Em seu livro Tecnofeudalismo: O Que Matou o Capitalismo (2023), Varoufakis afirma que, desde a crise financeira de 2008, o sistema econômico mudou. Plataformas como Google, Amazon e Meta assumiram o papel de “senhores feudais” modernos, controlando a “terra” digital — os dados, a nuvem e os espaços virtuais onde interagimos.
Para ele, os usuários comuns são como servos: produzem valor, mas não têm controle sobre seus dados nem sobre as plataformas onde atuam. Essas empresas influenciam comportamentos e decisões, e concentram um poder comparável ao de elites feudais do passado — só que agora com apoio de governos e bancos centrais.
A principal diferença entre o capitalismo tradicional e o tecnofeudalismo, segundo Varoufakis, está na forma de extração do valor. No capitalismo, a exploração é disfarçada de escolha. No tecnofeudalismo, há uma relação de dependência direta com plataformas que definem o que vemos, compramos e acreditamos.
Críticos, como o pesquisador Evgeny Morozov, discordam. Ele argumenta que as big techs não são meras exploradoras de renda, pois investem em inovação e infraestrutura — marcas típicas do capitalismo moderno. Para Morozov, o que vemos é um capitalismo mais agressivo, não um sistema novo.
Apesar das divergências, há consenso de que essas empresas acumulam poder sem precedentes. Dados pessoais viraram ativos valiosos. Pequenas empresas dependem de plataformas para existir. Algoritmos moldam nossa visão de mundo. A economia digital é cada vez mais controlada por poucos.
Varoufakis defende que só haverá liberdade real se o controle sobre os dados for coletivo. Em suas palavras: “Para possuirmos nossas mentes individualmente, precisamos possuir o capital da nuvem coletivamente.”
Fonte: https://revistaforum.com.br/cultura/2025/6/1/entenda-conceito-de-tecnofeudalismo-por-que-ele-ameaa-democracia-180523.html
Nota: a moeda agora são os dados. A economia da atenção e o lucro pelo "likes". Admirável mundo novo.
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