foram feitos contra, ou às custas de outra pessoa, no entanto, eles geralmente foram retirados do reino do culto regular e kharis (nota pessoal: kharis é a palavra que deu origem à caridade), e colocados no reino ctônico. A forma preferida foi katadesmoi.

Katadesmoi são tabuletas relativamente pequenas, inscritas com um desejo solicitado ao Theoi para cumprir. Os Katadesmoi que sobreviveram eram geralmente feitos de folhas muito finas de chumbo, que eram enroladas, dobradas ou perfuradas com pregos. Cera, papiro, pedra, metais preciosos e minerais preciosos também teriam sido usados ​​como meio. Alguns katadesmoi eram acompanhados por uma pequena boneca representando a vítima pretendida ou até mesmo uma mecha de seu cabelo, principalmente no caso de feitiços de amor. Em geral, os katadesmoi sempre incluíam o nome da vítima pretendida e o(s) nome(s) dos deuses apropriados – mais frequentemente Hades, Kharon, Hekate e Perséfone. Exceções foram encontradas, é claro.

Houve cerca de 1600 katadesmoi encontrados em toda a Hellas, e a prática era generalizada. De fato, para oNos Jogos Olímpicos , os competidores tiveram que jurar a Zeus Olímpico que não iriam trapacear e amaldiçoar seus oponentes. A retribuição divina recairia sobre os competidores que o fizessem. Uma grande porcentagem dos katadesmoi encontrados continha feitiços de amor ("Quero que [nome] me ame além de todos os outros"), ou desejos legais ("Que [nome] tropece em suas palavras em defesa de si mesmo"), mas muitos outros males desejos foram encontrados.

Os Katadesmoi geralmente eram depositados onde estariam mais próximos do Submundo: em abismos, piscinas de água, poços, cavernas, templos da divindade em questão, enterrados no subsolo ou colocados em sepulturas. Este último geralmente era uma forma especial, no entanto, e os katadesmoi colocados com os mortos eram geralmente pedidos para vingar a morte do falecido.

Em geral, os katadesmoi eram usados ​​por desespero: os canais regulares haviam se esgotado, os tribunais humanos nunca condenariam o autor de um crime ou o assassino não poderia ser encontrado. Suplicar aos deuses - quem sabia mais, via mais e tinha um alcance muito maior - era considerado a única alternativa para obter justiça. Este foi mesmo o caso em muitos feitiços de amor. Katadesmoi não foram feitos à toa: precisava haver um forte incentivo para fazer um.

Um outro incentivo foi o medo de que uma maldição de katadesmos tivesse sido lançada sobre você. Neste caso, o sujeito da maldição poderia fazer o seu próprio, e pedir que o perpetrador do katadesmos possa sofrer por isso, e que seu katadesmos pode não ter nenhum efeito, exceto talvez para contra-atacar. Neste caso, o katadesmos atua como uma maldição obrigatória.

Vamos reinterpretar os katadesmoi no esquema mais amplo das estruturas políticas e sociais em uma data posterior, mas por enquanto é importante perceber que a prática foi desaprovada por muitos filósofos (principalmente Platão), mas que o ato não foi considerado “mau”. Era uma forma de proteção e um receptáculo para a justiça. Foi considerado como tal.

Pessoalmente, não vejo necessidade de katadesmoi e tenho lutado contra esses impulsos em tempos de necessidade. Eu vejo o apelo deles, mas meu estado de espírito moderno não faria justiça a eles, eu acho, e aí reside muito potencial para problemas. Eu não encorajaria ninguém a usar katadesmoi, mas entenderia se eles o fizessem em momentos de necessidade. Ainda assim, prefiro colocar minha confiança nos Theoi, independentemente de maldições ou amarras.

Fonte (citado parcialmente e editado): http://baringtheaegis.blogspot.com/2013/05/pbp-katadesmoi-curse-tablets-and.html
Traduzido com Google Tradutor.

Panfletagem criminosa

Autor: Yurick Luz.

Nesta quarta-feira (19), em uma igreja na região da Pampulha, em Belo Horizonte, folhetos pró-Bolsonaro foram distribuídos a evangélicos presentes no encontro do candidato a vice-presidente General Braga Netto com lideranças religiosas.

Dezenas de representantes de comunidades evangélicas compareceram ao local. Diversos bolsonaristas como os deputados eleitos Nikolas Ferreira (PL) e Bruno Engler (PL), o senador eleito Cleitinho Azevedo (PSC) e o governador reeleito Romeu Zema (Novo) também estiveram presentes e discursaram na Igreja Batista Getsêmani.

Ao final do evento, materiais de campanha com terrorismo moral e ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram distribuídos aos fiéis. Os folhetos apresentam: Bolsonaro como defensor da “vida sagrada, direitos do cidadão e da liberdade de expressão”, enquanto Lula é acusado de “destruidor da família tradicional”.

“Legaliza o aborto”, “Quer implantar a ditadura socialista do estado”, “Censura os meios de comunicação”, “Apoia a criminalidade, perdoa e descriminaliza a corrupção” estão entre outros ataques feitos ao petista.

Em seu discurso, Braga Netto, além do voto, pediu que os evangélicos “convertam” mais eleitores. “Mesmo constrangido, eu venho aqui pedir aqueles que acreditam no trabalho que tem sido feito”, disse. “Primeiro agradecer aqueles que nos apoiaram no 1º turno, mas peço para falarem fora da bolha porque têm pessoas que acreditam em promessas que não vão ser cumpridas”.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/terrorismo-moral-evangelicos-recebem-folhetos-com-ataques-a-lula-em-igreja-de-bh/
Nota: enquanto isso, atrasado, o candidato Lula divulga uma carta aos cristãos. O TSE não está conseguindo prevenir nem punir as fake news. Os colunistas continuam a convulsionar, tentando entender e explicar o apoio de tanta gente ao fascista genocida.

sábado, 22 de outubro de 2022

A Esquerda é a salvação da família

Autor: Raphael Fagundes.

A esquerda pode estar subestimando os votos das classes pobres em Bolsonaro. Mesmo o presidente relacionando a pobreza à criminalidade, afirmando que não há miséria no país e dizendo que é necessário que a polícia entre na favela matando, mesmo que inocentes morram, muitos, principalmente no Rio de Janeiro, ainda têm fidelidade ao ex-capitão.

Uma hipótese para explicar esse fenômeno pode ser o valor dado à família. A formação discursiva da esquerda não produz discursos contundentes sobre família.

Desde o “Manifesto”, Marx e Engels entendem que a ruína da família dos operários é a razão para o desenvolvimento da família burguesa. O que não é mentira já que, enquanto as famílias desestruturadas são as mais comums entre os trabalhadores, o Brasil é controlado por grandes famílias que se tornaram verdadeiras corporações, seja no ramo empresarial ou no ramo político.

E por que a família é um ponto importante a ser discutido na política?

O neoliberalismo defende a ideia de que não existe mais sociedade, apenas indivíduos. A família seria, portanto, o único refúgio neste mundo neoliberal. E, nesse sentido, os cristãos podem ser encarados “como promotores de uma racionalidade política neoconservadora bastante afinada com a lógica neoliberal”.

Nos debates que ocorrem nas grandes emissoras de TV, vários temas são colocados para a discussão dos candidatos. Educação, saneamento básico, saúde etc, mas um tema que move grande parte da população brasileira ainda não é abordado: a família. A visão que os candidatos têm sobre a família se tornou pedra angular na decisão do eleitor. Em 2017, a pastora Damares Alves foi profética em relação às eleições de 2018 e as que viriam a partir dali: “O que vai decidir a eleição para presidente será a posição dos candidatos diante dos temas relacionados à vida e à família”.

Em uma sociedade em que o Estado busca cada vez mais se ausentar (proposta neoliberal), a família passa a ser fundamental. É uma lógica proposital. Com o esvaziamento das políticas sociais, as igrejas comunitárias acabam assumindo a dianteira, atendendo às necessidades imediatas dos mais vulneráveis (trabalho que sempre estiveram dispostas a fazer desde os tempos medievais).

As pautas sexuais petistas foram afastando os evangélicos cada vez mais da esquerda que, até então, se viam como minorias oprimidas pelo Estado e pela classe dominante católica. Bolsonaro entra neste vácuo.

Mas como um homem que teve três casamentos, que propôs o aborto de um filho, que disse que usava verba pública para “comer gente", tornou-se um grande defensor da família?

Uma estratégia política para ampliar os votos. Até então Bolsonaro era um político do nicho militar. Mas, com o tempo, observou o afastamento dos evangélicos da esquerda, principalmente a partir de 2011 com a questão do “kit gay". Em abril de 2017, o próprio Bolsonaro diz: “o kit gay foi uma catapulta na minha carreira política”.

A família passou a ser um grande instrumento para Bolsonaro ascender politicamente. Inclusive, a estratégia da disseminação de notícias falsas não seria possível se não fosse esse instrumento. É como explica o professor da UFRJ, Alexandre Brasil Fonseca: “A lógica de ‘defesa da família’ se dá por meio do uso de um aplicativo que tem no uso da família seu primeiro foco. Ser algo da confiança e segurança, espaço em que pessoas que se conhecem previamente e se comunicam de forma regular". Portanto, não se trata de valorizar a família de fato, mas usar sua função social (em uma sociedade de Estado mínimo) para a cristalização do discurso conservador e liberal.

Em meio à crise do Covid-19, no ano de 2020, Bolsonaro esbraveja: “Devemos, sim, cada família cuidar dos mais idosos. Não pode deixar na conta do Estado”. Esse é o projeto neoliberal. Um Estado fraco e a responsabilização das famílias.

É importante lembrar que esse plano de Bolsonaro levou ao esfacelamento de muitas famílias. Irmãos se afastando devido a discordâncias ideológicas. Contudo, este aspecto não se refletiu com tanta força entre os mais vulneráveis. Até quando Bolsonaro diz que pretende beneficiar seus filhos, isso não soa como nepotismo ou privilégio para os mais pobres (muitos sem a figura de um pai presente), mas como a de um pai provedor (que eles não tiveram, remetendo-os a um passado retrotópico que valorizava a família).

Bolsonaro venceu em São Paulo e Rio de Janeiro. A maior parte das populações destas regiões são de pobres. Ou seja, não podemos subestimar o voto dos mais pobres em Bolsonaro. E isso está diretamente relacionado ao fato família, ausência de Estado, religião.

A esquerda precisa urgentemente produzir um discurso sobre família. Não adianta posar com entidades religiosas ou escrever uma carta aos evangélicos. As pessoas querem o discurso porque “se as ideologias têm uma ‘existência material', o discursivo será considerado como um de seus aspectos materiais". O discurso é a materialização de uma ideia.

Mas a única forma de valorizar de fato as famílias, não instrumentalizá-las, é pela proposta da esquerda. Com o investimento do Estado nos serviços, fornecendo serviços gratuitos e de qualidade, os pais terão mais tempo para ficar com os seus filhos.

Os neoliberais não são contrários aos programas de auxílio de renda (como o Auxílio Brasil). O próprio Milton Friedman dizia que a “ajuda de forma mais útil para o indivíduo”, é o dinheiro. Mas são arduamente contra os serviços públicos, ou melhor, contra o Estado de bem-estar social. O plano é o Estado mínimo, a privatização. Mas o auxílio só ampara até uma certa renda. Depois desta renda, seria preciso trabalhar intensamente para acessar saúde e educação de qualidade, pois, na lógica neoliberal, estas seriam pagas.

Quando os pais teriam tempo para ficar com os seus filhos? A lógica neoliberal afasta os pais dos filhos. Contudo, com saúde e educação gratuito e de qualidade se exigiria menos tempo dos pais fora de casa. Essa é a proposta da esquerda. Ou seja, somente o auxílio não resolve o problema da dissolução da família, muito menos um discurso vazio, ideológico, sustentado por valores bíblicos.

O desespero criado por essa lógica neoliberal, a correria para pagar as contas no final do mês, produz uma miríade de transtornos mentais. Mas o sistema promove o que Mark Fisher chamou de “privatização do estresse". O problema está no indivíduo, não na lógica do capital. Isso também contribui para que muitos se dirijam às igrejas. O estresse, a depressão e a ansiedade são encarados como “encosto" e a igreja irá libertar o cidadão desse mal.

No fim, Marx e Engels estavam certos: o esfacelamento da família dos trabalhadores alimenta a prosperidade das famílias das classes dominantes, dos pastores que ampliam sua demanda para qual vendem a libertação e a dos políticos neoconservadores, que coadunados com empresários ampliam seus negócios privados, enquanto que os pobres se desgastam para pagar pelos seus serviços.

Fonte: https://revistaforum.com.br/opiniao/2022/10/19/somente-esquerda-podera-salvar-familia-por-raphael-fagundes-125132.html

Os dadoukhois

Você pensaria que, de uma cultura que tem a letra 'D' em seu alfabeto, haveria uma grande variedade de palavras com D para escolher. Infelizmente, esse não é o caso. Ainda existem alguns, mas eu não estava com vontade de escrever sobre a maioria deles. Hoje, vou me aprofundar um pouco mais em certos aspectos dos mistérios de Elêusis para expressar a importância da tocha no antigo culto helênico.

O culto dos mistérios de Elêusis é provavelmente o culto de mistérios mais conhecido da antiga Hélade. Podemos não saber muito sobre o que, exatamente, aconteceu durante os ritos, mas sabemos que para Atenas - e muito além - o festival de nove dias de Eleusinia (Ἐλευσίνια) em homenagem a Deméter e Perséfone foi um dos mais importante de todos os tempos. Abordarei os mistérios de Elêusis em duas semanas, quando chegarmos aos 'E's, mas por enquanto basta dizer que os mistérios de Elêusis, que tinham festivais durante todo o ano, estavam ligados à agricultura pela recusa de Deméter em cumprir suas funções. como uma Theia agrícola enquanto sua filha Perséfone está com Hades, e para a vida após a morte e o submundo através do retorno de Perséfone à superfície da terra após o término de sua estadia obrigatória com Hades.

Um dos títulos dos oficiantes dentro dos mistérios de Elêusis era 'Dadoukhos' (Δᾳδοῦχος): portador da tocha. Eles foram classificados após Hierofantes, e o cargo foi herdado através de várias linhagens familiares atenienses. Portadores de tochas literalmente carregavam tochas em procissões, supervisionavam os rituais noturnos e representavam vários momentos-chave na mitologia que cercava os mistérios de Elêusis.

A base mítica para os ritos de Elêusis é, obviamente, o segundo hino homérico, a Deméter, como se supõe ter sido escrito por Pámphōs (Πάμφως), um antigo poeta helênico, mencionado por Pausânias como tendo vivido antes do próprio Hómeros. Pámphōs foi o autor de vários hinos às divindades, incluindo o hino a Deméter, e estava ligado aos mistérios como tal. Do hino homérico a Deméter :

Que deus do céu ou que homem mortal arrebatou Perséfone e perfurou com tristeza seu querido coração? Pois ouvi sua voz, mas não vi com meus olhos quem era. Mas eu lhe digo verdadeiramente e em breve tudo o que sei.” Então, então, disse Hécate.

Em algumas versões do mito, Perséfone é conduzida para fora do Mundo Inferior não por Hades em Sua carruagem dourada, mas pela própria Hécate, carregando tochas para iluminar o caminho para fora da escuridão; um ritual que continuou ano após ano. É certamente verdade que Hécate e Perséfone são bons amigos:

"Então Hécate de cabelos brilhantes se aproximou deles, e muitas vezes ela abraçou a filha da santa Deméter: e desde então a senhora Hécate foi ministra e companheira de Perséfone."

Muitos dos ritos de mistérios eram realizados no escuro, e pinturas em vasos e relevos mostram muitos Theoi com tochas, com vista para os ritos secretos. Triptolemos (Τριπτόλεμος), por exemplo, é representado em vários vasos dos séculos IV, V e VI aC, segurando uma espiga de milho, sentado em um trono alado ou carruagem, cercado por Perséfone e Deméter com tochas de pinheiro. A tabuleta de Ninnionretrata Deméter, seguida por Perséfone e Iakchos, um epíteto de Dionísio, e depois a procissão dos iniciados dos mistérios. Então, Deméter está sentada na kiste dentro do Telesterion, com Perséfone segurando uma tocha e apresentando os iniciados. A segunda fila de iniciados era liderada por Iakchos, agora um sacerdote, que segurava tochas para as cerimônias. Foram esses sapatos divinos que o Dadoukhoi preencheu.

Fonte: http://baringtheaegis.blogspot.com/2013/02/pbp-dadoukhoi-torch-bearers.html
Traduzido com Google Tradutor.
Nota: eu vejo semelhança com os portadores de tochas presentes nos mistérios mitraicos e com os Gêmeos Divinos.

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Literatura e história

Steven Posch escreveu:
...não surpreende que as bruxas modernas perguntem: E se o rei fosse um dos nossos? E se o rei fosse uma bruxa?

Desde que Margaret Murray (...) sugeriu pela primeira vez há cem anos que o antigo culto da Realeza Sacral/Sacrificial persistia nas Ilhas Britânicas até o início dos tempos modernos...

Então ele cita alguns livros, diria eu, de ficção histórica, onde reis ou rainhas apresentam sinais de que estão envolvidos com a Bruxaria. Tudo é muito vago, então eu vou me esforçar em dar algum contexto efetivamente histórico.

O Rei é um Bruxo (Evelyn Eaton, 1965)

O ano é 1342, o rei é Eduardo III, e sim, ele é um bruxo: nosso tipo de bruxo, o tipo pagão/antiga religião.

Steven deve estar se referindo ao fato do rei Eduardo III ter fundado (em 1348) a Ordem da Jarreteira, uma ordem militar da cavalaria britânica, baseada nos nobres ideais da demanda do Graal e da corte do rei Arthur (apud, Wikipédia).

A pergunta óbvia é saber onde está a correlação. Eu escrevi em algum lugar sobre o acessório de bruxa, a cinta liga, ou laço, também conhecida como jarreteira.
Entretanto a lenda do motivo pelo qual o rei criou essa ordem conta que ele estava dançando com uma condessa em um baile, quando a jarreteira dela caiu. Quando o rei apanhou o objeto no chão e colocou de volta na perna da mulher, risos e murmúrios foram ouvidos na côrte.  Diante disso, o rei disse: envergonhe-se quem vê malícia, o que se tornou o lema da ordem. Alguns especialistas dizem que isso tem ligação com a lenda de Gawain e o Cavaleiro Verde. Nessa lenda, Gawain recebe um cinto ou laço de uma enigmática mulher  antes dele ir enfrentar o Cavaleiro Verde.

O Diabo e o Rei John (Philip Lindsay, 1956)

O rei não é um bruxo, mas sua esposa é.

O rei João é citado nas lendas de Robin Hood, lenda que envolve muitos mistérios que tem correlação com o Ofício. No caso, sua esposa é Isabela de Angouleme, eu escrevi sobre ela em algum lugar. Outra efeméride é que o rei João foi quem (por livre e espontânea pressão) assinou a Carta Magna, o primeiro modelo de constituição.

Rei da Floresta (Valerie Anand, 1989)

O rei não é um bruxo, mas seu namorado é.

O nome do namorado é uma criação fictícia, mas não a homossexualidade do rei nem as estranhas circunstâncias de sua morte durante uma caça na região de New Forest, o mesmo local onde Gerald Gardner encontrou suas bruxas.

Talvez o melhor exemplo, na história, de nobres envolvidos em mistérios antigos seja a dinastia Merovíngia, que eu devo ter escrito algo em algum lugar.

Terrorismo eleitoral da Universal

Autor: Sérgio Barbo.

Já é sabido que a Igreja Universal costuma demonizar a esquerda em cultos, seja pelo viés político, econômico, cultural, religioso ou em pautas de costumes. O jornal Folha Universal segue idêntico discurso recriminador, então não é surpresa que o mesmo ocorresse em suas redes sociais e programas televisivos.

Com o tema principal “O Temor dos Cristãos Com a Esquerda”, o programa “Entrelinhas”, um “puxadinho” do conhecido “Fala Que Eu Te Escuto”, tratou na madrugada do dia 18 de assuntos que aparentemente preocupam os cristãos evangélicos. A propósito de esclarecimentos para as eleições de 2° turno, os bispos discorreram sobre temas como supostos atos de vandalismo e de intimidação de esquerdistas a igrejas e a ameaça do regime de esquerda para o país, pois, segundo eles, onde o sistema foi implantado, a economia quebrou, a desordem social se instalou e o Evangelho foi reprimido.

De acordo com os pastores eletrônicos, a esquerda já dominou a mídia jornalística, a cultura e a arte, a educação, as minorias, o crime organizado e o judiciário. Ainda segundo o programa, o vice-presidente do PT está em processo de abrir uma igreja ligada ao partido, o que levantou a questão: “a esquerda quer sequestrar o Cristianismo?”.

O ápice do debate foi a exibição do inacreditável “Mapa da Esquerda nas Américas”, no qual toda a América do Norte é colocada como de esquerda e somente Brasil, Equador e uns poucos países da América Central como de direita. Sendo assim, “o Brasil é um dos últimos países ocidentais que podem barrar o comunismo”.

Os três apresentadores alegaram não ter compromisso com esquerda ou direita, mas com “a fé” – não sem antes recomendar Bolsonaro como a melhor opção para o próximo dia 30. Os bispos também prometeram retomar o tema na próxima segunda (24).

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/tv-record-faz-terrorismo-eleitoral-contra-lula-e-pt-com-fake-news-sobre-a-esquerda/

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

A duquesa bruxa

Autora: Moniek Bloks.

Eleanor Cobham é talvez uma das esposas reais menos conhecidas dos tempos medievais. Tal como acontece com a maioria das mulheres de seu tempo, não se sabe muito sobre sua juventude. Ela nasceu por volta de 1400, provavelmente no Castelo de Sterborough em Kent, que não sobreviveu ao reinado de Oliver Cromwell. Seus pais eram Reginald Cobham, 3º Barão Sterborough, 3º Lorde Cobham e Eleanor Culpeper.

Quando tinha cerca de 22 anos, tornou-se dama de companhia de Jacqueline, condessa de Hainaut, que fugira para a Inglaterra de seu marido João IV, duque de Brabante. Depois de obter uma anulação questionável, ela se casou com Humphrey, Duque de Gloucester, que era o filho mais novo de Henrique IV. Humphrey era o Lorde Protetor do jovem Henrique VI.

Por volta de 1425, Eleanor tornou-se amante de Humphrey, e três anos depois ele teve seu casamento com Jacqueline anulado. Jacqueline retirou-se para suas terras na atual Holanda, onde se casou por amor e morreu tragicamente jovem. Humphrey e Eleanor se casaram em algum momento entre 1428 e 1431. Eles mantiveram a corte no Palácio de Placentia em Greenwich, que era conhecido por sua extravagância. Em abril de 1436, ela recebeu as vestes de uma duquesa para a cerimônia da Jarreteira. Em 1435, o irmão de Humphrey, John, duque de Bedford morreu, e de repente Humphrey era o herdeiro presuntivo de seu sobrinho.

Eleanor gostava de consultar astrólogos para prever o futuro. Dois astrólogos previram que Henrique VI sofreria uma doença possivelmente fatal no verão de 1441. Sua morte faria de Humphrey rei e Eleanor sua rainha. Quando isso voltou ao conselho do rei, eles também consultaram os astrólogos, que não viam o mesmo futuro. Os dois logo foram presos sob a acusação de necromancia traição. Logo ficaria claro que Eleanor era a fonte da previsão, e ela também foi presa.

Eleanor naturalmente negou a maioria das acusações, embora confessasse usar poções para ajudá-la a conceber. No entanto, ela e os dois astrólogos foram considerados culpados. Enquanto um morreu na Torre de Londres, o outro foi enforcado, arrastado e esquartejado. A suposta bruxa de quem Eleanor havia conseguido as poções foi queimada na fogueira. Eleanor foi poupada da execução, mas foi forçada a fazer penitência pública em Londres. Ela se divorciou do marido e foi condenada à prisão perpétua.

Sua penitência pública ocorreu em 13 de novembro de 1441. Ela foi levada de Westminster para Temple Bar, onde caminhou, de cabeça descoberta e vestida de preto, carregando uma vela de cera para a Catedral de São Paulo, onde ofereceu a vela no altar-mor. Dois dias depois, o processo foi repetido quando ela caminhou do Swan Pier na Thames Street até a Christ Church, onde ela novamente ofereceu sua vela. Uma terceira viagem foi feita de Queenhithe a St. Michaels em Cornhill, onde ela também ofereceu seu círio. As multidões que vieram assistir a sua humilhação foram condenadas a não respeitá-la, mas também a não molestá-la.

Inicialmente, ela foi presa no Castelo de Chester, antes de ir para o Castelo de Kenilworth, Castelo de Peel na Ilha de Man ou para o Castelo de Beaumaris. Até mesmo o local e a hora de sua morte não são claros. Ela morreu entre 1446 e 1457, provavelmente no Castelo de Peel, onde também estaria enterrada. ( Weir, Alison (1999). Família Real da Grã-Bretanha: Uma Genealogia Completa. Londres: The Bodley Head. ISBN 978-0-09-953973-5). Outra fonte afirma que ela estava no Castelo de Beaumaris em Anglesey quando morreu em 7 de julho de 1452. ( Harris, GL (janeiro de 2008). “Eleanor, Duquesa de Gloucester (c.1400–1452)”. .). Imprensa da Universidade de Oxford). O resultado permanece o mesmo.

Eleanor pode ter sido a mãe dos dois filhos ilegítimos de Humphrey, mas não há registros exatos confirmando Eleanor como mãe deles, e ele não fez nenhuma tentativa de legitimá-los após o casamento.

O envolvimento de Eleanor com bruxaria nos mostra dois lados diferentes dela. Ela queria prever a morte do rei, levando-nos a acreditar que ela tinha alguma ambição de um trono para si mesma. Por outro lado, ela usou poções para tentar engravidar, o que nos mostra um lado mais humano dela. Infelizmente, talvez nunca conheçamos a verdadeira Eleanor.

Fonte (editada): https://royalcentral.co.uk/interests/history/royals-and-witchcraft-eleanor-cobham-52813/