"O convite ao ritual é bem claro quando fala mulher e as minhas amigas transgêneros me perdoem, mas por mais que vocês se esforcem ter um corpo de mulher, vocês não serão mulheres. Ser mulher é mais do que ter seios e vagina. Ser mulher é ter útero, é ter menstruação, é ser capaz de gerar filhos, é ter estrogênio naturalmente.”
Vamos ao contexto.
Eu estava citando e comentando o incidente que aconteceu na edição de 2011 do Pantheacon, envolvendo o Coven Caya e um grupo de mulheres transgêneros, que foram proibidas de entrarem e participarem do "Ritual de Lilith", a ser conduzido pelas sacerdotisas do Coven Caya.
Para esclarecer alguns conceitos, eu citei trechos de artigos do Wikipédia.
As mulheres transgêneros gritam "preconceito" e dianistas [como Z Budapest] grita "liberdade religiosa". Não há engano, isso aconteceu em uma convenção de Paganismo, não no Congresso Nacional, entre Evangélicos e a comunidade LGBT.
Eu acho que posso aproveitar e encaixar uma máxima atribuída a Simone de Beauvoir.
Ninguém nasce mulher, torna-se mulher.
Eu li o livro Segundo Sexo da Simone de Beauvoir. Embora discorde/concorde parcialmente quando ela afirmou que mulheres se tornam lésbicas (homossexuais) porque rejeitam sua condição para adotar (imitar) uma identidade masculina. Afinal, homem assume ser homossexual não porque rejeita sua condição para imitar uma identidade feminina.
Nisso a Simone falhou. As pessoas podem nascer ou podem desenvolver determinada opção/orientação sexual.
Foi com muito estudo e leitura que eu adquiri o conhecimento necessário para entender que existem pessoas intersexuais e transgêneros.
Em termos científicos e clínicos, existem mais de dois “gêneros”, algumas pessoas nascem sexualmente indefinidas.
Eu vi uma notícia de um homem que menstruava. Atualmente, existem procedimentos cirúrgicos que podem adequar uma pessoa ao sexo (gênero?) que mais se identifique.
Eu espero que no futuro isso não seja necessário. Eu espero que no futuro a humanidade reconheça a diversidade de sexo e de gênero.
Foi um exagero o que aconteceu no Pantheacon, eu exagerei no meu comentário.
Houve um tempo em que eu tinha um grande apreço por uma senhora que eu considerei como minha alta sacerdotisa. Eu lembro que ela comentou comigo que as pessoas estavam erradas sobre Lilith. Ela afirmou que Lilith tinha conexão com o aborto. Mas eu acho que ninguém consegue compreender a Lilith.
Infelizmente em nosso meio se fala (se usa) de forma deturpada o conceito de arquétipo.
Mas voltando ao assunto, a mulher e a Simone.
Considerando que eu fiquei apaixonado por uma mulher transgênero.
Considerando que a tecnologia na medicina tem ajudado as pessoas a acharem e expressarem suas verdadeiras sexualidades.
Considerando que ser mulher (ou homem) não está restrito a papéis sociais nem a padrões rígidos estipulados sobre sexo e gênero.
Eu deixo minha retratação. A mulher transgênero é mulher. Ela é muito bem vinda em nossa comunidade. Nós temos muitas vertentes, grupos e o que não faltam são rituais e Deuses. Sim, existem Deuses transgêneros/hermafroditas/andrógenos.
Se e quando algo assim acontecer, eu peço que tenha outra atitude.
Não force. Não torne o evento um subterfúgio para críticas dos cristãos.
Procure outro grupo/coven. Procure outro ritual.
Ou me procure. Tem bastante espaço em meus lençóis 😏🤭😍.
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