Quando se fala em viagem, em caminhada, em jornada, tanto em
termos profanos como em termos espirituais, nós temos que falar de origem [de
onde viemos] e de destino [para onde vamos].
Geralmente, quando se viaja, o que mais se quer é chegar ao
nosso “destino”. Mas como diz a letra da música da Blitz, todo mundo quer ir
para céu, mas ninguém quer morrer.
A humanidade está recordando, recuperando, suas verdadeiras
origens e raízes com o Paganismo Moderno. Mas quando falamos em destino, esse
conceito tem dois sentidos. Em inglês a distinção fica mais interessante:
existe a palavra fate [de onde se tirou o titulo da série de anime Fate] e a
palavra destiny.
Eu irei ousadamente traduzir as palavras e os conceitos para
a nossa cultura.
Fate é entendido como Destino, tal como as Parcas, as Moiras
e as Norns decidem sobre a vida, tanto de Deuses quanto dos Homens. Na cultura
popular, nos quadrinhos, na série Sandman, Destino é retratado como um homem
encoberto de um capuz e carregando um enorme e pesado livro. Nesse sentido,
Destino/Fate é o resultado inescapável das forças que regem o Universo.
Destiny é entendido como destino [em minúsculo], no sentido
de para onde nós queremos chegar, como objetivo, como resultado ou consequência
do nosso livre-arbítrio, portanto, moldável, alterável. Nesse sentido, nosso “destino”
recebe a influência da Deusa Fortuna.
Nos mitos e religiões antigas, nem mesmo a nossa “sorte” no
Além é definitivo ou predeterminado. Ao contrário do fatalismo das religiões
abraãmicas, onde o indivíduo estará, irremediavelmente, destinado a ir ou ao
Paraíso ou ao Inferno [eventualmente pode passar por um “estágio” no
Purgatório], nossos Deuses não vão julgar nem condenar nossa alma pela
eternidade por qualquer ato em nossa vida efêmera.
Entretanto, nossas ações e palavras têm consequências. Como
Newton disse uma vez, para toda força de ação existe uma força de reação que
possui o mesmo módulo e direção, porém em sentido contrário. Na filosofia hindu
o conceito de karma é semelhante a esta Lei de Newton. Outro conceito muito
usado no esoterismo é a de que “semelhante atrai semelhante”, no sentido de
afinidade, não de magnetismo.
Quanto a isso, os mitos e religiões antigas concordam: todos
nós iremos ao Mundo dos Mortos, independentemente de nossas posses, riquezas,
títulos ou diplomas. Até nisso as religiões antigas são melhores do que as
religiões abraãmicas: a vida que teremos no Além não será muito diferente da
que tivemos no Mundo Humano, com a vantagem de podermos rever nossos
familiares, antepassados e ancestrais. Outra vantagem é que nossa estadia não é
eterna, nós podemos reencarnar no Mundo Humano ou ir morar com os Deuses.
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