E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de
Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os
mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as
suas obras. [Apocalipse 20:12]
Com a imposição e massificação do Cristianismo no Ocidente,
a humanidade acostumou-se com a doutrina do Apocalipse sobre os últimos dias, a
ideia da Batalha Final e de um Juízo Final. Eu considero muito perturbador a
crença em um Deus cujo plano consiste em julgar e condenar a humanidade por uma
natureza que Ele criou.
A ideia de que a existência de tudo tem um começo, meio e
fim não é exclusiva do Cristianismo. Os mitos antigos nos contam que haverá uma
catacombe. Mas isso nunca foi motivo de medo ou preocupação entre os povos
antigos. Os povos antigos viam a existência dos ciclos na vida e na natureza,
da morte a vida renasce, do fim há uma renovação. Mesmo os Deuses Antigos mais
cruéis e terríveis não eram tão ruins quanto o Deus Cristão a ponto de
condenarem alguém por toda a eternidade.
O arcano do julgamento mostra uma cena que parece bíblica. Um
anjo toca uma trombeta e mortos saem das covas. Como em outros arcanos perturbadores,
este não deve ser interpretado literalmente. O anjo traz uma mensagem, a trombeta
é um chamado e os defuntos despertam. Este arcano simboliza o chamado, o
despertar, bem como o sentido de que nossa existência tem um propósito, uma
missão.
No caminho iniciático, nosso despertar acontece na
ordenação. Assim como no arcano, onde os mortos acordam de suas tumbas todos
nus, o buscador renasce para a Luz, dentro do círculo, em nudez ritual.
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