Era uma vez, em Plunderia, um certo ex-príncipe peculiar chamado Theodore Fluffybutt III. Theodore foi um projeto de tirano que foi derrotado na lendária Guerra de Cotton, onde seu exército sucumbiu diante de sir Reginald Fluffington, general leão ao Império de Cygnus. Preso por quase trinta anos, o outrora carismático urso de pelúcia antropomórfico agora vivia seus dias em liberdade condicional, tentando se encaixar no mundo moderno, o que, por si só, já era uma tarefa hercúlea.
Atualmente, Theodore vivia na casa de sua prima excêntrica, Seraphina, que levava o conceito de liberdade doméstica a níveis inesperados. Seraphina, bon vivant, desinibida demais para qualquer padrão social, parecia alérgica a roupas, achava "natural" andar pelada pela casa e tinha o preocupante hábito de insistir em tomar banho na companhia de Theodore. Isso fazia os dias de Theodore, que já eram difíceis, parecerem uma sitcom desconfortável em loop infinito.
Enquanto equilibrava sua sanidade mental (e oftalmológica) em casa, Theodore também trabalhava na Willie Company, especificamente na produção de purê de maçã. A proprietária da empresa, Rei Ayanami, a famosa piloto de EVA e celebridade da franquia Neon Genesis Evangelion, era uma figura enigmática e encantadora. Na realidade, Theodore tinha uma quedinha por ela desde os tempos de sua adolescência, quando colecionava figuras de ação. Durante uma reunião improvável, quando Rei Ayanami demonstrou interesse legítimo em saber sobre a Guerra de Cotton, ele lhe mostrou o boneco de action figure desgastado que a representava – uma relíquia sobrevivente da sua era de delírios de grandeza. Ela ficou tocada, reagiu de forma inesperada, lhe dando um beijo na boca.
Os meses passaram e, Theodore, cansado dos desfiles sem roupa de Seraphina pela casa e de sua vida na seção de purês, começou a considerar mudanças. Ele via o mundo ao seu redor e não podia deixar de pensar no quanto tudo parecia... errado. Mas as coisas chegaram ao ápice em um ano eleitoral, quando propagandas de um certo candidato começaram a tomar conta de Plunderia. O político, chamado Victor Squawkmore, discursava com um tom alarmantemente agressivo e populista.
Theodore reconheceu aquelas palavras extremas. Eram as mesmas que ele havia usado décadas antes, quando liderava o fracassado plano de dominação de Plunderia. A diferença? Squawkmore estava falando aquelas coisas em rede nacional, sem enfrentar nenhuma resistência.
Isso mexeu com Theodore. Por alguns minutos, ele ponderou: "E se eu tentar de novo? E se, desta vez, eu conquistar este país pela política?" Ele se imaginou em ternos bem cortados, discursos inflados e aplausos de multidões. Mas, com um suspiro profundo, ele lembrou-se das consequências de seus atos passados. O tempo na prisão havia lhe ensinado algo: ética, responsabilidade e o valor de uma segunda chance na vida.
Ainda assim, Theodore precisava de um conselho. Como esperado, Seraphina não era uma opção viável. Então, ele levou seu dilema a Rei Ayanami. Ele foi até o escritório da sua "dona" na Willie Company e despejou todas as suas inquietações. Suas memórias, suas dúvidas, suas frustrações.
Rei Ayanami ouviu tudo com atenção, mantendo uma expressão neutra, chamada de "poker face". Quando Theodore finalmente terminou, o silêncio na sala era palpável. Ele esperava alguma reação... e então, sem aviso, Rei Ayanami o beijou.
Foi um beijo longo e cheio de propósito. Quando ela finalmente se afastou, sorriu para Theodore, que parecia ter travado como um computador com software obsoleto.
"Esse", ela disse com um brilho nos olhos, "é o segundo beijo. O primeiro foi quando você compartilhou suas lembranças da Guerra de Cotton. Achei que deveria te contar que o sentimento é mútuo."
Theodore sentiu o coração dentro de seu peito quase explodir como pipoca no micro-ondas. Por um momento, ele se perdeu em devaneios românticos, mas logo caiu na real. Ele ainda tinha uma decisão a tomar – a maior decisão de sua vida.
No fim, Theodore recusou a tentação do poder. Ele percebeu que se tornar parte do problema seria ir contra os valores que ele havia aprendido na prisão. Ele optou por deixar Squawkmore sortear seu próprio destino nos tribunais públicos da ética política (ou a falta dela). A vida na política não era para Theodore.
Em vez disso, ele decidiu apostar no relacionamento com Rei Ayanami. Theodore deu duro, foi promovido até ser chefe do setor de purê de maçã. Não foi surpresa nem espanto algum quando anunciaram o noivado.
Quanto a Seraphina? Theodore a deixou em seu pequeno apartamento, com banheira inclusa e tudo. Com a autorização da Justiça, Theodore pode ter seu próprio lar e livrou-se da tutela de Seraphina. Dessa forma, ele finalmente conseguiu morar sozinho e salvaguardar sua integridade mental.
E assim, Theodore Fluffybutt III encontrou não apenas uma vida nova, mas algo que ele jamais esperava: um final verdadeiramente feliz.
Moral da história:
Às vezes, abrir mão do poder para viver uma vida comum é o ato mais revolucionário que alguém pode fazer. Ah, e sempre compre cortinas para o banheiro quando morar com parentes excêntricos.
Criado com Toolbaz. Com edição.
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