Steven Posch escreveu em seu blog:
Dois séculos antes de as bruxas serem acusadas pela primeira vez de adorar o Homem Animal com um beijo anal, a mesma acusação foi feita contra os cátaros do sul da França: os cátaros eram, na verdade, protobruxas.
De acordo com o clérigo francês medieval Alain de Lille, o Diabo apareceu para eles na forma de um enorme gato preto ou, curiosamente, de um homem com as pernas cobertas de pelos de um gato.
Em documentos de julgamentos de bruxas de séculos posteriores, não é incomum que o Diabo assuma a forma de um gato preto, geralmente com o rabo levantado: para melhor beijá-la, minha querida.
(Em 1682, as bruxas de Devonshire, Mary Trembles e Susanna Edwards, disseram aos juízes que ele lhes apareceu como um leão.)
Embora o Deus Animal das bruxas geralmente se mostre como uma das espécies de presas pelas quais nós, humanos, vivemos, e sempre vivemos — portanto, com chifres — também não é desconhecido que ele tome a forma de um predador: cada nova forma é uma revelação. Esculpido em marfim de mamute, o Homem-Leão é uma das imagens mais antigas da Europa.
Ele é de fato um leão que ruge, nosso deus, o deus dos nossos ancestrais, espreitando e rugindo para cima e para baixo no mundo.
Assim como mais uma vez em nossa época e dias ele levanta um povo para si, que ninguém se surpreenda ao vê-lo, mais uma vez, sobre patas felinas.
Assim como um gato persegue um rato, como um leão persegue sua presa, assim também você nos persegue, ó Amor sempre novo.
Com amor, tu nos persegues, ó Senhor.
Retomando.
Eu escrevi aqui em algum lugar sobre o ósculo infame.
Stuart Clark explicou isso de forma magistral que a bruxa e a bruxaria foram construídas a partir das crenças populares, do cristianismo sincretizado e da inversão dos ritos cristãos.
Então, o inverso do cumprimento feito na missa (beijo ou aperto de mão) é o beijo nas nádegas.
O que ouvimos sobre os Cátaros veio da Igreja, então não é uma fonte confiável.
Os processos contra a bruxaria tiveram testemunhos voluntários (feitos sem tortura) que relatam a “aparência” (manifestação) do Mestre do Sabá. Gato, cachorro, bode, um homem de preto.
Então temos a escultura do neolítico. Parece ser um leão. Parece ser um sacerdote. A arte é para ser experimentada, não explicada.
Pode ser qualquer pessoa, um xamã, envolto em pele de leão. Mas a ausência de juba pode indicar que a figura seja uma leoa.
Isso faz mais sentido. Afinal, leões fazem companhia para a Senhora dos Animais. Quem caça é a leoa. Eu estou torcendo muito para que Ela venha me devorar.
A escultura lembra muito a pintura na caverna de Trois Freres. Uma pessoa em estado de êxtase, submersa na manifestação do divino.
Ali é possível ver (?) que a pessoa está usando a pele de um cervo, encoberto pelas galhadas. Outras manifestações do meu Doce Senhor. Gamo, touro e bisão.
O Divino Rei Sacrificado, o Deus da Vegetação, são suas manifestações. Sim, Ele é o Sacrifício. Mas é Ela quem recebe o sangue/sêmen/semente para que seja gerada a vida.
Quem tiver entendimento, entenda.
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