O major Fagner Souza, coordenador da operação, revelou que os policiais foram até o local e confirmaram a veracidade das denúncias. “Os policiais foram recebidos pelo responsável pelo centro, que se intitulava pastor Omar Bernardo da Costa, e constataram o cenário insalubre no local. Confirmou-se a denúncia de maus-tratos. A situação era deplorável”, afirmou o militar.
Durante a inspeção, as autoridades constataram que o local não possuía condições adequadas para a reabilitação de dependentes químicos, com falta de profissionais capacitados e instalações insalubres. Os internos relataram receber pouca alimentação e de má qualidade, além de serem submetidos a castigos corporais, como surras, e interrupções frequentes do sono para orar.
Os homens eram obrigados a trabalhar sem remuneração em condições análogas à escravidão, sob a vigilância de três homens que atuavam como vigias, encarregados de manter a ordem e aplicar penas corporais.
O Projeto Decav não possuía autorização para funcionar como instituição de atendimento a dependentes químicos. Após a inspeção, o local foi interditado e o pastor Omar Bernardo da Costa, junto com os três vigias, foram encaminhados à 52ª Delegacia Policial (DP) e detidos pelo crime de cárcere privado.
A Delegacia de Assistência Social da Prefeitura de Nova Iguaçu foi acionada para prestar suporte aos internos, que foram levados a abrigos da prefeitura para tratamento adequado, e alguns retornaram para suas famílias. O caso agora está sob a responsabilidade do Ministério Público.
A descoberta do centro clandestino aconteceu após dois internos conseguirem escapar e relatar às autoridades as condições desumanas e o trabalho forçado a que eram submetidos. Eles também denunciaram que eram seguidos pelo suposto presidente do projeto, que dirigia um Hyundai Vera Cruz e costumava andar armado.
No local, os policiais encontraram dezenas de homens em condições sub-humanas e ouviram relatos de maus-tratos e exploração de trabalho. Além das punições físicas, como tapas na cara, os internos eram obrigados a orar durante a noite em intervalos de 40 minutos.
Com a ação, 36 pessoas foram resgatadas e encaminhadas para um abrigo pela Secretaria Municipal de Assistência Social de Nova Iguaçu, enquanto outras seis optaram por não ir para o abrigo. Rádios comunicadores e cadernos de anotações foram apreendidos pelas autoridades durante a operação.
A Operação Segurança Presente destacou a importância das denúncias e do trabalho conjunto entre as forças de segurança e os serviços sociais para combater violações dos direitos humanos e oferecer assistência adequada às vítimas.
Fonte: https://revistaforum.com.br/brasil/sudeste/2024/7/24/pastor-preso-42-homens-so-resgatados-de-clinica-de-reabilitao-ilegal-162686.html
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