terça-feira, 29 de dezembro de 2020

A privatização da "liberdade religiosa"

Pontífice visita agora berço do Vodu e deve pedir respeito a crenças tradicionais, mas rejeição à bruxaria.
O papa Bento XVI pediu neste sábado, de forma contundente, que os líderes africanos não tirem a esperança de seu povo.
"Não desliguem suas populações de seu futuro mutilando seu presente", disse o papa.
As declarações foram feitas em Cotonou, na República do Benin, durante o segundo dia da visita do papa à África, perante uma plateia composta por líderes políticos, econômicos e religiosos do pequeno país do Oeste do continente, assim como representantes de nações vizinhas.
Usando uma linguagem excepcionalmente dura, segundo analistas, ele pediu que as autoridades africanas acabem com a corrupção.
"Adotem uma posição ética corajosa em relação a suas responsabilidades", disse o pontífice.
"Há escândalos e injustiças demais, corrupção e ganância demais, erros e mentiras demais, violência demais, o que leva a miséria e morte".
"Todo povo quer entender as escolhas políticas e econômicas feitas em seu nome".
"Eles percebem a manipulação e sua vingança é às vezes violenta. Eles querem participação em boa governança. Sabemos que nenhum regime político é ideal e que nenhuma escolha econômica é neutra. Mas estes devem sempre servir ao bem comum. Enfrentamos demandas legítimas, presentes em todos os países, por uma maior dignidade e sobretudo por uma maior humanidade".
Vodu
Mais tarde, o papa vai emitir uma orientação do Vaticano sobre como a Igreja Católica da África deve lidar com as tensões entre muçulmanos e cristãos e com a competição dos movimentos evangélicos, cujos cultos dinâmicos vêm atraindos mais fiéis.
O documento – a ser assinado na cidade de Ouidah, o berço simbólico do Vodu – deve pedir reconciliação, paz e justiça. O papa deve pregar ainda o reconhecimento de elementos de culturas e religiões tradicionais, se eles forem compatíveis com os ensinamentos da Igreja.
O pontífice vai, no entanto, alertar que as pessoas devem rejeitar a magia e bruxaria, condenados pela Igreja por seus "efeitos negativos nas famílias e na sociedade".
A África é o continente em que a fé católica cresce mais rapidamente no mundo, mas no Benin o Vodu é uma religião oficial e muitos dos que são cristãos ou muçulmanos incorporam alguns elementos do Vodu em suas crenças, especialmente em momentos de crise.
"O Vodu é mais que uma crença, é um estilo de vida, incluindo cultura, filosofia, língua, arte, música, dança e medicina. Os líderes do Vodu pedem aos deuses que intervenham em nome das pessoas comuns, mas os moradores locais frisam que isso não tem qualquer ligação com feitiçaria ou magia negra. As pessoas aqui não espetam agulhas em bonecos para causar problemas para seus inimigos, como se vê em alguns filmes ocidentais", explica a repórter da BBC África Virgile Ahissou.
Reportagem da BBC.
Divulgação pela União Wicca.
Nota: Em diversos textos neste blog eu denunciei o péssimo hábito da Igreja e seus representantes falarem em "liberdade religiosa", sempre em causa própria.
Texto resgatado com Wayback Machine.

domingo, 27 de dezembro de 2020

Corte eclesiástica

Um tema de grande relevância nacional permanece ausente dos debates da grande mídia e da sociedade brasileira. Trata-se das relações entre as religiões e o estado laico, que tem chamado a atenção dos estudiosos pelo avanço crescente dos interesses e grupos religiosos sobre os poderes legislativos e executivos, configurando demandas religiosas como políticas de Estado.
Não bastassem os casos de rivalidade e intolerância religiosa registrados em vários estados, especialmente de grupos evangélicos – mais especificamente neopentecostais – contra praticantes de umbanda e candomblé, conforme registrou a revista Istoé, edição nº 2191, de 4 de novembro; despontam grandes preocupações com a questão do ensino religioso na escola pública. O Acordo Brasil-Vaticano (2010), ao determinar que o ensino religioso deva ser “católico e de outras confissões religiosas”, provocou ação de inconstitucionalidade pela Procuradoria Geral da União. Já o Conselho Nacional de Educação enviou comissão ao Supremo Tribunal Federal (STF) reforçando o pedido de suspensão dos efeitos do acordo sobre o ensino religioso, que deixa de ser não-confessional para se tornar ensino de religião.
Outra situação relacionada à questão, mas de profunda gravidade, diz respeito à proposta de Emenda Constitucional (PEC 99, 19/10/2011), do deputado João Campos (PSDB-GO), que: “Acrescenta ao art. 103, da Constituição Federal, o inciso X, que dispõe sobre a capacidade postulatória das associações religiosas para propor ação de inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade de leis ou atos normativos, perante a Constituição Federal”. Noutras palavras, um conjunto de entidades representativas da igreja católica e de diversas igrejas evangélicas, citadas na proposta, formaria uma corte eclesiástica acima do Congresso Nacional e do STF, com poderes de referendar ou não as leis do País.
A proposta tanto tem de ousada quanto de perigosa. A julgar pelas últimas investidas clericais contra o estado laico, esboça-se não apenas o sepultamento do mesmo, da cidadania e da democracia, como a germinação obscurantista de uma teocracia.
Reportagem de O Povo Online.
Texto divulgado pela União Wicca.
Nota: E ainda tem pagão, bruxo e wiccano que fica lado a lado com essa gente nas caminhadas pela liberdade religiosa.
Texto resgatado com Wayback Machine.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Francês aciona a justiça para ser desbatizado

René Lebouvier fez uma solicitação incomum e seu processo contra a Igreja Católica será agora julgada por um tribunal. O resultado jurídico de sua denúncia poderá provocar uma brecha numa tradição que persiste desde o século 16: a manutenção do registro de batismo de parte da instituição católica.
O tribunal ordenou à diocese de Coutances e Avranches que "tome as medidas para o cancelamento definitivo dos registros de batismo, onde há menção que René Lebouvier foi batizado em 9 de agosto de 1940".
Baseada no "direito ao respeito da vida privada", a justiça francesa exige que esta anulação seja efetuada "usando como meio, a cobertura do escrito com tinta preta indelével, num prazo de 30 dias, sob pena de multa diária de 15 euros por descumprimento".  Embora o registro não seja público pode ser acessado por terceiros e isso "fere o direito do indivíduo", esclarece a sentença.
Contestando a decisão, o bispo de Coutances e Avranches, Don Stanislas Lalanne, entrou com um apelo. "O batismo constitui um evento de caráter público. É um ato consumado, faz parte da história e não pode ser cancelado." A Igreja também afirma respeitar a vontade dos pais que quiseram batizar o seu filho.
O registro mostra que René Lebouvier foi batizado quando tinha dois dias. Usando argumentos teológicos, a Igreja católica argumentou que "o batismo é o ato fundador de um novo nascimento na fé. É possível alguém cancelar o ato histórico do nascimento de uma pessoa?".
René Lebouvier não se importa muito com isso. O aposentado se considera um "livre pensador" e diz não odiar a Igreja. Mas insiste: "Todos os membros de minha família são católicos e nos damos bem. Casei na primeira vez diante do padre de minha aldeia em 1962, assisti a funerais na igreja, e até frequento os almoços promovidos por eles para os anciãos!".
Aos 71 anos, Lebouvier explica por que tomou essa decisão só agora, perto do fim da vida. Ele recebeu, alguns anos atrás, um certificado de "desbatismo", emitido por uma associação de livres pensadores. Decidiu então iniciar o caminho para se desvincular formalmente do grupo de católicos fiéis da sua cidade. "Fiz isso para ser honesto com os católicos fiéis. Eu não era mais católico há muito tempo, portanto era uma coisa lógica. Mas quando o pároco me disse que não poderiam tirar meu nome dos registros, só podiam escrever o adendo: "Renegou o batismo em tal dia. Aquilo me deixou inquieto", lembra ele.
Em 2009, Lebouvier ouviu as afirmações do Papa condenando o preservativo "enquanto os africanos morrem de AIDS" e soube da excomunhão de uma mãe e dos médicos brasileiros que concordaram em fazer um aborto de uma menina de 9 anos que engravidou depois de ter sido violentada. Aquilo lhe fez perder a cabeça. "Naquela altura, disse a mim mesmo que não queria ter mais nada com essa instituição. Até porque a Igreja avalia o número de seus fiéis pelos registros de batismo", observa o aposentado, desejoso de se ver livre o quanto antes de seus laços com a instituição.
Para o Vaticano, esse tipo de pedido é considerado um "ato de apostasia, de heresia ou de cisma" e pode resultar na condenação eterna do requerente. René Lebouvier afirma que não pensa nisso e tem o apoio da Federação Nacional do Livre Pensamento, que acompanhou o processo e pôs o seu advogado à disposição do aposentado.
Para a Igreja Católica, é difícil avaliar as consequências desse caso. Se a justiça facilitar e obrigar que o "desbatismo" seja reconhecido oficialmente, quantos mais farão o mesmo tipo de pedido?  Alguns bispos temem que isso se torne prática comum numa França que vê o declínio constante do número dos batizados no país há diversas décadas.
Em 2009 foram batizadas 316.286 pessoas, sendo que 295.582 eram crianças menores de 7 anos. Dez anos antes mais de 400.000 crianças receberam o sacramento batismal.
Mesmo tendo perdido no primeiro julgamento, a diocese recorreu do veredito e o processo deve se estender por mais algum tempo. O procedimento para "sair da Igreja" é longo e complexo, mesmo assim há cerca de mil pedidos deste tipo por ano no país. Percebe-se que há "picos de insatisfação" após algumas posições consideradas polêmicas são anunciadas pelo Vaticano. Nos últimos anos, as revelações de escândalos de pedofilia acentuaram o fenômeno.
Traduzido e Adaptado por Gospel Prime de Le Monde.
Nota: Na minha opinião, peticionar pelo desbatismo é coadunar com o poder da Igreja.
Texto resgatado com Wayback Machine.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Nudez em protesto

Um grupo de mulheres israelenses resolveu tirar a roupa para demonstrar apoio à egípcia Aliaa Magda Elmahdy, que provocou polêmica ao publicar fotos nuas de si mesma em um blog na internet.
Neste sábado, quarenta israelenses se reuniram em Tel Aviv para uma foto na qual aparecem nuas atrás de uma faixa que diz: "Amor sem fronteiras". Uma das mulheres também segura um cartaz em inglês que diz: "Mostre que você não tem medo".
Aliaa Magda Elmahdy, uma ativista de 20 anos, disse ter publicado as fotos para defender a igualdade sexual e da liberdade de expressão no Egito. A iniciativa, porém, publicou choque no país religioso conservador, onde a maior parte das mulheres muçulmanas cobre o corpo e o rosto, e onde mesmo os homens raramente mostram seque os joelhos em público.
A polêmica alimentou sentimentos conservadores islâmicos que, segundo muitos egípcios, podem prejudicar as chances dos liberais nas eleições parlamentares do país, cuja primeira fase começa no dia 28 de novembro.
"Muitos movimentos no Egito, principalmente os movimentos islâmicos, estão tentando se beneficiar da situação", disse Emad Gad, um candidato parlamentar do esquerdista Partido Social Democrático Egípcio. "Eles dizem: 'Nós temos que proteger a nossa sociedade de coisas como essa e, se os liberais ganharem, então essa mulher se tornará um modelo para todas as mulheres egípcias."
Ativistas liberais rapidamente negaram qualquer ligação com ela. Após relatos indicando que Elmahdy é membro do Movimento da Juventude 6 de abril – um grupo importante na revolta que depôs o ex-presidente Hosni Mubarak em janeiro – seu porta-voz, Tarek al-Kholi, disse ao canal de notícias Al Arabiya que "o grupo não tem membros que se envolvem em tal comportamento".
Elmahdy, cujo namorado passou quatro anos na prisão por escritos considerados blasfêmicos ao Islã e Mubarak, publicou as fotos com um comunicado declarando-as um ato de rebelião contra a cultura conservadora e os "complexos sexuais" do Egito, tudo isso no espírito da revolução.
Desde que foram publicadas no domingo, as fotos nuas foram vistas mais de 1,6 milhão de vezes e já atraíram mais de 2 mil comentários, embora muitos sejam bastante críticos. "Liberdade", escreveu um detrator, "não é o mesmo que degradação e prostituição."
Com informações do New York Times
Reportagem: Ultimo Segundo
Nota: Aqui neste blog, em outros textos, deixa-se transparecer a estranha dualidade da nudez [especialmente a feminina].
Texto resgatado com Wayback Machine.

domingo, 20 de dezembro de 2020

Contra o preconceito sexual

O restaurante das irmãs Carla e Mar Morales, no bairro de Barracas, em Buenos Aires, seria apenas mais um na capital argentina a servir a parrilla, a versão local do churrasco, a não ser por um detalhe incomum: as proprietárias são transexuais e pretendem formar uma equipe formada majoritariamente por transexuais, como forma de ajudá-los contra o preconceito.
Carla, de 31 anos, e Mar, de 26, contaram à BBC Brasil que sentiam dificuldade para encontrar emprego. Além de gerar o próprio trabalho, elas resolveram dar oportunidades para outros transexuais.
'Nós temos aparência feminina, mas quando mostrávamos o documento com nomes de homens, desistiam de nos contratar', disse Carla.
As duas nasceram na província argentina de Salta, no norte do país, e mudaram-se há poucos anos para Buenos Aires, onde abriram há dois meses o restaurante Transeúntes.
A churrascaria é gerenciada pelas irmãs e possui dois funcionários, como contou Carla, um 'transexual masculino e uma heterossexual, que é a cozinheira'.

Educação

Carla estuda desenho de moda na Universidade de Buenos Aires (UBA) e Mar é atriz de teatro.
'Acho que a educação é muito importante. Mas eu tenho curso de bolos e doces e não conseguia emprego por preconceito. Fiquei muito tempo parada. Um dia quando um rapaz 'trans' me pediu ajuda para conseguir emprego surgiu então a ideia do restaurante', disse.
Ela afirmou esperar que o restaurante cresça, que possa contratar mais gente, e que seu 'sonho' é que um dia 'vários lugares no mundo' tenham um restaurante como o delas.
'Mas nosso objetivo não é formar uma ilha para os transgêneros (transexuais). Mas o contrário, que o restaurante seja uma forma de inclusão dos transexuais', disse.
Carla contou que o restaurante tem um público eclético, pessoas de diferentes sexos que trabalham nos escritórios do bairro de Barracas, no sul da cidade de Buenos Aires.
'Atendemos nas mesas do salão principal cerca de vinte pessoas por dia. Mas temos um pátio para os que nos contratam para eventos sociais', disse. Ela afirmou que jamais percebeu preconceito dos clientes ou dos vizinhos desde que abriu o restaurante. 'Temos casa cheia quase todos os dias, de segunda à sexta', disse.

Identidade

Carla entrou com ação na Justiça argentina para mudar seu nome nos documentos. Ela disse que prefere não revelar seu nome de batismo, que aparece na certidão de nascimento e no documento de identidade.
'Ah, não, eu sou Carla Morales. E tenho esperanças de que a lei de identidade de gênero saia antes que a decisão sobre a minha ação na Justiça', afirmou.
Recentemente, deputados argentinos apresentaram projeto de lei para estabelecer a identidade de gênero, já debatido e aprovado nas comissões da Câmara.
Assessores do deputado Miguel Angel Barrios, do Partido Socialista (PS), explicaram à BBC Brasil que antes de ser lei, o projeto final ainda deverá ser aprovado no plenário da casa, depois enviado para o Senado e ser sancionado pela presidente Cristina Kirchner.
No Uruguai, a chamada lei de 'identidade de gênero', que permite a mudança nos documentos, foi aprovada durante o governo do ex-presidente Tabaré Vázquez, em 2009.
Fonte: G1 Mundo.
Texto resgatado com Wayback Machine.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Culto pagão em igreja evangélica

A Igreja Luterana Ebenézer, em São Francisco, nos Estados Unidos, realizará a "Conferência Anual de Fé e Feminismo", e entre os palestrantes estará presente Loreon Vigne, Sacerdotisa da deusa da fertilidade egipícia Ísis. Entre os ensinamentos de Loreon, está uma prática da Nova Era: a "meditação dirigida". O anúncio do evento atraiu inúmeras críticas.
Loreon Vigne dirige um templo pagão fundado por ela em 1978 em Geyserville, no estado da Califórnia. "Para mim, Ísis é a Mãe Natureza, que abrange tudo com suas asas. É uma deusa alada, que abrange todos os outros deuses, de todas as culturas do mundo", explica Vigne.
A igreja Ebenézer tem o apelido "Herchurch" (significa "A igreja dela", em inglês) e é conhecida por cultuar deus como se fosse uma mulher. No site da igreja, existe uma declaração em que são defendidas as práticas: "Somos uma comunidade diversificada, alicerçada na tradição cristã, com o propósito de recriar a imagem do divino como mulher. Nossas orações e nossa liturgia feminista remontam à tradição de invocar nomes como Mãe, Shaddai, Sophia, Ventre, Geradora, Aquela Que É. Isso só é possível por nossa uma visão renovada da natureza do Evangelho, guiados pela elevada sabedoria de Jesus".
A palestrante do evento afirma que "a meditação dirigida é aquele momento em que todos os participantes fecham os olhos e você os conduz em uma jornada espiritual. Já levei pessoas a rever suas vidas passadas no Egito, cultura que dominava todos os segredos. Seu principal conceito era conheça a si mesmo, seu coração, sua alma e seu propósito divino". Vigne ainda faz uma crítica aos cristãos que são contrários à aproximação com outras religiões: "Acredito que as pessoas se cansem dessas igrejas normais, que estabelecem um tipo de religião organizada. Eu sempre brinco que a minha religião é desorganizada", afirma a Sacerdotisa.
Uma outra palestrante, Megan Rohrer, é uma pastora luterana transsexual. Segundo o Gospel Prime, para ela, a tendência de se fazer fusões religiosas só tende a crescer. "Acredito que o mundo está muito mais interessado na conexão entre as religiões do que na exclusividade. Não é algo assim tão incomum. O cristianismo foi fundado durante um período que viu o nascimento de muitas coisas", afirma Megan. Sobre a possível rejeição de cristãos mais tradicionais, ela argumenta que "os cristãos que reclamam disso provavelmente não sabem o que é o paganismo. Qualquer coisa que seja diferente do que sua igreja ensine é contra os caminhos de Deus. Isso é algo muito limitado".
Entre os luteranos contrários a esse tipo de evento, o Pastor Dan Skogen foi enfático: "Não se pode inventar esse tipo de coisa!" Ele afirmou ainda estar cansado da "constante zombaria contra a Palavra de Deus". A Igreja Evangélica Luterana da América (ELCA), que hoje reúne perto de 4,2 milhões de membros, em 10 mil igrejas historicamente é reconhecida como tradicional. Skogen é um dos líderes mais indignados com essas circunstâncias e afirma que atualmente a igreja "aceita e promove a falsa ideia de que a salvação é assegurada a essas pessoas que não têm fé em Cristo. É aceitável que eles tragam adoradores de Isis para uma conferência? É um grande afastamento do ensinamento da igreja cristã! Deus deixou claro em Êxodo 20:3: 'Não terás outros deuses diante de mim'. Mesmo assim, essa igreja traz seguidores de outros deuses para falar e ensinar do púlpito!", esbravejou o Pastor.

Uma igreja luterana da Califórnia está sendo duramente criticada depois de organizar uma conferência que irá apresentar "meditações dirigidas", uma prática associada à Nova Era . O maior problema para os cristãos é saber que isso será dirigido por uma "sacerdotisa" da deusa da fertilidade egípcia Ísis.
A Conferência Anual de Fé e Feminismo será realizada pela quinta vez entre os dias 11 e 13 de novembro. A responsável pelo evento, Igreja Luterana Ebenézer, da cidade de São Francisco, carrega um curioso apelido: herchurch [igreja dela]. O motivo é que ela expressa a identidade feminina de deus, a deusa-mãe.
Loreon Vigne, autointitulada alta-sacerdotisa do Oásis de Isis, um templo pagão fundado por ela 1978 na cidade de Geyserville, Califórnia.
Em entrevista recente, Vigne explica sua fé assim: "Para mim, Isis é a Mãe Natureza, que abrange tudo com suas asas. É uma deusa alada, que abrange todos os outros deuses, de todas as culturas do mundo".
Falando sobre sua participação num evento realizado em uma igreja cristã, ela ressalta: "A meditação dirigida é aquele momento em que todos os participantes fecham os olhos e você os conduz em uma jornada espiritual. Já levei pessoas a rever suas vidas passadas no Egito, cultura que dominava todos os segredos. Seu principal conceito era conheça a si mesmo, seu coração, sua alma e seu propósito divino". Ela defende um sistema de crenças baseado no conceito egípcio de equilíbrio, formado por 42 leis ou 42 ideais. "É como se fossem os 10 Mandamentos, mas com um conceito mais positivo. "Não matarás", por exemplo, é substituído por "Considere todas as vidas como sagradas".
Vigne planeja levar outras sacerdotisas à conferência para ajudá-la a fazer as invocações, cânticos e meditações. Segundo o site do Oásis de Ísis, além de louvar a antiga deusa pagã, a equipe também faz massagens terapêuticas, leituras de tarô e astrologia.
Vigne explica que hoje há milhares de seguidores de Isis em todo o mundo. "Acredito que as pessoas se cansem dessas igrejas normais, que estabelecem um tipo de religião organizada. Eu sempre brinco que a minha religião é desorganizada".
Contudo, o evento da igreja luterana não agradou a muitos membros da denominação. O pastor Dan Skogen, de Marion, Iowa, é um dos mais indignados com essa invocação de divindades pagãs em um templo cristão.
"Não se pode inventar esse tipo de coisa!", protestou ele, que se descreve como um luterano cansado de ver a "constante zombaria contra a Palavra de Deus" por parte da Igreja Evangélica Luterana da América (ELCA), que hoje reúne perto de 4,2 milhões de membros, em 10 mil igrejas.
Skogen não aceita o fato de que a liderança da ELCA "aceita e promove a falsa ideia de que a salvação é assegurada a essas pessoas que não têm fé em Cristo. É aceitável que eles tragam adoradores de Isis para uma conferência. É um grande afastamento do ensinamento da igreja cristã. Deus deixou claro em Êxodo 20:3: 'Não terás outros deuses diante de mim'. Mesmo assim, essa igreja traz seguidores de outros deuses para falar e ensinar do púlpito!"
Outra palestrante do evento é Megan Rohrer, primeira pastora luterana assumidamente transgênero. "Acredito que o mundo está muito mais interessado na conexão entre as religiões do que na exclusividade", afirma Rohrer. "Não é algo assim tão incomum. O cristianismo foi fundado durante um período que viu o nascimento de muitas coisas".
Embora admita que seja normal a preocupação de alguns com essa mistura de paganismo e cristianismo, ela afirma: "Os cristãos que reclamam disso provavelmente não sabem o que é o paganismo. Qualquer coisa que seja diferente do que sua igreja ensine é contra os caminhos de Deus. Isso é algo muito limitado", acrescenta.
Não é a primeira vez que essa igreja luterana de São Francisco, é criticada por divulgar ensinamentos que contrariam a teologia cristã.
No site da igreja é possível ler: "Somos uma comunidade diversificada, alicerçada na tradição cristã, com o propósito de recriar a imagem do divino como mulher. Nossas orações e nossa liturgia feminista remontam à tradição de invocar nomes como Mãe, Shaddai, Sophia, Ventre, Geradora, Aquela Que É. Isso só é possível por nossa uma visão renovada da natureza do Evangelho, guiados pela elevada sabedoria de Jesus".
A pastora Rohrer afirma que sua igreja está "criando uma economia caridosa para um mundo onde a identidade de todos possa ser sustentada em sua integridade, oferecendo espaços de atuação para todos os seres humanos".

Fonte: Gospel Mais (original perdido)
Texto resgatado com Wayback Machine.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

"Pagando bem, que mal tem?"

Por Rachel Uranga, no G1 Mundo.(original perdido)
CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - A Legião de Cristo vai pagar mais de 20 mil dólares a cada um de pelo menos quatro vítimas de abusos sexuais cometidos pelo fundador da ordem católica mexicana, padre Marcial Maciel, três anos após a morte dele, disse um porta-voz nesta quinta-feira.
Maciel foi uma figura influente na Igreja Católica, que teve a consideração do falecido papa João Paulo 2°, mas morreu em 2008, aos 87 anos, desacreditado por alegações de que abusou sexualmente de homens e rapazes, incluindo um homem que disse ser filho de Maciel.
O escândalo Maciel é apenas um de uma série de revelações sobre o abusos cometidos por padres a atingir a Igreja Católica.
Fundada por Maciel quando ele estava na casa dos 20 anos, a Legião é uma ordem sacerdotal que administra escolas privadas católicas e organizações de caridade em 22 países através da sua rede de 800 sacerdotes e 2.600 seminaristas.
Acusações de que Maciel tinha uma vida dupla perturbadora, teve filhos e era viciado em morfina e outras drogas semelhantes enfraqueceram a outrora poderosa ordem, que contava com membros de algumas das famílias mais ricas do México.
Apesar de anos de denúncias, Maciel foi poupado de qualquer condenação oficial até 2006, quando o papa Bento 16 obrigou-o a se retirar para uma vida de 'oração e penitência'.
Os pagamentos de entre 21 mil dólares e 28 mil dólares serão dados a quatro ou cinco vítimas e outras compensações ainda podem acontecer, disse Andreas Schoggl, porta-voz dos Legionários de Cristo na Cidade do Vaticano.
'É uma forma de reparar o dano, e esperemos que seja uma forma de cura', disse Schoggl.
Os pagamentos de indenização são resultado de uma comissão criada em 2010 pelo Vaticano para investigar abusos cometidos por Maciel. As somas são modestas em comparação com um milhão de dólares concedido em pagamentos para vítimas de abusos cometidos por padre nos Estados Unidos.
No maior pagamento de indenização do tipo, a Arquidiocese de Los Angeles concordou em 2007 pagar 660 milhões de dólares para 500 vítimas de abusos sexual que datam da década de 1940. A Igreja dos EUA já pagou 2 bilhões de dólares para vítimas desde 1992.
Schoggl se recusou a fornecer detalhes sobre quantas pessoas a comissão já entrevistou, mas disse que pelo menos uma das vítimas de Maciel é do México.
Texto resgatado com Wayback Machine.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Reconhecimento tardio

Por Philip Pullella, no G1 Mundo.(original perdido)
ASSIS, Itália (Reuters) - O papa Bento 16 reconheceu nesta quinta-feira 'com grande vergonha' o uso da força pelo cristianismo em sua longa história, mas disse que a violência em nome de Deus não tinha mais lugar no mundo contemporâneo.
O papa se pronunciou durante um evento ecumênico pela paz, no qual recebeu cerca de 300 líderes religiosos do mundo todo -- entre cristãos, judeus, muçulmanos, hindus, zoroastristas, taoistas, xintoístas e budistas.
'Como cristão, gostaria de dizer neste momento: sim, é verdade, ao longo da história a força foi usada em nome da fé cristã', disse em discurso às delegações reunidas na basílica de Assis, cidade natal de São Francisco.
'Reconhecemos isso com grande vergonha. Mas está muito claro que isso foi um abuso da fé cristã, algo que evidentemente contradiz sua verdadeira natureza', afirmou.
Essa foi uma das raras vezes em que o papa se desculpou por eventos como as Cruzadas ou o uso da força para difundir a fé no Novo Mundo. O falecido papa João Paulo 2o se desculpou em 2000 pelas falhas históricas do cristianismo.
Bento 16, que em seu discurso condenou o terrorismo, disse que a história também demonstrou que a negação de Deus pode gerar 'um nível de violência que não conhece limites'. Ele disse que os campos de concentração da Segunda Guerra Mundial revelavam 'com total nitidez as consequências da ausência de Deus'.
Nota da casa: Eu não quero desculpas, eu quero indenização e a libertação da humanidade.
Texto resgatado com Wayback Machine.

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Ainda vítimas da violência dos cristãos

Recentemente houve uma verdadeira choradeira do Vaticano, uma ditadura com os dias contados, por causa da violência que atingiu as igrejas em países muçulmanos, com todo o discurso hipócrita do Chico Bento XVI sobre "liberdade religiosa".
Nós sabemos muito bem de que tipo de "liberdade religiosa" o Vaticano e os Cristãos querem ter.
Direto do Caturo, a notícia mostra que nós ainda não estamos livres do "amor cristão":

Em Poltava, na Ucrânia, o local onde está a ser construído um templo de Júpiter Perennus foi violentamente atacado por cristãos e vandalizado; o sacerdote principal, que dá pelo nome de M. Octavius Corvus, teve de ser hospitalizado por ferimentos recebidos, mas entretanto teve alta.
O blogue Cultus Deorum Romanorum entrevistou-o, como a seguir se lê (texto a itálico):
Cultus Deorum Romanorum (CDR): Ficámos todos chocados ao ouvir a notícia do ataque. Em primeiro lugar, o que é que aconteceu ao certo?
M. Octavius Corvus (MOC): O ataque aconteceu na manhã de 26 de Setembro, por volta das quatro da madrugada.
CDR: Estava sozinho?
MOC: Eu estava em casa e toda a minha família estava comigo.
CDR: Houve algum aviso? Quero dizer, tinha havido algum conflito na área, há alguma explicação por isto ter acontecido quando aconteceu?
MOC: Há vários meses foram colocadas mensagens de ameaça em todos os tópicos do forum Sarmatia. Diziam que todos e cada um dos altares, santuários e templos pagãos serão destruídos. Além disso havia também uma citação da Bíblia com ameaças para todos os gentios e o slogan «Morre, pagão» - exactamente as palavras que foram escritas na minha cerca durante o ataque.
É por isso que penso que os autores dessas ameaças no nosso forum e as pessoas que atacaram o nosso templo são as mesmas. Os avatares que foram usados para colocar essas mensagens no forum continham o logotipo de uma organização de combate da Igreja Ortodoxa Russa - os Portadores do Pendão Ortodoxo (Союза православных хоругвеносцев). Por outro lado esta organização só tem estado activa na Rússia e não há prova de que os atacantes pertenciam mesmo a essa organização.
CDR: Como é que se apercebeu do que estava a acontecer?
MOC: Eu ouvi o barulho da roda no mastro - alguém estava a baixar a bandeira sármata no templo. Olhei pela janela e vi uma silhueta a mover-se no templo. Sem acender a luz, peguei na minha arma e silenciosamente saí de casa. Mas como eu avançasse, outro indivíduo que estava escondido atrás da garagem atingiu-me com um pau na mão direita e na cabeça. Consegui disparar para o ar e ambos os atacantes fugiram por cima da cerca. Cerca de trinta minutos depois o Lupus e o Rufus vieram a minha casa. A minha esposa pôs-me ligaduras e os meus amigos levaram-me ao hospital.
CDR: (Os atacantes) eram dois?
MOC: Vi dois deles no meu quintal.
CDR: Pôde ver qualquer deles com clareza?
MOC: Não, ainda estava escuro a essa hora e só vi os atacantes a fugir.
CDR: Que danos foram feitos ao certo? A partir das fotos que vimos, parece que pintaram letras com spray na cerca e começaram a fazer o mesmo na cobertura do altar. Houve mais alguma coisa?
MOC: Sim, escreveram «Morre, pagão» na cerca, começaram a desenhar a cruz ortodoxa na cobertura do altar - graças aos Deuses que não notaram no escuro que era só a cobertura!
E conseguiram deitar abaixo a bandeira sármata e cortá-la. Mais tarde encontrámos dois cocktails Molotov que os atacantes não tiveram hipótese de usar.
(...)
CDR: Houve mais alguma actividade anti-pagã na sua área desde então?
MOC: Não, não houve actividade hostil desde então e também nenhuma actividade de Internet. Não é todavia a primeira vez que cristãos fanáticos profanam ou destroem santuários pagãos na Ucrânia ou na Rússia. Houve pelo menos dois incidentes desses na minha cidade nos últimos dez anos.
CDR: Como é que a vossa comunidade está a reagir?
MOC: Dois homens armados da nossa comunidade permanecem em minha casa todas as noites. Estou muito grato aos meus colegas que protegeram o templo e a minha casa enquanto eu estava no hospital. Quero comprar um cão - os meus dois pastores morreram subitamente um mês antes do ataque - e eu agora suspeito que eles foram de antemão envenenados pelos atacantes. E planeamos montar aparelhos de segurança para proteger o templo contra futuros ataques. Foi a última vez que disparei a minha arma para o ar, e espero que os atacantes pensem duas vezes antes de atacarem - da próxima vez não perderei a minha hipótese de disparar directamente contra os invasores - tenho pleno direito de o fazer de acordo com a lei ucraniana.
CDR: Pode dar-nos um relatório sumário sobre os progressos no templo? Qual é o ponto da situação?
MOC: Neste verão comprámos licença para tecnologia de construção especial para usar na edificação do templo. Estamos agora a preparar elementos de construção e vamos começá-la em Novembro. Este ano planeamos construir o podium do templo. Temos de consultar a empresa que nos vendeu a licença para saber se temos autorização de publicar fotos da construção na Internet. Este ano recolhemos quase quatro mil dólares para a construção do templo e mais de quinhentos e cinquenta dólares foram doados pelos nossos colegas e amigos do PRO DIIS, do sítio internético Cultus Deorum Romanorum e do ResPublica Romana, pelo qual estou profundamente grato. Estamos também a preparar um sítio internético absolutamente novo que irá ajudar-nos a arranjar fundos para mais construção. Espero apresentá-lo na Saturnália.
Quero agradecer a todas e a cada uma das pessoas que nos apoiaram, nos ajudaram e que rezaram por nós - obviamente que as vossas orações encontraram o seu caminho para os ouvidos dos Deuses - recuperei-me muito depressa e parece que iremos prosseguir os nossos planos na construção do templo. Como o provérbio diz - toda a nuvem tem um revestimento de prata - todos os problemas que temos só fazem crescer a nossa Romanidade e tornam mais forte a nossa comunidade mundial. Tenho a sensação muito intensa de que os Deuses de Roma retornaram e estão a ajudar-nos todos os dias. Não tenho a mais pequena dúvida do sucesso da nossa Causa Sagrada!
Fonte: Gladius.

Enquanto isso, na Terra em Transe, Pagãos Brasileiros ficam cheios de melindres e querendo proteger farsantes, vigaristas e salafrários travestidos de gurus, bruxos, sacerdotes. Nós não somos Cristãos, não temos o privilégio nem o direito de sermos alienados ou mal-informados. Nosso compromisso deve ser sempre com a Verdade, com os Deuses.
Texto resgatado com Wayback Machine.

domingo, 6 de dezembro de 2020

Ensino religioso nas escolas cariocas

A lei que institui o ensino religioso na rede municipal de ensino do Rio  de Janeiro foi sancionada pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB). A partir de 2012, as escolas municipais de ensino integral (atualmente, cerca de 100 das 1.064 unidades existentes) vão oferecer a disciplina de forma opcional aos alunos do 1º ao 9º anos do Ensino Fundamental. A lei, encaminhada à Câmara pelo prefeito, havia sido aprovada pelos vereadores por 28 votos a 5.
O ensino religioso só será ministrado aos alunos cujos pais ou responsaveis desejarem.
Serão oferecidas as doutrinas católica, evangélica/protestante, afro-brasileiras, espírita, orientais, judaica e islâmica. Quem não quiser esse tipo de ensino terá, no mesmo horário, a disciplina Educação para Valores. A Secretaria Municipal de Educação fará uma pesquisa para verificar o interesse dos alunos por essa disciplina. A pasta já pesquisou o perfil religioso dos alunos.
"Fizemos uma consulta com seis mil pais e, desse universo, 42% seguiam a religião católica, 32% optaram pelo ensino de valores, 23% eram de religiões evangélicas e o restante, dos demais credos. Em fevereiro teremos todos os dados tabulados para saber a demanda específica para cada credo. Quando fizermos o concurso para professor de ensino religioso, já saberemos o quantitativo de vagas", disse a subsecretária municipal de Educação, Helena Bomeny.
Para o prefeito, a disciplina não indica uma intervenção da igreja no Estado. "Não estamos impondo a nenhuma criança e a nenhum jovem que tenha fé, que siga credo nenhum. Ao contrário, a gente quer que aquele que tenha sua crença possa aprender os valores e os conceitos mais básicos. Quanto mais as pessoas conhecerem a história das religiões, menos preconceito terá", disse. Até 2020, todas as escolas da rede municipal terão turno integral e vão oferecer ensino religioso.
Reportagem quibada do blog do Carmadelio.
Texto resgatado com Wayback Machine.
PS: seria uma boa ideia se incluíssem todas as religiões, incluindo o Paganismo Moderno e a Wicca 😏.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Brimos propõe sexo em grupo

Reportagem de Paula Regueira Leal.
Jacarta, 25 out (EFE).- Uma associação indonésia de esposas muçulmanas, que propõe a submissão da mulher para combater o divórcio e a violência doméstica, editou uma guia que estimula o sexo em grupo para fortalecer os casamentos polígamos, assunto que gerou rejeição de entidades muçulmanas e de direitos humanos.
'Islamic sex, fighting Jews to return Islamic sex to the world' (Sexo islâmico, combatendo os judeus para devolver o sexo islâmico ao mundo, em livre tradução) é o título do manual de 115 páginas que foi distribuído entre as mais de 1 mil fãs na Indonésia, Malásia e Cingapura pelo 'Obedient Wives Club', ou seja, Clube da Esposas Obedientes.
A organização alcançou notoriedade ao defender que as mulheres devem se comportar como prostitutas especialistas na cama para atender os desejos dos maridos e manter a união familiar.
A espécie de 'Kama Sutra' para preservação do casamento oferece, sem conter nenhuma fotografia ou desenho, instruções sobre como entreter, obedecer e dar prazer aos maridos.
Com este intuito pedagógico, a associação pretende melhorar o desempenho das mulheres que só oferecem 10% do desejo de seus cônjuges, segundo o texto.
A imprensa local revelou trechos do manual, apesar de 'a leitura ser restrita as integrantes do clube', revelou à Agência Efe a diretora da associação na Indonésia, Gina Puspita.
'Alá garantiu ao homem a possibilidade de ter sexo simultâneo com todas suas esposas. Se a mulher assim agir, o sexo será melhor', diz um dos capítulos do guia, que estimula as mulheres a manter relações com seus maridos e com suas demais esposas.
Vários países muçulmanos mantêm a poligamia, prática pela qual os homens muçulmanos podem se casar com mais de uma mulher sempre que possuam meios para sustentá-las.
O livro mostra em outros capítulos como as mulheres podem satisfazer seus maridos descrevendo atos sexuais e defendendo que o sexo é uma forma de prece.
A fundadora do grupo, Maznah Taufik, considera que as separações são resultado do fracasso das mulheres em dar prazer a seus maridos.
'O abuso doméstico acontece porque as esposas não obedecem aos maridos. O homem é o responsável pelo bem-estar da mulher, mas ela deve escutá-lo e obedecê-lo', disse Taufik à imprensa.
O manual recebeu duras críticas de inúmeros grupos muçulmanos, organizações de direitos humanos e até mesmo de ministros.
A responsável pela associação feminista Empower criticou a visão 'atrasada e estreita' do papel da mulher no guia.
'É realmente um insulto ao movimento de defesa dos direitos da mulher. Avançamos o suficiente para que as mulheres não sejam mais tratadas como meros objetos sexuais', defendeu.
Ratna Osnan, líder do grupo muçulmano Irmãs no Islã, denunciou que 'os homens que abusam costumam utilizar o comportamento de suas esposas como justificativa de seus atos embora sejam sua responsabilidade'.
O ministro de Assuntos Islâmicos da Malásia, Jamil Khir Baharom, anunciou que irá analisar o conteúdo do livro para determinar se é pornográfico ou ofensivo ao islã.
Na Indonésia - o país com mais muçulmanos do mundo onde 80% de seus 240 milhões de habitantes praticam esta religião - o clube se nega a fornecer mais detalhes sobre um guia de 'uso privado e exclusivo'.
Fonte: G1 Mundo. (Original perdido)
Texto resgatado com Wayback Machine.
PS: super apoiado 😏🤭

domingo, 29 de novembro de 2020

STJ faz justiça

Com voto favorável do quinto e último ministro, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) autorizou nesta terça-feira, pela primeira vez na história do tribunal, um casamento civil entre duas pessoas do mesmo sexo.
O julgamento, iniciado na quinta-feira da semana passada, foi concluído na tarde desta terça. Por 4 votos favoráveis a 1, os ministros da 4ª Turma rejeitaram decisão anterior do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e entenderam que o casal de mulheres autoras da ação pode se habilitar para o casamento --de forma mais simples, que elas podem se casar no civil.
Ao ser interrompido na semana passada por um pedido de vista, o julgamento estava 4 a 0. O ministro Raul Araújo, um dos quatro primeiros votos favoráveis, mudou seu voto nesta terça sob o argumento de que a constitucionalidade da questão deveria ser debatida pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
O último ministro a se pronunciar, Marco Buzzi, autor do pedido de vista, votou a favor do casamento. "Não existe um único argumento jurídico contrário à união entre casais do mesmo sexo. Trata-se unicamente de restrições ideológicas e discriminatórias, o que não mais se admite no moderno Estado de direito."
O caso em questão é o de duas gaúchas, juntas há 5 anos. Antes da decisão do STF de maio deste ano que chancelou as uniões homoafetivas, as duas ingressaram com uma ação na Justiça gaúcha pedindo a habilitação para o casamento, o que foi negado em 1ª e 2ª instâncias.
As autoras da ação assistiram ao julgamento no tribunal e saíram emocionadas.
A decisão desta terça segue a linha do entendimento de maio do STF, mas vai além. Apesar de não ser "vinculante", ou seja, não obriga juízes e tribunais estaduais a seguirem a mesma linha, a decisão passa a representar a jurisprudência do STJ e uma orientação importante para magistrados.
Essa chancela do STJ pode diminuir o número de decisões desencontradas pelo país. Como o STF não se posicionou especificamente sobre o casamento --e, sim, sobre a união estável-- e como não há lei específica no país, juízes vêm divergindo sobre a aplicação do casamento para casais do mesmo sexo.

REAÇÃO NEGATIVA

Desde a semana passada, circulam pelas redes sociais apelos de lideranças religiosas contrárias à autorização para casais do mesmo sexo.
O pastor Silas Malafaia, do Rio de Janeiro, lançou campanha na internet em que repudiava a ideia do casamento homoafetivo e orientava os fiéis a enviar e-mails aos ministros do STJ protestando contra a eventual decisão.

DECISÕES DESENCONTRADAS

Após o STF reconhecer as uniões homoafetivas em maio, e na ausência de legislação específica, juízes têm dado decisões desencontradas sobre o casamento civil.
Antes, os casais pediam a declaração de união estável e só depois tentavam converter para o casamento, com base no artigo da Constituição, que obriga a facilitar a conversão. No casamento, as pessoas mudam de estado civil, enquanto na união estável não há essa mudança.
Apesar da decisão de hoje do STJ, nos últimos meses, decisões nas Justiças estaduais autorizaram o casamento direto de homossexuais, nos moldes do heterossexual. Outros foram negados.
Fonte: Jornal Floripa (original perdido).
Texto resgatado com Wayback Machine.

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Tudo pela popularidade

O Jorge Ferraz [acena] queixa-se quando acontece [com frequência] de um cristão/católico/protestante o criticar. Isso para este pagão que vos escreve não é novidade, não há consenso entre os cristãos. Mas nós, pagãos brasileiros, também não temos muito que comemorar. Estima-se que nossa comunidade preze pela diversidade, pela informação e pelo diálogo democrático, certo? Errado.
Em 2006 eu fui expulso da Abrawicca depois de uma campanha difamatória contra mim, volta e meia ainda me acusam de fazer apologia à pedofilia.
Em 2007 eu fui expulso da Sociedade Wicca por ter tido a ousadia de criticar sua opinião em favor da auto-iniciação.
Em 2011 eu fui convidado a participar do Jornal do Bruxo - PE e não deu outra. Eu me retirei dessa comunidade depois de ter aturado demais o besteirol divulgado por lá.
O primeiro atrito foi quando incluíram a sub-cultura vampyrica como parte da comunidade pagã.
O segundo atrito foi quando eu critiquei o texto de Og Sperle.
O terceiro e derradeiro atrito foi quando eu critiquei um texto de Ricardo Draco.
Eu anteriormente escrevi um artigo refutando-o em meu Editorial.
Sobre estas dificuldades, reaproveito meus comentários, retirados deste grupo:
Pena que a comunidade pagã ou pessoas despreparadas não sabem conviver com críticas.
Eu vivo de acordo com valores, princípios, honestidade e sinceridade. Pena que tem pagão que prefere dar audiência a pequenos príncipes e seus cultos à personalidade.
"União" não pode nem deve significar unificação ou homogeneização. Por falta de contestação aconteceram as Cruzadas, a Inquisição, as Ditaduras. Se alguém tem algo a dizer, argumente o texto, não ataque o autor. Apenas pessoas imbuídas da ideologia totalitária e fascista denigrem um autor para censura-lo, por medo de perder seu poder e influência sobre a comunidade. Ninguém precisa gostar de mim e não espero por aplausos nem reconhecimento público - meu serviço é aos Deuses, não para atender às minhas agendas pessoais. Pena que nem toda pessoa que diz ser pagão faz o mesmo.
E reaproveito minha resposta ao contato do Douglas:
Como eu disse anteriormente, Douglas, eu prezo pelos fatos, não por agendas ou objetivos pessoais. Eu considero ofensivo um texto que afirme que a bruxaria seja apenas a que tem base "européia". Eu considero discriminatório um autor de textos que ataque a Wicca e a Bruxaria Tradicional em prol de propagandear seus próprios delírios. Eu considero intolerante um autor que afirme que BT seja apenas as creças pré-cristãs ou que tenha origem na "tradição íbero-celta" [esta definição, por si só, é uma contradição]. Eu não posso compactuar com um texto e um autor que divulga mentiras, baboseiras e inverdades pela internet e ainda seja aplaudido, adulado e incensado por pagãos e bruxos. Se os grupos e a comunidade pagã brasileira não se dá conta dos farsantes e vigaristas que estão por aí [enxovalhando com conceitos e ideais pessoais, unicamente em busca de controle e poder] e censura ou bane quem tenta combater essa impostura, então o melhor que eu faço é dizer um belo "foda-se" para a comunidade pagã brasileira. Continuem a brincar de ser pagão. Continuem sendo iludidos por pseudo-gurus, pseudo-sacerdotes, pseudo-bruxos, pseudo-acadêmicos. Me incluam fora dessa.
Texto resgatado com Wayback Machine.

domingo, 22 de novembro de 2020

O Totalitarismo Religioso em ação

ROMA (Reuters) - Um grupo de ativistas católicos que defendem que mulheres sejam ordenadas padres tentou entregar uma petição ao Vaticano nesta segunda-feira, mas foi impedido de entrar na Praça São Pedro. Alguns deles foram detidos pela polícia.
Testemunhas afirmaram que policiais italianos à paisana detiveram o grupo de cerca de 15 manifestantes, formado por diversas mulheres vestidas com roupas de padres, e confiscaram uma faixa na qual se lia 'Deus está convocando mulheres para ser padres'.
O grupo, liderado pelo padre católico norte-americano Roy Bourgeois, do estado da Geórgia, queria deixar a petição assinada por cerca de 15 mil pessoas na entrada do Vaticano.
'O escândalo de exigir silêncio sobre a questão da ordenação de mulheres reflete a arrogância absoluta da hierarquia (da Igreja Católica Romana) e o seu trágico fracasso em aceitar as mulheres como iguais em dignidade aos olhos de Deus,' disse Erin Hanna, diretora-executiva da Conferência da Ordenação de Mulheres, com sede nos EUA.
Em uma outra carta aberta às autoridades do Vaticano, Bourgeois disse: 'Se o chamado para ser padre é um dom e vem de Deus, como podemos, como homens, dizer que nosso chamado de Deus é autêntico, mas o chamado de Deus às mulheres não?'
Bourgeois e Hanna foram colocados em carros de polícia na entrada da Praça São Pedro e levados a uma delegacia próxima.
O Vaticano afirma que as mulheres não podem ser ordenadas padres porque Jesus Cristo escolheu apenas homens como apóstolos.
Fonte: G1 Mundo (original perdido).
As Blas lembram que mesmo nos "evangelhos" autorizados pela Igreja as mulheres tem uma função ativa semelhante senão igual aos homens. E o Fauno lembra que os "evangelhos" são o conjunto de obra mais forjada, compilada, adulterada, censurada, interpolada dos escritos sagrados.
Texto resgatado com Wayback Machine.

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Temos apenas 40 anos

Uma previsão catastrófica do planeta Terra para os próximos 40 anos foi divulgada nesta segunda-feira (17/10/2011) por especialistas da área de clima e saúde reunidos em uma conferência em Londres, no Reino Unido.
Segundo os pesquisadores, recursos naturais da Terra como comida, água e florestas, estão se esgotando em uma velocidade alarmante, causando fome, conflitos sociais, além da extinção de espécies.
Nos próximos anos, o aumento da fome devido à escassez de alimentos causará desnutrição, assim como a falta de água vai deteriorar a higiene pessoal. Foi citado ainda que a poluição deve enfraquecer o sistema imunológico dos humanos e a grande migração de pessoas fugindo de conflitos deverá propagar doenças infecciosas.
Tony McMichael, especialista em saúde da população da Universidade Nacional Australiana, afirmou que em 2050, somente a região denominada África Subsaariana seria responsável por aumentar em 70 milhões o número de mortes.
Outro ponto citado se refere ao aumento dos casos de malária entre 2025 e 2050 devido às alterações climáticas, que tornaria propícia a reprodução do mosquito transmissor da doença [da malária]
"A mudança climática vai enfraquecer progressivamente o mecanismo de suporte de vida da Terra", disse McMichael.

Aumento populacional

De acordo com os especialistas, o aumento da população (estimada em 10 bilhões em 2050) vai pressionar ainda mais os recursos globais. Outra questão citada são os efeitos nos países ricos, principalmente nos da Europa.
"O excesso de consumo das nações ricas produziu uma dívida ecológica financeira. O maior risco para a saúde humana é devido ao aumento no uso de combustíveis fósseis, que poderão elevar o risco de doenças do coração, além de câncer", afirmou Ian Roberts, professor da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.
Além disso, o Velho Continente estaria sob risco de ondas de calor, enchentes e mais doenças infecciosas para a região norte, disse Sari Kovats, uma das autoras do capítulo sobre a Europa no quinto relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que será lançado entre 2013-2014.

Espécies em risco

De acordo com o Paul Pearce-Kelly, curador-sênior da Sociedade Zoológica de Londres, cerca de 37% das 6 mil espécies de anfíbios do mundo podem desaparecer até 2100. Os especialistas afirmam que na história do planeta ocorreram cinco extinções em massa, entretanto, atualmente a taxa de extinção é 10 mil vezes mais rápida do que em qualquer outro período registrado.
"Estamos perdendo três espécies por hora e isso antes dos principais efeitos da mudança do clima", disse Hugh Montgomery, diretor do Instituto para Saúde Humana e Performance da University College London.
Fonte: G1 Mundo (original perdido).
Texto resgatado com Wayback Machine.

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Proibido brincar

No Brasil, no dia 12 de outubro celebra-se uma santa católica e o dia das crianças. Um cristão chato vai querer saber o que eu vou comemorar, uma vez que não sou católico e abomino datas comerciais. Neste dia, eu comemoro meu aniversário de casamento. Mas enquanto isso, longe da Terra em Transe, onde os zumbis consumidores devem estar fazendo filas para comprar brinquedos aos seus bibelôs, no Vietnã, a coisa está feia.

Hanói, 12 out (EFE).- As autoridades do Vietnã proibiram a entrada de qualquer tipo de brinquedo sexual no país e ordenaram a destruição dos que já existem, indicou a imprensa local nesta quarta-feira.
O Departamento de Alfândega vietnamita assinalou que esses objetos vão ser confiscados aos passageiros em sua entrada no país e só serão devolvidos em sua partida.
A decisão acontece semanas depois de um agente da alfândega ter encontrado dezenas de brinquedos sexuais em uma mala que, segundo o dono, eram para uso próprio e presentes para amigos.
No Vietnã, a legislação proíbe expressamente a importação desse tipo de objeto, mas não diz nada sobre posse ou consumo próprio.
Em 2009, o Governo proibiu as 'atividades culturais que promovam formas de vida dissolutas ou contra a tradição'.
Fonte: G1 Mundo (original perdido).

Assim não, companheiros!
Texto resgatado com Wayback Machine.

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

E tem gente que diz que não funciona

PARIS, 11 Out 2011 (AFP) -Um programa adotado em seis estados indianos que concentrou campanhas de promoção do sexo seguro em alguns grupos específicos da população conseguiu prevenir cem mil infecções por HIV, vírus causador da Aids, em cinco anos, segundo estimativas publicadas esta terça-feira na revista The Lancet.
O projeto chamado Avahan foi lançado em 2003 nos estados de Andhra Pradesh, Karnataka, Maharashtra, Tamil Nadu, Manipur e Nagaland, usando doações maciças da Fundação Bill e Melinda Gates.
Estes estados, que juntos têm uma população de 300 milhões de pessoas, tinham as maiores prevalências de infecções pelo vírus da imunodeficiência humana adquirida (HIV) da Índia naquela época.
A meta do Avahan foi implementar a prevenção entre prostitutas e seus clientes, homossexuais, usuários de drogas injetáveis e motoristas de caminhão para impedir que o HIV saltasse dos grupos de alto risco para a população em geral.
A tática incluiu o aconselhamento da prática de sexo seguro individual, a distribuição gratuita de preservativos, a substituição de agulhas usadas por esterilizadas, a implantação de clínicas para tratar doenças sexualmente transmissíveis e o trabalho de assistência dentro das comunidades.
"No total, calculamos que 100.178 infecções por HIV tenham sido evitadas na população entre 2003 e 2008 como resultado do projeto Avahan", destacou o estudo.
As estimativas provêm da prevalência do HIV em distritos importantes dos seis estados onde o projeto foi implantado.
Em geral, a estratégia direcionada - ao contrário do esforço pulverizado, disseminado na população - foi um sucesso e serviu de lição para os outros países, afirmaram.
A prevenção tem sofrido um declínio nos últimos anos, devido ao sucesso dos medicamentos antirretrovirais, que tratam a infecção, mas não a curam.
Mas especialistas alertam que as drogas sozinhas não são suficientes para fazer a pandemia global recuar. À medida que as taxas de infecção aumentam, sobem também os gastos com os remédios, uma vez que os medicamentos precisam ser ingeridos diariamente para o resto da vida.
O projeto Avahan foi lançado em uma época em que a Índia vivia o temor de que 25 milhões de pessoas pudessem ser infectadas pelo HIV em 2010.
Estas projeções acabaram sendo drasticamente reduzidas. Segundo estimativas, em 2009, o país tinha 2,4 milhões de pessoas vivendo com HIV.
O projeto Avahan recebeu doações da fundação Gates no valor de 258 milhões de dólares entre 2003 e 2008.
Fonte: G1 Mundo (original perdido).
Texto resgatado com Wayback Machine.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Cadê a Liberdade Religiosa que estava aqui?

O pastor Paul Ade, de Calgary, no Canadá, criou o Jesus Ween como alternativa ao Dia das Bruxas, o Halloween, que é comemorado no dia 31 de outubro. O evento também se grafa como JesusWeen e JesusWin (win em inglês é triunfar).
Ade criou o site www.jesusween.com que não deixa claro o seu objetivo, mas em entrevista ele disse que o Halloween, uma festa pagã, nada tem a ver com os cristãos. "Muitas pessoas afirmam que se sentem incomodadas nesse dia, e por isso criei uma alternativa."
O Jesusween está no Facebook, Twitter e em anúncio de ônibus de Calgary.
Ade propõe que na data os cristãos deem às crianças Bíblias e presentes que reforcem o ensinamento de que Cristo ressuscitou para salvar os pecadores. Blogs de gozação sugerem que também se presenteie as crianças com balinhas da marca Jesus Harvest.
No Brasil, o Halloween é combatido em duas frentes. Pela dos puristas culturais, que rechaçam a data de origem inglesa em favor do folclore brasileiro, com a criação do Dia do Saci Pererê, e pelos cristãos, principalmente pelos católicos, embora a Igreja Católica tenha absorvido muitos rituais pagãos.
A iniciativa de Ade, se obtiver adeptos, poderá ser um tiro pela culatra porque as crianças poderão associar JesusWeen às bruxas, fantasmas e monstros do além.
Fonte: Paulopes (original perdido).
Nota: Aos diletos e eventuais leitores, eu lembro que minhas críticas são contra o totalitarismo da Igreja.
Texto resgatado (parcialmente) com o Wayback Machine.

sábado, 7 de novembro de 2020

Os 7 pecados da Igreja Católica

Faz cerca de 140 anos que o número de católicos no Brasil segue ladeira abaixo. No século XIX, precisamente em 1872, o conglomerado de brasileiros que se assumia fiel à Igreja Católica beirava a totalidade da população, 99,7%. Durante os 100 anos seguintes, a cada década que se encerrava, aproximadamente 1% abandonava a religião. O índice dessa queda, atualmente, continua o mesmo. Mudou, porém, o fato de ele ocorrer a cada ano. Essa aceleração do declínio foi constatada pela pesquisa "Novo Mapa das Religiões", realizada pelo Centro de Políticas Sociais da Faculdade Getulio Vargas.
Ao processar microdados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2003 e 2009, os estudiosos, capitaneados pelo economista Marcelo Neri, constataram que nesse intervalo de seis anos cerca de 6% da população deixou a religião romana – decresceu de 73,7% para 68,4%. O montante de fiéis que segue atualmente a doutrina preconizada pelo Vaticano é o mais baixo verificado no País.
E, pela primeira vez na história, em alguns Estados e capitais da maior nação católica do planeta, o número de adeptos da religião não chega nem à metade dos habitantes (leia quadro). Quais seriam, então, os deslizes patrocinadores da queda do status do catolicismo entre os brasileiros, como as estatísticas não se cansam de mostrar? ISTOÉ recorreu a um colegiado de profissionais da religião, gente que pensa a Igreja, para discorrer sobre os possíveis pecados da Santa Madre. Eis os sete principais confessados.

1 Romanização da Igreja

É cantada em prosa e verso, já há algum tempo, a rejeição dos fiéis contemporâneos a autoridades religiosas que impõem doutrinas e ritos. Imposição, obrigação e restrição são palavras proscritas em um cenário no qual cada vez mais as pessoas se habilitam a estar no comando do próprio destino. A Igreja Católica, no entanto, caminha na direção oposta. Vive um momento de reinstitucionalização de seus fiéis, de os disciplinar para que aprofundem a sua fé. Os bispos defendem um contato maior com os bens religiosos, como missas e novenas.
Esse processo preconizado pelo Vaticano é conhecido como romanização do catolicismo. "Bento XVI prefere uma Igreja menor e mais atuante em vez de uma maior sem atuação coerente e consistente", afirma o cientista da religião Jung Mo Sung, da Universidade Metodista do Estado de São Paulo (Umesp). "A estratégia fortalece o fervor de uma minoria praticante, mas traz uma consequência não intencional da perda de adesão de católicos difusos."
Esse efeito-rebote, somado à procura cada vez maior da população por curas e milagres que resolvam rapidamente seus problemas, tem levado esses católicos a migrar para outras denominações ou encorpar o grupo dos que fazem contato com o divino sem o intermédio de uma instituição. "A Igreja prefere que as pessoas que buscam soluções imediatas por meio de milagres não permaneçam nela", diz o teólogo jesuíta João Batista Libanio. Diminui-se o número de católicos, mas, por outro lado, aumenta-se o dos praticantes conscientes.

2 Supermercado católico

Párocos têm relatado que seus templos estão existindo à imagem e semelhança de supermercados. Percebem que é cada vez maior o número de fiéis que procuram a igreja ocasionalmente, em busca de serviços religiosos como casamentos, missas de sétimo dia, batizados e bênçãos de lugares e objetos. Tratado como produto, o casamento, só para citar um dos "bens" católicos, se torna um evento alheio à doutrina. "Há casais que trazem o CD da novela que faz sucesso para tocar na cerimônia. Se você se nega, alguns inconformados batem boca com você, viram as costas e procuram quem o faça", conta o padre José João da Silva, da paróquia São José Operário, em Itaquera, na zona leste da cidade de São Paulo. "Vivemos uma igreja fast-food."
Nessa lógica de mercado, missa de sétimo dia tem se transformado em uma grande assembleia de gente que só foi ao templo por conta da ocasião e não está preocupada com o significado do ritual. Quanto aos batizados, explica o cônego Celso Pedro da Silva, da paróquia Santa Rita de Cássia, do Pari, zona norte de São Paulo, a Igreja supõe que quem quer que o filho se insira nela antes do uso da razão o faz porque dela faz parte e aceita suas regras. "O mesmo vale para a primeira comunhão, mas muitos pais não têm vínculos efetivos, nem foram casados na Igreja", diz ele. "Acredito que uma dificuldade do catolicismo seja saber que o povo católico não é evangelizado e, mesmo assim, se comportar na prática como se ele fosse", diz o cônego.
O padre João Carlos Almeida, teólogo e diretor da Faculdade Dehoniana (SP), foi vigário paroquial no Santuário São Judas Tadeu, na capital paulista, por três anos. E conta que passava quase o dia todo atendendo a confissões e abençoando automóveis. "Muita gente trazia seu carro recém-comprado para ser benzido e ia embora. Poucos rezavam ou participavam de uma missa", lembra. Com a oferta religiosa na vitrine, católicos assistem a seus fiéis se afastando dos vínculos espirituais.

3 Fuga de mulheres

Está lá no "Novo Mapa das Religiões". Entre as 25 denominações pesquisadas, apenas no catolicismo a mulher não constitui a maioria dos adeptos (leia quadro à pág. 70). Entre evangélicos, espíritas, religiões de matriz africana, oriental e asiática, elas superam os fiéis do sexo masculino. As católicas, porém, são cerca de 67,9%, enquanto os homens são 68,9%. Neri, o organizador do estudo da FGV, atribui o resultado, entre outras interpretações, ao fato de as alterações no estilo de vida feminino ocorridas nos últimos 30 anos não terem encontrado eco na doutrina católica, menos afeita a mudanças. De fato, seguem engessadas na Igreja, só para citar três tabus, as questões sobre os métodos contraceptivos, o divórcio e o aborto.
De acordo com o teólogo Jorge Cláudio Ribeiro, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), o catolicismo não gosta da mulher. "Ao que parece, elas, mal-amadas que são pela Igreja, estão se autorizando a não gostar da religião, a reagir", diz ele. Seu colega de PUC, o padre e psicólogo João Edénio dos Reis Valle, afirma não ter dúvida de que a questão de gênero pesa na constante diminuição do número de católicos no País. "Ela pesa em especial nas mulheres de classes mais instruídas e em melhor posição socioeconômica", afirma. "Essas não só percebem como discutem e não aceitam as posições da Igreja em relação a uma série de questões que as afetam." E conclui discorrendo sobre a não participação clerical feminina. "Elas reivindicam um papel novo e ativo na vida da instituição."

4 Escândalo de pedofilia

Em 2002, um grupo de mais de 500 pessoas levou à Justiça americana denúncias de abusos sexuais cometidos por sacerdotes e membros da arquidiocese de Boston, nos Estados Unidos. Esse escândalo foi a chama que fez arder uma fogueira de denúncias mundo afora, inclusive no Brasil. Na Irlanda, só para dar a dimensão do problema, a pedofilia acobertada por seis décadas pela hierarquia católica local foi tachada pela Anistia Internacional como o maior crime contra os direitos humanos já registrado na história daquele país. Para uma instituição que tem como bandeira a verdade sobre o mundo, ser atingida por problemas éticos que constituem crime representou um duro golpe. E a mazela dos escândalos de abuso sexual envolvendo crianças afastou muitos simpatizantes do catolicismo.
É o que defende o cientista da religião Sung. "O militante não terá sua fé abalada. Mas os que se sentiam católicos por uma afinidade de infância ou inspirados em alguma figura pública podem ter deixado de ser por causa desses fatos."
Para piorar, a Igreja não foi hábil na cicatrização da ferida. "Ela trabalhou a questão na base do segredo e do corporativismo. A lógica interna de uma instituição que se protege e não ventila o problema levou a ampliar o fenômeno, tornando-o uma sensação nos meios de comunicação", afirma a socióloga da religião Brenda Carranza, da PUC de Campinas. Só há pouco tempo Bento XVI decidiu ordenar que os bispos abrissem normativas internas contra padres suspeitos de ser pedófilos e informassem as autoridades civis. Em setembro, ao visitar sua terra natal, a Alemanha, que perdeu 180 mil adeptos no ano passado por conta dos abusos sexuais praticados por sacerdotes, disse: "Posso compreender que, em vista de tais informações, alguém diga: 'Esta já não é a minha Igreja.'"

5 Ausência de lideranças

Dom Hélder Câmara, arcebispo emérito de Olinda e Recife, falecido em 1999 aos 90 anos, foi quatro vezes indicado ao Prêmio Nobel da Paz. Grande defensor dos direitos humanos durante a ditadura militar brasileira, homem de vida simples que morava no quartinho de uma sacristia no Recife, ele foi um expoente internacional da Igreja Católica. Multidões se mobilizaram ao seu redor, no Brasil e na Europa, para ouvi-lo. Atualmente, porém, não há entre o colegiado católico nacional símbolos como dom Hélder, capaz de cooptar fiéis por meio do exemplo. "Numa sociedade moderna, em que a adesão à religião acontece por opção pessoal, é preciso que haja nomes admirados publicamente", diz Sung, da Umesp. As grandes figuras católicas da atualidade são os padres cantores.
Eles, porém, fazem eco entre os católicos militantes, explica Sung, mas não são referência para setores não atuantes do catolicismo. A Igreja deixou de ser representativa entre os brasileiros como algo a ser admirado há quase duas décadas. Dom Paulo Evaristo Arns, cardeal emérito de São Paulo que lutou contra a tortura e os maus-tratos a presos políticos durante a ditadura, e uma dessas figuras que inspiraram muitos católicos, se aposentou em 1998. "Dom Paulo é uma personalidade que enfrentou um regime militar, criava afinidade entre o povo e a instituição", afirma o padre Libanio. Aos 90 anos, Arns vive recluso em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, enquanto sacerdotes empunham microfones para cantar e fazer coreografias de suas músicas no altar.

6 Comunicação centralizada

Há comunidades dentro do catolicismo que lançam mão de tecnologias para se relacionar com os jovens. Elas têm escancarado à Igreja, segundo a socióloga da religião Brenda, que não é mais possível seguir com a ideia de que o fiel se encontra na paróquia. Estabelecida em sua maioria em grandes centros urbanos, essa turma mais nova sofre com o impacto da mobilidade, do crescimento acelerado, do consumo exacerbado, enfim, elementos que a fazem estabelecer relação com a crença muitas vezes a distância. Para a professora da PUC, a noção de participação das novas gerações urbanas é pautada pela afinidade. O jovem busca uma instituição quando se identifica com ela, independentemente da proximidade física. "Mas a noção da Igreja de paróquia é territorial", diz Brenda. Para o padre Libanio, enxergar as demandas da população e repensar até onde a religião pode ir na direção delas é o caminho para o futuro do catolicismo. "Os fiéis querem aquilo que os satisfaz e têm buscado muito o mundo virtual", diz ele. "A Igreja Católica tem de repensar a sua estrutura paroquial."

7 Perda de identidade social

Houve um tempo, em muitas cidades do interior do País principalmente, que frequentar uma igreja era condição obrigatória para quem quisesse engatar um relacionamento amoroso sério. Quantos garotos não foram riscados por potenciais sogras da lista de pretendentes pelo fato de não irem à missa? Assumir-se membro de uma entidade religiosa – católica, de preferência – conferia pertençer a um grupo social. Diante da pressão para uma definição religiosa, muita gente tendia a assumir a crença na qual havia sido batizado, mesmo que exercitasse também a sua fé em terreiros de umbanda ou centros espíritas. "Católico era o imenso guarda-chuva cultural e religioso que permitia o trânsito espiritual", diz Brenda Carranza, da PUC.
Com a disseminação do processo de secularização no campo religioso nacional, essa prática foi ficando obsoleta. A possibilidade de expressar a fé livre de preconceitos tem feito com que cada vez mais os brasileiros, quando submetidos a censos, assumam que não seguem os dogmas defendidos pela Santa Sé ou mesmo nenhum credo – daí o grupo dos sem-religião também estar em crescimento. O catolicismo, então, perdeu a status de produtor de identidade social.
Fonte: Istoé (original perdido).
Nota - E continua a campanha: Mude a Igreja ou Mude-se Dela.
Texto resgatado com Wayback Machine.

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Dia Mundial da Blasfêmia

Hoje (30/11/2011) fazem exatamente 4 anos que o jornal dinamarquês Jyllands Posten publicou uma série de charges sacaneando o profeta Maomé e a religião muçulmana, que sucedeu uma série de ameaças por parte dos seguidores de Allah, não só com o habitual "queimar no mármore do inferno" mas também com ameaças físicas direcionadas aos diretores da publicação, jornalistas e onde mais os fanáticos achassem conveniente direcionar sua irrascibilidade. Embora o jornal tenha se retratado publicamente em 2006, como forma de protesto, as charges foram republicadas em 2008 por cinco jornais daquele país.
Vale a pena lembrar que a hipocrisia árabe foi tamanha que na semana anterior à referida data em 2005 vários jornais do oriente médio publicou uma charge ofensiva aos judeus, pondo Hitler e Anne Frank na cama, mas que foi convenientemente posta de lado e não chamou a atenção da grande mídia.
Por esse motivo esse dia foi convenientemente escolhido para celebrar a liberdade de opinião, de crítica e, porque não, de humor. Aparentemente só a religião goza desse status que confere essa injustificada imunidade contra críticas, uma vez que políticos, sociedade em geral, celebridades e tudo o mais podem muito bem ser livremente passar pelo mesmo sem dar ataques de violência. Quiçá levar tudo na boa. E mesmo aqueles que não gostarem de ter a imagem posta na roda estejam livres para levar os responsáveis à esfera legal, mas não para a esfera negra da violência física em nome da religião. Não é de se surpreender, já que religiosos só funcionam na base de represálias e ameaças.
Fonte: Caneca Orbital (original perdido).
Nota: Para as Blas e o Fauno [parodiando o "mestre" Miyagi], um Deus [ou Deusa] que é incapaz de rir ou de ter humor, não merece nossa confiança ou adoração.
Texto resgatado com Wayback Machine.

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Como o Islã "promove" a mulher

A Justiça da Arábia Saudita sentenciou uma mulher a dez chibatadas por ela ter desrespeitado a lei do país que proíbe mulheres de dirigirem carros.
A mulher, identificada apenas como Shema, foi considerada culpada por dirigir na cidade de Jeddah em julho.
Um grupo de ativistas que faz campanha para que as mulheres tenham permissão para dirigir na Arábia Saudita, o Women2drive, informou que Shema já entrou com recurso.
Nos últimos meses várias mulheres saíram dirigindo por várias cidades sauditas para pressionar o governo a mudar a lei.
Outras duas mulheres devem ir a julgamento ainda neste ano devido a acusações parecidas, segundo correspondentes.
A sentença para Shema foi dada dois dias depois de o rei Abdullah ter anunciado que as mulheres vão poder votar pela primeira vez nas eleições municipais de 2015.
Abdullah disse ainda que elas vão poder ser nomeadas para o Conselho Shura, órgão consultado em temas importantes no país.
Fonte: G1 Mundo (original perdido).
Nota das Blas: Este é o mesmo país que "magnânimamente" vai permitir que as mulheres votem e sejam votadas....em 2015!
Nota do Fauno: Está na hora de arrumar o lojinha, brimos!
Texto resgatado com Wayback Machine.
Publicado originalmente em 27/09/2011.

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

A Igreja diz não, digamos não à Igreja

Por Philip Pullella e Sarah Marsh no Globo
FREIBURG, Alemanha (Reuters) - O papa Bento 16 disse neste sábado na Alemanha que a Igreja Católica não pode aceitar o casamento gay e também fez um chamado aos jovens para que erradiquem o mal da sociedade e se afastem de uma fé indiferente que prejudica a Igreja.
O papa, de 84 anos, encerrou o terceiro dia de visitas à sua terra natal com uma concentração de mais de 30 mil jovens em uma área aberta ao sul da cidade de Freiburg, uma região católica onde teve a recepção mais calorosa até agora na viagem ao país.
"O mundo em que vivemos, apesar de seu progresso tecnológico, não parece estar ficando melhor", disse ele aos jovens. "Há ainda guerra e terror, fome e doença, amarga pobreza e opressão sem misericórdia."
[Mmmm...o mundo também não melhorou muito na época do domínio Papal]
O papa fez um apelo para que eles erradiquem todas as formas do mal na sociedade e não sejam "cristãos indiferentes", ao dizer que a falta de comprometimento com a fé fez mais estragos à Igreja do que seus inimigos jurados.
Os jovens na multidão demonstravam entusiasmo enquanto ele falava. "Nestes dias, a Igreja é apresentada pela mídia de modo muito negativo, por isso é importante que nós, jovens, vejamos que também podemos estar orgulhosos da Igreja, e que a própria Igreja não é ruim, mesmo que algumas pessoas tenham causado decepções", Kathrin Doerr, de 26 anos, que participou da concentração de fiéis.
Antes, em uma reunião com líderes cristãos ortodoxos, Bento 16 falou contra o aborto, eutanásia e casamento gay.
"Nós, como cristãos, atribuímos grande importância à defesa da integridade e singularidade do casamento entre um homem e uma mulher de qualquer tipo de interpretação errônea."
[Ouve quem quer, segue quem quer. Ou será que há falta de coragem para dar um basta a este regime totalitário?]

COMUNISMO e FÉ

No penúltimo dia de sua viagem à Alemanha, o papa transpôs as divisões geográficas e religiosas do país, enaltecendo os fiéis por resistirem ao efeito da "chuva ácida" do comunismo na antiga Alemanha Oriental e se dirigindo a entusiasmadas multidões de católicos no oeste alemão.
Numa missa na praça medieval na cidade de Erfurt, onde apenas cerca de 7 por cento da população é católica, ele elogiou os alemães do leste que permaneceram leais à Igreja durante os opressivos anos do nazismo e, depois, do comunismo.
[Ou seja, o problema continua sendo "os outros", continua a negar a ver os problemas internos, estruturais e doutrinários, inerentes à Igreja]
Cerca de duas horas antes da missa matinal em Erfurt, um homem disparou para o ar em um posto de triagem que fazia parte do esquema de segurança na cidade, em um aparente protesto contra as medidas rígidas de controle dos participantes, disse a polícia. O Vaticano informou que o papa não esteve em nenhum momento em perigo.
Na sexta-feira, Bento 16 manteve um encontro-surpresa com vítimas de abusos sexuais por parte de padres, em Erfurt. Autoridades eclesiásticas disseram neste sábado que estiveram presentes três homens e duas mulheres, escolhidos entre muitas vítimas da Alemanha que haviam pedido para se encontrar com o papa.
Cerca de 700 alemães entraram com ações na Justiça pedindo indenização por abusos de padres e outros integrantes dos quadros da Igreja. Um número recorde de 181 mil alemães deixou a Igreja Católica em 2010, muitos em protesto pelo escândalo dos abusos sexuais.
[Participe da campanha: Mude a Igreja ou Mude-se Dela]
Texto resgatado com Wayback Machine.

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Dançando para a liberdade

Anna Nobili, 41 anos, exibia nos palcos várias das habilidades que incorporou a seu repertório em seu longo período como go-go gir de discotecas, stripper e protagonista de lap dance, invenção americana que, em determinadas casas noturnas, consiste em uma garota seminua, ou mesmo nua, sentar-se ao colo do cliente (vestido) e movimentar-se sem que ele possa tocá-la.
Na foto acima ela está com as pernas cobertas, mas, em suas apresentações, sempre descalça, as pernas – "intermináveis", na avaliação de espectadores, e belas – apareciam sem problemas. Sua forma de dançar inclui o hábito de atirar-se ao chão, contorcendo-se, em movimentos sinuosos.
O problema, para o Vaticano, é que Anna "encontrou Jesus" numa visita à Basílica de Assis, na Itália, anos atrás, e em 2008 tornou-se freira. Uma freira dançante, que protagonizava shows e também "danças santas" coletivas – ela, usando legging, camiseta sem mangas, braços para cima, axilas ao vento, barriga de fora e acompanhada de dançarinas que animavam o público — em diferentes cidades da Itália e de outros países da Europa. Mas principalmente no monastério da Basílica da Santa Cruz de Jerusalém, em Roma.
"Utilizo o baile como forma de oração", diz irmã Anna, que se declara "casada com Jesus". Segundo a tradição, porém, na Basílica anexa ao monastério, que existe desde o século IV, estariam terra do local da crucificação de Jesus, em Jerusalém, e até uma relíquia da cruz, trazidas por Santa Helena de Constantinopla, mãe do imperador Constantino.
Apesar das seguidas demonstrações de fé de irmã Anna, algumas bem heterodoxas – "Jesus me devolveu a virgindade", proclama --, o papa Bento XVI mandou fechar por tempo indeterminado o monastério onde ela mais se apresentava. O padre Ciro Benedettini, porta-voz do escritório de Imprensa do Vaticano, explicou a decisão, entre outras razões, como resultado de "uma investigação [que] detectou irregularidades financeiras e litúrgicas".
Fonte: Surgiu (original perdido).
As Blas dão as boas vindas a mais esta "irmã" que redescobriu que seu corpo, sua sensualidade, sua sexualidade, sua feminilidade são igualmente sagradas e divinas.
Texto resgatado com Wayback Machine.
Publicado originalmente em 24/07/2011.

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

A Irlanda está mudando

Mesmo com sua economia em dificuldades, a Irlanda está no meio de uma rápida e revolucionária transformação: o país está revendo sua relação com a Igreja Católica, uma instituição que tem tido grande influência em quase todos os aspectos da vida no país há muitas gerações.

A Irlanda é um país onde o aborto é contra a lei, o divórcio se tornou legal apenas em 1995, a igreja gerencia mais de 90% das escolas primárias e 87% da população se diz católica. Mas a admiração, o respeito e o medo antes sentidos pelo Vaticano se transformaram em um novo leque de sensações - aversão, raiva e descontentamento - depois de uma série de revelações sobre décadas de abuso de crianças deixadas aos cuidados da igreja por uma grande parte da população.

Enquanto situações parecidas vêm manchando a imagem do Vaticano em outros países, talvez em nenhum outro lugar tais acusações tenham mexido com toda uma sociedade de forma tão intensa como na Irlanda. E assim, quando o primeiro-ministro Enda Kenny usou um discurso no Parlamento nesse verão para criticar a igreja, ele estava falando não apenas sobre seus próprios sentimentos reprimidos, mas sobre os sentimentos de toda uma nação.

Seus comentários demonstraram a supremacia do Estado sobre a Igreja, com palavras de indignação e revolta que nunca antes tinham sido utilizadas publicamente por um líder irlandês.

"Pela primeira vez na Irlanda, um relatório sobre o abuso sexual infantil expôs uma tentativa por parte da Santa Sé de frustrar um inquérito da república, soberana e democrática, há cerca de três anos, e não há cerca de três décadas", disse Kenny, em referência ao Relatório Cloyne, que registra uma queixa detalhada e demonstra a tentativa de encobrir tais acontecimentos por oficiais da igreja no sul da Irlanda antes de 2009.

Reiterando a afirmação do relatório de que a igreja teria encorajado os bispos a ignorarem as diretrizes que eles mesmos deveriam adotar, o primeiro-ministro atacou "a disfunção, a desconexão e o elitismo" que, segundo ele, "dominam a cultura do Vaticano".

Kenny continuou: "O estupro e a tortura de crianças foram subestimados ou 'administrados' com intuito de defender a instituição - seu poder, a sua posição e a sua reputação". Ele disse que, em vez de ouvir com humildade as evidências comoventes de "humilhação e traição", "a resposta do Vaticano foi de verificar a veracidade de tais acontecimentos com um olhar frio e analítico ". O efeito colateral de seu discurso foi instantâneo e chocante.

"Foi um momento de grande importância", afirmou Patsy McGarry, correspondente de assuntos religiosos do jornal The Irish Times. "Nenhum primeiro-ministro irlandês alguma vez se dirigiu à Igreja Católica dessa forma. A subserviência do Estado irlandês ao Vaticano desapareceu. A deferência acabou. "

Embora ambos os lados estejam conversando de uma maneira mais calma ultimamente, não há dúvidas de que a declaração de Kenny irritou profundamente o Vaticano, que retirou seu embaixador de Dublin em resposta - o embaixador foi transferido para a República Checa.

A posição de embaixador do Vaticano na Irlanda está em aberto, e fala-se também de fundir sua função com a do embaixador da Itália. Embora oficiais do governo digam que a questão é parte de uma reavaliação geral do orçamento diplomático, tal medida é vista como uma afronta contra a Santa Sé, um Estado soberano ao qual países em geral dedicam embaixadas separadas.

Enquanto isso, a última comunicação formal da igreja com Dublin - em 24 páginas - reclamou tanto do Relatório Cloyne quanto das observações feitas por Kenny, dizendo que um documento fundamental tinha sido "mal interpretado" pelo inquérito e alegou que a afirmação de Kenny "não tinha base" para dizer que o Vaticano tentou "recusar um inquérito" sobre o escândalo de abusos.

Simpatizantes da Igreja dizem que o Vaticano fez argumentos válidos. Eles afirmaram ainda que Kenny foi longe demais. "Pessoalmente, eu acho que ele foi excessivo ", disse David Quinn, fundador do Instituto Iona, um grupo de defesa religioso de direita.

Em uma entrevista, Quinn disse que a relação entre o Vaticano e o governo irlandês estava em uma "maré muito baixa." A situação das coisas não melhorou devido ao que jornais da China escreveram em editoriais usando citações de Kenny como um argumento de "por que a Igreja deve permanecer sob o controle do Estado".

Kenny, que assumiu o cargo em março após o partido Fianna Fail, que dominava a Irlanda, ter ruído devido à crise financeira, foi acusado de oportunismo por alguns críticos. Mas sua posição como um católico praticante de uma área conservadora ajudou a dar peso moral ao seu discurso. E o tom confiante de seu novo governo foi recebido com aprovação generalizada por um país que se sente duplamente traído: primeiro pelo abuso em si e segundo, porque muitos veem o acontecimento como um encobrimento da igreja, agravado pelo uso da linguagem legal vaga com a qual ela se defende.

"Você pode discutir sobre a sutileza das relações diplomáticas e todas suas possíveis manobras, mas o que Kenny estava realmente dizendo é que você tem que priorizar as vítimas do abuso e você tem que dizer em alto e bom som que essa é um república e o direito civil tem de prevalecer sobre o direito canônico", disse Diarmaid Ferriter, professor de história moderna da Universidade de Dublin.

Embora a maioria não tenha abandonado a sua religião, muitos parecem ter deixado de lado o hábito de praticá-la. O arcebispo de Dublin, Diarmuid Martin, recentemente estimou que apenas 18% dos católicos em sua diocese têm participado da missa toda semana.

O governo anunciou que irá introduzir um pacote de novas legislações para proteger as crianças do abuso e da negligência, incluindo uma lei - considerada, mas rejeitada por ser demasiadamente controversa por governos anteriores - que obrigaria o envio de relatórios periódicos de evidências de crimes de abuso às autoridades. Ele também estabeleceu um grupo para analisar como remover o controle da Igreja de metade das escolas católicas do país.

Em uma entrevista recente, Eamon Gilmore, vice-premiê da Irlanda, disse que o país afirmou o seu papel como uma "democracia moderna". "A Igreja já não irá desfrutar de seus antigos privilégios e poderes como nos velhos tempos", quando efetivamente ditava a política social do Estado, disse.

"Historicamente, havia uma visão dentro da Igreja Católica de que ela seguia uma lei paralela, que tinha seu próprio sistema judicial e que essa era a lei pela qual era responsável ", disse Gilmore. "Isso no mínino atrapalhava a ideia da necessidade de plena conformidade com a lei do Estado."

Ele acrescentou: "A Igreja Católica tem todo o direito de ter seu próprio ponto de vista e suas regras e de ver as coisas de acordo com sua própria perspectiva. Mas isto é uma república. E existe uma lei."

Quando se trata de proteger as crianças, Gilmore disse: "Todo mundo no Estado - independentemente de serem cidadãos comuns apenas fazendo seu trabalho, ou um sacerdote ou um bispo - têm de cumprir e obedecer a lei ".

Por Sarah Lyall no Ultimo Segundo (original perdido).

Entre na campanha: Mude a Igreja ou Mude-se Dela.

Texto resgatado com Wayback Machine.