Outro dia eu estava comentando com minha esposa a hipocrisia e contradição do brasileiro.
As celebridades, as notícias, parecem mostrar que aqui existe muita liberdade sexual. Fala-se em trisal como se estivesse bebendo água.
Mas nós somos um dos países que mais persegue, agride e mata pessoas homossexuais.
Imagine então como vive uma pessoa intersexual, uma pessoa transgênero.
Com sua pauta de costumes, a extrema direita faz seu discurso de ódio, uma homofobia e transfobia disfarçadas. A crítica ridícula contra a representação da Santa Ceia nas Olimpíadas é um exemplo.
A bola da vez, como era de se esperar, é a participação de atletas transgêneros.
Citando:
A boxeadora italiana Angela Carini abandonou a luta contra a argelina Imane Khelif, que foi admitida nas Olimpíadas de Paris mesmo depois de ter sido desclassificada do mundial do ano passado por ter sido reprovada em um teste de gênero.
(https://www.brasil247.com/esporte/boxeadora-italiana-abandona-luta-contra-argelina-apos-polemica-sobre-teste-de-genero)
Khelif, de 25 anos, é uma das duas boxeadoras cuja presença nos Jogos de Paris tem gerado críticas. A argelina foi desqualificada do Mundial de 2023 por apresentar níveis elevados de testosterona que não atendiam aos critérios de elegibilidade. No entanto, tanto ela quanto a taiwanesa Yu Ting Lin, desqualificada pelo mesmo motivo, foram consideradas aptas para competir nas Olimpíadas de Paris, destaca reportagem da Folha.
Horas antes da luta, o Comitê Olímpico Argelino (COA) defendeu Khelif, afirmando que a boxeadora é vítima de "mentiras" e "ataques antiéticos". O Comitê Olímpico Internacional (COI), que agora organiza o boxe olímpico devido a problemas de governança da Federação Internacional de Boxe (IBA), reiterou a legalidade da participação de Khelif nos Jogos, assegurando que todas as atletas cumprem as regras de elegibilidade. “Todas as que competem na categoria feminina o fazem cumprindo as regras de elegibilidade da competição”, afirmou Mark Adam, porta-voz do COI.
(https://www.brasil247.com/esporte/tinha-que-proteger-minha-vida-lamenta-boxeadora-italiana-ao-abandonar-luta-contra-adversaria-trans-em-paris-2024-4c6yo8e8)
O Comitê Olímpico Internacional defendeu nesta quinta-feira sua decisão de permitir que duas boxeadoras competissem nos Jogos Olímpicos de Paris apesar de uma polêmica de gênero, dizendo que a dupla estava enfrentando "agressão" por causa de uma decisão anterior arbitrária.
A argelina Imane Khelif, que venceu a italiana Angela Carini nas oitavas de final da categoria meio-médio em 46 segundos, e a taiuanesa Lin Yu-ting, duas vezes campeã mundial, que lutará na sexta-feira, foram autorizadas a competir na Olimpíada.
Ambas as lutadoras haviam sido desqualificadas no Campeonato Mundial de 2023 após não cumprirem as regras de elegibilidade da Associação Internacional de Boxe, que impedem atletas com cromossomos XY masculinos de competir em eventos femininos.
Mas a IBA foi banida pelo COI no ano passado devido a questões de governança e finanças, com o órgão olímpico realizando a competição de boxe em Paris.
O COI disse que a decisão da IBA de desqualificar as boxeadoras no ano passado foi arbitrária e a principal causa do furor atual. Personalidades como a autora britânica J.K. Rowling e o bilionário Elon Musk expressaram sua oposição a elas competirem nos Jogos.
As Diferenças de Distúrbio Sexual (DSD, na sigla em inglês) são um grupo de condições raras que envolvem genes, hormônios e órgãos reprodutivos. Algumas pessoas com DSDs são criadas como mulheres, mas têm cromossomos sexuais XY e níveis de testosterona no sangue na faixa masculina.
"A agressão atual contra essas duas atletas é baseada inteiramente nessa decisão arbitrária, que foi tomada sem nenhum procedimento adequado -- especialmente considerando que essas atletas estavam competindo em competições de alto nível por muitos anos", disse o COI.
"O COI está triste com o abuso que as duas atletas estão sofrendo atualmente", acrescentou. "Toda pessoa tem o direito de praticar esporte sem discriminação."
(https://www.brasil247.com/esporte/coi-lamenta-agressao-contra-boxeadoras-por-questao-de-genero)
Retomando.
Atletas olímpicos passam muito tempo treinando. Quando eu estava treinando hapkido, meu corpo ficou enorme e eu treinava três vezes por semana, por 1:30. Imagine quem treina a semana inteira por oito horas.
Essas atletas proibidas apenas tornam visível e evidente a existência de pessoas intersexuais e transgênero. Essas atletas apenas tornam evidente que a direita (alternativa ou extrema) está simplesmente usando a pauta de costumes para ganho político. A realidade desses corpos mostra o quanto é imbecil o padrão binário de sexo/gênero e de quanto é estúpido a ideia de"ideologia de gênero ", apregoada pelos conservadores, reacionários, direitistas e fundamentalistas cristãos.
Pena que eu estou velho e destreinado. Eu lutaria com uma atleta transgênero. Um jiu-jitsu sexual 🤭😏.
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