Por Sávio Costa Adon.
Acrescento que este material não é acadêmico e sim uma densa pesquisa com confiáveis fontes que juntas formaram a criação de uma linguagem simples para esse com este, e que TODAS as imagens possuem descrições e fontes diretas de museus ou de jornais (que permitem utilização sem fins lucrativos) com seus respectivos links de direcionamento. Vale lembrar que tudo aqui foi construído com idéias e palavras de autoria própria, tendo que a Lei de Nº 9.610, de 1998, seja uma das principais bases desse site, por tanto: dê os devidos créditos ao autor e ao Blog em caso de utilização.
Qetesh, Qedetesh, Kedesh, Qatesh, Kadosh, Qadesh, Qdshu ou simplesmente "A Sagrada", pode ter diversos epítetos e foi chamada de "Amada de Ptah" e de "Olho de Rá", está ela sobre um leão segurando na mão esquerda a serpente, voltada para o deus cananeu Reshef, e na outra, a direita, o lírio e/ou lótus voltada para o deus fálico egípcio Min. Ela tem os cachos de Hathor, chifres de vaca e o disco solar sobre a cabeça. Nada mais pode ser acrescentado, além da nudez.
Qetesh não tem origem egípcia, e assim como muitas divindades atravéz dos tempos tomaram características de outras por conta de invasões de povos, guerras e colonização (como é o caso de Vênus e Afrodite), esta divindade nasce justamente num período onde o Egito e o Oriente Próximo possuem grandes acordos comerciais e trocam incontestáveis quantidades de conteúdos históricos e culturais.
É importante ressaltar que durante a nossa história da humanidade, todos os povos que conviviam como vizinhos, mesmo rivais, mantinham respeito pelas divindades alheias, mesmo aqueles que não concordavam ou não aceitavam certos cultos por parecerem demasiadamente diferentes ou até mesmo semelhantes, o que aqui, não inclui os povos mais nômades.
É datado que foi no fim do período chamado de Ramessída (1300 AEC a 1200 AEC) que o faraó Ramsés II teve seu apogeu após se tornar um dos faraós mais estrategistas e investidor de guerras. Procurando reclamar o Norte do Egito, que durante pouco mais de 130 anos tinha sido dominado por Hicsos e Fenícios, e provavelmente Sírios, Ramsés II não só encontrou diferentes modus operandis em batalhas, como também encontrou algo que modificaria seu culto pessoal.
Os Egípcios, antes de tudo, já haviam identificado semelhanças entre sua deusa Hathor e a deusa Sírio-Cananéia Astarte. Ramsés II trouxera pra si o culto de Anat, conhecida como sendo a deusa matrona dos guerreiros cananeus.
É dentro do trabalho de Johanna H. Stuckey que entra a tão importante dúvida que aqui precisamos trabalhar: como que o Levante, uma região que se estende do Oriente Médio ao Mediterrâneo, "egiptificou" as suas três grandes deusas adoradas em uma deusa única? Astarte, Anat e Asherah, as deusas dos Céus, deusas amadas pelos deuses, tomadas pelos deuses, amantes, mães irmãs.
As Três Grandes Deusas do Levante.
Asherah (Athiratu), a cananéia, era a mãe de todos os deuses, Senhora do Mar e dos Céus, esposa do deus pai El (Ilu), mãe da Árvore da Vida e dos animais. Ela quem teria se sacrificado, dando-se para o deus do mar Yamu, em troca da liberdade e sobrevivência de seu filho Baal Hadad.
Asherah também foi chamada de "Aquela Que Intercede Por Seus Filhos", tendo ela mesmo intercedido por Baal Hadad, indo em direção a El, o grande deus pai e criador, pedindo que o filho pudesse construir um palácio no monte Zaphonu.
Uma das deusas mais curiosas do panteão cananeu, tendo ela sido a deusa mais adorada após a queda dos cananeus pelos Israelitas: foi adorada ao lado do próprio Yahweh e de Baal Hadad. Em um vaso encontrado em Israel, foram notados desenhos de divindades que poderiam tanto ser a de um rei e principes e princesa, quanto de deuses e uma deusa. No texto que o acompanha: "Yahweh de Samária e Temã e sua Asherah." e " Eu os abençoo por Yahweh e sua Asherah!".
Um dos grandes picos de tentativa de destruição da importância de Asherah e seu culto, foi o remanejo que esta deusa sofreu ao ser colocada como objeto de culto (asherins), tanto um pilar, quanto uma árvore, tendo ela, Asherah, a árvore como um de seus mais famosos símbolos.
Astarte, senhora do amor e da paixão que logo foi se transformando em senhora da batalha e estratégia até os homens a levarem para guerra junto com o culto das prostitutas, recebendo títulos como senhora da sexualidade, paixão e guerra.
Foi uma divindade altamente adorada, a ponto de ter sido cultuada posteriormente por gregos. Seu culto sofreu influencia de divindades como Ishtar e a própria Asherah e teria sido, futuramente, sincretisada com Afrodite.
Ela tem seu nome mencionado diversas vezes nos textos míticos de Ugarit, e a relacionam com a beleza, no entanto, para Neal H. Walls e Nicolas Wyatt, além dela ter sido chamada de "Outro Eu de Baal" (talvez a cara-metade de Baal Hadad, sendo mais lúcido a interpretação de versão feminina de Baal), Astarte teria sido associada algumas vezes com Anat. Uma possível confirmação de que essas deusas já teriam começado a se fundir.
E Anat, a deusa virgem, mas que alimentava os deuses, crianças, príncipes e reis com seus seios, a deusa que não pertencia a nenhuma divindade, que enfrentara o próprio pai El para defender o irmão Baal Hadad. Deusa da guerra, protetora das mulheres, das crianças, dos oprimidos e do povo cananeu, a escolhida de Ramsés II.
Três grandes deusas que tinham cultos tão vastos, que além de possuírem templos a fora, tiveram cultos domésticos. Muitos desses cultos domésticos eram feitos por mulheres e crianças. Era comum daquela época ter o devoção caseira e dentro dele a utilização de imagem votiva, onde o devoto fazia uma imagem de barro, ou argila, representando à si mesmo e colocava no santuário da divindade, representando a presença eterna à adoração da deusa ou deus.
Outra maneira de culto era a criação da própria estátua da divindade, sendo usada geralmente em cozinhas, onde era o santuário em comunhão, com a intenção de trazer prosperidade e fertilidade. Algumas imagens encontradas em Israel demonstram possíveis divindades femininas de fertilidade como Astarte e Asherah, algumas com rostos de pássaros, levando em consideração que tais divindades foram chamadas de "deusas celestes".
Outro costume era o modelo de prática mágica usando a imagem votiva, pedindo por proteção, cuidados ou até realização de desejos, como gravidez. Tais imagens poderiam vir a ser, também, amuletos usados em momentos como o parto ou doenças.
Não era de se esperar que deuses e deusas tomassem características que fossem de necessidades humanas baseadas nos momentos e acontecimentos em que determinados povos viviam. Não foi atoa que Astarte sofrera tantas mudanças, sendo ela mesma uma divindade que tinha descrições como sendo "àquela nua que segura a serpente e o lírio", tendo também tomado características egípcias como os cachos de Hathor, mas nada que modificasse radicalmente seu culto ou nome.
Anat, por outro lado, se encontrava muitas vezes nua segurando lanças e escudos e em outras vezes estava em cima de um leão. Sendo este animal um simbolo de poder dentro do Oriente Médio e Próximo, bem como boa grande parte do mediterrâneo, não é atoa que a Deusa Cibele tem ele como seu animal-símbolo principal.
Asherah e Astarte seguem o mesmo formato de posição, segurando plantas com as mãos, tendo elas, também, conexões profundas com a serpente.
Todas essas três deusas tinham o mesmo título quando adoradas, evocadas ou em textos antigos: "Sagrada". "Sagrada" ou "Divina" era o melhor modo de começar a chamar uma divindade, elogiando-a além de seus feitos, falando de sua beleza e de sua grandeza, mas falar sobre sua sacralidade reforçaria sua pureza a cima do mundo profano que os devotos acreditavam pertencer.
A Árvore, a Serpente e a Nudez.
Levando em consideração a localização que é o Levante, tão qual o Egito, podemos observar que toda forma de vegetação sempre foi ponto focal de culto e adoração e não seria diferente com a árvore. Um tipo mais comum de árvore adorada é a mais popular daquelas regiões, a Palmeira. Sendo esta um tipo de vegetação que sobrevive em lugares áridos e secos.
Othmar Keel vem argumentar que árvores vivas e árvores simbólicas, como as plásticas natalinas de hoje em dia, eram veneradas como representação de multiplas deusas ou de uma única divindade feminina.
Alguns objetos da Era do Bronze, período crucial e rico para o Levante, demonstram figuras femininas nuas com o triângulo púbico bem proeminente, com uma árvore desenhada sob ou sobre ele. Seria este um modelo prático de insinuar que as divindades femininas, consideradas as geradoras de vida, tinham a árvore como potencial símbolo pela sobrevivência e pela geração de frutos? A resposta é provavelmente positiva.
Já vimos que uma das imagens de Asherah apresenta a divindade em pé, segurando plantas, rodeada de caprinos, bem como outras divindades femininas rodeadas de vacas e leões, ou em cima de algum outro mamifero, tomando epítetos de "Senhora dos Animais". O que acontece na Era do Ferro é justamente a troca dessas divindades por árvores rodeada de animais. Uma curiosa prova sincretismo e metamorfose dessas divindades com a árvore.
Um outro interessante fato é a importância da árvore para Inanna, a deusa suméria, que tem a árvore como símbolo de vida no "Épico de Gilgamesh. A deusa mantém a árvore, chamada de Hullupu, em seus cuidados quando descobre um ser maligno, chamado de Lilitu (não Lilith), fazendo desta vegetação sua morada. Inanna então clama pelo herói semi-deus para livrar-se do ser que ali vivia.
Mesmo que os conhecidos "Cachos de Hathor", modelo de cabelo usado por algumas deidades femininas egípcias, sejam uma representação básica da troca de culturas entre o Egito e o Levante, ainda é a serpente um dos símbolos mais populares e mais antigos dessas civilizações.
A deusa Ísis cria uma serpente mágica para picar o deus Rá em um dos mitos, o animal aparece junto a ela em diversas representações de pinturas e estátuas. Notavelmente se observa a falta das serpentes próximas às pinturas de árvores e em mãos de estátuas e relevos de deusas do Levante. Sendo essa, possivelmente, mais uma adaptação da herança egípcia, o que fez de Qetesh uma divindade "pioneira".
A serpente era usada em grandes templos de divindades femininas, o que se deu continuidade na Grécia, sendo a mesma um símbolo de eternidade, de magia, cura, renovação e perfeição. Cobras estão muito associadas a deusas antigas, até mesmo depois de terem se tornado "dragões", como é o caso da grande deusa suméria Tiamat (sendo o dragão, originalmente, uma serpente gigante dos céus e/ou do mar.
William Foxwell Albright citou o nudismo de deusas Cananeias em suas obras:
“Deusas da fertilidade desempenham um papel muito maior entre os cananeus do que entre qualquer outro povo antigo”, as deusas cananéias eram quase sempre representadas nuas, mesmo no culto egípcio, “em contraste marcante com as deusas egípcias nativas modestamente vestidas”. A religião cananéia com sua “adoração orgiástica da natureza”, “culto da fertilidade na forma de símbolos de serpentes e nudez sensual” contrasta com o elevado monoteísmo ético dos israelitas".
É compreensível que houvessem influências sumério-babilônicas no Levante e que o nudismo dessas divindades femininas fossem relacionados aos cultos sexuais dentro de templos, também sendo uma associação com a fertilidade, pureza e auto-poder. Uma importante referência dessa explicação é o épico da suméria Inanna ao descer para o submundo: Precisou despir-se de suas joias, cora e roupas, ficando completamente nua para encontra-se com Ereshkigal, mostrando-se igual perante ela e despida de todos os rótulos.
Em sua representação no "Relevo de Burney", Inanna é a Potnia Therion, "Senhora dos Animais", coroada, nua, de pé em cima de leões e com braços abertos segurando símbolos de poder e eternidade. Algo idêntico as representações de Astarte e, principalmente, Qetesh.
A pergunta mais difícil não tem resposta: "Como as três grandes deusas do levante se transformaram em Qetesh?", com acréscimo: Foi uma criação ou o nascimento de uma nova divindade?
Bom, o fato é que em uma das placas egípcias de Qetesh existe uma descrição da qual cita-se "Qetesh-Anat-Astarte", comprovando que esta divindade tem relações profundas com as divindades do Levante, sendo "Sagrada" ou "A Divina" os principais título de Asherah, já que a mesma foi descrita como a mãe de todos os deuses cananeus.
O nome "Qetesh" pareceu se tornar próprio dessa deusa no Egito, sendo a cobra um símbolo usado para representa-la quando descrita. Títulos como "Senhora dos Céus", "Senhora dos Animais" ou "Amada dos Deuses" eram popularmente utilizados por divindades femininas, e matronas, do Levante e que depois foram espalhados e dividos com outras deusas (Ishtar, Cibele, posteriormente Afrodite, por exemplo). Mas aqui o fator mais importante é a descrição dessas duas placas onde os nomes Anat e Astarte aparecem junto a "Qetesh" e não Asherah, o que pode confirmar que a origem do nome dessa deusa egípcia se deve ao principal título de Asherah: A Sagrada/A Divina.
K. van der Toorn afirmaria que Ramsés II teria tido Anat como matrona, após clamar esta divindade em campos de batalha, o mesmo teria dado os nomes como "Anat é Proteção" para um de seus cães e "Anat é Vitoriosa" para sua espada. O que viria a ser confirmado por Izak Cornelius ao dizer que "Anat" teria sido o nome de uma das filhas deste faraó, bem como o mesmo teria se auto-intitulado "O Amado de Anat". É certo que ele teria aderido ao culto desta deusa guerreira após esses anos de domínio Hicso e Assírio no norte egípcio.
De acordo com Izak Corenlius, muitos dos títulos aplicados à Qetesh e usados por essas três deusas do Levante, são muito esteriotipados, principalmente os como 'Senhora dos Céus' e 'Senhora dos Deuses', títulos usados por muitas deusas do Egito.
Um dos epítetos que Qetesh veio a ter foi de "Senhora da Realeza", específicamente usado por Anat. No entanto, o egiptólogo Von Wolfgang Helck deduz que é com o uso do título de "Amada de Ptah", "Grandiosa da Magia" e "Olho de Rá" que introduziu oficialmente Qetesh ao panteão do Egito, e que somente esta divindade possui esses três títulos, juntos, no Egito.
O culto egípcio de Qetesh se estabilisaria tanto quanto seu nome se infiltraria nas escrituras dos deuses mais antigos como pertencente daquele panteão. O sincretismo do culto antigo de Inanna influenciou tanto o culto de Ishtar a ponto da mesma ser chamada de Inanna pelo próprio povo acádio-babilônico. Características de Baal Hadad chegaram à Zeus, bem como a própria Hidra teve origem cananéia, a Lotanu (Leviatã para a linguagem "moderna"), a serpente-dragão do mar e do deus Yamu, que por sua vez tem características de Poseidon.
Quanto a Min e Reshef, há uma curiosa avaliação de tais divindades estarem perante Qetesh em muitas das placas encontradas: Min é um deus de vegetação, um deus antigo e ancestral que é de pura fertilidade, enquanto Reshef é um deus assírio que foi levado pro Egito, sendo ele um deus da guerra e das pragas. Reshef foi equiparado ao deus Egípcio da guerra Montu, que poder ser mais uma forte descrição do sincretismo que os antigos povos faziam. Diferente de Qetesh, Reshef não foi fundido, foi um deus apropriado pelo próprio Egito, semelhante da apropriação de Anat (também ligada à guerra).
Qetesh possui exatamente as características femininas que correspondem às masculinas que estão perante ela, Min e Reshef: Asherah (Min), características de deusa antiga e de prosperidade e Astarte e Anat (ambas Reshef), ligadas à guerra, soberania e sexualidade.
Se Reshef e Anat foram levados ao Egito por essa devoção ao culto da guerra, é uma incógnita, mesmo tendo toda a narrativa que possa especular isso. No entanto, enquanto Anat é adorada e transferida para uma divindade que logo depois introduz-se no panteão egípcio como Qetesh, Reshef é correlacionado diretamente com uma divindade do próprio Egito, Montu, mas se mantém como ele mesmo, sem modificações.
O sincretismo fez parte de centenas de povos e culturas pagãs e foi uma maneira de dividir e aprender, homenagear e corresponder aos acordos comerciais e políticos entre os mesmos. E que nada, absolutamente nada, de errado poderia haver com tais práticas e que nada poderia invalidar uma divindade que tivesse tomado características de outra por conta desse tipo de sistema cultural.
Nunca dentro da história antiga houve alguma prática de sincretismo por adaptação atravéz do "medo", toda prática de sincretismo que possamos debater irá possuir fortes vestígios de troca cultural e influência de povos dominadores. Dentro da história, a imposição de cultos nunca menosprezou deuses de outros povos, pelo menos até a chegada do Abraamismo.
É Qetesh quem toma uma forma sem mitologia, dominadora dos animais, possuindo hastes e serpentes, lírios e lótus nas mãos, demonstrando sua soberania sobre a natureza, quem vai simbolizar a mais pura relação de acordos culturais e políticos entre o Egito e o Levante.
Notável também foi a importante influência de uma das deusas mais adoradas no Egito, Hathor, tanto no culto egípcio de Anat quanto na metamorfose de Qetesh. Essa influência também contrasta com o sincretismo que já acontecia e se fortificaria posteriormente.
Uma importante outra metamorfose dentro do Mediterrâneo foi a da iconografia de Ba'alat, um título fenício que significa "Senhora". Ba'alat Gebal foi a principal divindade adorada em Bilbos e que possui em si características originárias de deusas como Asherah, Astarte, Anat e posteriormente foi sincretisada, e teve adaptações de ítens e símbolos, com deusas como Hathor, Ísis e Afrodite.
Curiosamente, de todos os povos e culturas antigas, o único sistema que teve relevância em preconceito e buscou soberania a cima dos outros foi o Abraâmico com Yahweh proclamado único deus. Tendo ele mesmo, com seu povo mais ancestral, tomado características de divndades como Baal Hadad (Senhor do Céu) e El (que tem o nome que significa simplesmente "deus", de barbas brancas e que faz o chover maná do céu).
Qetesh é a maior "personificação" do que conhecemos como sincretismo, foi uma deusa muito adorada e tem muito a ser explorada. Mesmo assim, é uma incrivel fonte de estudos sobre a origem de divindades ao longo da história que demonstra claramente que toda forma de culto e de manifestação divina, principalmente do feminino, era válida. A questão é: Será que se não fosse uma divindade nascida num berço faraônico, teria tamanha repercução e devoção? A breve resposta seria que o culto do estado era ditado pelo rei e o grande sacerdócio.
Não se sabe ao certo como eram as práticas de culto de Qetesh, se tinha uma cidade dedicada para ela, se tinha sacerdotes e sacerdotisas ou se houve cultos domésticos. Mas com toda certeza, sabe-se que foi uma deusa muito respeitada e de muitos títulos carinhosos dados pelo povo egípcio.
FONTES:
"The Great Goddesses Of The Levant" - Johanna H. Stuckey
"The Goddess Asherah" - Tadanori Yamashita
"Yahweh and the Gods and Goddesses of Canaan" - John Day
"Dictionary of Deities and Demons in the Bible" - K. van der Toorn, Bob Becking, Pieter Willem van der Horst Brill (Contendo capítulos sobre Asherah e Astarte de Nicolas Wyatt)
"The Goddess Anat in Ugaritic Myth - Nealls H. Walls
"Yahweh and The Gods of Canaan: A Historical Analysis of Two Contrasting Faiths" - W. F. Albright
"The Many Faces of The Goddess: The Iconography of the Syro-Palestinian Goddesses Anat, Astarte, Qedeshet, and Asherah c. 1500-1000 BCE" - Izak Cornelius
"Inanna: Queen of Heaven and Earth: Her Stories and Hymns From Sumer" - Diane Wolkstein e Samuel Noah Kramer
"Religion and Ritual in Ancient Egypt" - Emily Teeter
"Ritual and Cult at Ugarit" - Dennis Pardee
Publicado em: http://politerraneo.blogspot.com/2023/01/qetesh-as-tres-grandes-deusas-do.html
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