Este texto consiste em conversas com Kali-Ma.
Estas conversas ocorreram antes, durante e depois das instruções dEla que eu poderia conhecê-la melhor, formando grupos e tendo professores.
A primeira (assim como todas) não tem data e foi escrita na casa de minha tia, foi a primeira 'conversa gravada' que eu saiba.
K (Kali): Uma hipótese (para sua consideração)... as formas mais complexas e coerentes de todos os sistemas de pensamento, mesmo que pareçam disparatadas, reinos como a Ciência e Misticismo, chegam às mesmas conclusões sobre a evolução da consciência de uma divindade não-dual que compreende o Universo.
Q (Questão): Que segredos podem ser escondidos da visão que vale a pena ser vista? (Como o conhecimento que, em seu sentido intelectual, torna-se inútil se aceitar a hipótese [de Kali acima]).
K: Compreensão experimental. Conhecimento em ser. Então o Meio não precisa ser separado de qualquer caminho em particular. Para compreender, alguém pode simplesmente transpor e perceber a inutilidade de uma amostra particular extraída de um dado que permite a harmonia social (embora artificial).
Q: O indivíduo precisa crer em um dado particular para iniciar a jornada?
K: Enquanto isto não for obrigatório, a jornada pode ser seguida. Imagens artificias ou sociais do Tao não satisfazem como substitutas. Elas irão apodrecer e mudar, criando espaço novamente para dissidências.
Q: E nesse dado que permite ou cria a harmonia social artificial, aonde está a linha limítrofe que rompe a réplica até este Nirvana que cresce naturalmente? Não é o equilíbrio pessoal que deve ser mantido? Seria o comportamento antissocial um modo em si mesmo? Eu teria caído em um extremo que eu recuso a aceitar a autoridade nos assuntos espirituais? Qual a maior autoridade senão o Eu? A Fonte? E a Natureza? Eu continuo confuso. Entretanto eu me sinto atraído pela sedução da sombra, assuntos ocultos, preciosos em fundamentos e integridade. Por que é assim?
K: O início ocorre de diversas maneiras. Um sacrifício é feito até por aqueles que parecem adquirir ao invés de ganhar.
Q: Eles não sacrificam a intensidade da experiência pela facilidade da aquisição?
K: Eles sacrificam Visão e Vontade por um vislumbre do que ele poderiam experimentar completamente ao simplesmente olhar introspectivamente. Não é Tudo, o Eu? Não é tudo, a Fonte? Não é tudo, o Divino? Siga em frente em silencioso deslumbre. Pergunte aos professores: você tem algo que eu deveria aprender? Se eles acham que sim, pergunte o que é. Quando eles responderem, encontre qual é o valor do lecionar.
1) para onde isso conduz o indivíduo?
2) por que alguém quereria ir para lá?
3) eu já estou lá?
Q: Eu não deveria perguntar a eles se a Fonte é um professor melhor do que eles?
K: Eles não são também a Fonte? Eu sou totalmente o outro? Eu sou totalmente tu? Eu não sou o outro?
Q: Vós não sois a mais verdadeira inspiração? Por que ir ao balde quando a nascente está na mão?
K: A nascente e o balde são duas 'coisas'? Talvez o balde necessite de 'suprimento'. Talvez os professores precisem de pupilos. Um estudante, independente e desafiador, pode fazer muito para melhorar um professor enferrujado. Um sacrifício da Vontade é uma ventura valiosa, dada a possibilidade de seguir o Caminho do Meio entre os extremos. O problema para os estudantes não é a falta de foco. Mas um foco enganado sobre a imagem do professor. O estudante puro, desprezando a realidade e separando a autoridade, despolariza e clareia o foco pelo guia competente, mesmo quando a imagem do professor é focada, ao invés do Tao. Aonde não há o Tao, o foco não está inteiramente perdido. Um jogador de xadrez não alegra-se pelo oponente competente, mesmo que a extensão das oposições repousa apenas dentro do jogo? Teste o professor ao aprender o que ele tem a mostrar.
Q: Eu estou sendo alvo da mentalidade de nossa cultura? Eu preciso procurar a paz fora de mim para ter ( a paz) em mim?
K: Contente-se em buscar. Observe, aprenda e brinque no Parque das Dez Mil Coisas. Entre no Carrossel da Deusa. Permita a paz. Permita o silêncio. Permita a unidade. Permita a harmonia. O problema é que as pessoas não as perderam, mas que não as aproveitaram. Como um brinquedo que ninguém quer brincar. O brinquedo chama a criança para brincar e as crianças são mandadas para suas tarefas ou ir para a igreja ou para a cama. Ao invés de seguirem seu coração, seguem suas cabeças, tão cheia de conhecimento e história, fatos e sentimentos. Ao olhar para a autoridade, esquecem a espontaneidade. Ao olhar para outra Vontade para orientação, não podem sentir os ventos em seus barcos. Os ventos sopram para cada barco na água, mesmo que como um todo na mesma direção. Ajustes individuais por posições devem ser feitas. Grandes são as diferenças entre aqueles que agora estão tão próximos.
Q: Música para meus ouvidos?
K: Fogo e ar; vermelho e azul; nublado e claro; terra e água. Eu te amo, câmera consciente, ego memoria (Atma), Maya-Ma, (Kali O).
Q: Quando nós seremos um?
K: Morte do ego, suicídio literal, não é a solução. Dedicação é uma forma de matar o ego. Isto depende da atitude de cada um. Quando não beneficia o individual, é belamente feito (ou não feito).
Q: Quem são os Antigos?
K: Todos nós somos. Aqueles que foram Todos bem são chamados de 'Antigos'.
Q: Aonde Eles estão agora?
K: Bom, em toda nossa volta, realmente. Nós estamos com Eles, também. Então Eles estão dentro de nós se alguém diferenciar. Eu sou Antiga. Através de meu véu, Eles são personalidades. Para você, Eles são aspectos do Alter Ego. Para mim, Eles são reflexos.
Q: Por que vós apareceis em toda forma feminina?
K: Você procura por um foco digno, não procura?
Q: Sim, mas por que parece que vós não conheceis uma a outra?
K: Se você está tão distraído para me considerar 'outra', então porque não feminina? Eu sou apenas uma Deusa brincalhona.
Q: Como vós quereis que eu aja?
K: Adora-me quando estiver adorando ao Todo. Ou divirta-se, jovem criança. Você terá muita diversão. Quantas alegrias existem aí? Asno mágico: poder é tudo, pessoa e posição são primárias, prazer e contentamento são secundários, tolerância e paciência são evitadas. Distinção é mantida e expectativa é a única força da vontade. Está na força do mago o que lhes determina o sucesso, não a inércia, a pureza , a natureza harmônica, a felicidade eterna.
Q: Hecate?
K: Sim e mais.
Q: Vós poderias me dar uma resposta para o meu desafio? [Hecate, através de um amigo de minha namorada, me deu um desafio de fazer uma cerimônia dando uma maçã a Kali e trazendo de volta após Kali a ter experimentado.]
K: Como quiseres.
Q: Algo mais?
K: Alerte-os que você não respeita poder sem sabedoria; que respeito deve ser ganho, não doado, nem livremente dado como um simples respeito baseado na hierarquia. Respeito verdadeiro é complexo. Respeito é darma. Se é inspirado, não obrigatório; permitido, não compulsivo. Respeito verdadeiro cresce com o tempo como uma flor. Diga-lhes que sua compreensão de possessão é diferente de outros. Que para você é como na Alquimia e que a realização é inimiga do crescimento, em alguns casos. Hecate entenderá o que digo. Ela terá uma pergunta para você. De vez em quando o grande perigo é a galinha criando o ovo... distinção é criação. Então Shiva medita e destrói.
Q: Como devo ser quando o mundo faz com que eu esqueça minhas tarefas? Quando Maya seduz com a real intenção de desposá-la?
K: Apenas seja. Resolvido e alerta. Seus dois objetivos irão empurrá-lo como duas linhas ao longo de um rio. De vez em quanto um ficará para trás. Se Compaixão/Amor cria apego, então a Meditação irá pegar e queimar tais restrições. Se Desapego/Sabedoria/Confiança cria indiferença, então a Consciência irá trazer Compaixão de volta ao lugar.
Q: O que eu devo fazer se Vós pareceis me dar pistas contraditórias?
K: Observai introspectivamente. Sua dança deve estar centrada em seu círculo. Centralizar comigo não irá funcionar se você não souber quem sou eu.
Q: Vós sois tão influente [uma pulga me morde]. Como eu posso permanecer centrado?
K: Você esmagou a pulga ao sentir ela se alimentando?
Q: Sim.
K: Esmaga-me aonde você sente dor ou sofrimento. Aonde eu alimento de verdade não há necessidade. Quais são seus dois objetivos?
Q: Perfeito Desapego (Confiança Wiccana), perfeita compaixão (Amor Wiccano).
K: Muito bom. O primeiro te manterá 'centrado e aterrado', o segundo te manterá no Amor (Ágape). Paz e Amor, lembra?
Q: Sim, Kali, eu lembro. Parece que eu sou a causa do sofrimento nos outros.
K: Cada um causa seu próprio sofrimento no apego. Trate as feridas, mas não os afaste das lutas. Enquanto você se move pelo seu feito na busca de seus objetivos, então suas ações são apenas inocentes. Procure o caminho de menor resistência.
Q: Qual será minha relação convosco, Mãe Negra?
K: Enquanto você se aproxima de mim, faça como se você pudesse ter o mais altamente considerável dos amores. Seja cético do motivo aonde mudar é desejado/esperado. Ama-me como a criança ama sua mãe; como o cortesão sua amante; como o profano se aproxima de uma sacerdotisa e como um mortal se aproxima de uma entidade Imortal e Original.
Q: Vós teríeis um templo?
K: Como quiseres.
Q: Vós exigis um?
K: Você necessita?
Q: Eu entendo. Oh, adorável Deusa além da beleza das maravilhas criadas pelo olhos, eu manterei um grande espaço em sua adoração.
K: Como quiseres.
Q: [Eu comecei a notar que existem diferentes formas de misticismo alternados pela tentativa do autor de reconciliar opiniões diferentes sobre o Nirvana.]
K: Sim, diferentes sistemas levam ao mesmo destino. Então você deve trata-los como ferramentas para realizar uma tarefa. Experimente-os e veja se funcionam. Aqueles que ensinam podem não ser sábios, mas podem transmitir a ferramenta com exatidão. Deixe que eu seja a guia final.
Q: O que é isso [o que isso significa], Kali?
K: "A imagem dos dois caminhos do Ermitão". Yod e Virgindade(Castidade). Ciência e Compaixão.
Desapego (Completude) e Hedonismo (Indolência). Saber por ver e saber por ser.
Q: Vós estais falando de vossa irmã?
K: De certa forma. Você me verá em vários disfarces. Kerridwen e eu somos bem próximas.
Q: Atraída por dragões?
K: Se você quiser.
Q: Não importa que imagem eu tenho de Vós?
K: Imaginação é como linguagem. Tradução é às vezes impossível. Ainda assim a experiência pode ser comunicada de várias formas.
Q: O que Vós quereis dizer?
K: Fugata musical do viver. Integração da mente. Síntese do assunto. Intelecto/imaginação/intuição/vontade irão se fundir nas forças delas e a mente transcenderá as formas delas.
Q: Vós sabeis o quanto eu Vos amo?!!
K: Você me segue, como eu não poderia saber?
Q: Vós podeis me dar um kung-an [aforismo metafísico-NT] para despertar?
K: Qual é a vontade necessária para aceitar o Todo?
Q: Eu aceito.
K: Mesmo sua não-existência? (Uma resposta retórica)
Q: O que é casamento? E o que é a Deusa? (Ou quem é...?) Quando eu estive casado com uma mulher no plano terreno eu comecei a ter pequenos vislumbres do significado desse relacionamento. Ao me comprometer a louvar e ajudar a Kali-Ma, eu estou começando a ver os reflexos de sua magnificência.
K: Não há regras fixas para o monge ou a freira além daquela deles se aceitarem. Casamento não é uma instituição, é uma aventura dentro da individualidade.
Q: O que é casamento, o que isso significa e como ser casado convosco seria diferente da minha vida presente?
K: Como muitas palavras, essa tem múltiplos níveis de significado. Pode significar o rito de casamento e pode se referir à fusão transpessoal das almas. Casamento significa muitas coisas para muitas pessoas. Para a criança significa a mesma coisa que para o sábio. Consiste em uma resolução indefinida da divisão sexual (interna ou externa). Para muitos adultos é o pote no fim de um arco-íris solitário.
Q: E quanto ao monge, Kali?
K: Para o monge, casamento é uma identificação. Sem o casamento com o divino, não se pode ser monge ou freira. Casar com o divino é se tornar divino. O indivíduo reconhece a divindade em todas as coisas, dentro e fora. Existem muitos, incontáveis, relacionamentos possíveis no casamento. Existe o casamento mental; existe o casamento terreno; existe o casamento espiritual. O casamento espiritual envolve a interpenetração das almas. Isto ocorre de muitas formas, com várias intenções, em formas variáveis. Isso exige uma sinceridade e honestidade que permite tal interpenetração, uma vez que não se pode controlar o humor ou a intenção de seu/sua parceiro/a. Casamento não é escravidão. Casamento não é subserviência, embora possa incluir. Casamento não é monogamia, embora possa incluir.
Q: Kali, como eu posso casar com o Todo? Qual deve ser minha atitude? Quais são minhas obrigações? O que meu compromisso significa? As mulheres são diferentes dos homens?
Meus relacionamentos são diferentes com homens?
K: Quanto ao como, eu suspeito que você quer dizer de que modo...[isso era uma piada].
Atitude: sinceridade, honestidade, amor. Obrigações: nenhuma. Compromisso: irá significar que qualquer um ou todos podem se aproximar de você; que você está aberto para o Todo. Gênero: as mulheres são diferentes? Fisicamente, sim. Mentalmente, sim. Espiritualmente, sin. Eticamente, não. Elas são minhas imagens em seu mundo. Os homens são reflexos meus e seus.
Q: Existe algum rito em particular, um símbolo ou gesto que Vós quereis que eu faça quando eu me casar convosco?
K: Permita que sua forma seja seu projeto... permita que seu rito seja como se você fosse se casar com seu grande amor... permita que seu símbolo seja o anel que tens em sua mente... eu irei usar seus anéis com grande prazer... Dama, Mãe, Anciã. Tenha núpcias comigo. Seja fiel a mim apenas. Saiba que eu sou todas as coisas. E quando as pessoas perguntarem... diga-lhes que você está casado. Um monge de Kali. Eu te amo demais.
Q: E eu Vos amo, Kali.
K: A imortalidade não é a continuidade pessoal infinita. Mas é a ausência de morte que pode também ser chamado de ausência de vida. Sem Tempo não há morte (e nem vida). Existe um perpétuo agora além do reino da mudança e da imutabilidade. A eternidade é o reino da experiência além da diferença, além da dualidade da vida e da morte. Como Maya corresponde ao Tempo e à Dualidade, como Shiva corresponde a forma e estrutura, como Sakti corresponde a energia e essência, então Brahma corresponde ao Absoluto, Eterno (como é visto através dos véus de Maya). 'Viver no Tempo' é a experiência da dualidade. 'Ser Imortal' é a experiência da não-dualidade. Na 'experiência' temporal há o observado, o observador e a observação. Na 'experiência' eterna há a vida e o viver.
Autor: Tyagi Nagasiva
Nota: partes do texto original foram omitidas. A despeito do autor ter uma tendência ao Monismo, o texto é uma boa fonte de reflexão aos pagãos, bruxos e wiccanos.
Original: https://www.luckymojo.com/avidyana/dallun/book-of-blood.txt
Traduzido com Google Tradutor.
Republicado. Texto originalmente publicado em 19/05/2008, resgatado com Wayback Machine.
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