sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Todos nós somos Hip

"I think like I'll dress like a ship
I think I'll do it on a trip
Kill everybody who's hip
Shoot 'em from the lip"

- Mood Rider, JAMC.

No Patheos, na seção Pagan, na coluna A Modern Traditional Witch, Laura Tempest Zakroff publicou um texto intitulado How Not to Be a Magical Hipster.

Em uma tradução improvisada: Como Não Ser Um Hipster Mágico.

Colega, mil perdões, mas todos nós, Pagãos Modernos, somos Hipsters. Não á nada mais magicamente hipster do que [insira sua vertente aqui] de bruxaria/wicca tradicional.

O eventual e caro leitor deve ter lido meus textos desmistificando as origens da Wicca e da Bruxaria Tradicional. Se não leu, procure. Se não achou, me avise para que eu publique.

Resumo rápido: a maioria daquilo que conhecemos por "magia" vem de livros chamados Grimórios, literatura do século XVIII, coletânea de textos que, sendo muito otimista, provém dos textos neoplatônicos.

Sim, caros e eventuais leitores, os Cristãos não são originais nem mesmo no plágio.

Coisas de quem vive na Era Contemporânea e que tem que lidar com aquilo que é oriundo da Era Moderna. Absolutamente [ou quase] tudo aquilo que sabemos é um produto da cultura massificada.

Até o termo hipster não é original. Anterior a ele existe o termo do-it-yourself.

Fenômenos culturais e comerciais andam de braços dados desde que teve início a Revolução Industrial. Outros termos que nós podemos utilizar é bricolagem e kitsch. Eu acho que você me entendeu.

A guisa de autocrítica, eu falo do Esoterismo Seven Eleven [aguarde, postagem exclusiva!], mas eu acho impensável o Paganismo Moderno, a Bruxaria/Wicca tradicional desvinculado desse fenômeno do hipster mágico. Porque nós consumimos textos, práticas e quinquilharias mágicas com um apetite voraz, sem qualquer preocupação com o conteúdo/cultura naquele objeto/sabedoria/caminho espiritual.

Então não é estranho colecionarmos desistentes, arrependidos, cristãos recuperados, etc. Queremos preencher esse vazio, essa fome, mas de forma individualista, pessoal, não-denominacional, não-dogmática e independente.

Tem coisas que não são negociáveis e os Deuses não são meros arquétipos nem bonec@s.
Eu não tenho respostas, mesmo porque eu estou no meio de uma crise pessoal/profissional/existencial.

Aguarde os próximos capítulos.

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