sábado, 15 de abril de 2023

Parque temático faliu

Aberto em 2001, o Holy Land Experience (Experiência da Terra Santa), em Orlando (Flórida, EUA), ficou conhecido como a Disney World cristã. Os visitantes podiam admirar réplicas dos maiores pontos turísticos religiosos de Jerusalém (incluindo uma do Templo, com seis andares) e desfrutar de partidas de minigolfe bíblico, entre outras atrações. O evento mais esperado, entretanto, era e encenação da crucificação de Jesus, que chamava a atenção pelo hiper-realismo. Após o último suspiro, o corpo "ensanguentado" do ator era retirado da cruz e atravessava a multidão de fiéis, incluindo muitas crianças. Muitos saíam de lá chocados com o que viam.

"Achei perturbador em muitos níveis", afirmou um visitante, de acordo com reportagem do "Daily Star", sobre o espetáculo, realizado seis vezes por semana.

"Eu estava lá! Foi traumatizante porque eu era muito jovem", disse outro.

"Estou rindo de puro horror. Eles fizeram as pessoas pagarem para ver Jesus morrer", protestou um terceiro.

Alguns, na contramão, curtiram a experiência:

"Fui lá com minha igreja e, desde então, tem sido a melhor viagem que já fiz. Gosto mais do que da Disney World."

Outros criticavam a atração temática, de 56 mil metros quadrados, por usar a religião para ganhar dinheiro. "Pegaram a religião cristã e a sensacionalizaram para obter lucro como a Disney!", protestou um fiel.

Mas as multidões não paravam de visitar o parque, criado por Marvin Rosenthal, um judeu convertido ao cristianismo, ao custo de US$ 16 milhões (R$ 81 milhões). Trezentas mil pessoas passavam por lá a cada ano.

"Esperamos que os visitantes vejam a majestade de Deus ou ao menos tirem a poeira das suas Bíblias", disse ele.

Além dos suvenires religiosos, a praça de alimentação oferecia iguarias como a "Salada do Centurião" ou o "Hambúrguer de Golias".

Os negócios iam bem até que Rosenthal começou a ser acusado de usar o parque para converter judeus. As multidões começaram a minguar. Em 2007, ele vendeu o local para os evangelistas Paul e Jan Crouch, que acrescentaram atrações. Numa delas, os visitantes podiam participar da Última Ceia com "Jesus". Em outra, podia ser "batizados" numa fonte pelo "filho de Deus". Outro destaque era a encenação do "Sermão da Montanha".

O público retornou, na casa dos 200 mil. No entanto, nos anos seguintes o interesse caiu. Em 2020, com a pandemia de Covid-19, o parque foi fechado. Afundados em dívidas, os donos anunciaram a falência no ano seguinte. O milagre financeiro não veio e várias estruturas foram demolidas.

O terreno foi adquirido por uma empresa adventista do setor da saúde. Não há planos sobre o que fazer com o local ainda.

Fonte: https://extra.globo.com/blogs/page-not-found/post/2023/04/disney-world-crista-parque-tematico-sobre-jesus-vai-a-falencia-e-acaba-demolido.ghtml
Nota: o parque faliu porque o público viu 

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