Recentemente eu li o seguinte comentário de uma celebridade
pagã: “Quando as pessoas aprenderão que o maior desafio do caminho do
autoconhecimento é tornarem-se mestres de si mesmas?”. Para comentar e refletir
sobre essa declaração, eu escolhi o arcano do eremita.
O arcano mostra um senhor em um hábito semelhante dos
monges, com um cajado e uma lanterna. Como segura uma lanterna, podemos supor
que está muito tarde ou é noite. Como segura o cajado, podemos supor que o
senhor perambulou por um longo percurso. Como seu hábito é semelhante a de um
monge, podemos supor que ele seja um sábio, um profeta, um mestre, um
sacerdote. O arcano não mostra, mas podemos supor que ele está esperando alguém
ou procurando alguma coisa.
Ele pode ser um mestre que espera um discípulo ou que
oferece sua luz aos que peregrinam pelas estradas incertas da vida. Ele pode
ser um sábio que admite saber coisa alguma então continua procurando pela
Verdade.
A base do caminho iniciático é a jornada do buscador. Como não
sabemos o que buscamos, apenas sentimos um chamado, vagamos pelo mundo. O caminho
e a experiência que temos nos dão o conhecimento e a sabedoria.
O caminho iniciático é introvertido e extrovertido. O buscador
lê na entrada do Oraculo de Delfos: Conhece-te a ti mesmo. Conhecer o si mesmo
não é difícil. O si mesmo não está escondido. O si mesmo está onde sempre
esteve. O difícil é aceitar a natureza do si mesmo.
O caminho iniciático não é sobre o si mesmo, senão não
haveria a necessidade dos mitos, dos ritos, da iniciação, do sacerdócio ou do
divino. A partir do conhecimento do si mesmo alcançamos a transcendência do
ego, conquistamos a maestria sobre nós mesmos, mas o caminho iniciático não se
resume a isso. O caminho iniciático é o mistério da existência, dos homens e
Deuses.
Nenhum comentário:
Postar um comentário