Eu estranhei quando eu me deparei com uma alfândega no Paganistão. Deprimente, considerando que gente que se apresenta publicamente (incluindo nas redes sociais) como pagão, bruxo ou wiccano, faz questão de seguir à risca o estereótipo do que se conceitua como sendo a aparência dessa subcultura.
O Paganistão é um território aberto, as pessoas entram e saem, livremente. Muitos vem para cá, como fugitivo ou refugiado de alguma das religiões majoritárias. E por motivos que fogem à razão, voltam (feito cães ao vômito) para a religião que não vai hesitar em os matar.
Talvez para um novato ou um estrangeiro, o funcionário pode convencer naquele uniforme ridículo de seda, colorido e decorado com símbolos esotéricos. Eu não estou impressionado.
Prepotente, arrogante e confiante em sua "autoridade", o funcionário faz as seguintes perguntas:
Há quanto tempo você é pagão?
Seu paganismo fez de você uma pessoa melhor?
Seu paganismo o desafiou a crescer?
Seu paganismo melhorou a vida das pessoas ao seu redor?
Se não, por que não?
Se não, não deveria?
Se não, então qual é o sentido?
Eu devolvo, perguntando se quer saber da minha atual encarnação, ou se ele quer saber das anteriores bem como das futuras.
Eu respondo que sou eu quem busca ser uma pessoa melhor, o Paganismo é um caminho, um método. O Paganismo Moderno não possui dogmas, então, não há exigências.
Eu respondo que sou eu quem busca crescer, o Paganismo Moderno fornece os ideais, mas não nos impele a algum objetivo imposto.
Eu respondo que é responsabilidade de toda pessoa, independente de crença ou descrença, melhorar a vida das pessoas ao nosso redor.
Como não tem dogma, não cabe ao Paganismo Moderno impor ou exigir que nós tornemos a vida melhor. Como é um caminho, um método, cabe a quem se define como pagão moderno querer ser o agente de transformação de nossa sociedade. O sentido de trilhar esse caminho é o de reconstruir nossa conexão com nossas verdadeiras origens, raízes, com nossos ancestrais e os Deuses Antigos.
Eu ignoro a reação do funcionário e entro no Paganistão. Ela está me esperando e eu detesto chegar atrasado.
Baseado em um texto escrito por Steven Posch.
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