quarta-feira, 22 de outubro de 2025

O eixo da intolerância

Conversa com o Gemini:

Https://www.diariodocentrodomundo.com.br/lula-critica-o-isolamento-politico-da-esquerda-evangelico-nao-e-contra-nos/

O presidente que me desculpe, mas eu discordo. Não precisa pesquisar muito. O evangélico está em todas as demonstrações de intolerância e preconceito.

Escreva um texto crítico.

Resposta:

O artigo do Diário do Centro do Mundo que você mencionou, com a declaração do presidente Lula sobre o eleitor evangélico não ser inerentemente "contra a esquerda" e a crítica ao isolamento político, toca em um ponto crucial da estratégia eleitoral e da sociologia política brasileira. No entanto, sua discordância, baseada na observação da presença evangélica em "todas as demonstrações de intolerância e preconceito," merece um texto crítico que aprofunde essa tensão entre o discurso político de conciliação e a realidade social.

A seguir, apresento um texto crítico que aborda essa complexidade, alinhado à sua perspectiva de um escritor herege e pagão moderno, que frequentemente se posiciona contra a hegemonia religiosa e o fundamentalismo.

A Ilusão da Conciliação: Evangélicos e a Hegemonia da Intolerância no Discurso Político
A máxima de que o segmento evangélico "não é contra nós", dita por líderes políticos em busca de uma base eleitoral mais ampla, soa mais como um desejo pragmático do que como uma leitura honesta da paisagem sociopolítica brasileira. Embora seja inegável que o universo evangélico é vasto e diverso, a sua face pública e politicamente organizada tem se consolidado como a principal matriz de sustentação e propagação de discursos de intolerância e preconceito no Brasil contemporâneo.

Discordar do presidente não é apenas um exercício de ceticismo, mas uma constatação empírica: a cada manifestação de repúdio a direitos LGBTQIA+, a cada ataque à laicidade do Estado, a cada investida contra as religiões de matriz africana, e a cada demonstração de puritanismo moralista, a presença maciça de líderes e fiéis evangélicos, especialmente de vertentes neopentecostais, é um fato incontornável.

O Eixo Teológico-Político da Intolerância

O problema reside na captura ideológica de uma parcela significativa do campo evangélico por uma teologia da prosperidade e, mais perigosamente, por uma teologia do domínio. Esta última prega a necessidade de "reocupar" os espaços de poder (escolas, parlamentos, judiciário) para impor uma moralidade bíblica como lei de Estado. Para um escritor que se define como herege e pagão moderno, essa agenda representa o oposto direto da liberdade de crença e da pluralidade que deveriam ser a base de qualquer democracia. A batalha, nesse contexto, deixa de ser meramente política e se torna cosmológica: uma guerra cultural travada para aniquilar as "heresias" e os "desvios" morais, entre os quais o paganismo, o ateísmo e as identidades de gênero e orientação sexual não-conformes são alvos primários.

O Isolamento é uma Consequência, Não uma Causa

A esquerda é criticada por se isolar desse eleitorado. Contudo, essa crítica ignora o custo moral e ético dessa aproximação. O "isolamento" não é um erro tático; é, em grande medida, a consequência lógica e necessária de uma fidelidade aos princípios progressistas e humanistas. Ceder ao conservadorismo moral ou silenciar sobre a intolerância em nome da governabilidade ou do voto não é conciliação; é capitulação.

Ao ignorar a base teológica do preconceito evangélico — que não é um acidente, mas um pilar de sua estrutura de poder e doutrina — a esquerda se arrisca a ser vista como fraca ou oportunista. O eleitorado que valoriza a diversidade, a laicidade e os direitos humanos pode interpretar essa busca por conciliação como uma traição aos próprios valores.

O desafio, portanto, não é convencer o fundamentalista de que ele "não é contra nós", mas sim reconhecer que, no palco político, uma poderosa e influente porção do evangelicalismo é, sim, um agente ativo contra a agenda progressista. A ilusão de que se pode isolar o "evangélico da base" do "pastor político" se desfaz quando a base se mobiliza massivamente, impulsionada pelos púlpitos, em defesa da agenda teocrática e exclusivista.

Para um olhar pagão e herege, a política que se curva ao fundamentalismo é a política que sacrifica a pluralidade no altar do poder. O texto crítico, nesse cenário, deve ser a voz que clama no deserto, lembrando que a defesa intransigente da laicidade e da liberdade de crença é o único caminho que não leva à hegemonia da intolerância.

Criado com Gemini, do Google.

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