O estudo, publicado no The American Journal of Human Genetics, analisou o DNA de mais de 230 mil pessoas, participantes do programa All of Us, promovido pelos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH). O programa visa coletar dados de indivíduos de diversas origens para promover a medicina de precisão, adaptando tratamentos a características genéticas, ambientais e de estilo de vida.
Os resultados indicam que, dentro de grupos raciais e étnicos, a maior parte da variação genética ocorre entre os indivíduos do mesmo grupo, e não entre grupos distintos.
O estudo refuta a ideia de que os seres humanos possam ser classificados rigidamente em "raças" distintas, conforme sugerido por uma pesquisa controversa publicada na Nature em 2024. Usando uma abordagem diferente para processar os dados, a equipe do novo estudo descobriu que existem "gradientes" genéticos que cruzam as categorias de identidades raciais e étnicas.
Outro achado importante foi que até mesmo dentro de um mesmo grupo, as pessoas apresentam diferenças genéticas significativas dependendo do estado onde vivem. Por exemplo, hispânicos ou latinos da Califórnia, Texas e Arizona mostraram maior ascendência nativa americana em comparação com aqueles de outras regiões, refletindo a história de colonização e migração nessas áreas. Já os hispânicos ou latinos de Nova York apresentaram uma maior proporção de ascendência africana, em razão da migração caribenha para a cidade.
Essas descobertas ressaltam a complexidade das origens genéticas nos EUA e questionam o uso das categorias de raça e etnia como indicadores de ancestralidade em estudos genéticos. O estudo sugere que essas categorias devem ser limitadas aos estudos sociais, onde realmente têm impacto, e não aplicadas à pesquisa genética, onde podem induzir a erros.
Fonte: https://revistaforum.com.br/global/2025/6/7/identidades-raciais-etnicas-no-correspondem-ancestralidade-genetica-diz-novo-estudo-180978.html
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