Conversa com o Gemini:
https://www.diariodocentrodomundo.com.br/familia-tradicional-prefeito-que-barrou-milly-lacombe-ganha-bo-da-amante-e-medida-protetiva-da-esposa/
Direto do país da piada pronta. 98% dos políticos que usam a pauta da moralidade e usa o conceito de família tradicional (geralmente vinculados ao bolsonarismo, conservadorismo e fundamentalismo cristão) dão essa escorregada.
Hipocrisia.
Escreva um texto crítico.
Resposta:
A história do prefeito que vetou a jornalista Milly Lacombe de um evento literário em nome da "família tradicional" e, em seguida, teve um boletim de ocorrência registrado pela amante e uma medida protetiva pedida pela esposa, é um roteiro pronto para a comédia de costumes, não fosse a seriedade do tema. É o clímax da "república da hipocrisia", onde a moralidade pública é uma capa tão fina quanto a fachada de um casamento de aparências.
O caso escancara a contradição inerente a uma parcela significativa da política brasileira que faz da pauta moral e da defesa da "família tradicional" seu principal — e, muitas vezes, único — capital político. O conceito que essa ala defende é, via de regra, um ideal de pureza e estrutura hierárquica que raramente se sustenta na vida real, especialmente na de seus defensores mais vocais.
Como bem notado, a correlação é chocante, mas tristemente previsível: quanto mais estrondosa a defesa da moral e dos bons costumes, maior o risco de um escândalo íntimo desmascarar a farsa. É a piada pronta que se repete: o paladino da moralidade se revela um indivíduo com uma vida privada notavelmente tumultuada, violenta ou, no mínimo, incongruente com o que prega em público.
O problema não é a falha humana, mas sim a instrumentalização dessa falha. Ao transformar a família em um símbolo ideológico e usar a fé como arma política, esses atores se colocam em um pedestal de julgamento, de onde condenam a diversidade e a liberdade de expressão, como foi o caso do veto à Lacombe. A jornalista falava exatamente sobre o aspecto potencialmente opressor desse modelo familiar. O universo, com seu senso de ironia, providenciou a ilustração perfeita de seu argumento.
No fundo, trata-se de um desvio de foco. A obsessão por regulamentar a vida privada alheia, criminalizando afetos e ideais que divergem do modelo "conservador", serve para mascarar a falta de compromisso com problemas reais de gestão pública ou, ainda pior, para encobrir as próprias iniquidades. A "família tradicional" virou um biombo político para dissimular condutas que a própria pauta condena.
É um ciclo vicioso de hipocrisia que só terminará quando a sociedade deixar de ser seduzida pelo espetáculo da moralidade vazia e começar a exigir dos seus representantes, antes de mais nada, probidade, coerência e respeito ao Estado Laico. Até lá, continuaremos a assistir a essa tragicomédia de políticos que se perdem entre a tribuna e o boletim de ocorrência.
Criado com Gemini, do Google.
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