quinta-feira, 27 de março de 2025

Leitinho nos lábios


Quando ser de esquerda é sinônimo de ser chato?

Essa é uma questão que martela na minha cabeça quando eu vejo um texto de alguém que se diz de esquerda, mas tenta disfarçar seu conservadorismo e moralismo em um discurso ideológico capenga.

O texto é de Iara Vidal. Citando:

A Evie é uma revista digital feminina (não feminista) dos EUA que está bombando entre as mulheres ultraconservadoras que apoiam Donald Trump. Ela lançou recentemente um de seus produtos mais simbólicos: o vestido "Raw Milkmaid", uma peça inspirada nas camponesas do século 18, vendida por US$ 189 (cerca de R$ 1.083 reais).

A peça hipersexualizada exibe a estética aspiracional promovida pela publicação, que romantiza um ideal de feminilidade tradicional (mas nem tanto) e celebra a maternidade e o casamento como as maiores realizações da mulher. Em tradução literal, em português, seria "Leiteira Rústica", mas "Vestido Camponesa" soa melhor.

Um dos anúncios do vestido e que ilustra essa matéria faz referência a supremacismo branco. A modelo está com a face suja de leite, que se tornou um símbolo na extrema direita graças à sua relação com discursos pseudocientíficos sobre raça, além da conexão histórica com a propaganda nazista e sua apropriação por subculturas online.

Embora para a maioria das pessoas beber leite não tenha conotação política, em certos círculos supremacistas ele funciona como um marcador de identidade e um meio de sinalização ideológica. Um apito de cachorro.

Retomando.

Eu inseri a imagem que provocou a indignação seletiva da autora. O dito "apito de cachorro" não deveria funcionar com pessoas que se dizem de esquerda.
Uma mulher com um bigode de leite. 
Sim, supremacistas brancos e neonazistas fazem essa alusão, supostamente baseada na intolerância à lactose encontrada em pessoas afrodescendentes.
Mas o fio de líquido branco nos lábios da mulher pode ser... sêmen...😏🤭
O Azarão verá o mesmo que eu.
Um discurso ideológico tentando disfarçar o conservadorismo e o moralismo.

Não sejamos chatos.
Porre, só de cerveja.

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