quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Água, elemento vital

Eu vou pular a parte científica sobre as propriedades da água, bem como as descrições mais óbvias desse elemento encontrados em textos esotéricos.
O elemento água tem um vínculo muito forte com a alma humana, todos nós nos sentimos atraídos e maravilhados diante de grandes porções de água.
A associação de que a água é vida vem desse vínculo, todas as almas são geradas/formadas dentro do elemento água, intrínsecamente ligado à lua e à Deusa. Disso vem a idéia de que a lua governa o movimento das almas. O nascimento de todo ser vivente se dá em algum meio dominado pelo elemento água, na fertilização em si mesma está a presença do elemento água.
Por causa dessa associação, muitos mitos falam ou citam a água como um lugar para onde as almas vão descansar após a morte física. Os Egípcios colocavam barcos em suas tumbas. Os Gregos tinham o barqueiro Caronte para atravessar as almas até seu destino. Ainda hoje, os Japoneses colocam velas sobre pequenos barcos antes de coloca-los à deriva, para seguir a corrente do rio. Outros mitos falam de pontes que devem ser atravessadas para se chegar ao outro lado.
Vida e Morte estão associados à água, bem como ao nosso subconsciente e nossas funções mais básicas. O elemento água é morada de Deuses e Deusas, benditos e terríveis. Mitos cosmogônicos falam que a ordem sobrepujou o caos depois que algum Deus venceu uma entidade poderosa que habitava a água. Nos credos monoteístas, a água é a plataforma sobre a qual Deus 'criou' o Mundo. A própria função desse elemento nas religiões é fundamental e contraditório.
No Paganismo, Bruxaria e Wica, o elemento água é sagrado tanto para ungir quanto para banir. Nas cerimônias, a água é misturada com sal ou terra não para purificar, pois não há mácula ou pecado para os bruxos, mas para sacramentar a cerimônia e os celebrantes com a mistura simbólica do polo masculino (o sal) com o polo feminino (a água). Quando é colocado água no caldeirão, estamos querendo simbolicamente unir nossas almas com princípio gerador, a Deusa; e como o caldeirão é posto sobre o fogo, simbolicamente ligamos nossas almas com o princípio transformador, o Deus. Quando, dentro do círculo, alguma essência, óleo ou tintura é aspergido nos celebrantes, o elemento água age com o elemento ar (mais uma vez a polaridade sagrada) para nos lembrar que os benefícios dos Deuses nos são derramados e que cabe a nós usar com sabedoria. Quando se mergulha a adaga no cálice, reencenamos o mistério do Hiero Gamos, mais uma vez geração e fertilidade, feminino e masculino, a Deusa e o Deus. Quando se bebe o vinho, nos ligamos ao sangue dos que nos antecederam e participamos do êxtase que consiste a Vida.

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