Escreva em português.
Notícia:
https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/suruba-com-prostitutas-em-escritorio-de-advogado-acaba-em-delegacia-entenda/
O problema não é o serviço dessas mulheres, que eu apoio. O foco é o calote.
Escreva um texto crítico.
Resposta:
Na penumbra de um escritório de advocacia no centro do país, o cheiro de uísque caro se misturava ao perfume artificial de flores tropicais. Marcos, um advogado de 45 anos, orgulhoso de sua carreira e de um nome consagrado na área penal, abria a quinta garrafa da noite. Sua equipe de assistentes, alguns colegas mais novos e uma turma de prostitutas que ele trouxera sob o pretexto de "ajudar no networking", riam em coros. O ambiente era uma caricatura de justiça: paredes forradas com diplomas e diplomas de jurisdição, e um sofá de couro onde corpos se moviam a um ritmo que não parecia jurídico.
Marcos, como sempre, era o centro. Seu discurso sobre "liberdade individual" e "direitos sexuais" ecoava entre as risadas. "Vocês me confiam, não é?" perguntou, estendendo a mão para Alice, uma das prostitutas. Ela hesitou, não por medo, mas por experiência. Sabia que o homem diante dela, com roupas caras e palavras ainda mais caras, usava a lei para proteger seus próprios interesses.
— Quanto você espera? — perguntou ele, sorrindo.
— O combinado, R$500 — respondeu Alice, seca.
— Meu amigo aqui vai cuidar disso — Marcos tocou o ombro de um assistente, que corou e baixou os olhos.
Mais tarde, após a "surubinha", o assistente, que ganhava R$1.800 por mês, foi chamado ao escritório de Marcos.
— Não paguei a elas — disse o advogado, enfiando as mãos no bolso da gravata. — Acho que foi tudo... um mal-entendido.
O assistente demitido na hora. Alice e Carol, outra das prostitutas, que usavam a renda para sustentar filhas em comunidades periféricas, acordaram às 5 da manhã na delegacia, com os relatórios de Marcos no bolso da polícia.
O problema não é o serviço delas, que eu apoio. O foco é o calote, insiste o narrador, sem dizer que a "surubinha" foi uma farsa da fidelidade à lei. Marcos, cujo ofício é defender a justiça, agiu como se as prostitutas fossem um passatempo, não pessoas com direitos. A ironia? Ele, que prega sobre integridade no tribunal, agora era indiciado por crime de calote.
Na delegacia, Carol, 32, olhava para ele com desdém. "Você acha que pode comprar e descartar pessoas assim?", perguntou. Marcos ficou sem resposta. Sua defesa já estava pronta para casos de "corrupção de menores" e "trafico humano", mas não para a acusação de não pagar um serviço.
— Eu disse que era um mal-entendido — repetiu, como se a frase pudesse apagar a realidade.
— O mal-entendido foi seu — rebateu Alice, tirando da bolsa um caderno de anotações. — Você me disse que ia pagar, e eu acreditei. E meus clientes não pagam mentiras.
Na manhã seguinte, as fotos da delegacia viralizaram. Marcos, que passara anos alimentando sua imagem de "defensor do povo", agora era a piada fúnebre do jornal local. A polícia investigava o caso com lentidão, mas a justiça social, que não existe em processos, já fizera sua parte: a reputação do advogado estava em pedaços.
No fim de semana, em um bar distante daqui, Carol e Alice se encontravam com outras prostitutas. Conversavam sobre o caso com desassossego. Não sobre o sexo, mas sobre a falta de ética. "Sabe o que ele me perguntou?", disse Carol, rindo mordaz. "Se eu 'trabalhava' mesmo. Como se isso fosse um jogo".
Alice balançou a cabeça. "Ele acha que a lei é um robe, e não um compromisso".
Enquanto Marcos, cercado de advogados baratos e acusações de hipocrisia, tentava salvar sua carreira, as duas mulheres voltaram para casa. Nenhuma delas tinha diploma, nem título de doutor, mas ambas sabiam a diferença entre um serviço garantido e uma trapaça.
A surubinha no escritório de advocacia terminou não com uma multa ou uma crítica, mas com a revelação de uma falha maior: a de que a justiça, quando se torna caro, só protege quem paga. E no caso de Marcos, o calote foi duplo — para suas clientes e para a própria lei.
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