sábado, 14 de junho de 2025

O falso moralista

Deu no DCM, um jornal dito progressista, mas carola:

Pela primeira vez, a Folha publicou em sua capa anúncio de uma plataforma de “acompanhantes”. O termo é um eufemismo para prostituição, e a suavidade do texto do anúncio chegou a fazer leitores tomarem “acompanhante” por cuidador de idosos.

Mas o cabeçalho do jornal era a moldura de uma propaganda institucional da Fatal Model, empresa que reúne anúncios e vídeos de profissionais do sexo em sua plataforma. Ganha dinheiro vendendo aos profissionais o destaque desses anúncios e “conteúdo premium” aos clientes.

A peça da Fatal Model na Folha destacava dados sobre a atividade sexual remunerada sem mencioná-la explicitamente e fazia alertas contra o preconceito. “1.400.000 mães, filhas, irmãs e esposas. Esse é o número de profissionais que trabalham como acompanhantes no Brasil. Está na hora da gente falar sobre isso.”

O pretexto era chamado de “Dia da Acompanhante”, 2 de junho, Dia Internacional da Prostituta ou Dia Internacional da Trabalhadora Sexual. O site indicado no anúncio não tinha link de conteúdo sexual, só nome e endereço da plataforma.

Não resta dúvida da respeito da necessidade de discussão sóbria sobre preconceito e dignidade (embora a origem do número apresentado no anúncio, 1,4 milhão, não ficasse clara). Em suas redes, a Fatal Model comemorou a “capa histórica”. Mas a questão é outra.

A Folha argumenta que o objetivo do anúncio não é vender serviço de acompanhantes, e sim abrir a discussão sobre respeito, e que a publicação passou por avaliação jurídica. O jornal afirma que não restringe anunciantes, desde que não pertençam a segmento de mercado vedado em lei ou pelas normas éticas do Conar (Conselho Nacional Autorregulamentação Publicitária).

Fonte, citado parcialmente: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/site-de-prostituicao-compra-capa-da-folha-e-ombudsman-passa-pano/

Retomando. A questão é que o DCM está gerando um click bait. Ou querendo lucrar lacrando na revolta contra a Folha.

Nem parece que o próprio DCM criticou o deputado Kim Kataguiri por propor uma lei para criminalizar a prostituição nas ruas.

(https://www.diariodocentrodomundo.com.br/kim-kataguiri-propoe-lei-para-criminalizar-prostituicao-nas-ruas/)

Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço? Ou é só hipocrisia mesmo?

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